Capítulo 110 - Esposa perfeita
Olá pessoal. Eu sei que demorei demais para postar novo capítulo dessa fic, mas aqui está ele. Assim, como todas as minhas histórias, eu amo essa de paixão, e espero que quem a segue se se sinta da mesma forma que eu a respeito dela. Me deixem seus comentários e votos se sentirem inclinados a fazê-lo. Beijos, Rosana.
ANNE
A água quente do chuveiro caía sobre seus corpos, mas com certeza não era mais quente que os beijos trocados entre os dois jovens amantes que já haviam se amado assim tantas vezes, e cada vez era mais ardente, intenso e apaixonado, especialmente nos últimos dias em que redescobriram sua felicidade roubada por fatalidades inesperadas.
Anne aprendera da forma mais difícil que cada instante era uma preciosidade, por isso viver o agora era muito mais importante do que fazer planos a longo prazo, e o seu agora significava exatamente isso, fazer amor com o seu homem do jeito que quisesse, e esse era seu conceito de felicidade terrena e paraíso eterno.
As mãos masculinas de cirurgião de Gilbert correram por suas curvas lentamente, até alcançarem a musculatura firme de seu bumbum onde ele dedicou boa parte de sua atenção, apertando-o com força, enquanto seus lábios trabalhavam extensivamente nas partes mais sensíveis da base do pescoço de Anne, orelha, queixo, se apossando de seus lábios, devorando-os com sua necessidade de sentir o seu interior ardente, saboreando seu gosto de um jeito enlouquecedor.
Libertando-a da prisão doce de seus lábios, Gilbert a fez ficar de costas para ele, apoiando o corpo dela no seu, massageando os seios de Anne com seus dedos ásperos, ao mesmo tempo em que mordiscava o ombro dela, arrancando milhares de gemidos da ruivinha, que estava adorando sentir a masculinidade inteira dele atrás de si.
O rapaz desceu suas mãos até o abdômen liso de Anne, avançando sem perder tempo para a intimidade dela que pulsava pelo toque masculino que sempre lhe causava um prazer extremo. E não foi diferente dessa vez, pois ele ousou, provocou, encontrando o ponto perfeito que a fez arfar inúmeras vezes, encostando a cabeça no peito de Gilbert que dizia milhares de coisas quentes em seu ouvido, tornando o momento ainda mais cheio de uma volúpia insaciável.
Não suportando não tocá-lo, Anne tornou a virar de frente, capturando os lábios do seu marido, deixando-o sentir a extensão exata de seu desejo por ele. Ela o fez se encostar no box do banheiro, enquanto sua boca e mãos trabalhavam no corpo dele inteiro. Cada avanço seu pela pele masculina, ela o ouviu gemer alto, enchendo seus ouvidos de um tipo de música que fazia seu interior tremer, aquecendo-a em sua loucura momentânea. Ela se ajoelhou na frente de Gilbert, ansiosa por tocá-lo da mesma forma que ele fizera com ela e quando o fez, ela viu a pele de seu marido inteira se arrepiar, e ao lançar-lhe um olhar furtivo, a visão de seu homem de olhos fechados, com seu peito musculoso subindo e descendo evidenciando toda sua excitação causou em Anne um desejo absurdo de tê-lo inteiro dentro de si. Assim, ela fez todo o caminho de volta, espalmando suas mãos pelo abdômen trincado, chegando ao peito dele, onde espalhou milhares de beijos, e por fim, guiando-o para dentro de seu corpo que o recebeu com seu cálido ardor.
A luxúria os atingiu, conforme se movimentavam como dois navegantes a bordo de seu próprio barco, perdendo seu rumo, os encontrando novamente, envolvidos completamente nas sensações que se seguiram, deixando-os ofegantes e necessitados por mais um do outro. Então, Anne estremeceu, seguida de Gilbert que a amparou no momento final porque suas pernas bambearam, e ela se agarrou a ele esperando que seu coração voltasse a bater normalmente assim como o de Gilbert.
- Isso foi incrível. - ela sussurrou, tentando recuperar o fôlego.
- Sempre é. - Gilbert respondeu, beijando-lhe os cabelos.
