Capítulo 38- Paraíso particular
Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo dessa saga. Anne e Gilbert estão em um empasse. O que será que resolverão? Espero que apreciem e comentem. Beijos.
ANNE
Anne olhou para Gilbert com os olhos arregalados de surpresa, enquanto se perguntava se tinha ouvido direito:
- O que está dizendo? - Ela perguntou para confirmar o que ele acabara de lhe propor.
- Eu disse que vou para a Alemanha por quatro meses, e quero que vá comigo - Gilbert repetiu pacientemente.
- Você ficou maluco? Minhas férias terminam daqui a dois meses, e tenho que voltar ao trabalho, você se esqueceu? - Anne perguntou. Se sentia indignada. Como ele podia tomar decisões sem consultá-la? Estavam namorando e deviam resolver as coisas como um casal, pelo menos era assim que ela pensava. E ainda por cima, Gilbert achava que ela faria o que ele queria? que deixaria toda a sua vida para trás, e o seguiria para onde ele quisesse? Era um comportamento tipicamente machista dele pensar, que Anne permitiria que ele lhe dissesse o que queria que ela fizesse sem perguntar se ela concordava com aquilo.
- Eu sei, só pensei que você poderia prolongar as suas férias um pouco mais. – Ele disse parecendo constrangido.
- E por que eu faria isso? - Anne disse ficando cada vez mais zangada. Passaram uma semana sem se ver, e ela quase morrera de saudades dele, mas lhe dera o espaço que ele precisava para estudar o caso de Sarah, e ver se conseguia encontrar algum tipo de ajuda para o problema dela, e agora ele vinha com aquilo. Embora, Gilbert não tivesse dito o porquê de querer fazer aquela viagem tão repentina, ela imaginava que isso tinha a ver com a ex-namorada dele.
- Amor, desculpe. Não pensei que ficaria tão chateada. Eu apenas pensei que gostaria de ir comigo, ou melhor eu gostaria que fosse comigo, por que não queria ficar longe de você tanto tempo. - ele disse parecendo decepcionado com a reação negativa de Anne à sua proposta.
- Você vai pelo menos me dizer o porquê dessa viagem? Anne perguntou mesmo já desconfiando qual seria a resposta.
- Surgiu um novo tratamento para problema de Sarah. Daniel me mostrou um artigo, e eu estou muito animado com os resultados expostos pelos médicos que o escreveram, mas, é um procedimento novo, e somente foi testado na Alemanha, por isso, resolvi viajar até lá para estudar o assunto de perto. - Anne percebeu que Gilbert estava realmente animado com o assunto. Ela entendia que aquilo era importante para ele, mas Gilbert não podia desejar que ela mudasse todos os seus planos por que ele decidira ir para fora do país por quatro meses. Anne tinha seus próprios compromissos, seu trabalho e sua vida em Nova Iorque, e ele não levara em conta nada disso. Parecia que a doença de Sarah se tornara mais importante para ele do que o relacionamento dos dois.
- Não posso ir com você, Gilbert. Eu tenho prazos e compromissos a cumprir, e achei que já tínhamos conversado sobre isso. – Ela não estava gostando do rumo daquela conversa. Não queria ficar longe dele por quatro meses inteiros, embora soubesse que quando voltasse para Nova Iorque também teriam que encontrar uma maneira de vencer a distância, mas a Alemanha era outra história. Como ficariam distantes um do outro assim? Ficaram separados por sete anos, e Anne não aceitava que tivessem que repetir o processo somente por que Gilbert determinara que a possível cura para problema de Sarah estava em outro país. Ela podia até estar sendo egoísta, mas, não achava justo o que Gilbert estava lhe propondo. Por que ele parecia não perceber que todo aquele assunto a estava magoando?
Anne estava se sentindo colocada de lado de novo, e não gostava da sensação. Ela o tinha perdido a sete anos por um mal entendido, será que ia perdê-lo agora para o seu complexo de culpa?
