Capítulo 19- O que nos une
ANNE E GILBERT
Anne acabara de tomar um banho de banheira relaxante na casa de Diana e suspirou feliz. Dos luxos que tinha em Nova Iorque, o único do qual sentira falta em Green Gables fora a banheira. Ela adorava tomar banho de espuma, pois nos dias em que ficava mais estressada do trabalho, a ajudava a se sentir melhor. Vinha tentando convencer Marilla a colocar uma em Green Gables há anos, mas ela sempre dizia que era um luxo desnecessário. Bem se via que Marilla nunca tinha experimentado um banho de banheira na vida, e não sabia das maravilhas que poderia fazer ao corpo e a mente. Tentaria falar com ela novamente sobre isso em uma outra oportunidade.
Como o jantar seria no apartamento de Gilbert, ela não trouxera nada muito chique. Para aquela noite, escolhera uma calça preta que moldava seus quadris estreitos, deixando-os maiores e uma blusa champanhe sem mangas que tinha um decote bastante insinuante, mostrando boa parte de seu colo e início dos seios. Os cabelos caiam soltos sobre os ombros, nos pés calçara uma sandália preta de salto médio, pois Gilbert era um pouco mais alto que ela, e por não apreciar muito joias, ela usava apenas brincos dourados e um pingente de cristal que lhe dava um certo ar sofisticado.
Quando desceu as escadas, Diana que estava amamentando Laura na sala, olhou para ela maravilhada:
- Meus Deus, Anne. Você está de parar o trânsito. Graças a Deus que Jerry não está aqui, ou eu teria sérios problemas.
- Não seja boba, Diana. O Jerry só tem olhos para você. Ele e eu somos como irmão, ele jamais olhou ou olharia para mim desse jeito. – Anne protestou.
- Tenho até pena de Gilbert. Ele não conseguirá resistir a tanta beleza essa noite. Você pode vestir a roupa mais simples que existe, mas nunca vai conseguir disfarçar esse seu porte de modelo.
- Não exagere. Acha mesmo que ele vai gostar? – Anne perguntou alisando uma ruga imaginária em sua blusa.
- Gostar? Ele vai cair literalmente aos seus pés. – Diana disse toda dramática e Anne riu da expressão da amiga.
- Está bem. Você me convenceu.- de repente seu celular fez um barulho de mensagem chegando e ela viu que seu táxi acabara de estacionar na frente da casa de Diana. –Bem, está na hora de ir, me deseje sorte.
- Boa sorte, querida. E vê se conquista de vez o seu homem. – Diana disse bem humorada.
- Vou fazer o meu melhor. – Anne disse também rindo.
Ela entrou no táxi e ficou olhando para a paisagem lá fora, tentando acalmar sua ansiedade crescente que a fazia passar as mãos pelos cabelos vezes seguidas. "Não seja ridícula, Anne. É só um jantar", mas mesmo assim não conseguia se sentir tranquila. Foi somente quando apertou a campainha do apartamento de Gilbert, e o viu abrir a porta para ela é que começou a se sentir mais calma. O olhar que ele lhe lançou a fez corar imediatamente, e ele parecia não acreditar que ela estava ali na sua frente.
- Puxa, Anne. Você está incrível. Aliás você é incrível. – Gilbert disse com o olhar fixo nos dela enquanto levava a mão de Anne aos lábios, e depositava em sua palma um beijo carinhoso.
- Quando foi que você se tornou tão galanteador? Não me lembro desse seu lado quando erámos adolescentes e trocávamos beijos ocasionais. – Anne disse divertida,
- Eu era um adolescente idiota que não sabia como tratar uma garota. – Gilbert respondeu.
- Mas sabia muito bem como beijar uma. – Anne disse provocante.
- Quer dizer que gostava dos meus beijos? – Gilbert disse enlaçando-a pela cintura.
- Bem isso você terá que descobrir sozinho. – ela continuou rindo.
- Posso começar agora mesmo? – ele se inclinou e seus rostos ficaram muito próximos.
- Acho que prefiro deixar para mais tarde. Quero ver se você se tornou um cozinheiro melhor do que quando tinha quinze anos, e não sabia nem fritar um ovo.- ela disse se afastando dele e se sentando no sofá da sala.