Era incrível como tudo entre eles se encaixava tão bem. Alguns parceiros levavam anos para atingir aquele grau de conexão que os fizesse sentir que o amor fluía entre eles sem muito esforço, mas entre Anne e Gilbert tinha sido assim, desde que um garoto bonito de onze anos a tinha salvado de ser punida por conta de dois livros cruelmente atirados por Billy Andrews em uma poça de água. Eles tinham nascido um para o outro, e Anne não tinha dúvidas de que envelheceria ao lado daquele rapaz extraordinário.
- Eu te amo tanto. - Gilbert sussurrou docemente fazendo-a sorrir e responder:
- Eu também te amo, sempre amei e nunca vou deixar de amar. - os dedos dele traçaram os contornos do rosto de Anne enquanto seus olhos se enchiam da visão dele.
- Como alguém pode ser tão lindo até de cabelos molhados?- ele perguntou com um olhar questionador, como se estivesse mesmo considerando aquela questão.
- São seus olhos que me enxergam assim, e devo aproveitar para acrescentar que a visão de você todo molhado é demais para o meu coração. Quase não resisto à vontade de te tocar o dia inteiro.- Anne disse mordiscando-lhe o queixo.
- É? Não quer aproveitar para me tocar mais um pouco então?- ele disse, puxando-a mais para si, e provocando a região atrás da orelha dela com a língua.
- Este seria um convite irrecusável se eu não tivesse que amamentar os bebês. - Anne disse, colocando a cabeça no ombro de Gilbert que acariciou-lhe a curva do pescoço.
- Está bem, podemos repetir tudo isso mais tarde se quiser. - Gilbert sugeriu deslizando os dedos pela base de sua coluna.
- Quer dizer que meu marido tem disposição para mais uma sessão de amor como essa mais tarde? - Anne perguntou em tom de brincadeira.
- Com você eu tenho disposição para todas as sessões de amor que desejar. - Gilbert respondeu, beijando-a com paixão, fazendo-a perceber quanto combustível ainda existia para queimar entre os dois. Só de pensar em mais horas como aquela nos braços de seu marido era suficiente para fazê-la se sentir muito quente por baixo de sua própria pele. Todavia, existiam responsabilidades mais urgentes, e seus cristaizinhos vinham em primeiro lugar. Ela afastou Gilbert com certo pesar e disse:
- Eu também, mas nossos bebês estão à nossa espera. - ela procurou pela toalha enquanto Gilbert desligava o chuveiro, e ao notar um certo problema, Anne se virou para o marido e comentou:- Temos só uma toalha, nossas roupas não estão aqui e nem nossos roupões.
Eles estavam no quarto de hóspedes, porque quando Gilbert chegara do trabalho, Anne estava na cozinha e assim que as coisas começaram a esquentar entre os dois, suas roupas ficaram esquecidas em um canto qualquer do cômodo, enquanto o rapaz a puxava para o quarto mais próximo e acabaram no chuveiro.
- Isso não é realmente um problema, já que estamos sozinhos em casa. - Gilbert tinha tomado o máximo de cuidado dessa vez, pois não queria confrontar Norma com outra cena explícita dos dois, e por isso chegara em casa um pouco mais tarde que o habitual, sabendo de antemão que a enfermeira já tinha ido embora, e assim ele não correria o risco de ser interrompido no meio de um ato de amor com sua mulher de quem não conseguia manter as mãos longes desde que ela alcançara sua recuperação cem por cento.
Eles andavam meio insaciáveis nas últimas semanas, e qualquer beijo ou carícia acabava entre lençóis. Gilbert sempre fora um amante excepcional, mas naqueles dias sua maneira de amá-la superava qualquer outra que já tivesse realizado antes. Foi assim que Anne descobrira que como ela, Gilbert aprendera que o presente era mais importante que o passado havia sido ou o futuro ainda seria, e por isso não queria deixar passar nenhum momento no qual pudesse viver ou fazer o que desejasse, porque no minuto seguinte essa oportunidade poderia lhe ser roubada pelas muitas armadilhas da vida.
- Está sugerindo que andemos nus pela casa, Dr. Blythe?- Anne perguntou com uma sobrancelha erguida, mas no fundo se divertindo enormemente com aquela ideia.
