Capítulo 111- Paraíso na terra
Olá, pessoal. Estou postando maus um capítulo dessa longa fic. Espero que me deixem seus comentários e votos caso desejem fazê-lo, pois me ajudam muito a ter motivação para escrever. Obrigada e beijos
ANNE
Viajar sempre fora uma de suas coisas favoritas quando mais jovem, principalmente no início de sua carreira quando arrumar as malas indicava conhecer novos lugares, e novas aventuras, e quando teria a oportunidade de adquirir milhares de fotos para seu álbum que seria como um livro de lembranças de seu passado em sua vida futura.
No entanto, nunca fora tão excitante quanto arrumar sua bagagem para ir para Green Gables, onde sua alegria se duplicava por estar finalmente indo para casa, pois mesmo que Nova Iorque fosse onde ela e Gilbert viviam de suas carreiras, não tinha o mesmo significado em sua vida que Green Gables tinha, e pela primeira vez também estava levando seus bebês para que todos os seus amigos conhecessem, além de Matthew e Marilla que vinham esperando por isso à muito tempo.
Eles tinham combinado de não falar com ninguém de lá sobre os meses anteriores em que Anne levara o tiro e ficara impossibilitada de andar, e pediram o mesmo para Bertha que dessa vez os estava acompanhando, pois estavam indo para Avonlea para relaxar e viver momentos de descontração e alegria, o que acabaria por ser arruinado se lembranças desagradáveis compartilhadas estivessem pelo caminho.
Anne não queria mais se lembrar do quanto fora penoso ficar presa em seu próprio corpo sem conseguir fazer suas coisas habituais sozinha. Ser dependente de alguém fisicamente foi uma das piores experiências que tinha vivido, e esperava nunca mais ter que passar por algo semelhante de novo.
O importante era que tinha acabado, ela estava de pé novamente, totalmente dona de suas faculdades mentais e físicas, e toda a dor e desesperança que sentira foram varridas para longe para nunca mais voltar.
Ela foi até a janela e observou o dia lá fora. Era muito cedo, mas já conseguia perceber a brisa fria que soprava por toda a cidade. Logo seria inverno e as temperaturas caíram drasticamente, mas nem tal pensamento a aborreceu, pois estava feliz demais por estar viva e bem, e até o inverno daquele ano era motivo de alegria e comemoração.
Anne pensou em Bertha e não se sentiu desconfortável em se lembrar que conviveriam em Avonlea por vários dias juntas, como aconteceria tempos atrás, pois convidá-la foi uma atitude espontânea que tomara não porque acreditava que podiam recuperar o que haviam perdido, mas sim por solidariedade a uma mulher que estava passando por uma situação difícil, e Anne sabia que agiria assim com qualquer outra pessoa vivendo o mesmo drama, e Bertha ser sua mãe biológica era apenas um mero detalhe.
-Está tudo pronto?- ela ouviu Gilbert, que acabara de entrar no quarto perguntar:
-Sim. E os bebês?- Anne se virou para o marido e admirou-lhe a figura atlética em roupas esportivas.
-Estão prontos. Já os vesti e também verifiquei tudo o que me pediu na bagagem deles - Gilbert respondeu, se aproximando da esposa, e vendo-o sorrir com aquela jovialidade espontânea que renascera nos últimos dias, Anne sentiu seu coração sorrir com ele, pois a alegria que seu marido exibia agora sem reserva nenhuma era a melhor de todas as recompensas.
-Está se saindo um pai perfeito, Dr. Blythe.- ela elogiou ao mesmo tempo em que Gilbert a enlaçou pela cintura e perguntou:
-Só um pai perfeito?
-Não, você também é um homem perfeito, e um amante mais perfeito ainda. - Anne respondeu roçando os lábios no maxilar dele. - Estou toda dolorida de ontem a noite.- ela confessou, fazendo Gilbert rir e comentar:
-Eu disse para irmos devagar, mas você não quis me escutar.
-Foram meses sem você, querido, e agora me controlar quando eu tenho o homem mais lindo em meus braços todas as noites é pedir demais para uma mulher carente como eu.- Anne disse, abraçando-o pelo pescoço.
-Você está me deixando cada vez mais mal acostumado. O que vai ser de mim quando todo esse fogo acabar?- Gilbert perguntou com um jeito de garotinho travesso que fez Anne querer beijá-lo naquele instante.
-Acha que é possível meu desejo por você acabar ? Só se eu fosse uma boba para enjoar desse homem delicioso. - ela mordeu a pontinha da orelha do marido, e sorriu ao ver a pele do pescoço dele arrepiada. Ela adorava provocar Gilbert, pois era o que apimentava a relação de ambos, e ela sabia que ele gostava disso também, pois o marido participava ativamente de todas as suas provocações.
-Assim você massageia muito o meu ego. - ele disse, encostando Anne no parapeito da janela, descendo as mãos da cintura dela para os quadris, onde acariciou com vontade sobre a calça jeans dela.