Ao mesmo tempo, ela sabia que se havia uma mínima chance de Sarah conseguir a ajuda que precisava para se livrar da doença que a estava matando lentamente, ela merecia aquela chance, e Anne somente podia admirar Gilbert ainda mais por seu empenho em fazer com que aquilo acontecesse, porém, isso com certeza custaria o relacionamento dos dois, e ela não estava disposta a desistir de seu amor por Gilbert por causa de seu comprometimento pessoal profissional naquele caso. Será que isso a tornava uma pessoa horrível? Não era nenhuma Madre Teresa de Calcutá, e ninguém podia exigir dela total abnegação e compreensão daquilo tudo, sem que sentisse que sua vida amorosa fosse prejudicada no processo.
- Você está zangada. – Gilbert disse olhando para ela atentamente.
- Não estou zangada- ela mentiu. - Só acho que você deveria pensar melhor em tudo o que implicará essa viagem para nós dois. - ela disse com cuidado.
- O que quer dizer? - Gilbert perguntou parecendo preocupado.
- Você quer mesmo que fiquemos separados todo esse tempo?
- Não quero, por isso te fiz esse convite- Gilbert respondeu passando as mãos pelos cabelos.
- Você não fez um convite, você assumiu que eu iria com você sem me consultar. - Anne disse apertando o robe em volta do corpo, pois o ar frio da noite a estava deixando gelada.
- Anne, isso não é verdade. Você me entendeu mal – Gilbert tentou se explicar-, mas Anne continuou com a cara fechada.
- Não. Você sabia do meu trabalho e dos meus compromissos, e tentou me colocar contra a parede para fazer exatamente o que você quer.
- Anne, eu não estou exigindo que vá comigo, eu só achei que a viagem seria muito melhor se você fosse comigo. - ele a puxou pela cintura e a abraçou com carinho. – Eu te amo, Anne e não quero ficar esse tempo longe de você, mas se não pode ir eu compreendo.
- Não faça isso comigo, Gilbert. – Ela disse com lágrimas nos olhos.
- O que não devo fazer? - ele perguntou com ela ainda em seus braços.
- Não coloque em minhas mãos a responsabilidade de escolher entre meu trabalho e nosso relacionamento. - ela agora chorava e não se importava se ele estava vendo.
- Não estou fazendo isso, querida. Por favor, não vamos brigar por causa disso não é o que quero. – Gilbert disse enxugando as lágrimas dela com o polegar.
- Eu também não quero ficar longe de você. Mas, não posso abandonar meu trabalho e todo o resto de repente.
- Eu sei disso, Anne. Por favor me perdoe por fazê-la se sentir mal por tudo isso. Nada disso é sua culpa. Mas quero que entenda que essa viagem é algo que tenho que fazer. – Ela balançou a cabeça concordando, mas no fundo seu coração estava partido por ver que ele também já tinha feito a sua escolha.
Anne se sentiu como se tivesse catorze anos de novo, mas a situação agora era diferente.
Não havia mal entendido nenhum, e estava lidando com algo real, mais difícil, mais duro, e o pior era que se sentia ameaçada, como se pudesse perder Gilbert a qualquer momento, e nem era para outra mulher, era para uma doença, para o trabalho dele e para a obsessão que tomara conta de Gilbert desde que soubera do tumor de Sarah. Como poderia lutar contra aquilo? Era uma batalha perdida, e não tinha como vencer. Anne começou a chorar mais ainda, enquanto Gilbert parecia não saber o que fazer.
- Amor, por favor não chora. Não suporto ver você assim.- ele agora beijava as lágrimas dela, e Anne se agarrou na cintura dele, e enterrou a cabeça em seu peito, os soluços escapando de seus lábios sem que o desejasse. Ela odiava perder o controle desse jeito, mas naquele momento não conseguia se controlar. Gilbert estava prestes a se afastar dela de novo, e não sabia se conseguiria suportar a ausência dele por tanto tempo.
- Anne, vamos dar um jeito. Por favor, amor, dói te ver assim. Não quero fazê-la sofrer. – Gilbert então beijou-lhe os lábios, e Anne colou sua boca na dele em um beijo desesperado, explorando-lhe toda extensão como se quisesse guardar o gosto dele para sempre. Gilbert correspondeu na mesma proporção, como se tivesse sido contagiado por aquele frenesi que fazia com que ela não deixasse que ele se afastasse, deixando-os sem fôlego, e quando se separaram arfando por falta de oxigênio, Gilbert ainda podia sentir o gosto salgado das lágrimas dela em seus lábios.
- Vamos entrar. Está ficando frio demais aqui. - ele disse, levando Anne de volta para o quarto.