- Como disse, podemos fazer o que quisermos. Norma já foi embora, os bebês estão seguros no quarto ao lado, e podemos namorar em cada canto dessa casa sem sermos interrompidos.- Gilbert respondeu já devorando o seu pescoço de novo. Céus! Aquele homem tinha uma habilidade incrível de deixá-la úmida com uma única palavra. Onde fora parar aquele garoto tímido e sério que conhecera aos onze anos, que ficava vermelho só de olhar para suas pernas nuas?
- Podemos continuar essa conversa depois, Dr Blythe e de preferência em nosso quarto. - ela lhe deu um beijo rápido e continuou: - Agora preciso mesmo alimentar os bebês.
Assim, Anne se enrolou na toalha e Gilbert a seguiu, segurando em sua cintura, e atacando-lhe o pescoço por trás toda vez que tinha uma oportunidade, mostrando a Anne quanto trabalho teria para neutralizar o apetite sexual de seu marido naquela noite, se é que era isso mesmo que desejava.
Em meio às suas brincadeiras eróticas, nenhum dos dois imaginava encontrar Cole Mackenzie sentado placidamente no sofá da sala, que disse com um tom sugestivo na voz assim que os viu:
- Então, os pombinhos estavam se divertindo enquanto eu me acabava de apertar a campainha do lado de fora.
- Cole, como entrou aqui? - Anne perguntou, tão espantada quanto seu marido que ficara mudo de repente, se escondendo atrás dela, tendo muito pouco sucesso nessa proeza.
- Eu ainda tenho a cópia da chave que você me deu quando foi viajar em lua de mel com Gilbert.- E olhando por cima do seu óculos de sol, o rapaz disse para um Gilbert petrificado, que se segurava na cintura de Anne com força.- Eu já tinha imaginado coisas a seu respeito, mas nunca pensei que fosse tudo isso . Uau! - o rapaz disse, fazendo o rosto de Gilbert ficar mais vermelho que os cabelos de Anne.
- Cole, quer parar de cobiçar o meu marido na minha frente - Anne disse, tentando parecer séria, mas no fundo sentindo uma imensa vontade de rir, pois não podia ver o constrangimento de Gilbert porque ele estava bem atrás dela, mas podia imaginar o desconforto de seu homem sendo analisado pelo melhor amigo dela da forma mais vulnerável possível.
- Então não devia deixá-lo desfilar pela casa como veio ao mundo. - Cole disse, com um de seus sorrisos maliciosos enquanto lançava mais um olhar para Gilbert por cima de seus olhos escuros.
- Nós não podíamos imaginar que entraria furtivamente em nossa casa.- Anne respondeu e Cole rebateu.
- Eu toquei a campainha muitas vezes, e só entrei porque o porteiro me disse que estavam em casa, então, não podem me culpar por isso.
- E não imaginou que queríamos privacidade?
- Vocês tiveram toda a privacidade do mundo enquanto estavam no quarto, não fui eu que resolvi brincar de Adão e Eva em todos os cômodos do apartamento. E por favor, Anne, não sei por que tanto drama. Não é como se eu nunca tivesse visto tudo isso antes. - Cole respondeu balançando a cabeça.
- Não o meu marido.
- Anne, será que podemos interromper essa discussão e irmos para o quarto trocar de roupa. Se não percebeu, estou em uma situação meio constrangedora aqui.- Gilbert disse em um tom baixo, sem sequer olhar para o amigo de Anne que se divertia enormemente com a situação.
- Claro, amor. Desculpe-me. - Anne respondeu e depois se voltando para o amigo, ela disse: - Me espere aqui.
- Claro, para onde mais eu iria? - o rapaz disse, examinando as próprias unhas, para logo em seguida dizer: - Belo bumbum, Dr Blythe .
Anne viu Gilbert trincar os dentes enquanto ambos caminhavam em direção ao quarto do casal. Uma vez lá dentro, Gilbert se sentou na cama e olhou para Anne de um jeito que a fez responder colocando suas mãos no ombro dele:
- Não surta. Você conhece o Cole, ele adora causar situações embaraçosas.