-Se tivéssemos tempo, eu iria fazer bem mais que massagear seu ego, Dr. Blythe.- Anne respondeu, beijando-o com vontade, até que Gilbert se separou dela e disse:
-Chega, ou vou ser obrigado a adiar nosso embarque para mais tarde.
-Achei que tinha reclamado da minha espontaneidade.- Anne disse com uma gargalhada.
-Você ainda acaba comigo, Sra. Blythe. Como espera que me comporte se faz de tudo para me levar para o mau caminho?
-Eu não falei nada sobre se comportar, Dr. Blythe. No que se refere a mim, amo quando está cheio de má intenções. - ela disse maliciosamente.
-Estamos indo para Avonlea, Sra Blythe. Espero que se lembre que não estaremos sozinhos em casa. - Gilbert disse, em tom de brincadeira.
-Então, teremos que pedir indiretamente que se mudem de casa temporariamente, ou que usem tampões de ouvidos porque você sabe que não sou exatamente silenciosa. - Anne respondeu no mesmo tom que o dele, fazendo Gilbert gargalhar e dizer:
-É por isso que sou tão apaixonado por você. Direta e espontânea. Não mude nunca, querida.
-De forma nenhuma. - Anne disse, tocando os cabelos cacheados dele tão arrumados naquela manhã.
-Mudando de assunto, meu amor. Quero te agradecer mais uma vez por ter convidado Bertha para ir conosco.
-Foi apenas um convite amigável, Gil. Não espere nada além disso. - Anne tratou de esclarecer. Não queria que ele criasse falsas expectativas para depois se decepcionar.
-Eu não estou esperando nada. Depois de tudo que você sofreu com essa história, aceitar que Bertha participe de sua vida de alguma maneira é um grande avanço. - Gilbert disse, tocando-lhe os cabelos.
-Eu fiz isso mais por você do que por mim. Eu sei que você torce para que eu resolva essa história dentro de mim, mas quero que entenda que não sei se um dia essa mágoa irá embora, como também não sei se vou conseguir ver Bertha com outros olhos diferentes do que a vejo agora. - Anne explicou. Ela realmente fizera aquilo pelo marido. Vê-lo tentar aproximá-la de sua mãe fora o que abrira seus olhos para seu egoísmo. Gilbert merecia que ela pelo menos se esforçasse para que seu relacionamento com Bertha fosse um pouco melhor. Ela também estava cansada de carregar tanta mágoa antiga dentro de si. O que ela mais desejava era ter vida nova, assim como ela se sentia renovada por dentro, e para isso não deveria abrir espaço para velhas tristezas, e sim para novas alegrias, por isso jogar fora toda aquela raiva era o que ela mais desejava, e quem sabe não poderia fazer aquilo em Green Gables, o único lugar no mundo ao qual ela sentia que pertencia.
-Não importa por qual motivo você o fez, o que importa para mim é sua atitude. Eu sei que não vai concordar com o que vou dizer, mas Bertha é uma boa pessoa, se desse a chance de conhecê-la melhor você veria que estou dizendo a verdade - a expressão de Anne endureceu um pouco, e sua mandíbula travou se leve quando respondeu, sentindo-se um pouco contrariada.
-Ela realmente te conquistou, não é?- ela se afastou do abraço de Gilbert, mostrando assim seu aborrecimento.
-Não do jeito que pensa. Eu vejo Bertha como uma paciente que por acaso é sua mãe biológica. Não espero que a ame, querida, mas estou feliz que esteja tentando se aproximar um pouco mais. É só isso que espero de você, um pouco de empatia.- ele se aproximou dela de novo e continuou:- Desfaz essa cara, amor. Eu estou do seu lado.- ele se aproximou mais um pouco, a puxou de novo para seus braços, e enterrou seu rosto no pescoço dela, causando em Anne arrepios sucessivos.
-Você se tornou um ótimo manipulador, Dr. Blythe. - Anne disse, a ponto de ceder.
-Está funcionando?- ele perguntou, subindo a mão e tocando os seios dela por dentro do decote da blusa.
-O que você acha? - Anne respondeu,sentindo a própria respiração se alterar, enquanto seus lábios procuravam os do marido ansiosamente, antes mesmo dele responder.
A invasão da língua dele em sua boca foi deliciosamente excitante e ela ainda se espantava o quanto seu corpo era rápido em entrar na mesma sintonia do de Gilbert. Não importava o lugar, a situação ou o motivo, ela nunca seria capaz de negar a Gilbert o que quer que ele desejasse.
No limite de seu bom senso ele se separou dela e disse:
-Precisamos ir ou vamos perder o voo.
-Está bem, mas só quero lembrá-lo que dessa vez a ideia foi sua e não minha. - Anne disse e Gilbert apenas concordou e respondeu:
- Eu sei, mas se continuarmos, você sabe como isso vai terminar, então é melhor nos apressarmos. - Naquele instante o táxi que Gilbert havia chamado meia hora antes também avisou que os estava esperando na portaria do apartamento.
