Capítulo 21- Tudo o que sonhei
Por favor, comentem, Beijos.
GILBERT
Gilbert estava acordado há horas, antes mesmo do sol nascer. Na verdade ele não dormira muito naquela noite, pois tinha que se certificar a todo instante que o que vivera ali entre quatro paredes e naquela cama tinha sido mesmo real e que ele não estava tendo um daqueles sonhos que costumava perturbá-lo ao longo dos anos quando algo o fazia se lembrar de Anne.
Por isso passara a noite toda acordando em pequenos intervalos para ter certeza de que ela ainda dormia tranquilamente ao seu lado. Mas ela estava mesmo ali daquela vez, ele não tinha sonhado, e quando conseguiu convencer seu coração dessa nova realidade, ele dançou feliz em seu peito, fazendo-o sorrir como um bobo apaixonado.
Ele estendeu a mão e pegou entre seus dedos uma mecha ruiva dos cabelos dela, adorando sua maciez. E como eram compridos. Chegavam até a cintura dela, e Gilbert conseguia imaginá-la dormindo a noite toda somente com eles cobrindo sua nudez como um manto, e esse pensamento fez seu corpo se acender gritando por Anne novamente. Ele continuou observando-a fascinado enquanto ela dormia, a pele branca como seda que ainda mostrava as marcas da paixão dele por ela na noite anterior, os lábios tão doces que o deixaram maluco quando ela o tocou com eles, a cintura fina que ele conseguia rodear com suas mãos, e todo o resto dela perfeito e harmonioso em todas as suas extensões.
Ele era louco por ela, ou melhor, sempre fora louco por ela, e agora depois de tê-la em seus braços duvidava que essa loucura toda passasse. Anne realmente dissera que o amava? Era tão incrível ter ouvido aquelas palavras dos lábios dela quando passara tanto tempo esperando que aquilo acontecesse. Ela lhe dera o melhor dos presentes, e Gilbert somente esperava ser tudo o que ela desejava que que ele fosse. Outro mistério para ele era como Anne conseguira se manter intocada até aquele momento, em uma época em que a liberdade feminina era tão evidente, e as mulheres lutavam para se igualar aos homens em todas áreas, principalmente na sexual, era difícil de se imaginar que no mundo no qual ela vivia, Anne nunca tivesse tido uma experiência sexual, mas ele estava imensamente feliz que ela o tivesse esperado, pois tornava o relacionamento dos dois ainda mais especial e pessoal.
Ela se mexeu durante o sono e se aconchegou mais a ele, e Gilbert pôde sentir o perfume que vinha dela, e que já tinha se espalhado pelo travesseiro, os lençóis e a coberta que protegia a pele dela contra o frio do ar condicionado. Era um aroma suave que combinava com ela e que o envolveu completamente quando fizera amor com ela, e o qual ele nunca esqueceria enquanto vivesse.
Tudo com Anne fora perfeito, e ele nunca imaginara que ela seria tão passional em sua primeira vez, também não o impedira de fazer nada que ele quisesse, e embora ele tivesse tentado ser cuidadoso, Gilbert sabia que se empolgara em alguns momentos incapaz de se controlar e o resultado estava nas marcas da pele dela. Ela o acompanhara em todos os passos de seu ato de amor, e parecia saber por instinto o que fazer quando encaixara seu corpo no dele e o fizera queimar de paixão por ela. Talvez o amor que partilhavam é que tornava aquela conexão entre eles perfeita que ele jamais tivera com outra mulher a não ser ela. Talvez ele devesse mesmo acreditar que ambos nasceram para ficarem juntos, e que os anos que passaram separados conspiraram para que tudo acontecesse daquela forma, naquele dia, naquele lugar e agora ele tinha nas mãos a joia mais rara do mundo, cuidaria para que ela fosse tratada como tal, não iria perdê-la de novo de forma alguma.
O relógio marcava seis e meia e ele resolveu se levantar. Logo teria que se arrumar para ir ao trabalho, e por isso, deveria começar a preparar o café da manhã. Ele saiu da cama se lamentando por deixar aquela mulher maravilhosa dormindo sozinha, mas, o dever o chamava, e ele sabia que ainda teriam muitos momentos como aquele pela frente. Assim que se pôs de pé, Anne se mexeu de novo na cama, resmungando algo que ele não entendeu, como se sentisse a falta dele do seu lado, mas logo se acalmou e voltou a dormir como antes, e Gilbert saiu do quarto fechando a porta atrás de si com cuidado.
Ele foi até a cozinha descalço e vestindo apenas shorts escuros, preferindo ficar sem camisa, pois a temperatura ali estava bastante agradável para isso. Ele abriu a geladeira e ficou pensando no que preparar, então, ele se lembrou que Anne adorava panqueca com mel derretido por cima quando eram adolescentes, e resolveu preparar algumas, só esperava que o paladar dela não tivesse mudado muito com o tempo.