- Será que vou ter que começar a colocar cadeado na porta, e uma lista do lado de fora, avisando os horários que estamos disponíveis para visita? Pelo amor de Deus, Anne. Já não bastava a Norma, agora o Cole também? Quem mais falta participar de nossa vida íntima? Não ria.- ele disse, quando Anne fez menção de gargalhar.
- Você não sabe o quanto fica adorável corado desse jeito, amor. Você devia ficar orgulhoso de sua anatomia perfeita. Se meu amigo artista o elogiou esteticamente, é porque realmente você é de tirar o fôlego. Te incomoda que outro homem tenha te visto nu?- ela perguntou, passando as mãos pelos cachinhos frontais dele.
- Essa estética perfeita como você diz é só para os olhos da minha mulher, e respondendo à sua pergunta, não me incomoda que outro homem me veja nu, não sou tão puritano assim, o que me incomodou foi ele nos ter pego nessa situação e fazer piadinhas a respeito. Não quero partilhar nossos momentos íntimos com ninguém. Eles são só nossos, ninguém mais precisa participar.
- O Cole não faz por mal. É o jeito dele. Não fica bravo com ele. - Anne pediu, fazendo um carinho no ombro do marido.
- Eu não estou. Gosto muito de Cole. Ele é uma ótima pessoa, tirando suas piadinhas a meu respeito.- Gilbert disse, beijando as mãos de Anne.
- Obrigada. Vou me vestir e falar com ele, e depois preciso amamentar os bebês.
- E eu vou preparar o jantar. Gilbert disse, se levantando da cama.
Um tempo depois, Anne retornou para a sala e disse para o amigo que a olhava com o semblante mais inocente do mundo.
- Agora somos só nós dois. Me diga qual é o problema, pois você não invadiria minha casa assim se não fosse algo importante para você.- Cole sorriu satisfeito ao perceber que Anne conhecia cada parte de sua personalidade tão bem.
- Eu queria te pedir um favor, mas estou nervoso.- o rapaz respondeu, apertando suas mãos uma contra a outra.
- Que favor e esse que te deixou assim?- Anne perguntou, se sentindo preocupada por entender que o assunto deveria ser grave, já que não o via tenso assim a anos.
- Eu e Jordan vamos morar juntos, e queremos adotar um bebê. - Cole disse de repente, deixando Anne surpresa com a notícia.
- Que notícia incrível, Cole. Fico feliz por vocês dois. Quando começaram a falar sobre isso?
- A alguns dias. Jordan me disse que quer muito ser pai, e como sabe, eu gosto muito de crianças, então, pensamos nessa possibilidade. Embora esteja apavorado, pois não sei como me sairei tendo um bebê na minha vida.- o rapaz disse visivelmente nervoso.
- Você vai ser um pai maravilhoso. Conte comigo no que precisar. - Anne disse, apertando as duas mãos dele com afeição.
-Obrigado o que eu queria lhe pedir era que fosse comigo no orfanato onde agendei uma visita para daqui um mês, pois Jordan estará viajando a trabalho, e não consegui arrumar outra data compatível com nós dois
- É claro que irei.
- Obrigado.
Naquele instante, ambos pararam de falar, pois Gilbert tinha entrado na sala devidamente vestido. O jovem médico parou na frente de Cole e disse:
- Por favor, as chaves.- Gilbert estendeu a mão e Cole depositou o pequeno objeto na mão estendida do rapaz.
- Aqui está.
-Obrigado. - Gilbert disse se encaminhando para a cozinha, mas não sem antes ouvir Cole dizer:
- Continuo idolatrando seu bumbum, Dr. Delícia .
-Você não resiste, não é?- Anne disse, vendo Gilbert caminhar para a cozinha pisando duro.
- De jeito nenhum.- Cole disse rindo, e em seguida se levantou do sofá e se encaminhou para a porta de saída.- Preciso ir, depois eu te ligo combinando tudo.
- Está bem. Não quer ficar para o jantar?
- Do jeito que seu marido está me odiando, com certeza comeria o meu fígado como prato principal. Então, obrigado pelo convite, mas preservo minha vida. Até logo.
