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Capítulo 113- O perdão é a cura da alma

ANNE

O barulho do riso de Gilbert com os bebês do lado de fora da casa fez Anne ir até a janela e sorrir.  Ele parecia tão relaxado depois daquelas curtas férias em Avonlea.  As linhas de tensão em volta dos olhos dele  que sempre detonavam sua preocupação constante  com seus pacientes,  e com suas obrigações diárias tinham desaparecido totalmente, o que mostrava a Anne como a vida de seu marido uma cidade grande era extremamente estressante.

Do fundo do seu coração, ela sabia que Gilbert sempre fora e sempre seria um rapaz do interior. Ela tinha quase certeza de que ele seria mais feliz trabalhando em um hospital pequeno, do que exercendo sua profissão dentro de um dos melhores hospitais de Nova Iorque.

Ele abdicara de sua vida no lugar onde nascera por ela, e Anne conseguia enxergar isso muito bem, embora no passado tivesse sido egoísta demais para perceber que Gilbert sempre dera tudo de si para que ela fosse feliz. Agora ela entendia a sua imaturidade da época e de quantas vezes Gilbert havia lhe dito que em muitas situações ela agia  como uma garotinha mimada, e ela se revoltara, sem querer admitir que ele tinha razão.

Anne precisara passar por muitas situações complicadas para amadurecer. Fora um processo doloroso,  mas necessário, porque se não fosse pelos inúmeros tombos que sofrera,  ela jamais teria apreciado seu marido como devia. Gilbert era um homem maravilhoso, um pai dedicado, um médico brilhante, e um amante fantástico. Tantos anos tinham se passado entre eles, e ela se sentia da mesma maneira que se sentira aos catorze anos quando trocaram o primeiro beijo. Seu amor por Gilbert duraria uma vida inteira  e não se arrependia de nada que tinham vivido juntos.

Olhando para ele brincando lá fora com os bebês, ela se perguntava como fora merecedora de tamanho presente? Ela o magoara  tantas vezes com suas inseguranças,  com seu ciúme exagerado e com sua teimosia. Ainda assim, Gilbert não desistira dela e lhe provara que o amor que ele sentia era maior do que ela pensara. Por essa razão, se sentia envergonhada pelas coisas que dissera a ele, e como o tratara mal em tantos momentos,  mas talvez esse processo de reconhecer os passos errados que dera em seu relacionamento era o que precisava para se tornar a mulher que queria ser.

O seu celular sinalizou uma mensagem recente, e quando a verificou, Anne viu que era de Diana. Elas tinham combinado de passarem o dia juntas com Josie  e Ruby, e ela queria confirmar se realmente Anne iria. Naqueles dias em que passara na fazenda, Anne bem pouco tinha visto as amigas, e como iria embora em dois dias, ela queria dedicar pelo menos algumas horas à elas que sempre estiveram em sua vida apesar da distância. 

Ela confirmou sua presença,  e quando ia desligar o telefone, viu uma mensagem de Bertha. Sua mãe biológica tinha voltado para casa um pouco antes do planejado, pois seria aniversário do marido dela no próximo fim de semana, e queria organizar uma pequena festa para ele.

Sua convivência com Bertha tinha melhorado nos dias em que ela passara em Avonlea.  Embora não pudesse dizer que tinham se acertado definitivamente, elas passaram a conversar mais e passar mais tempo juntas. Sem querer admitir que Bertha era uma excelente companhia, Anne não podia negar que sua mãe biológica também era bastante culta e inteligente, e tão parecida com ela fisicamente. Ainda assim, a ruivinha tentava manter uma barreira gigantesca entre elas, pois Anne tinha medo que seu coração se partisse de novo como acontecera quando era ainda uma garotinha inocente. 

Apesar de seu amadurecimento interior, Anne ainda tinha dificuldades de baixar a guarda e deixar Bertha entrar de vez em seu coração,  especialmente porque ela não estaria por muito tempo nesse mundo, e Anne não queria passar pela dor da perda como acontecera com Gilbert em relação à Sarah, por isso, ela muitas vezes desejara que Bertha nunca tivesse reaparecido em sua vida, pois a suas dores ainda não estavam todas cicatrizadas, e ela não desejava acrescentar nenhuma nova a sua atual condição. Demorara tanto para sentir aquela paz dentro de si, aquela plenitude de finalmente saber o seu lugar, e não queria se perder novamente em sua própria desilusão e culpa.

-Aconteceu alguma coisa, Anne? Você está franzindo a testa  como se algo te preocupasse - ela levantou o olhar ao som da voz de seu marido, e respondeu:

-Estou apenas analisando o conteúdo de uma mensagem.

-Más notícias? - Gilbert indagou, se aproximando dela.

-Não. É apenas Bertha nos convidando para o aniversário do marido dela nesse fim de semana.- Anne respondeu, sentindo-se um pouco estranha com aquele convite inesperado.

-E você está pensando em  não ir. - Gilbert disse, circulando a cintura dela com os dois braços.