Assim, o jovem casal foi até o quarto dos bebês, e enquanto Anne carregava-os em seus braços, Gilbert se ocupava das bagagens e quando estavam finalmente dentro do táxi rumo ao aeroporto, Anne murmurou para John e Sarah.
-Finalmente vocês vão conhecer seus avós. Não é maravilhoso?
Com seu pensamento em seus pais adotivos, Anne sentia-se extremamente ansiosa para chegar em Green Gables e dar a Matthew e Marilla o presente pelo qual eles esperaram todos aqueles meses.
GILBERT
A chegada ao aeroporto aconteceu tranquilamente. Logo que saíram do táxi, eles se encaminharam para a fila do check-in, e a todo minuto Gilbert prestava atenção na expressão de Anne.
Apesar de estar feliz por Anne ter convidado Bertha, o rapaz estava um pouco preocupado em como aquela viagem iria terminar. Ele não queria que Anne se sentisse pressionada a tratar Bertha diferente só porque partira dela o convite. Ele não criara nenhuma expectativa em torno daquela viagem, mas esperava de todo o coração que Anne aparasse todas as arestas que ainda a prendia a um passado traumático.
Ele também não esperava que sua esposa passasse por cima de todas as diferenças que tinha com sua mãe biológica, somente porque ela padecia de um mal terrível que poderia ceifar sua vida quando bem entendesse. O que ele desejava era que ela pudesse enxergar o outro lado da história que incluía a versão de Bertha, que a deixara em um orfanato por falta de condições de criá-la temporariamente, e que errara ao pensar que teria tempo de ajeitar sua vida, e então criar uma nova com sua filha, mas o destino agira contra ela, e assim Bertha perdera Anne para o amor dos irmãos Cuthberts, e depois para as condições financeiras de tia Amélia.
Era muito triste ver que a vida daquela mulher estava se findando, sem que ela conseguisse conquistar o perdão de sua filha, mas Gilbert não podia interferir mais do que já fizera. Não ia criar problemas com Anne por causa de Bertha, pois entre ela e sua esposa, ele sempre escolheria sua família.
Após terminar com as formalidades antes da viagem, Anne e Gilbert se encaminharam para o portão de embarque onde esperariam por meia hora antes de entrarem no avião. Eles encontraram Bertha à espera de ambos, e um sorriso luminoso surgiu no rosto dela quando os viu.
-Animada para retornar a Avonlea?- Gilbert perguntou, pois se lembrava que aquela era também a terra Natal de Bertha.
-Estou curiosa para saber se alguma coisa mudou da época em que vivi por lá. Essa é a primeira vez que retorno depois que deixei aquela cidade. - Anne sabia bem que época fora aquela assim como Gilbert, e o olhar que a ruivinha lhe lançou lhe revelava exatamente isso. Mas ficou aliviado quando a ouviu dizer:
-Essa é a primeira vez que os gêmeos serão apresentados ao seu futuro lar. - Anne disse com satisfação.
-Pretendem deixar Nova Iorque? - Bertha perguntou espantada, enquanto pegava um lenço de papel na bolsa para enxugar suas mãos que transpiravam, talvez por nervosismo, enquanto Gilbert fazia aquela observação mentalmente.
-No futuro sim. Eu na verdade só fui para lá porque era onde Anne vivia, e eu não queria ficar longe dela. - Bertha sorriu ao vê-lo acariciar os cabelos de Anne de forma completamente distraída.
-Parece que vocês vivem esse amor a muito tempo.- ela observou com satisfação.
-Sim, nos apaixonamos quando crianças, mas só fomos viver esse amor depois que Anne veio visitar seus pais adotivos sete anos após de ter partido de Avonlea.
-E vocês continuaram a manter contato por todo esse tempo? - Bertha perguntou extremamente interessada na história de amor de Gilbert e Anne.
-Não, ficamos sete anos sem nos falarmos por conta de um mal entendido, mas felizmente pudemos esclarecer tudo e assim voltamos as nos relacionar como antes.- Gilbert respondeu, olhando para Anne que se mantinha calada, mas pela expressão no rosto dela, ele pôde perceber que ela tinha voltado ao passado assim como ele.
-Algumas pessoas já nasceram para ficarem juntas, e outras apenas têm essa ilusão. - Bertha respondeu, e Gilbert se perguntou se ela estava falando de si mesma e do pai de Anne. - Mas vocês têm uma história linda juntos. Que bom que sempre puderam contar um com o outro.
Gilbert viu o olhar pensativo de Anne enquanto ela ninava os bebês. Eles já tinham alcançado os cinco meses e estavam cada vez mais crescidos, mais um mês e eles estariam grandes demais para serem carregados ao mesmo tempo por qualquer um de seus pais, o que era uma pena, pois essa fase de bebê era tão incrível. O rapaz nunca imaginara que gostaria tanto do seu papel de ser pai, e ver seus filhos se desenvolvendo e criando autonomia era a coisa mais maravilhosa do mundo.