- Há muita coisa que não sabe ao meu respeito, querida. Até o final da noite você verá que meus gostos ficaram muito mais refinados.
- Isso se aplica a garotas? - Anne não acreditou que dissera aquilo.
- Não, continuo apaixonado pela mesma ruivinha irritante desde os meus onze anos. – Anne sentiu os olhos de Gilbert acariciá-la de forma envolvente e ela começou a sentir calor, mesmo com o ar condicionado ligado.
- O que queria me contar? - ela perguntou mudando de assunto, querendo escapar do clima sensual que tinha se instalado ali na sala.
- Vamos jantar, e eu te conto. – Gilbert disse. puxando-a pela mão e levando-a até a cozinha.
Ela se sentou à mesa, e ele serviu peixe regado a vinho branco, salada verde para acompanhar e bolinhos de arroz. Enquanto comiam a deliciosa refeição, Gilbert começou a contar para Anne a conversa que tivera com Sarah.
- A Sarah apareceu ontem aqui em casa e conversamos.- Anne parou de comer surpresa e perguntou:
- Como ela reagiu?
- Melhor do que eu esperava para falar a verdade. Pensei que teríamos uma cena, mas ela aceitou bem tudo o que eu disse para ela.- ele disse tomando um copo de vinho.
- Eu presumo que ela deva ter ficado magoada. – Annne perguntou com cuidado.
- Ela ficou sim. Também me disse que iria pedir transferência para outro hospital, pois não se sentiria bem me vendo feliz com outra mulher.- ele olhou fixamente para ela.
- Isso é normal, diante das circunstâncias-. Anne comentou cortando mais um pedaço de peixe do seu prato.
- Sarah é uma boa pessoa, não queria magoá-la. – Gilbert disse se lamentando.
- Ela sabe que sou eu?
- Sabe. Na verdade, ela me disse que tinha percebido nossos olhares, mas ela não sabia que você era a garota da minha adolescência por quem me apaixonei. – ele disse tocando a mão dela por cima da mesa.
- Deve ter sido duro falar para ela todas essas coisas.
- Foi sim, mas pelo menos agora me sinto aliviado. Não tenho mais aquele aperto no meu estômago que me lembrava a toda hora que não estava sendo honesto com Sarah. Lamento apenas ter perdido a amizade dela.- Gilbert lhe sorriu tristemente
- Você não poderia querer que ela ainda desejasse ser sua amiga depois de tudo isso. Você sabe como são essas coisas. Às vezes o que sobra é só ressentimento.- Anne disse pensando em si mesma e seu comportamento no passado.
- Não acho que ela tenha ficado ressentida, Pelo menos não percebi nenhum tipo de ressentimento em seu rosto. Ela ficou magoada, me disse que ia ser difícil me perdoar, mas que desejava que eu fosse feliz, e que não culpava você pelo que estava acontecendo. – Anne ficou surpresa ao ouvir aquilo e disse:
- Eu não sei se seria tão compreensiva quanto Sarah. Acho que se alguém me dissesse que estava me largando por amar outra mulher durante anos, eu não sei o que faria. É difícil de acreditar que alguém seja assim tão nobre.
- Sarah sempre foi muito adulta em relação as coisas que aconteciam em sua vida. Nunca a vi perder a calma, ou ficar nervosa à toa. Talvez, por isso ela seja tão boa enfermeira. Creio que nenhuma outra profissão seria mais adequada para ela que essa.- Gilbert disse antes de tomar mais um gole de vinho.
- Como você a conheceu Gilbert? - Anne perguntou interessada em saber um pouco mais sobre a relação de Gilbert e Sarah.
- Eu te contei que a conheci na faculdade. Alguns amigos nos apresentaram. Naquela época eu passava mais tempo estudando do que fazendo qualquer outra coisa, e um dia Paul, um dos meus amigos insistiu para que eu fosse com eles a uma lanchonete, concordei mais para que ele parasse de me amolar do que por vontade de ir com eles. Sarah foi uma grata surpresa naquela noite, ela me fez rir como há muito tempo eu não ria, e me fez sentir-jovem outra vez esquecendo-me das preocupações momentaneamente. Depois disso, passamos a nos encontrar com frequência e logo começamos a namorar. Tive bons anos do lado dela, embora não possa dizer que realmente tenha me apaixonado por ela. – Ele concluiu.