-Ainda não sei. É um pouco complicado para mim.- ela disse baixando o olhar, mas Gilbert segurou no queixo dela com delicadeza e o levantou  antes de perguntar:

-Por que? Achei que estava se sentindo mais confortável com a presença de Bertha depois de passar tantos dias com ela.

-Sim, mas não ao ponto de ir até a casa dela para uma reunião familiar íntima. - Anne respondeu, sentindo uma sensação desconfortável no peito.

-Está preocupada em conhecer os filhos adotivos de Bertha?- Anne olhou para Gilbert impressionada por ele descrever o que ela estava sentindo mesmo antes dela descobrir. Encontrar os filhos adotivos de Bertha era se lembrar de sua mágoa passada quando deduzira que ela a tinha  trocado por uma outra vida, e com outra família. Ainda machucava, por mais que tentasse entender as razões de Bertha. A garotinha abandonada ainda estava dentro dela e não a deixava esquecer daquele fato nunca.

-Eu não sei se estou preparada para isso. - Anne admitiu, e Gilbert a abraçou, trazendo a cabeça dela para seu peito.

-Não precisa fazer isso se não quiser, querida.  Eu vou apoiar você no que decidir. - Gilbert disse, beijando-a no topo da cabeça.

-Obrigada, seu apoio é tudo o que eu preciso.- Anne disse, tocando o rosto dele com carinho, e logo em seguida grudou seus lábios em um beijo apaixonado, porque ela precisava do gosto dele em sua boca e do toque do marido em sua cintura naquele instante. Ela amava aquele contato com ele, aquela sensação de cuidado, de amor e de cumplicidade.

Logo ela sentiu Gilbert empurrá-la em direção a cama, mas impediu a ação do marido e disse:

-Não posso, amor. Eu marquei de sair com as minhas amigas.

-Você não pode se atrasar só um pouquinho? - ele perguntou, subindo as mãos pelas costas dela, levando os lábios ao pescoço de Anne.

-Não. - Anne disse,  quase se arrependendo de ter marcado com Diana tão cedo. Perder uma manhã na cama com seu marido era a última coisa que faria se estivessem em Nova Iorque. Ela adorava fazer amor com ele, principalmente agora que seu corpo estava funcionando perfeitamente, e ela se sentia tão cheia de vida, entretanto,  suas amigas também eram importantes e demorariam meses até que pudessem estar juntas novamente. 

-Odeio que se afaste de mim. - Gilbert disse, brincando com o lóbulo da orelha dela, fazendo o corpo dela reagir de forma intensa. Era sempre assim entre os dois, quente, sensual e excitante.

-Eu prometi a Diana que iria. - Anne explicou, abraçando-o pelo pescoço, enquanto se olhavam nos olhos.

-Está bem. Vou sentir sua falta, mas entendo que precisa também estar com suas amigas.- ele a beijou na ponta do nariz.

-Prometo que vou tentar voltar o quanto antes. Também não quero ficar longe de você.  Em Nova Iorque, nossa vida é  tão estressante e sei que faz de tudo para que nada atrapalhe nossa intimidade. Mas aqui eu sinto que você é meu por inteiro e não tenho que dividi-lo com o trabalho.- ela confessou sem desviar seus olhos dos dele.

-Ainda sente ciúme da Medicina? - Gilbert perguntou,  arqueando a sobrancelha direita surpreso com aquela informação. 

-Não.  Eu sei que seu trabalho é importante, meu amor. É só uma constatação de que a Medicina sempre será o terceiro elemento de nossa relação. - ela disse sorrindo. 

-Você e os bebês são as coisas mais importantes da minha vida, Anne. E estão acima do meu trabalho ou qualquer outra coisa. - Gilbert disse traçando a linha do rosto dela com o indicador.

-Eu sei, não duvido mais disso. Eu admito que fui injusta com você no começo do nosso relacionamento, e não devia ter usado sua vocação contra você. Naquela época eu não conseguia enxergar que ser médico faz parte de quem você é, e te amar implica também amar sua profissão. Sou muito feliz com você, querido. Quero que saiba disso. E também sinto um imenso orgulho por tudo que construiu com o seu dom. - ela disse  tudo  aquilo sentindo cada palavra. Sua admiração e amor por Gilbert transcendia qualquer outra prioridade sua. Talvez o colocasse em um pedestal, mas o ser maravilhoso que ele era não merecia menos do que isso.

-Você me deixa tão feliz com suas palavras.  Tudo o que eu quis até hoje foi te fazer feliz,  e saber que está realizada com tudo o que estamos criando juntos é o meu maior prêmio,  minha querida. Eu não preciso nada mais além disso.

-Eu amo você mais do que amo a mim mesma. Obrigada por nunca desistir de mim. - Anne disse, beijando Gilbert no rosto.

-Eu nunca desistirei de você, Anne. Eu também te amo mais do que qualquer coisa. Nunca se esqueça disso. - Gilbert respondeu, e ia beijá-la de novo,  mas o celular dela sinalizou a mensagem que Diana que acabara de chegar e Anne  disse:

-Preciso ir. A gente se vê mais tarde.- ela disse, dando um selinho no marido. 