Eles se deitaram na cama, e Gilbert cobriu a ambos com uma manta, e então, Anne disse com a voz ainda chorosa.
- Por favor, me abraça, Gilbert.
- Claro, meu amor. Estou aqui, e vou estar para sempre. Mas Anne sabia que era mentira. Ele viajaria para a Alemanha e ficaria quatro longos meses longe dela, e quem sabe o que poderia acontecer durante aquele tempo? Com tal pensamento atormentando sua mente, Anne se aconchegou mais ainda a Gilbert, e acabou adormecendo com o coração dele batendo contra o seu.
GILBERT
Ele olhava para Anne, esperando pela resposta dela, que não foi a que ele desejava. Primeiro ela pareceu surpresa, depois confusa e por último zangada.
Ele notara tudo isso em um espaço de quinze segundos no qual ela pediu que ele repetisse o que acabara de dizer. E depois, ela o lembrara que durante os quatro meses que ele mencionara da viagem, as férias dela teriam terminado, e ela deveria voltar para Nova Iorque. Ele sabia de tudo aquilo, mas tivera uma esperança vã de que ela reconsiderasse e prolongasse um pouco mais aquele tempo com ele. Não quisera parecer insensível, autoritário ou machista. Mas, ele percebeu que sua afirmação tinha soado assim quando viu o olhar indignado que Anne lhe lançou. Será que ela não percebia que a última coisa que desejava era ficar longe dela, por isso, dissera que queria que ela fosse com ele? Mas, não podia deixar sua responsabilidade de lado, precisava ajudar Sarah, e por isso se sentia tão dividido.
Porém, ele conseguia entender o lado dela, mesmo que ela pensasse que não, por isso, o olhar cheio se mágoa que Anne lhe lançou quando ele falou do tratamento de Sarah o incomodou, e dessa maneira, ele disse com absoluta certeza:
-Você está zangada. – Anne balançou a cabeça em negativa, fazendo seus longos cabelos caírem em seu rosto, e assim ela respondeu:
- Não estou zangada. Só acho que você deveria pensar melhor em tudo o que implicará essa viagem para nós dois. - Gilbert sentiu um baque no seu coração. Será que Anne queria dizer que se ele insistisse naquela viagem, o relacionamento deles estaria em risco? Não podia deixar que acontecesse, Anne era importante demais e tivera que esperar anos por ela, e agora que ela estava em sua vida não podia deixar que se fosse, seria doloroso demais. Por isso, para ter certeza perguntara:
- O que quer dizer?
A resposta que ela lhe dera não confirmara seu pensamento, e isso o deixara aliviado, mas isso não diminuiu a sensação de que estava falhando com Anne de alguma maneira, mesmo que a intenção daquela viagem fosse boa, talvez ele tivesse que pagar um preço alto demais por seu comprometimento com sua profissão.
Por outro lado, não queria que Anne pensasse que Gilbert se importava mais com seu trabalho do que com ela, e o convite que fizera significava exatamente isso. Ele a queria com ele, e quatro meses longe de Anne seria uma tortura. Como ele poderia acordar todos os dias sabendo que não a veria a noite, ou que poderiam ter momentos a dois sem serem interrompidos? Mensagens ou chamadas de vídeo não seriam o suficiente para suprir a falta dela, e o prazer de ir para casa também não existiria se Anne realmente não estivesse lá
Mas, parecia que Anne pensava que decisão de viajar para longe estava sendo fácil para ele, e ainda o acusara de tentar manipular seus sentimentos para convencê-la a ir com ele. Porém, Gilbert não aceitou que ela pensasse que ele agira de má fé. Gilbert a queria com ele, mas somente se ela quisesse a mesma coisa, assim ele tentara explicar:
- Anne, eu não estou exigindo que vá comigo, eu só achei que a viagem seria muito melhor se estivesse comigo. Eu te amo, Anne e não quero ficar esse tempo longe de você, mas se não pode ir eu compreendo. - isso não pareceu convencê-la, ela pareceu ainda mais nervosa, e de repente ela estava chorando, e Gilbert sentira seu coração se partindo. Não pretendera fazer Anne chorar e muito menos fazê-la se sentir a responsável para encontrar uma saída para o impasse no qual se encontravam, e ela lhe dissera que sentia que era isso que ele desejava.