- Até. - Anne disse, e assim que Cole fechou a porta, ela foi até a o quarto cuidar dos seus bebês, rindo ao pensar que Cole não estava tão errado assim.
GILBERT
Era mais uma manhã de sexta-feira no apartamento da família Blythe. Gilbert estava na cozinha preparando o café da manhã antes de ir para o trabalho, e Anne estava no quarto amamentando seus dois cristaizinhos. Ele quase nunca perdia esses momentos. Ver Anne amamentar sempre foi uma de suas coisas favoritas desde o início. Ele achava lindo aquela troca de amor entre ela e os bebês, e sentia-se privilegiado por poder participar mesmo que passivamente daqueles instantes em que ela parecia se transformar. A felicidade que Gilbert via no rosto dela enquanto tinha John e Sarah nos braços era inspiradora. Ele sempre começava seu dia melhor por conta disso e ia para o trabalho sentindo que sua pequena família era a única base para que ele enfrentasse os leões diários que constituíam sua luta contra a morte sobre a vida com mais fé e mais esperanças ao final do expediente de que em algum tempo não distante desse, estaria apenas colecionando vitórias ao invés de algum fracasso.
Porém, naquela manhã especificamente, ele teria uma cirurgia importante no hospital, por isso teria que sair mais cedo de casa do que normalmente fazia por conta da preparação pré operatória sua e do paciente em questão.
Anne também teria um desfile importante naquela noite que ele não queria perder de jeito nenhum, pois era a primeira vez que ela desfilava depois que recuperou os movimentos das pernas, e esse era um fato importante demais para deixar passar em branco.
Se Anne soubesse quanto orgulho ele tinha dela por sua força interior, e quanto ele se sentia sortudo por ver a cada dia sua transformação como mãe e mulher. Gilbert era apaixonado por cada parte de Anne, e por isso ele tentava mostrar a ela por meio de suas ações e palavras o enorme valor que ela tinha para ele desde o seu despertar até a hora que iam dormir juntos, sabendo dentro de si que nenhuma vida seria perfeita para ele senão aquela.
O aroma do perfume Chanel invadiu seu pequeno mundo na cozinha, e o rapaz sorriu de leve ao saber que sua linda esposa acabara de entrar. Ela ainda não tinha trocado de roupa, pois vestia o baby doll preto de renda curtinho que colocara para dormir na noite anterior, e o qual ele não arrancara do corpo dela, porque Anne já tinha adormecido quando ele se juntou a ela na cama.
Seu desejo por ela tinha aumentado de forma insana desde que ela voltara a andar. Era como se a consciência do quão ele estivera perto de perdê-la por conta do tiro que ela levara, lhe causasse uma necessidade absurda de tocá-la a todo instante, amá-la até que a exaustão tomasse conta de seus corpos, para ter certeza de que nunca mais passaria por algo parecido de novo. Anne parecia estar na mesma sintonia que ele, porque da mesma maneira que ele não poupava nada de si na hora de fazer amor com ela, sua esposa se entregava a ele com a mesma intensidade, tornando o ato em si melhor em todos os sentidos, e ninguém diria, olhando para sua fisionomia tão plácida que havia um fogo inextinguível dentro dela, que estimulava ainda mais seu desejo por ela.
- Finalmente os bebês dormiram. Pensei que não pegariam no sono nunca hoje. - Anne disse, abraçando-o pela cintura.- Mas eu sei que a culpa é minha. - ela suspirou enquanto encarava os olhos castanhos do marido
- Por que diz isso, meu amor?- Gilbert perguntou, sorrindo cheio de ternura para ela. Como amava aqueles olhos azuis presos nos seus. Dois sóis em um céu cheio de estrelas.
- Norma me explicou que a maneira como me sinto afeta os bebês também, e como essa semana eu estou agitada por conta do desfile, eu acabo transmitindo meu humor para eles.- Gilbert a fitou por um instante sem dizer nada, pensando no quanto era engraçado a amizade e confiança que Anne desenvolvera por Norma. No passado, quando ele trouxera a enfermeira para cuidar dela e dos bebês, Anne detestara a ideia, porque se ressentia com o fato de depender dela para tudo. E quando ela voltara a andar, Gilbert cogitara a ideia de dispensá-la e contratar uma babá já que seus serviços como enfermeira não eram mais necessários.