Em seguida, ela passou pelo quarto dos bebês que dormiam profundamente, deixou um beijo suave na testa de cada um, e foi se juntar às amigas que a esperavam do lado de fora bastante animadas para o dia que teriam juntas.

Diana as levou para um clube familiar que havia aberto suas portas fazia um mês.  O proprietário era um magnata de Washington que resolveu investir sua fortuna naquele tipo de empreendimento ao constatar que naquela região não havia um lugar como aquele para o lazer das famílias que viviam por ali, e com uma cartada acertada, ele estava lucrando rios de dinheiro com seu ótimo tino comercial para os negócios.

O lugar tinha praticamente tudo. Era acessível ao público  e atraia não só pessoas de Avonlea como também de toda a região. Por isso, vivia lotado de segunda a segunda, e com menos gente de manhã,  por isso, Diana havia escolhido aquele horário para trazer as amigas até ali. 

Sentadas em uma mesa perto da piscina, e com cada uma saboreando sua bebida favorita, Ruby começou a contar sobre seus planos para o casamento com Moody que estava se aproximando, e se lembrando que Josie estava em um sério envolvimento com Francesco, Anne perguntou:

-E você e Francesco? Não pensam em se casar?

-Sim. Mas eu pedi que ele esperasse mais um pouco. Não quero apressar as coisas. Você sabe meu histórico com homens. - Josie respondeu, fazendo Anne se lembrar do primeiro casamento da amiga, e o quanto ela sofrera com ele.

-Francesco é um bom homem, Josie.  Nem de longe ele tem qualquer semelhança com seu ex marido.  Se vocês dois se amam, não vejo motivos para que você adie o que tanto deseja, ou será que estou enganada e você não está tão apaixonada assim?- Anne perguntou, bebendo sua tequila devagar.

-Eu sei que ele é um homem extraordinário, mas ainda assim, preciso de mais tempo para me livrar de toda minha insegurança. - Anne imediatamente entendeu a vulnerabilidade de Josie.  Não era assim que se sentira boa parte de sua vida? Insegura e vulnerável? Nem toda a fama e  dinheiro que ganhara com sua carreira de sucesso conseguiram tirá-la daquele processo corrosivo. Tivera que confrontar a si mesma muitas vezes para entender que poderia se fortalecer pouco a pouco, desde que desse um passo de cada vez. Gilbert a tinha salvado tantas vezes de se auto sabotar que ela se apoiara demais no amor dele para conseguir seguir em frente. Ela era a mulher que se tornara, porque seu marido lhe mostrara que ela podia andar com as próprias pernas,  e lhe provara  que sempre estaria lá para fazê-la entender  o quão forte ela era.

-E você,  Anne? Tem algo a nos contar de Nova  Iorque? Desde que chegamos aqui não ouvi você falar nada sobre como anda sua vida com Gilbert e os bebês. - Diana disse, enquanto Anne a encarava, e pensava se teria coragem de contar como fora sua vida nos últimos meses  antes e pós recuperação do tiro que levara. No entanto, ela sentiu que estava na hora de dividir  aquele fardo pesado com as amigas, principalmente com Diana de quem nunca escondera nada.

-Eu tenho sim, mas estou tomando coragem para fazê-lo. - ela respondeu colocando o copo quase vazio de tequila sobre a mesa.

-Por que? -Ruby perguntou intrigada com a afirmação da amiga  

-Não é uma história bonita de se contar. Mas vocês  já  vão saber de tudo. - Anne respondeu,  tomando o último gole de sua tequila.

E assim ela começou sua narrativa, falando do problema que tivera com Gilbert e  com outra mulher. A separação de ambos, o sofrimento pelo qual passara até que se acertaram de novo. Depois ela relatou sobre a perseguição de Peter, o tiro que levara para proteger Gilbert, os meses de paralisia que temera nunca mais voltar a andar. Sua dolorosa recuperação,  o reaparecimento de sua mãe biológica, a doença dela e como estavam as coisas entre elas desde então. Ao fim de toda a história,  ela se espantou por não ter derramado uma lágrima sequer. Tudo o que sentia era uma calma maravilhosa, e um alívio imenso por finalmente ter colocado toda aquela carga negativa para fora.

-Meu Deus, Anne. Por que não ligou para a gente? Nós podíamos ter estado lá com você. Não era necessário que passasse por tudo isso sozinha. - Diana disse, apertando forte a mão da amiga.

-Eu não estava sozinha.  Gilbert estava lá e meus bebês. Eles são a única razão de eu ter aguentado tudo até o fim. - ela confessou.- E eu não queria que ninguém sentisse pena de mim, e também não desejava que Matthew e Marilla soubessem. 

-Fique tranquila. Nós nunca vamos contar a eles.- Josie disse,  abraçando Anne.

-Obrigada  - Anne agradeceu, beijando Josie no rosto.