Gilbert não queria ver Anne sofrer por antecipação, não queria que ela tivesse que passar por nenhum estresse emocional, mas, aquela tristeza anuviando os olhos azuis dela o estava matando, e Gilbert tinha consciência que causara aquilo. E quando dissera que não deveriam brigar por causa daquele assunto, as lagrimas de Anne rolando sem parar o fizeram ter consciência do tamanho da mágoa dela. Anne se aninhou nos braços dele, e parecia tão fragilizada e carente que Gilbert enlaçou a cintura dela e a abraçou forte, como se nunca fosse deixá-la escapar. Então ele a ouviu falar com a voz embargada:
- Eu também não quero ficar longe de você. Mas, não posso abandonar meu trabalho e todo o resto de repente. - Ele entendia mais do que do que ela imaginava, e simplesmente não conseguia deixar de ter a sensação que a estava perdendo e isso o fez dizer mais rápido do que pretendia:
- Eu sei disso, Anne. Por favor me perdoe por fazê-la se sentir mal por toda essa situação. Nada disso é sua culpa. Mas, quero que entenda que essa viagem é algo que tenho que fazer. – Gilbert a viu concordar com ele, mas suas próprias palavras ecoaram em sua mente várias e várias vezes, como se tentassem convencê-lo de que estava fazendo o que era certo. E então, para seu desespero ela começou a soluçar, e a dor contida em suas lágrimas o fizeram ter vontade de chorar com ela, mas a única coisa que podia fazer naquele momento era consolá-la com suas palavras e seu amor.
- Amor, por favor não chora. Não suporto ver você assim.- como era difícil não se deixar levar pela mágoa de Anne. Como ele queria garantir que decisão dele de viajar para tentar ajudar Sarah não trouxesse consequências negativas para o seu namoro com Anne, mas, não havia garantias para o que estava fazendo. Era como um tiro no escuro, mas não havia outros métodos além daquele que lera no artigo que lhe apontasse para uma solução. Esse era o único caminho que encontrara para toda aquela situação, e por isso, ele sabia que não seria nada fácil trilhá-lo sem Anne. Não queria parecer egoísta, e arrastá-la com ele naquela jornada que deveria ser só dele, mas ela já era tão parte dele, que parecia impossível deixá la para trás. Gilbert precisava tê-la com ele, e não queria viajar sem Anne, mas as palavras dela de antes lhe mostraram que era exatamente isso que aconteceria, e para amenizar seu sofrimento e de Anne, ele dissera.
- Anne, vamos dar um jeito. Por favor, amor, dói te ver assim. Não quero fazê-la sofrer. – Para sua surpresa ela o beijou, e seus corpos se inflamaram no mesmo instante. Gilbert se deixou envolver pela sensualidade dela tão latente, mergulhando fundo nos encantos femininos de Anne, e somente se separando dela quando não conseguiam mais respirar. Assim, ele a guiou para dentro, pois o ar da noite estava mais gelado do que o normal, e se deitaram na cama juntos agarrados um ao outro, como se temessem que se perderiam um do outro se deixassem qualquer espaço entre eles. O pedido de Anne que a abraçasse fora atendido, e assim enfeitiçado pelo perfume e o corpo macio dela junto ao seu Gilbert adormeceu quase que imediatamente.
GILBERT E ANNE
A manhã veio brindá-los com um belo dia de sol, e embora Anne tentasse se sentir alegre, seu coração encarava aquele amanhecer de maneira diferente.
Ela e Gilbert tomaram o café da manhã juntos, mas um silêncio doloroso os separava. Em um dado momento, talvez por necessidade de ter um contato físico com Anne, Gilbert estendeu a mão e entrelaçou seus dedos no dela sobre a mesa. Se olharam por um instante, mas não se falaram, como em um acordo mútuo de que palavras eram inúteis naquele momento, seus olhos falam mais por eles do que talvez pelo que os lábios tivessem a dizer. O amor estava ali, tão forte e palpável que podiam senti-lo tanto em seus corações quanto entre aquelas quatro paredes que foram tantas vezes testemunhas de suas promessas, beijos e carícias.