Enquanto ele esperava que as panquecas ficassem prontas, Gilbert se recordou das vezes em que o pai de Gilbert havia preparado aquelas mesmas panquecas para ele e Anne enquanto assistiam um filme que tinham alugado no DVD e que eles saboreavam com um grande copo de leite gelado. Aquela memória também trouxe até Gilbert a lembrança da primeira vez em que percebera que sentia algo por Anne.
Ela tinha ficado na casa dele até tarde, e o pai dele John Blythe, tinha ligado para Green Gables para pedir a autorização de Marilla para que Anne dormisse na fazenda dele, pois Gilbert e ela estavam assistindo um filme que demoraria a acabar, e ficaria muito tarde para Anne ir para casa. Como Marilla dissera que não havia problema, eles terminaram de assistir ao filme, e Gilbert cedera seu quarto para Anne, enquanto ele se acomodaria na sala. Em um dado momento, ele percebeu que tinha se esquecido de pegar seu pijama no quarto. Então, ele fora até lá, batera de leve na porta, mas ninguém respondeu. Logo, ele percebeu que a porta não estava trancada, e a abriu entrando no quarto.
Anne já tinha adormecido, e como ela não havia trazido nenhuma camisola com ela, ela vestira uma camiseta de Gilbert que mal cobria suas pernas, deixando quase tudo à mostra. Ante aquela visão, Gilbert não conseguira parar de observá-la, os olhos correndo pelos cabelos espalhados pelo travesseiro até suas coxas bem torneadas. Foi a primeira vez que ele se sentira excitado por uma garota, o que o fez descer as escadas correndo e se deitar no sofá com o coração aos pulos, se sentindo terrivelmente culpado por ter desejado sua melhor amiga, que sempre fora como uma irmã para ele.
Ele não conseguira dormir à noite toda pensando em Anne e em sua culpa. Quando o dia amanheceu e ela desceu para tomar café com ele, Gilbert mal conseguia olhar para o rosto dela, e essa situação continuou por muitos dias, até que Anne perguntou se ela o ofendera de alguma maneira, pois ele não estava falando com ela como de costume. Gilbert não se lembrava que desculpa dera para o seu comportamento, apenas se recordou que não pudera dizer a ela o real motivo de seu constrangimento. E o pior de tudo foi que depois daquele dia, toda vez que Anne o abraçava ou lhe dava um beijo no rosto, Gilbert se sentia atraídos por ela, e continuou assim até o dia em que se beijaram e ele admitira para si mesmo que estava apaixonado por ela.
E assim, depois de tantos anos, parado ali na cozinha e cobrindo as panquecas com mel derretido que Anne amava, ele pensava em sua paixão juvenil por ela, e entendia que nada tinha mudado, a não ser que agora não eram mais adolescentes e sim um homem e uma mulher, e podiam se amar livremente como quisessem.
Gilbert arrumou o café da manhã em uma bandeja e levou tudo para o quarto. Anne já estava acordada quando ele abriu a porta, e ela olhou para ele com seus olhos incrivelmente azuis brilhando como estrelas como toda vez acontecia quando ela estava feliz com algo, e ele se sentiu imensamente privilegiado ao saber que era o responsável por essa felicidade.
Porém, ele notara outro detalhe interessante quando entrara. Anne ficara nervosa, e tentara se esconder debaixo da coberta que a cobria, e Gilbert ficara intrigado com esse comportamento. Será possível que ela estivesse com vergonha dele, depois de tudo o que acontecera entre eles? Ele resolveu não tocar no assunto e apenas a cumprimentara dizendo:
Bom dia, Anne.-
- Bom dia, Gilbert. Parece que esteve ocupado essa manhã- Anne dissera aquilo não olhando diretamente para ele, e Gilbert ficou ainda mais curioso com isso, mas continuou fingindo que não notara a timidez dela, enquanto lhe dizia:
- Achei que gostaria de tomar o café da manhã na cama, e parece que acertei, pois você ainda não se vestiu. – para seu espanto ela corara mais ainda e ele percebeu que não conseguiria mais continuar fingindo que não notara nada, principalmente naquele momento em que se aproximara mais e tocava seus cabelos. Ele lhe dissera se podia lhe fazer uma perguntar, e Anne assentira, embora parecera mais envergonhada ainda
- Por que está tentado se esconder de mim quando a noite passada eu vi e toquei tudo o que está embaixo dessa coberta? – Anne ficara sem palavras, nãos sabendo como responder, e apenas dissera que ele estava imaginado coisas,
- Você sabe que é verdade, senão não estaria apertando essa coberta em suas mãos como se fosse seu colete salva vivas. Você sabe que tem o corpo perfeito, e tem o sucesso de sua profissão para provar isso. E mesmo que eu tivesse encontrado qualquer imperfeição, mas não existe, eu ainda te acharia a mulher mais linda e excitante que já conheci.- as palavras dele pareceram acender algo dentro dela, pois Gilbert percebeu sua expressão mudar. Então, ela explicou exatamente o motivo de sua timidez:
- Desculpe, não quis parecer puritana demais, mas é que a noite passada foi a primeira vez que tive uma experiência assim, e agora não sei muito bem como agir. Eu sei que você deve estar achando que sou uma boba, mas o fato de ter sido com você complica um pouco as coisas. – o que poderia ser complicado? Ele pensara. Será que Anne se arrependera da noite que passaram juntos? Ele quis saber exatamente o que ela estava pensando, e ficara surpreso com as palavras dela quando Anne disse:
- Olha, não quero que me entenda mal. A noite passada foi a melhor da minha vida, e eu sempre quis que acontecesse com você, mas o fato de você me conhecer melhor do que ninguém confunde um pouco as coisas na minha cabeça. Primeiro fomos como irmãos, amigos, e por um breve período tivemos um envolvimento romântico, então, peço apenas que tenha paciência comigo, e espere que eu me acostume logo com a ideia de você me ver assim em plena luz do dia. – Meu Deus! Aquela mulher era incrível. Como alguém que tirava fotos em frente a uma câmera vestindo peças mínimas, que depois seriam expostas para todo mundo ver poderia se sentir insegura em se mostrar despida para ele à luz da manhã? Anne Shirley Cuthbert era mesmo um ser único em todo o mundo. Então, ele lhe dissera:
- Eu ainda não entendo, Anne. Como pode se sentir envergonhada com uma coisa que sempre foi tão natural entre a gente? Você se esquece que já te vi muitas vezes assim antes? Fomos várias vezes até o lago perto de Green Gables juntos, e você sempre nadava somente de roupas íntimas, então não sei qual é o problema agora. – Ela balançara a cabeça e dissera que naquele tempo ele não olhava para ela como mulher, e então Gilbert lhe confessara algo que nunca dissera antes:
- Você se engana, Anne. Eu sempre te olhei assim, você é que nunca percebeu.- suas palavras pareciam que tinham tocado algo dentro dela, pois em questão de segundos já estavam se agarrando e se tocando intensamente, Ele puxara a coberta do corpo dela, olhando com desejo para os seios que ficaram expostos, sentindo seu sangue esquentar, e quando os tocou, Anne pareceu se derreter toda em suas mãos, sem conseguir se conter ele dissera:
- Você é linda, Anne, e sempre foi perfeitamente linda para mim quando éramos adolescentes, e eu apenas podia sonhar que te tocava assim. – suas bocas se encontraram ansiosas e Gilbert enterrou as mãos nos cabelos dela, acariciando-lhe a nuca, e a cada toque Anne parecia se transformar da garota tímida de minutos atrás em uma mulher cheia de desejos por ele. As mãos dela lhe arranhando as costas fizeram com que ele sentisse seus sentidos ficarem mais alertas, e ele a deitara com cuidado sobre o travesseiro, para ter acesso melhor ao pescoço de Anne, dando-lhe pequenos beijos onde ele sabia que era o ponto fraco dela. Ficaram por alguns minutos assim nessa provocação sensual, quando Gilbert interrompeu o beijo que trocavam por falta de ar, dizendo:
- Querida, por mais que me agrade fazer amor com você essa hora da manhã, eu preciso me arrumar e ir para o trabalho. – ela concordara, e dissera que também precisava voltar para casa. Ele lhe disse que deveria tomar café primeiro e que esperava que ela gostasse do que ele preparara e ela respondeu:
- Não tem como não gostar. Você conhece até meus gostos por comida melhor do que eu mesma. E devo te confessar que não mudaram muito ao longo dos anos.- e quando ele dissera que havia lhe preparado panquecas, ela olhara para ele como se ainda fosse uma garotinha e dissera:
- Não acredito! Com mel derretido por cima? – ele concordara e Anne dissera toda feliz:
- Gil, você acaba de conquistar meu coração para sempre.- como ele gostava quando ela usava seu velho apelido, pois dava-lhe a impressão que essa intimidade que partilhavam tinha durado a vida toda. Depois disso, ela lhe pedira algo emprestado para vestir e ele respondera.ao lhe entregar uma camiseta limpa:
- Mas, vai se acostumando, pois vou quero vê-la sem isso na cama e fora dela. – Anne se ruborizara um pouco e para disfarçar dissera:
- Gilbert Blythe, você está se comportando como um maluco pervertido essa manhã.
- Por você sempre, querida.- foi o que ele respondera ao ouvir gargalhada maravilhosa que ela lhe dera e se recordando da memória do passado que tivera pela manhã.
Quem poderia imaginar que ela estaria com ele naquele quarto como sua mulher e não mais como sua irmã ou amiga? Diante desse pensamento, Gilbert se perguntou se algum dia ele fora mais feliz do que agora.
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