-Só nos prometa que nunca mais vai esconder algo de nós.  Somos suas amigas, e sempre estaremos do seu lado para o que der e vier.- Diana pediu,  passando o braço pelo ombro da amiga. Ruby também fez o mesmo e Anne respondeu:

-Eu prometo.

E assim ficaram em silêncio por alguns minutos, dando a ruivinha todo o apoio que não puderam lhe dar em meses de sofrimento.  Deste modo,  Anne percebeu que não importava as circunstâncias e a distância,  ela sempre encontraria em suas velhas e verdadeiras amigas o porto seguro para suas decepções e fragilidades da vida.

GILBERT 
Caminhando por suas terras, Gilbert sentia o amor fervilhando em suas veias.  Como ele era apaixonado por aquela imensa faixa verde que via à sua frente, onde abrangia milhares de acres que pertenciam a família Blythe a anos.

Apesar da vida totalmente cosmopolita que levava em Nova Iorque, sua alma continuava naquele lugar onde a simplicidade do campo sempre iria com ele. Havia tanta liberdade no vento que bagunçava seus cabelos, tanta beleza nos raios de sol que beijavam sua plantação toda manhã, e uma alegria genuína nos pássaros que com seu canto suave o despertavam todos os dias. 

Ele fora para Nova Iorque por Anne, e não se arrependia de nada que fizera por ela, mas Gilbert tinha esperanças de voltar algum dia a fixar suas raízes no único lugar onde conseguia encontrar permanentemente a essência de seu pai. Talvez em um futuro próximo, quando os  bebês estivessem maiores, e Anne tivesse mudado seu foco da carreira de modelo para outra área de interesse, ele pudesse finalmente voltar ao lugar onde sempre pertenceria. Anne mesma tinha lhe dito que um dia desejaria voltar a residir em Avonlea.  Somente não havia lhe dado uma data específica, entretanto Gilbert estava disposto a esperar o tempo que fosse necessário,  e sabia que isso poderia demorar, já que Anne era ainda muito jovem e tinha anos de carreira pela frente.

Ele jamais podaria os sonhos dela apenas por um desejo dele. Gilbert sempre colocaria a felicidade de Anne em primeiro lugar, e por ela continuaria em Nova Iorque pelo tempo que precisasse. Sua fazenda sempre estaria no mesmo lugar esperando por eles.

-Se exercitando, Blythe? - Sebastian perguntou ao ver Gilbert andando a pé pela propriedade.

-De certa forma. Eu queria dar uma olhada na fazenda antes de voltar para a selva de pedra que é Nova Iorque.- ele disse em tom de brincadeira. 

-Não teria sido mais fácil se tivesse utilizado um cavalo para isso?- Sebastian perguntou, enquanto ajeitava o chapéu na cabeça. 

-Eu gosto de andar por aí assim como meu pai também gostava. Somos filhos da terra. - Gilbert afirmou, fazendo Sebastian rir.

-E a Anne? Não quis vir com você?- O rapaz perguntou,  descendo do cavalo que estava conduzindo para caminhar ao lado de Gilbert.

-Ela saiu com as amigas. Vai passar o dia fora.- Gilbert explicou.

-Que coincidência.  Mary também saiu. Foi visitar uma prima dela que mora aqui perto. Estou por minha conta hoje, já  que Delfina foi com ela.

-Podemos almoçar juntos então.Faz tempo que não temos uma boa conversa sobre a fazenda.- Gilbert disse com animação. 

-Ótima ideia.  Quando vocês voltam para Nova Iorque?

-Depois de amanhã.  - Gilbert respondeu, enxugando algumas gotas de suor que começavam a se formar na sua testa. 

-Está com saudades do trabalho?

-Sim, mas não estou com saudade da cidade grande. Faz algum tempo que vivo em Nova Iorque,  mas nunca consegui criar os mesmos laços com aquela cidade que os que tenho aqui. - Gilbert explicou. 

-Então, por que não volta a morar aqui? Tenho certeza que o hospital de Charlottetown te receberia de braços abertos.- Sebastian sugeriu.

-Sim, mas Anne também tem o trabalho dela, e não posso pedir que abra mão dele agora. Creio que daqui a alguns anos eu possa discutir isso com ela, mas não nesse momento em que ela voltou a ficar ativa.  Não posso tirar isso dela de forma nenhuma. 

-Você sempre a amou dessa maneira, não é? Eu não me lembro se ouvi-lo falar de outra garota assim antes de Anne voltar a Avonlea. - Sebastian disse, parando alguns minutos para dar água ao seu cavalo.