No entanto, Anne fora contra a ideia, pois disse que ninguém cuidaria de Sarah e John como ela cuidava, e assim ele dera um belo aumento à boa senhora, e o assunto foi encerrado cheio de satisfação para ambas as partes.
- Quer conversar a respeito?- ele perguntou, preocupado com o que ela dissera. Agora que estava tudo bem, ele não queria que Anne tivesse que passar por algum tipo de estresse sem sua cuidadosa supervisão.
- Não é nada demais, querido. Só um pouco de ansiedade pelo desfile.- Anne respondeu, ajeitando a gola da camisa branca dele.
- Não precisa ficar assim. Você já fez isso tantas vezes por anos. Vai se sair muito bem.- ele disse para encorajá-la.
- Eu sei. Vai passar até a hora do desfile.
- Tem alguma coisa que eu possa fazer para ajudá-la a se sentir melhor?- ele perguntou, segurando o queixo dela com o polegar.
- Essa é uma pergunta perigosa, Dr Blythe. - Anne disse, olhando-o de forma sugestiva, que quase fez Gilbert gemer baixinho, ao sentir os braços dela em volta do pescoço, e suas mãos instintivamente foram parar na parte de trás do shortinho que ela estava usando e apertando o bumbum dela de leve.
- Não faça isso comigo, amor. Eu tenho uma cirurgia daqui a pouco, e desviar minha atenção assim é no mínimo complicado.
- Isso quer dizer que vai ficar pensando em mim? - ela disse roçando seu corpo no dele.
- O tempo todo. - ele respondeu mordiscando-lhe o queixo.
- Tudo bem então. Vamos deixar nossa diversão para depois do desfile.- Anne sugeriu, beijando-o de leve, e em seguida se sentou à mesa para tomar o café da manhã que seu marido acabara de preparar.
- A que horas os preparativos para o desfile começam?- Gilbert perguntou, servindo a Anne suas panquecas preferidas
- Às três horas. Vou esperar Norma chegar para ficar com os bebês, e depois vou para o estúdio. Você vai, não é?- ela perguntou, olhando-o de forma ansiosa.
- Eu não perderia por nada no mundo. - Gilbert disse, tomando sua xícara de café puro.
- E como está seu dia, hoje? - ela perguntou, cortando sua panqueca em pequenos pedaços iguais.
- Eu tenho essa cirurgia agora de manhã que deve durar algumas horas, e depois algumas consultas na parte da tarde, e entre elas está sua mãe biológica. Vou explicar para ela como funciona a quimioterapia.- Gilbert disso, observando a expressão de Anne com atenção. Ele sabia que sua esposa ficava diferente toda vez que ele mencionava o caso de Bertha, mas apesar disso, o rapaz, parara de evitar o assunto, uma vez que Anne ficava magoada, toda vez que ele não falava abertamente sobre seu trabalho no hospital.- Ela está com medo do tratamento, pois seu marido não poderá vir para ficar com ela.
- Entendo. - Anne respondeu sem se estender no assunto, tirando mais uma vez as esperanças de Gilbert que ela finalmente pudesse se acertar com a mãe.
- Bertha tem se esforçado muito nesse tratamento, e espero que ela possa ter uma boa qualidade de vida nos anos que lhe restam.
- Eu tenho certeza que você tem feito o melhor que pode por ela. - Anne argumentou.
Gilbert percebeu o enrijecimento dos ombros de sua esposa, e mudou rapidamente de assunto . Não lhe agradava aborrecer Anne com aquela situação. Ele desejava muito que ela e a mãe fizessem as pazes, mas queria que fosse por vontade própria de Anne, e não por imposição ou influência sua. Talvez aquilo acontecesse a longo prazo ou nunca acontecesse, mas não iria forçar sua esposa a uma situação para a qual não estava preparada.
- Na próxima semana tenho alguns dias de folga. Que tal irmos para Green Gables? - ele perguntou, e logo um sorriso imenso apareceu no rosto de Anne. Ele sabia que ela adoraria a ideia, pois Nova Iorque nunca conseguira substituir a fazenda dos Cuthberts em seu coração.