Naquele instante, Anne o encarou e sorriu, e como tantas vezes naqueles anos juntos, ele sentiu seu coração se encher de um amor que nunca teria limite ou um fim. Era incondicional, e corria dentro dele como se fosse o único combustível que precisasse para viver, fazendo-o compreender que aquela garota era sua assim como ele era dela, e suas vidas se estendiam até aqueles dois bebês lindos, com suas covinhas adoráveis que ambos fizeram juntos por meio daquele sentimento imenso que nunca os abandonaria até a última gota de vida que existisse em seus corpos.
-Avonlea é um lugar incrível, assim como as pessoas que vivem lá. Eu sempre dizia a mim mesma que um dia eu voltaria, mas a vida acabou me mostrando uma outra direção. - Bertha disse como se estivesse longe, e Gilbert logo percebeu o quanto a vida fora dura com aquela mulher, que a recompensara depois e tomara tudo dela no final. Ele não queria dizer nada a Anne para não aborrecê-la, mas aqueles meses tratando da enfermidade de Bertha, acabou fazendo com que Gilbert a admirasse por sua capacidade de reconstruir a própria vida começando do nada, e isso a tornava mais parecida com sua esposa do que ele tinha pensado.
O chamado para o embarque deles aconteceu naquele instante, por isso Gilbert não teve a oportunidade de observar se Anne tinha ficado aborrecida com os comentários de Bertha sobre seu passado, pois qualquer coisa que ela dissesse sempre parecia arremeter Anne a uma associação negativa com a própria história, fazendo-a se afastar ainda mais ao invés de se aproximar de Bertha, ou mesmo causar qualquer tipo de simpatia que pudesse forçá-la a enxergar ou oferecer certa compaixão por aquela mulher corajosa.
Ir para casa sempre causava em Gilbert uma ótima sensação também. Ele tinha se adaptado bem à vida nova iorquina como teria se adaptado a qualquer outro lugar, porque ele era bom nisso, mas nunca escondeu de ninguém que Avonlea era o seu lugar favorito no mundo. Suas melhores lembranças estavam lá, seus melhores amigos, sua paz de espírito e seu coração estavam naquele lugar para onde um dia ele voltaria definitivamente.
Ao desembarcarem horas depois, ele ajudou Anne e Bertha com as bagagens, alugaram um táxi e em pouco tempo estavam a caminho da fazenda dos Blythes sobre a qual Gilbert contou à mãe biológica de Anne vários detalhes sem a participação da ruivinha que parecia desejar se manter neutra, enquanto ele fazia as honras de entreter Bertha.
Quando o táxi parou em frente a fazenda, Gilbert agradeceu o motorista, e com as duas mulheres e seus dois filhos como companhia, ele caminhou em direção a porta de entrada. Logo Mary e Sebastian surgiram na varanda em companhia de Delphine, e como sempre lhe deram seu cordial sorriso de boas vindas.
-Que surpresa. Você não nos ligou avisando que vinham. - Mary disse, beijando Gilbert no rosto.
-Decidimos de última hora. - Gilbert respondeu enquanto apertava a mão de Sebastian com afeição.
-E deixe-me ver essas duas joias.- Mary pediu , olhando para os bebês. Anne se aproximou mais para que tanto ela quanto Sebastian e Delphine pudessem vê-los mais de perto. - eles são lindos, exatamente como nas fotos que Gilbert nos enviou.- Mary disse encantada.
-E parece que vocês trouxeram uma convidada.- Sebastian disse enquanto seus olhos caiam sobre Bertha.
-Ah, essa é Bertha, ela é....- Anne não o deixou terminar e respondeu antes dele;
-Ela é uma amiga da família. - Gilbert a olhou surpreso por suas palavras, mesmo porque dava para notar a semelhança gritante entre Anne e Bertha e qualquer um deduziria que havia um parentesco entre as duas, mas sua esposa estava disposta a ignorar.
-Seja bem-vinda. - Mary disse beijando Bertha no rosto enquanto Sebastian lhe apertava a mão educadamente. Se Bertha se sentiu ofendida pelas palavras de Anne, Gilbert não soube dizer, pois ela exibia uma expressão serena sem um pingo de mágoa.
-Muito obrigada. - ela disse simplesmente.
-Vamos entrar e guardar essas bagagens. - Sebastian disse, e assim eles subiram as escadas e quando chegaram no corredor, Mary disse.
-Esse quarto ao lado do de vocês pode ser o dos bebês, pois colocamos aí os berços que Sebastian construiu meses atrás, pensando em uma possível visita de vocês. E Bertha, venha comigo, pois vou te levar ao quarto de hóspedes.- Bertha assentiu e seguiu Mary até o final do corredor enquanto Anne, com a ajuda de Gilbert, acomodou os bebês no quarto que a esposa de Sebastian indicara.