-É porque em toda minha vida nunca amei outra pessoa. A primeira vez que vi Anne, ela tinha nove anos e eu onze, e soube naquele instante que ela era a única para mim. E aqui estamos nós casados e com dois filhos. Eu não ouso desejar mais nada além dessa felicidade que ela me dá todos os dias.- Gilbert disse sorrindo, ao pensar em sua bela esposa. Ela era tão incrível que às vezes ele tinha medo que ela lhe escapasse por entre os dedos, 

-E como ela tem saído com a mãe biológica dela? Mary me disse que Anne não tinha aceitado a chegada dela muito bem

-Está um pouco melhor. No início foi difícil para que ela deixasse a mágoa de lado e desse uma chance para que Bertha se explicasse. Mas como você deve saber, a mãe de Anne está muito doente, e apesar de todo o tratamento pelo qual tem passado, ela não tem muito tempo de vida. Acho que esse fato fez Anne repensar seu comportamento anterior. Não digo que ela perdoou Bertha totalmente, mas parece não se importar tanto com o fato em tê-la por perto como antes, o que  já é um grande avanço. - Gilbert relatou, desejando que Anne tivesse tempo de tirar aquela mágoa do coração antes que Bertha partisse, o que faria um bem enorme à  ambas.

-Deve ser difícil para ela superar anos de abandono.- Sebastian ponderou.

-É difícil para as duas. Bertha teve suas razões,  embora eu não esteja justificando sua conduta com Anne. Mas toda história tem dois lados, e penso que se Anne deixasse um pouco a cautela de lado, elas poderiam se entender.

-Talvez isso ainda aconteça. - Sebastian disse, tentando animá-lo.

-Eu realmente espero que sim. - Gilbert confirmou com um sorriso.

-Que acha de irmos para casa e fazermos nosso almoço. - Sebastian sugeriu 

-Ótima ideia. Gilbert concordou. 

Horas mais tarde ele estava em seu quarto lendo um livro quando recebeu uma mensagem de Anne dizendo que talvez se atrasasse. Gilbert respondeu, dizendo que ela não devia se preocupar, e que se divertisse, pois  ele cuidaria dos bebês até ela chegar.

Assim ao entardecer, ele deu banho em Sarah e John, preparou a mamadeira de ambos com o leite materno de Anne que ela guardara na geladeira para ser usado quando necessário e logo em seguida os colocou para dormir.  Após verificar que ambos tinham adormecido, ele tomou banho, fez para si mesmo um sanduíche, pois não via sentido em preparar o jantar apenas para si mesmo, e foi para o quarto esperar por Anne.

Entretanto, conforme as horas foram passando e a companhia do seu livro de cabeceira começou a pesar, ele tentou com todas as forças manter os olhos abertos, mas acabou vencido pelo sono e adormeceu antes que pudesse ver os olhos azuis de sua linda esposa cheios de amor por ele.
 
ANNE E GILBERT 

Anne abriu a porta de entrada vagarosamente e percebeu o silêncio que reinava no ambiente. Seguindo seus instintos, ela imaginou que Gilbert deveria estar no quarto de ambos, e por isso subiu as escadas devagar, e logo alcançou o corredor que levava até lá.

Contudo,  antes de chegar ao quarto que dividia com Gilbert, ela passou pelo dos bebês, observou-os dormindo por alguns instantes e depois foi em busca do homem que amava. Ela sabia que chegara mais tarde do que imaginara, mas apesar de ter sentido falta de Sarah e John, e de seu maravilhoso marido, ela não se arrependia de ter passado aquele dia com as amigas, e ela sabia que isso ocorreria novamente somente quando ela viesse a Avonlea de férias ou a passeio.

Tentando não fazer barulho, ela abriu a porta devagar e entrou no quarto cuja única luz existente era a do grande astro presente naquela noite no céu.  Logo, ela avistou a silhueta de seu marido deitado na cama, com apenas parte da cintura coberta, enquanto o dorso dele nu, brilhava na penumbra do quarto, mostrando seu corpo  esculpido pelos seus exercícios diários. 

Deus! Gilbert era lindo. Como não perder o fôlego olhando para aquele homem que dormindo deixava sua própria vulnerabilidade à mostra? Ele era tão forte quando se tratava de protegê-la do mundo lá fora, e tão intenso quando se amavam naquela mesma cama. Observando-o em seu momento mais frágil, Anne podia sentir seu sentimento por ele fazer seu coração bater tão forte, deixando-a maravilhada com a sensação que a fazia entender como era incrível ter aquele homem em sua vida, ser cuidada e amada por ele da forma mais crua, sem disfarces e sem dúvidas a torturar sua mente. 

Ela se aproximou, começando a se despir devagar, enquanto seus olhos se perdiam em cada detalhe daquele homem extraordinário. Anne observou as mãos dele descansando em cada lado do corpo, pensando nos planos que tinha para elas em poucos minutos, a boca macia  e vermelha, fazendo-a morder seu lábio inferior com força ao se lembrar qual era a sensação de tê-la sobre sua pele, e por fim, seu olhar viajou pelo peito musculoso até o abdômen tentador, fazendo seu corpo inteiro latejar de desejo pelo prazer que logo sentiria quando estivesse nos braços que tanto queria ao seu redor.

Anne tirou a última peça de seu corpo que faltava, e se deitou sobre o  corpo de Gilbert, afastando a coberta que ainda cobria o corpo dele para sentir sua pele toda em contato com a dele. Imediatamente, um par de olhos castanhos se abriu, mergulhando nos dela, enquanto as mãos masculinas apertavam seus quadris com força. 