- E vocês tinham muito planos para o futuro? - Anne se serviu da sobremesa gelada que Gilbert acabara de lhe servir, e ficou saboreando-a enquanto ele lhe contava mais um pouco sobre sua relação com Sarah.
- Fizemos alguns planos, mas nada a longo prazo. Acho que sempre vi Sarah como uma amiga especial, e não como uma namorada. Ela às vezes me falava sobre casamento, mas eu nunca levei muito a sério. Porque só exista uma pessoa com quem eu quis me casar. – ele olhou para Anne e ela corou ao perceber que ele falava dela.- Bem, Anne, o mais importante de tudo isso é que estou livre para você como eu disse que faria. E como isso nos deixa? - o olhar dele era intenso, e Anne se sentiu tão conectada à Gilbert como nunca estivera antes. Ela apertou as mãos dele e perguntou:
- O que você quer que sejamos daqui para frente?
- Espere um minuto. – ele se levantou, saiu da cozinha e voltou logo em seguida dizendo:
- Deixe me fazer isso direito. – ele tirou uma caixinha do bolso, abriu-a e de dentro tirou um anel delicado, enquanto Anne o observava emocionada. – Quer namorar comigo, Anne? - ele sorriu em expectativa.
- Quero. – ela sorriu- lhe de volta. Ele colocou o anel no dedo dela e beijou a mão dela com carinho depois a puxou para seus braços e beijou-a nos lábios delicadamente. Anne se sentia tão feliz que quase não podia acreditar que seu sonho de adolescência tinha se tornado realidade. Gilbert Blythe era finalmente seu namorado, e ela tivera que esperar sete anos por aquilo, mas valera a pena cada segundo, porque agora o tinha para si.
Eles tiraram a mesa, e Anne fez questão de lavar a louça enquanto Gilbert cuidava de outros afazeres. De repente, ele se virou e ficou olhando-a de costas, pensando em quantas vezes sonhara com ela assim, ali em sua casa, compartilhando momentos assim tão íntimos e tão familiares. Ele tinha ido mais longe e imaginara que eram casados e viviam em Charlotte town. Todos os dias depois do trabalho, fariam o jantar, lavariam a louça como agora e depois assistiriam um filme abraçados no sofá. Em seguida, iriam para o quarto, fariam amor demoradamente e dormiriam nos braços um do outro a noite toda.
Eram apenas sonhos que ele julgara que jamais seriam realizados, mas que agora começavam a se tornar possíveis, começando por aquela mulher linda ali na sua cozinha, lavando a louça do jantar. Ele se aproximou dela e abraçou pela cintura, depositando pequenos beijos em seu pescoço. Anne parou o que estava fazendo, para se encostar nele e fechar os olhos para sentir melhor as sensações que ele lhe provocava somente com aquele toque sutil.
- Gilbert. Me deixe terminar o que estou fazendo, depois a gente namora. – ela pediu baixinho.
- Por que não agora? - ela disse acariciando os cabelos da nuca dela.
- Porque quero terminar essa tarefa, está bem? – ela virou a cabeça para trás e deu um selinho em Gilbert.
- Está bem. – ele a ajudou a secar e guardar a louça, e depois foram para a varanda, se sentando nas cadeiras de descanso de mãos dadas observando as estrelas,
- Consegue ver Vênus daqui? – Anne perguntou, procurando pela sua estrela favorita no céu.
- Está lá – Gilbert apontou para o local exato onde estava a estrela.
- Nossa, como ela parece mil vezes maior e mais linda no céu de Avanloe do que no céu de Nova Iorque.
- Sabe, depois que você foi embora, eu costumava me sentar exatamente aqui todas as noites e ficar olhando para ela. Depois, eu fechava os meus olhos e fazia um pedido.
- E qual era o seu pedido?
- Que você voltasse para mim.- aqueles olhos castanhos nos dela a faziam se sentir tão atraída por eles como se um imã a puxasse em direção a Gilbert.. Ela segurou na mão dele e disse:
- Eu estou aqui agora, Gilbert. Eu voltei para você. – eles continuaram se olhando como que hipnotizados. Gilbert então a puxou pela mão e a levou até o seu quarto. No momento em que a porta se fechou arás deles, ele a tomou nos braços, colando seus lábios nos dela e beijando-a como se fosse a primeira vez. Anne correspondeu da mesma forma, louca para prolongar aquele contato que a fazia se sentir tão fora de si.