Quando entraram no quarto destinado a eles, ela viu a expressão séria do marido e perguntou:
-O que foi?
-Nada, eu só não entendi porque apresentou Bertha como amiga e não como sua mãe biológica. Todos percebem a semelhança.
-Eu não me importo, pois eu a apresentei como amiga, pois é assim que a vejo e nada mais. Eu te disse para não esperar muita coisa da vinda dela nessa viagem. Eu apenas quis ser gentil.
-Está certo. Me desculpe, não quis deixar você chateada. - o rapaz disse, abraçando Anne pela cintura.
-Talvez se me der um daqueles seus longos beijos, eu possa aceitar seu pedido de desculpas. - ela disse com um sorriso.
-Quer dizer que achou outra forma de me chantagear? - Gilbert disse, aproximando seus lábios dos dela, mas parando a poucos centímetros do rosto dela para observar-lhe os olhos azuis.
-Criatividade para isso é que não falta, Dr. Blythe. Posso te mostrar mais tarde, se quiser.- Anne disse, atraindo os lábios do marido para si, e enquanto trocavam seu beijo apaixonado, Gilbert só conseguia desejar que ao fim daquela viagem tudo finalmente ficasse bem entre mãe e filha.
GILBERT E ANNE
Anne acordou naquela manhã fria de segunda-feira se sentindo revigorada. Ela se espreguiçou embaixo da manta grossa de lã, enquanto se virava para olhar para o marido que havia acabado de acordar naquele momento.
No dia anterior, após terem se ajeitado na fazenda, eles resolveram passar o resto da tarde em casa, deixando para irem até Green Gables no dia seguinte. Os bebês estavam bastante manhosos por terem seu horário de sono modificado por conta da viagem, e Bertha também parecia cansada das longas horas dentro do avião, por isso curtiram as horas seguintes de suas férias ao lado de Sebastian, Mary e Delphine. Eles foram dormir bem tarde, pois esticaram a hora do jantar para uma boa conversa regada a café e bolinhos de chuva de Mary que Bertha ajudou a preparar, e tanto Anne quanto Gilbert caíram na cama e adormeceram imediatamente quando subiram para o quarto a meia noite, mudando seus planos de namorarem um pouco antes de dormir agarradinhos.
Por esta razão, Anne despertara incrivelmente carente de seu marido, e quando pensava em uma maneira de acordá-lo sem que ele ficasse irritado por ter seu sono interrompido, Gilbert abriu os olhos e a encarou com um sorriso preguiçoso no rosto.
-Dormiu bem?- Anne perguntou, afastando as mechas encaracoladas da testa de Gilbert que caiam sobre ela em uma bagunça total.
-Maravilhosamente bem. E você?- ele perguntou, puxando-a para seus braços.
-Dormi bem, mas senti sua falta. - ela disse manhosa, desenhando círculos no peito do marido com o dedo indicador.
-Como isso é possível se dormi a noite toda ao seu lado?- ele perguntou, fazendo de conta que não tinha entendido a colocação de Anne.
-Você sabe o que eu quis dizer. - ela respondeu, vendo o ar de riso no rosto do marido.
-Acho que não entendi muito bem o que quis dizer.- ele a trouxe mais para si, seus rostos quase colados.
-Vai mesmo me fazer dizer?- Anne perguntou, entendendo de cara o jogo que Gilbert queria fazer.
-Sim, adoro ouvir você dizer o quanto sente minha falta. - seus lábios estavam quase grudados, mas ele não permitiu que Anne o beijasse, esperando que ela dissesse o que ele queria tanto ouvir.
-Faz bem para o seu ego me ouvir dizer o quanto eu te quero.- Anne falou quase sussurrando, enquanto entrelaçava suas pernas nas dele.
-Qual homem não se sentiria assim tendo uma top model maravilhosa em sua cama?- a voz dele saiu rouca, e Anne sentiu a umidade entre suas pernas, assim como sentia a excitação de Gilbert crescendo de encontro a seu corpo.
-Mas aqui com você, eu não sou uma top model e sim apenas sua Anne. - Gilbert girou o corpo e logo estava deitado sobre o dela enquanto perguntava:
-Só minha?
-Sim, só sua.- ela respondeu e então seus lábios se colaram em uma submissão de ambas as partes, mergulhando no desejo de um dia inteiro sem toque nenhum, e na necessidade que ambos tinham que suas peles estivessem se sentindo, elevando a temperatura de seus corpos. Gilbert desabotoou a parte de cima do pijama da Anne, observando-lhe os seios delicados que ele amava tocar, e quando ia provocá-los com seus lábios, uma vozinha infantil o fez parar no mesmo instante:
-Tio Gil, depois do café da manhã podemos brincar de pique esconde? - Anne olhou para o rosto congelado do marido, e murmurou:
-Você esqueceu de trancar a porta se novo. - Gilbert apenas balançou a cabeça desnorteado, incapaz de fazer qualquer ruído enquanto Anne o olhava com a expressão divertida de quem já tinham tinha passado por situações assim antes.