Gilbert olhava para ela e pensava em como resolveriam aquela pendência entre eles, mas não conseguia pensar e nada naquele momento, A única coisa da qual tinha certeza era que havia sido mais feliz com ela durante aqueles dois meses do que fora antes dela, com o poderia abrir mão do que tinham por um ideal pelo qual estava lutando?
Anne era tão importante para ele quanto salvar vidas de pacientes, ambos faziam parte do que ele era e não se sentiria completo sem nenhum dos dois. Tentar encontrar um caminho no qual pudesse preservar essas duas partes juntas não seria uma tarefa fácil, e ele sentia seu coração pesar ao constatar o tamanho do dilema no qual se encontrava.
Se escolhesse ficar com Anne e deixasse o problema de Sarah para os médicos que cuidavam dela tentar resolver, sabendo que ele próprio talvez pudesse encontrar a solução, Gilbert tinha certeza com o passar do tempo sua consciência cobraria dele mais tarde, mas se deixasse Anne para ir atrás da possível cura para Sarah, ele corria o risco de não encontrar Anne a espera dele quando voltasse e isso era algo que não suportaria e o faria sangrar de dor. Ele estava perdido entre essas duas questões, e ele sabia que qualquer decisão que tomasse haveria consequências com as quais teria que lidar mais tarde.
Anne sentia o olhar intenso de Gilbert sobre ela, e não pôde deixar de olhá-lo de volta. Era como se fosse atraída por uma força imensa que a impedia de fazer qualquer outra coisa que não fosse mergulhar naqueles olhos e sentir a força de seu amor por ele. Ela também conseguia enxergar todos os medos e angústias que se acumulavam dentro de Gilbert como se sua alma fosse tão transparente quanto água
Havia também a paixão por ela que ele nunca conseguia esconder, e que estava impressa em casa sorriso ou em cada toque dele em sua pele, e naquele momento com os dedos entrelaçados nos seus. Anne podia sentir o calor que emanava daquelas mãos, e que a aquecia como se estivesse embaixo de um casaco confortável em um dia de inverno.
O que faria se perdesse aquele consolo? O que faria se não pudesse mais sentir aquele abraço no qual ele lhe dera na noite passada e no qual dormira sentindo-se tão protegida?
Com Gilbert ela conhecera um amor incomparável, e descobrira o significado de uma paixão que nem em seus sonhos pudera imaginar que existia, e se ele fosse embora o vazio seria tão terrível que ela nunca mais recuperaria aquela sensação maravilhosa de sentir completa como se não faltasse mais nada no mundo para se sentir feliz a vida inteira. Gilbert era tudo pelo que procurara todos aqueles anos em que vivera sem saber ao certo para que rumo estava indo. Gilbert lhe dera uma direção e um sentido para seguir em frente, e agora ela corria o risco de se perder outra vez sem ele.
Por que as coisas tinham que ser tão difíceis? Por que ela e Gilbert não podiam continuar juntos e felizes como a um mês atrás? Por que ela tinha que sofrer mais uma vez pelo amor dele? Desta vez nem era culpa dele de fato, ela tinha que admitir. Fora a vida que pusera entre eles um obstáculo mais difícil ainda que todos os outros, porque agora havia uma vida em jogo e dar as costas a isso também não era certo, mesmo Anne achando i que não era justo que ela Gilbert tivessem que lidar com aquilo de maneira tão inesperada
Gilbert foi o primeiro a falar, não suportando mais o silêncio pesado entre eles:
- Anne, eu sei que está sendo difícil para você tudo isso. Eu juro, amor, que não queria que fosse dessa maneira, mas, você entende que não posso deixar de lado esse problema com a Sarah. - Anne apertou a mão dele que ainda segurava a dela e respondeu:
- Eu queria muito dizer que não entendo, e que te odeio por fazer isso com a gente, mas, eu sei o quanto ser médico significa para você, e te amo ainda mais por ser capaz de se importar tanto com alguém a ponto de colocar sua vida pessoal em segundo plano, mas isso não quer dizer que eu também não esteja brava com tudo isso. Eu não suporto a ideia se ficarmos separados. - Anne disse com os olhos marejados novamente. Gilbert a puxou para o seu colo, e disse acariciando-lhe os cabelos.