-Você chegou. - ele disse com a voz deliciosamente rouca, fazendo Anne desejar que ele estivesse sussurrando em seu ouvido.

-Sim. Desculpa demorar tanto. Eu senti muito a sua falta.- ela respondeu, deslizando os lábios pelo peito de Gilbert, cuja pele se arrepiou inteira.

-Eu senti a sua também.  Você se divertiu?- ele perguntou, descendo as mãos devagar pelas costas nuas de Anne, e parando na região do bumbum, onde ele acariciou por um tempo.

-Sim, eu me diverti, mas todo o tempo eu não parei de pensar em você.- ela respondeu,  levantando a cabeça e aproximando seus lábios dos de Gilbert. 

-E no que pensou?- ele perguntou mais uma vez, sentindo a sensualidade de Anne começar a afetá-lo mais rápido do que esperava.

-Eu pensava nessa sua boca que estou louca para beijar, em suas mãos escorregando por cada centímetro da minha pele, e nessa paixão que você sabe provocar tão bem em mim.  - ela respondeu,  se aproximando mais um pouco, e sentindo sua intimidade latejar ainda mais forte, ao perceber a ereção do marido crescer conforme Gilbert se conectava com as palavras que ela acabara de usar para provocá-lo. Então, ele a fez mudar de posição, ficando totalmente no controle da situação.

-Vou realizar suas fantasias então. - ele disse em um tom baixo, descendo os lábios sobre os dela e iniciando um beijo quase selvagem,  enquanto a língua de Anne procurava pela dele em uma dança particular e quente. Ele mordiscou o lábio inferior dela, escorregando pelo pescoço e colo, até chegar aos seios alvos, circulando cada aréola com a ponta da língua,  fazendo Anne gemer alto e perder o controle do próprio corpo. Gilbert a excitou dessa maneira por alguns segundos, e então continuou sua excursão pelo corpo dela, usando a língua para tocá-la em lugares proibidos, deixando-a maluca com a fricção de seus corpos, alcançando a intimidade dela  onde dedicou toda a sua atenção, enquanto Anne agarrava o tecido da coberta entre seus dedos.

Quando ela pensou que Gilbert ia levá-la ao ápice daquela maneira, ele parou e olhando- a nos olhos, ele sussurrou:

-Quero te dar prazer de outra maneira. Quero te ouvir gritar por mim quando eu estiver dentro de você. - as palavras dele a fizeram queimar de um jeito, que Anne pensou que derreteria naquele calor absurdo.

Novamente eles trocaram de posição,  e ao ficar por cima do corpo de Gilbert, a ruivinha disse:

-Agora é a minha vez. - e assim, nos próximos minutos, ela excitou Gilbert de todas as formas que conhecia, se deleitando naquele corpo perfeito, músculos firmes e maleável, feitos especialmente para que somente ela tocasse.  Sua boca experimentou todas as partes da pele dele, deixando uma marquinha aqui e ali, mostrando ao mundo a quem aquele homem pertencia.

Quando ela chegou à intimidade de Gilbert, ela estimulou o membro ereto que em suas mãos parecia ter dobrado de tamanho,  e depois passou a língua por toda a extensão , fazendo com que Gilbert arqueasse os quadris, em uma clara evidência de que ela devia continuar.  Mas sem que ele esperasse, ela encaixou seus quadris nos dele, e o fez deslizar para sua entrada completamente molhada e louca para senti-lo dentro de si. 

E dessa forma seus corpos responderam a cada novo estímulo, enquanto seus dedos entrelaçados com força pareciam ditar um ritmo que alinhava completamente os movimentos de ambos. Anne deixou que Gilbert a envolvesse com sua masculinidade potente, e Gilbert deixou que Anne o seduzisse com o erotismo presente em sua ondulação de quadris de forma completamente sensual. Quando seus corpos se fundiram em um êxtase perfeito, tudo o que se podia ouvir era a respiração pesada dos dois e seus gemidos intermináveis. 

Algum tempo depois, quando a calmaria tornou a reinar naquele ambiente repleto de puro amor, Anne deitou a cabeça no peito de Gilbert, enquanto  o rapaz acariciava seus cabelos e perguntava:

-Você decidiu sobre a festa do marido de Bertha?

-Sim, eu decidi que nós vamos. - ela respondeu, surpreendendo Gilbert que a fez aproximar seu rosto do  dele até que estivessem fazendo contato visual e disse:

-Tem certeza que é isso mesmo que quer?

-Sim. Não custa nada ser um pouco cordial com ela. Não temos um relacionamento muito profundo, porém acho que deveríamos conhecer a família de Bertha, já que ela conhece a nossa. - ela estava sendo sincera e queria que Gilbert acreditasse nela, mas o olhar incerto do marido sobre ela a fez dizer:- Não acredita em mim, não é?