Gilbert desceu as mãos até a barra da blusa de Anne, subindo seus braços para cima e retirando-a com um movimento rápido, observando encantado a pele clara brilhar na escuridão do quarto iluminado apenas pela luz da lua. Sem tirar os olhos dos dela ele levou suas mãos até a calça que ela usava, abriu o zíper e desceu-a devagar junto com a calcinha de seda azul, enquanto suas mãos acariciavam cada pedaço de pele que encontravam pelo caminho, fazendo Anne fechar os olhos com a respiração presa na garganta, sentindo os arrepios tomar conta dela da cabeça aos pés. Em seguida, ela sentiu as mãos de Gilbert abrir o fecho do sutiã, libertando seus seios que de tão pequenos cabiam perfeitamente nas mãos de Gilbert. Ele se afastou um instante para olhá-la e disse com o rosto transtornado pelo desejo:
- Como você é linda. – seus lábios capturaram os dela novamente, e ele fez com que ela colocasse as pernas em volta da cintura dele, e a levou para cama, enquanto Anne sentia a excitação dele crescer abaixo de seus quadris. Ela ficou observando sem conseguir desviar os olhos dele, ao mesmo tempo em que Gilbert se livrava da camiseta e das calças, ficando completamente nu diante dela. fazendo com que Anne respirasses mais rápido e irregularmente.
Como Gilbert era lindo, ela pensou. Todo os seus músculos nos lugares certos, o rosto esculpido a perfeição, a boca incrivelmente sexy, e aqueles olhos que a derretiam por dentro. Deus! Como queria tocá-lo, precisava tocá-lo ou morreria de tanto desejo. Gilbert se aproximou e Anne estendeu a mão, seus dedos delicados e de unhas curtas descendo pelo peito dele, indo em direção ao abdômen e descendo mais um pouco. Quando viu Gilbert fechar os olhos e gemer baixinho, ela sentiu uma satisfação incrível ao ver o que seu toque causava nele, então ela usou os lábios e fez o mesmo caminho que as mãos tinham percorrido, e Gilbert gemeu mais alto apertando os cabelos da nuca dela com mais força, Logo, Gilbert deitou sobre ela na cama, completamente excitado pelo toque dela e pelo calor da pele de Anne que fazia com que seus batimentos cardíacos triplicassem em velocidade. Ele fez Anne gemer embaixo de seus lábios percorrendo o corpo dela com paixão e desejo nunca antes sentidos, e quando Gilbert a tocou mais intimamente, Anne achou que fosse desintegrar ao toque dele, sua pele queimava, seu corpo o desejava tanto que Anne podia sentir seu ventre se contrair esperando pela satisfação total dos seus sentidos.
Logo, Anne sentiu que estava pronta e se abriu para Gilbert como uma flor ao sol, e.quando ele a possuiu com toda paixão que havia em seu sangue, Anne olhou para ele, seu corpo trêmulo que mal sustentava o peso de suas pernas, ela disse com seus olhos quase cintilantes pelo desejo que tomava conta de cada fibra de seu ser:
- Eu te amo, Gilbert Blythe. – e o sorriso que Gilbert lhe deu ao ouvir as palavras que tanto desejara escutar era tão brilhante que parecia iluminar o mundo inteiro com sua luz. Então, cavalgaram juntos por uma estrada colorida, onde uma primavera inteira de sensações os envolveu de vez. E foi assim que Anne se tornou mulher nos braços do único homem que sempre amara e que a tornara sua da maneira mais linda e delicada do mundo. Quando ela abriu os olhos sonolentos e pesados pela experiência incrível que compartilhara com Gilbert, ele lhe acariciou os rostos com doçura e disse:
- Durma, meu amor. Amanhã será um novo e maravilhoso dia para nós dois.
Ela fechou os olhos sentindo os braços dele rodearem sua cintura e quando ouviu Gilbert falar baixinho em seu ouvido :"eu te amo, Anne", ela adormeceu feliz pensando que estava sonhando..
-
Olá. Eu particularmente gostei este capítulo. Por favor compartilhem suas opiniões comigo. Beijos.
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