-Como eu faço para sair daqui nessa situação? - ele resmungou, para que Delphine não o ouvisse.
-Tio Gil, você está doente? - Delphine perguntou, esticando a cabeça para ver o casal melhor.- Por que não se levanta da cama? - Gilbert ia responder, mas Anne se adiantou.
-Não, querida. O tio Gil ainda está com sono. Por que não desce, e assim que ele acordar, peço para ele te procurar para que possam brincar juntos? - Anne disse, enquanto tentava conter o riso, olhando para o rosto do marido cada vez mais vermelho.
-Está bem. - Delphine disse, sorrindo em sua inocência infantil e saindo do quarto indo em direção a cozinha.
-Graças a Deus que ela já foi. - Gilbert disse, se deitando ao lado de Anne que respondeu.
-Não foi tão embaraçoso como as outras vezes. Dessa vez estávamos embaixo das cobertas. - Anne disse, acariciando o maxilar de Gilbert
-Ainda assim me sinto muito mal por ter esquecido de trancar a porta. Nunca fazemos isso em Nova Iorque.
-Não fazemos porque nossos bebês são pequenos. Talvez seja hora de criarmos novos hábitos. - Anne encostou a cabeça no ombro musculoso do marido.
-Tem razão. Vou tentar me lembrar disso a partir de agora. Por que você está rindo? - Gilbert perguntou contrariado.
-Pensei que você fosse ter um infarto.
-Eu também. - Gilbert disse envergonhado. Parecia que aquele tipo de situação o perseguia sempre. Ele até se divertiria se não fosse pego todas as vezes com Anne em uma situação tão íntima.
-Você leva tudo a sério demais. - Anne disse, encarando o rosto aflito do marido.- Ela é só uma criança, Gil. E não viu nada demais. Muito diferente das duas vezes com Norma e o Cole.
-Nem me lembre disso. Eu ainda tenho pesadelos com as situações.- Gilbert disse, passando a mão pela cabelos, enquanto Anne não conseguia ficar séria ao se lembrar dos ataques de consciência do rapaz, enquanto ela se divertia imensamente.
-Então, acho melhor descermos já que nossa diversão foi arruinada mais uma vez, ou você quer continuar de onde paramos? - ela perguntou, jogando uma perna sobre o quadril do marido.
-Acho melhor deixarmos para mais tarde. Eu perdi todo o clima.- Gilbert respondeu, se preparando para sair da cama.
-Pensei que tivesse gosto pelo perigo.- Anne disse, tentando provocar.
-E tenho, mas não hoje.
-Ótimo. Então vou tomar banho. - ela viu os olhos de Gilbert brilharem. - Sozinha, Dr. Blythe.- ela completou, indo direto para o banheiro, e trancando a porta, mas não sem antes perceber a frustração no rosto de Gilbert, fazendo-a rir sozinha. Era uma pequena punição por ele tê-la deixado a perigo naquela cama e completamente insatisfeita.
Minutos depois estavam tomando café junto com Bertha, e em companhia de Mary que disse:
-Delphine me disse que foi até o quarto de vocês hoje de manhã Espero que ela não os tenha acordado.- Gilbert e Anne trocaram olhares e percebendo o embaraço do marido, Anne respondeu:
-Tudo bem, nós já tínhamos acordado.
-Mesmo assim ela precisa aprender a bater na porta. Ela não tem esse hábito porque nunca precisou fazê-lo já que na maior parte do tempo não temos mais ninguém em casa. - Mary explicou, e Gilbert assentiu. Não tinha coragem de dizer mais nada já que a situação já fora embaraçosa o suficiente. Logo, ele mudou de assunto e perguntou para Betha:
-Nós vamos a Green Gables Gostaria de nos acompanhar? - a pergunta do marido pegou Anne de surpresa. Ela pensara em uma hora ou outra levar Bertha até lá, mas não naquele dia, quando seria a primeira vez que encontraria Matthew e Marilla depois de muito tempo, como também seria a primeira vez que eles veriam os bebês pessoalmente. Seria algo íntimo e familiar e Anne não sentia que Bertha deveria estar lá em um momento tão importante. Ela não fazia parte da vida de nenhum deles.
-Aceito sim. Quero muito conhecer essa fazenda depois ouvi-los falando desse lugar com tanta afeição. - a esperança de que Bertha recusasse o convite de Gilbert morreu naquele instante, e Anne xingou Gilbert mentalmente por estragar sua primeira visita a Green Gables depois de muito tempo.
Já a caminho da fazenda dos Cuthberts, Gilbert notou um certo retraimento de Anne, e perguntou ao ouvi-la suspirar pela quinta vez:
-Qual é o problema?
-Nada demais. Não se preocupe. - Anne parecia estar dizendo a verdade, mas Gilbert a conhecia muito bem para saber que havia alguma coisa naquela história que a estava perturbando.