-É claro que acredito. Fico feliz que queria uma aproximação maior com sua mãe biológica.  Apenas me preocupo o quanto isso pode exigir de você. - ele disse,  expressando seu carinho por ela pelo olhar.

-Obrigada por sempre querer me proteger, mas eu também preciso saber como fazer isso por mim mesma.  Eu sou mãe também Gilbert  e isso de certa forma me aproxima de Bertha. Eu ainda não sinto que consegui perdoá-la totalmente, mas acho que preciso dar alguns passos em direção a isso. Você me fez enxergar essa verdade. - ela disse, tocando os cabelos dele suavemente.

-Você sempre me surpreende. Fico feliz que tenha pensado melhor sobre isso.- ele parou por um instante para admirar o rosto rosado dela, e ao vê-la bocejar, ele perguntou:

-Quer descansar agora?

-Sim, mas antes quero tomar banho. - Anne respondeu, se  levantando nua da cama.

-Quer companhia? - Gilbert perguntou,  deixando que seu olhar passeasse pelo corpo dela.

-Parece que leu meus pensamentos, Dr. Blythe. - ela disse se encaminhando para o banheiro, e sorrindo ao ouvir os passos de Gilbert atrás de si.

Os dois dias que faltavam para que eles voltassem para Nova Iorque passaram rápidos demais. Em um piscar de olhos, Anne se viu dentro do avião com os bebês em seu colo enquanto o marido lia um artigo científico online.  Ela se sentia pesarosa por deixar seus amigos e família para trás.  Mais e mais ela tomava consciência de que Nova Iorque não era o lar permanente que desejava para si e para seus filhos, e se perguntasse para seu marido, ele também concordaria com isso. 

Ela adorava a calma e a simplicidade do campo. Era tão bom acordar com o canto dos passarinhos em sua janela,  ao invés das buzinas constantes do trânsito pesado que enfrentava todos os dias para ir ao trabalho. Sentir a natureza em sua forma mais singela, se transformando diante de seus olhos, e lhe causando uma paz imensa. Ver o sol nascer e se pôr sem a camada usual de poluição acima de sua cabeça. Era isso que ela desejava com todas as suas forças, e uma vez que tivesse decidido, ela nunca mais abandonaria seu único e verdadeiro lar. 

Chegar em casa depois de um período de férias perfeitas, não foi nada fácil para Anne que já sentia  falta de tudo o que vivera nos últimos dias. Até mesmo os bebês pareciam ter sentido a mudança na rotina deles novamente e se tornaram irritadiços, e agitados, porém foram pouco a pouco se ajustando ao ambiente do apartamento conforme o tempo  foi passando. Se Gilbert estava também sentindo os efeitos de  terem voltado à sua rotina estressante, ele não disse nada, e parecia bastante confortável em seu jaleco branco no primeiro dia de trabalho. Anne teve que se lembrar que seu marido era muito bom em se adaptar a qualquer ambiente, mesmo que não fosse seu lugar favorito para estar. Ela por outro lado demorava um pouco para se sentir em casa, mas sempre acabava encontrando um jeito de tornar o ambiente agradável para si mesma.

O dia da festa de Bertha finalmente chegou, e depois de confirmar que iria, Anne tentou não se sentir ansiosa, e até conseguiu disfarçar por um tempo, tentando fingir que estava tudo bem quando na verdade sentia um medo terrível de aquela situação se revertesse em algo que a magoaria profundamente.  Quando já estavam no carro com os bebês, seguramente deitados em suas cestinhas de viagem, foi que a realidade de tudo aquilo a atingiu e ela começou a ficar nervosa.

Notando o tremor de suas mãos,  Gilbert disse:

-Calma, é só uma visita. Você não tem nada a temer.

-Eu sei. - ela respondera com um sorriso, mas dentro de si ela não tinha tanta certeza assim.

Quando  chegaram na festa, eles foram recebidos por três adolescentes muito parecidos, pois todos tinham cabelos louros e olhos verdes, que lhe disseram assim que os viram:

-Vocês devem ser Anne e Gilbert, e esses bebezinhos lindos são John e Sarah. Mamãe já  vem, ela está conversando com os responsáveis pela comida.  Nós somos Jack, Bob e Summer, filhos adotivos de Bertha.

-Muito prazer.- Anne e Gilbert disseram quase ao mesmo tempo.

-Venham conosco. Mamãe nos pediu que os levassem para sua mesa. Será um jantar de comemoração, nada muito complicado. - Summer disse com um sorriso simpático.

-Obrigada. - Anne disse, assim que se acomodaram na mesa que lhes fora destinada.

Os três irmãos se afastaram, dando a Anne a oportunidade de observar o ambiente com mais atenção.  Havia poucas pessoas sentadas nas outras mesas que conversavam tranquilamente, enquanto esperavam o jantar ser servido. A casa era bonita e elegante na medida certa e olhando para a enorme janela que havia por ali, ela conseguia ver um bonito jardim do lado de fora.

-Meus queridos, que bom que conseguiram vir. - Anne ouviu Bertha dizer junto ao marido que estava parado a seu lado com um dos braços em seu ombro.