- Você é a coisa mais importante nesse mundo para mim. Não pense por um segundo que amo mais minha profissão do que amo você. Mas, nesse caso de Sarah eu preciso ajudá-la, ou não terei paz de espírito nunca mais. Eu também odeio a ideia de ficarmos separados e por isso propus que fosse comigo, mas, não quero que pense que considero seu trabalho menos importante que o meu, e que por isso deveria largar tudo e ir comigo. Foi uma insensatez da minha parte, e por isso peço que me perdoe. - Anne enlaçou o pescoço dele e respondeu:
- Eu sei, Gilbert. Me perdoe também por ficar brava. Você me pegou de surpresa e reagi da pior forma possível. Você é o amor da minha vida, e quero que saiba que te admiro demais por ser um médico tão incrível Esta é mais uma razão para te amar ainda mais. - emocionado pelas palavras de Anne, Gilbert a beijou, e todos os problemas e atritos que tinham rondado a ambos na noite do dia anterior pareciam ter desaparecido em pleno ar, e só sobrara aquele momento incrível e tão cheio de amor ao qual nenhum dos dois poderia resistir. Ela o puxou pela mão e o levou até o quarto, empurrando-o de encontro a cama. Se ia ficar sem ele por quatro meses, queria aproveitar cada segundo da presença dele enquanto podia.
Assim, que as costas de Gilbert tocarem o colchão, Anne posicionou seu corpo sobre o dele, retirando apressada o robe que vestira ao se levantar aquela manhã, e se deliciando mais uma vez com o contato de sua pele nua contra a de Gilbert. Como ainda não podia tocá-lo com suas mãos que ainda estavam enfaixadas, seus lábios fizeram todo o trabalho, levando-o a loucura com seu toque ousado, fazendo Gilbert sentir mais prazer do que já tivera na vida. Ele também quis tocá-la, pois não suportaria ter aquele corpo tão tentador sobre o seu sem que pudesse sentir o gosto da pele de Anne em sua boca. Ela era tão quente, que Gilbert sentia todo o seu corpo se derreter junto ao dela, e Deus! Como amava tocá-la dessa maneira, sem a barreira das roupas, sem nada que impedisse o seu livre acesso sobre cada curva dela, e os suspiros e gemido .que Anne deixava escapar por entre seus lábios entreabertos, serviam como combustível para o desejo e paixão dele que iam crescendo de tão maneira que estavam se tornando incontroláveis.
Anne o acompanhava a cada degrau de sua busca pelo prazer completo, e quando sentiu Gilbert encaixar seus quadris nos dela, ela sabia exatamente o que viria. Ele a fez sua e seus corpos se transformaram em chamas que os incendiavam a cada novo movimento, a cada nova escalada, como se não pudessem ter o bastante um do outro. E o.prazer chegou maior do que antes, tão imenso que foi impossível para ambos não gritar o nome um do outro no instante final em que se entregaram um ao outro sem reserva nenhuma.
- Esqueci de uma coisa. - Gilbert disse, assim que conseguiu recuperar a sua voz do momento incrível que vivera com ela.
- O que foi? - ela perguntou, afastando com carinho uma mecha suada da testa de Gilbert
- Vamos ter um jantar essa noite.
- E só agora me avisa, Sr. Blythe. - Anne fingia indignação e Gilbert olhava para ela achando-a tão gloriosa em sua nudez ali em seus braços.
- Não é nada demais. Convidei Sebastian, Mary e sua filha para jantar conosco na fazenda. Matthew e Marilla também foram convidados. - ele explicou brincando com uma mecha do cabelo ruivo de Anne.
- Nossa, isso me lembra que tenho que ir para casa, e contar para meus pais adotivos o que aconteceu comigo e Josie. – Ela tentou se levantar agitada, mas, Gilbert não permitiu prendendo-a embaixo do seu corpo.
- Por que a pressa? Temos a manhã toda pela frente. - ele disse maliciosamente e começando a tocá-la outra vez.
- Você é tão insaciável, Sr. Blythe- Anne disse já sentindo seu corpo reagir aos lábios dele na pele de seu pescoço.
- Somente quando tenho uma certa ruiva que me deixa louco toda vez que está em minha cama- Anne ia responder, mas foi silenciada por um beijo quente de Gilbert que minou toda a sua resistência, então, ela se entregou mais uma vez, desejando que o amanhã nunca chegasse e que ela e Gilbert pudessem ficar assim para sempre completamente perdidos em seu ninho de amor.
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