Green Gables parecia a mesma de meses atrás, e assim que desceram do carro a ruivinha se sentiu segura de novo como se nada ou ninguém no mundo pudesse magoar seu coração enquanto estivesse pisando no único lugar do mundo que tinha seu coração por completo.
Marilla e Matthew surgiram na porta assim que o barulho do veículo chamou sua atenção, e o sorriso que Anne viu naquele rosto agora um tanto mais velho de seu pai adotivo fez Anne esquecer qualquer aborrecimento que pudesse ter sentido antes de pisar ali.
-Querida, você finalmente veio para casa. - foi a primeira coisa que Marilla disse quando eles se aproximaram da varanda de entrada.
-E você trouxe esses dois tesouros com você. Deixa o vovô Matthew olhar para esses dois bonequinhos.- ele disse, com seus olhos muito vivos brilhando de satisfação ao olhar para John e Sarah.- Eles são mais bonitos pessoalmente.
-Eles têm muito de vocês dois. - Marilla disse, pegando Sarah no colo enquanto John ficava com Matthew.
-Espero ter tempo de vê-los crescer. Já posso imaginar esses dois correndo por aí. Esse lugar precisa de crianças. - Matthew disse, sorrindo para o garotinho que o encarava com seus olhos inteligentes.
-É claro que vai ter tempo de vê-los crescer. Você vai viver muito tempo ainda, Matthew.- Anne disse, colocando a mão no ombro do bom homem. Ela não gostava quando ele a lembrava que já não era tão jovem assim.
-E você, minha filha,se recuperou bem? - Marilla perguntou. Ela e Matthew ainda pensavam que Anne precisara ficar longe dali todo aquele tempo por conta de uma anemia severa que Gilbert inventara para explicar toda a situação de não poderem vir a Green Gables com mais frequência.
-Estou bem, Marilla. - Anne disse simplesmente, olhando para Gilbert que lhe sorriu acalmando sua súbita tensão.
-Deixe-me apresentar nossa acompanhante. - Gilbert disse de repente, mudando propositadamente de assunto.
-Nós sabemos quem ela é. Como vai Bertha?- Marilla disse, olhando com certa simpatia para a mãe biológica de Anne.
-Muito bem. Fico feliz em encontrá-los com saúde.- Bertha respondeu e Anne perguntou:
-Como vocês se conhecem?
-Anos atrás ela entrou em contato para saber sobre você, pois tinha ido até o orfanato para te ver e tentar tirá-la de lá, mas você já estava vivendo conosco. Fomos nós também que a avisamos sobre sua ida a Nova Iorque, quando sua Tia Amélia pediu sua guarda. - Marilla explicou. Anne olhou para Bertha com certa surpresa, mas guardou sua opinião para si. No que se referia a sua mãe biológica, seus sentimentos ainda eram controversos, e preferia mantê-los em segredo.
-Vamos entrar e continuar nossa conversa lá dentro.- Matthew convidou e os três visitantes concordaram.
Marilla os conduziu até a sala de visitas e como uma boa anfitriã, os serviu com sua excelente broa de fubá e café passado na hora que ela sabia que Gilbert adorava. A conversa girou em torno da vida em Nova Iorque, dos gêmeos, e por último Marilia perguntou:
-E você, Bertha? Como foi que encontrou a Anne?
-Eu pedi o endereço a Amélia que generosamente o concedeu, mas me encheu de recomendações. - ela olhou para Anne que desviou o olhar no mesmo instante. Assim, Bertha continuou seu relato, até chegar ao ponto da história onde se tornou paciente de Gilbert. E foi nesse momento que o humor de Anne começou a ficar péssimo.
Tudo o que falaram depois era relacionado a Bertha e sua doença. Até Gilbert se entusiasmou com o assunto, contando com detalhes como estava sendo o tratamento, e o que pretendia ainda fazer para que Bertha tivesse uma excelente qualidade de vida. Até depois do almoço, Marilla e Bertha pareciam velhas amigas, e quando finalmente a hora de irem para casa chegou para alívio de Anne, Marilla disse:
-Por que não fica aqui hoje, Bertha? Assim podemos trocar receitas, você me disse que gosta de cozinhar.
-Seria ótimo, mas toda minha bagagem está na fazenda de Gilbert.- Bertha disse, sem notar o olhar zangado de Anne sobre ela.
-Eu devo ter alguma coisa que te sirva por aqui, se você não se importar de usar roupas de fazendeira.- Marilla disse com humor, apontando para as roupas elegantes de Bertha.
-De forma nenhuma.- Bertha respondeu, e assim ficou acertado que Gilbert viria buscá-la no dia seguinte.
Deste modo, Anne e Gilbert se despediram do casal de irmãos, prometendo trazer os gêmeos para outras visitas antes de voltarem para Nova Iorque, e assim retornaram para a fazenda dos Blythes. Durante todo o caminho, Anne ficou em silêncio, e sem entender o humor da esposa, Gilbert preferiu ficar calado até que chegassem em casa onde ele pretendia descobrir porque ela parecia tão irritada.