-Obrigado a você por nos convidar.- Gilbert agradeceu por ele e Anne.

-E essas joias preciosas? Como estão lindos.- ela disse se referindo ao bebês.  - Se precisar colocá-los para dormir, temos um quarto no andar de cima onde poderá acomodá-los.

-Obrigada. - Anne disse com um sorriso suave.

-Preciso cuidar dos outros convidados. O jantar será servido em cinco minutos. - ela disse antes de se afastar. 

-Ainda está nervosa? - Gilbert perguntou, assim que se viu sozinho com Anne.

-Não.  Já estou melhor.  - ela respondeu com sinceridade,  embora ainda sentisse uma certa apreensão dentro de si.

Como Bertha dissera, o jantar foi servido logo em seguida, e quando estavam no fim da refeição, ela observou que os bebês estavam sonolentos. Naquele instante Summer se aproximou e perguntou:

-Está tudo bem? Precisam  de alguma coisa?

-Sim. Eu queria colocar os bebês para dormir. 

-Venha comigo. - a garota respondeu 

-Eu volto logo.  - Anne disse para Gilbert, beijando o marido no rosto e seguindo a menina escada acima.

Assim que trocou as fraldas de John e Sarah e colocou-os para dormir no berço que havia ali, Anne se virou para Summer e disse:

-Obrigada. 

-Você é  muito bonita e muito parecida com nossa mãe. Ela nos contou toda a sua  história, e como você ainda não a perdoou totalmente. - Summer disse com franqueza, o que fez Anne responder, se sentindo um pouco constrangida com aquela situação. 

-É complicado.

-Sim, se eu estivesse no seu lugar, talvez me sentisse da mesma maneira. Mas venha comigo que quero te mostrar uma coisa. - Anne assentiu e seguiu a menina novamente até outro quarto, cuja porta se mantinha fechada.

-Vamos entrar. - Summer disse com um sorriso de encorajamento para Anne, que sequer poderia imaginar o que havia dentro daquele cômodo da casa.

Quando a porta foi aberta, Anne teve que respirar fundo. Ali mais parecia um santuário com muitas fotos dela desde de que nascera até  quando começou sua carreira de modelo. Em uma delas, havia um homem e uma mulher abraçados que logo Anne reconheceu como sendo Bertha, e a fez se perguntar se aquele homem seria seu pai. Ela correu os olhos pelo quarto e viu várias revistas com reportagens sobre ela, e até mesmo de seu casamento e sua lua de mel no Havaí.

-Você pode não acreditar nos sentimentos de nossa mãe,  mas ela te ama de verdade e sempre te amou. Ela guardou cada foto sua com um carinho extremo, porque foi a única forma que ela encontrou para ficar perto de você.  Em todos os anos em que ela tem estado conosco, eu nunca a vi falar de você sem chorar e lamentar por ter perdido sua única filha.  Ela se culpou a vida toda por isso. - Summer relatou, e vendo os olhos marejados de Anne, ela continuou. - Vou te dar um pouco de privacidade. - e assim saiu do quarto deixando Anne sozinha.

Olhando para tudo aquilo, Anne podia sentir o amor do qual Summer falara. Bertha não teria feito tudo aquilo se realmente não a amasse. Ela sentiu seu coração doer por aquela mulher que engravidara tão jovem e pagara sozinha pelas consequências.  Anne tentou imaginar como fora para ela deixá-la em um orfanato como último recurso de sobrevivência,  e se perguntou se teria feito o mesmo, e a resposta veio como uma bola de canhão em sua direção.  Ela reconheceu que o faria porque o amor de uma mãe por seus filhos era tão grande, que sempre colocaria a felicidade e bem-estar deles  em primeiro lugar, mesmo que tivesse que tomar uma decisão drástica sobre isso. E o que Bertha fizera fora dar-lhe a oportunidade de viver e encontrar a felicidade longe dela, mesmo sofrendo o inferno por essa escolha.

-Anne, Summer me disse que tinha te trazido aqui. Espero que não esteja zangada.- Bertha disse da porta, sem ver seu rosto, pois Anne estava de costas para ela. Quando ao fim de um minuto, Anne conseguiu se virar,  olhar para sua mãe com o rosto banhado de lágrimas, estender o braços e dizer:

-Mamãe. - sem acreditar no que estava ouvindo, Bertha colocou a mão sobre os lábios e disse com lágrimas escorrendo pelo rosto:

-Oh, Meu Deus.

E então elas caminharam uma em direção a outra, e se abraçaram,  chorando juntas copiosamente. E foi nesse instante que Anne sentiu um sentimento doce tocar seu coração e entendeu que o perdão tinha chegado finalmente.

Olá,  pessoal. Desculpem a demora para postar essa fic. Ela está quase no final, mas três capítulo e estará finalizada. Obrigada por continuarem seguindo os capítulos mesmo depois de tanto tempo.  Significa muito para mim. Se desejarem, deixem seus comentários e votos. Beijos.

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