Logo que entraram, ela foi direto para o quarto dos bebês, onde deu banho neles, os alimentou e foi para o quarto de casal onde o marido a esperava. No momento em que a viu entrar, Gilbert perguntou:
-Por que parece tão chateada, Anne?
-Ah, você não sabe? Eu pensei que nossa ida a Green Gables fosse para Matthew e Marilla conhecerem os bebês, e não para que Bertha monopolizasse toda a visita, e se tornasse o centro das atenções.
-Você está com ciúmes de Bertha?- Gilbert perguntou, achando graça na expressão brava de Anne.
-Não é ciúmes. Eu só achei que o momento não era o mais apropriado para vocês ficarem falando da doença dela e do tratamento.- Anne respondeu, enquanto via Gilbert caminhar em sua direção.
-Eu sei do que você precisa para acabar com essa expressão marrenta.- ele disse agora bem próximo dela.
-E do que eu preciso? - Anne perguntou com a mão na cintura.
Gilbert não respondeu. Ele a puxou para seus braços e a beijou com intensidade. Anne tentou resistir e se afastar, mas os lábios de Gilbert eram como uma droga da qual não conseguia se livrar. Assim, ela aprofundou o beijo, deixando que suas línguas brigassem por espaço até que fosse impossível para ambos resistirem à força do desejo que os queimava todas as vezes em que estavam juntos.
Em pouco tempo, ela estava sem a blusa, e sentindo Gilbert explorar seus seios de um jeito que a deixava maluca. Apressadamente, ela arrancou a camisa dele, e com satisfação o ouviu suspirar pesadamente, enquanto ele a ajudava a se livrar da saia longa que ela vestia, ao mesmo tempo em que ele despia sua calça jeans. Logo, nenhuma roupa restava sobre seus corpos, e antes que Gilbert a deitasse na cama, Anne deu uma boa olhada em seu marido de corpo inteiro, e chegou a conclusão que a beleza masculina dele devia ser algo a ser celebrado pela natureza. Aquele homem era tão perfeito, que tocá-lo e ser tocada por ele era realmente o melhor presente que poderia ter ganhado para a vida inteira.
As mãos de Gilbert mais uma vez exploraram o corpo feminino com uma fome que nunca deixava de consumi-lo quando amava sua mulher com a mesma paixão do início. A pele dela, sua boca, seu corpo inteiro eram as únicas coisas capazes de fazê-lo perder a cabeça de um jeito que um homem da ciência como ele jamais perderia nem por uma descoberta inovadora na medicina. E as mãos dela em seu corpo era o prazer mais doce que ele já sentira em toda a sua vida.
Anne beijou cada parte de Gilbert com uma devoção imensa, enquanto seus dedos delicados exploravam com a mesma vontade os músculos dos braços, o formato do maxilar, a boca que ela não resistia e tornava a beijar assim que seus rostos estavam próximos. Ela era totalmente vidrada naquele homem cujas carícias a levavam para uma esfera apenas de sensações e desejos, onde ela se desconectava totalmente de si mesma para se concentrar apenas nos sentimentos que Gilbert era capaz de provocar dentro dela.
Suas pernas se enroscaram, suas intimidades se roçaram, levando-os a um frenesi intenso e a uma necessidade insuportável de se perderem mais ainda um no corpo do outro, e dessa forma se tornaram apenas um, se movimentando conforme a paixão explodia dentro deles com uma força impossível de resistir, e então eles chegaram ao êxtase juntos, sussurrando palavras de amor, trocando beijos apaixonados, e quando finalmente descansavam um nos braços do outro, Gilbert perguntou:
-E agora? Te dei toda a atenção que você desejava? - ela o olhou meio envergonhada e respondeu:
-Desculpe se exagerei. Acho que realmente fiquei com ciúmes.
-Se você não estivesse tão empenhada em não gostar de Bertha, teria prestado atenção no fato de que ela tentou te incluir na conversa o tempo todo. - Gilbert disse, beijando-a na testa.
-Prometo que vou tentar tornar a estadia dela aqui o mais agradável possível. - ela respondeu, distribuindo beijos pelo rosto de Gilbert.
-Não quero que se force a nada. Seja quem você é, e apenas tente manter a mente aberta. Ninguém espera que você aceite Bertha em sua vida de uma hora para outra. Eu quero que a observe com mais atenção e tire suas próprias conclusões.- Ele a fez se virar e ficar embaixo do corpo dele.
-Eu prometo que vou me esforçar mais. - naquele momento, Gilbert começou a beijar o pescoço dela, e Anne perguntou: - O que pensa que está fazendo, Dr. Blythe?
-Dando toda a atenção que minha mulher merece.
E de novo ele a arrastou para o mundo dos sentidos,onde os dois facilmente se perderam em poucos minutos de carícias, e enquanto se amavam com mais vigor que antes, Anne pensou que aquele era o seu verdadeiro paraíso na terra.
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