- Que notícia maravilhosa. Estou louca para ver nossos amigos, e estar na fazenda com Matthew e Marilla. Você não sabe o quanto tenho esperado por essa oportunidade. - Anne disse segurando a mão dele sobre a mesa.
- Eu também. Então creio que podemos ir domingo de manhã. - Gilbert lhe informou.
- Vou arrumar nossas malas amanhã cedo.- Anne anunciou com seu rosto iluminado.
- Ótimo. Preciso ir. - ele disse, tomando o restante do café de sua xícara, e a deixando sobre o pires logo em seguida.
Anne o acompanhou até a porta e disse:
- Boa sorte com a cirurgia.
- Obrigado. - ele disse, beijando-a rapidamente e se encaminhando para o corredor.
A operação que teve que realizar durou cerca de quatro horas, e quando deu o último ponto, fechando a ferida, Gilbert sorriu aliviado por tudo ter corrido como desejara.
Seu horário de almoço veio e passou, e logo ele iniciou seu atendimento com as consultas marcadas. O horário de Bertha era à uma da tarde, assim, ele separou todo o material que precisaria usar em sua explicação a ela sobre o próximo passo do tratamento que seria a quimioterapia. Não era um processo simples ou agradável, mas era um dos únicos que ainda funcionava em casos de tumor maligno, e era também uma das poucas chances que Bertha teria para prolongar um pouco mais sua vida neste mundo, já que a cura em si não seria possível.
No horário marcado, a sua secretária avisou que Bertha havia chegado. Deste modo, ele deu autorização para ela que entrasse e quando isso aconteceu, Gilbert se surpreendeu ao ver sua esposa como acompanhante dela.
Ao notar o olhar interrogativo do marido, Anne disse:
- Você me contou que ela não tinha quem a acompanhasse nesse momento difícil. - ela respondeu, olhando para ele como se lhe pedisse para não lhe perguntar mais nada além da explicação que lhe dera por estar ali.
- Boa tarde, Dr. Blythe.
- Boa tarde, Bertha. Sentem-se. - ele disse ainda atordoado pela atitude surpreendente de sua esposa.- Preparada para a segunda etapa do tratamento?- ele perguntou para a mãe biológica de Anne.
- Mais ou menos. Confesso que estou um pouco temerosa.- ela respondeu apreensiva.
- Não vou mentir e dizer que será fácil, Bertha, ou mesmo milagroso, mas poderá prolongar um pouco mais sua vida, se é isso mesmo que deseja. - Gilbert disse com certo pesar. Ele queria garantir que após passar por um tratamento rigoroso, ela teria a tão sonhada cura, mas já haviam falado sobre isso mais de uma vez, e tanto ele quanto sua paciente não tinham ilusões quanto a isso.
- Eu lhe agradeço imensamente pela sua ajuda, Dr. Blythe. E sim, ainda quero viver uns bons anos, mesmo que não sejam tantos assim, pois preciso consertar alguns erros do passado, e essa é minha única chance.- ela disse, olhando para Anne que fingiu não entender o que aquelas palavras significavam.
- Vamos lutar por isso juntos.- ele disse apertando as mãos dela entre as suas.
- Obrigada. Quando começa o tratamento?
- Daqui a quinze dias. Assim você terá tempo para se organizar.
- Está bem. - ela sorriu placidamente para Gilbert.
- Aqui está uma explicação por escrito de tudo o que se constitui esse tratamento. Pode ler com calma, e qualquer dúvida é só me perguntar.- Gilbert disse solícito.- Acho que por hoje terminamos.
- Sim. - ela se levantou para ir embora, e Anne ia acompanhá-la, mas Gilbert disse:
- Bertha, você pode esperar um pouquinho lá fora? Preciso falar com minha esposa.
- Claro. - ela disse, apertando a mão dele, e saindo pela porta.
- O que quer falar comigo? - Anne perguntou assim que Bertha fechou a porta atrás de si.
Gilbert não respondeu, apenas a puxou para seus braços e lhe deu um beijo tão intenso que Anne acabou correspondendo até que ambos tiveram que parar por falta de ar.
- O que foi isso?- Anne perguntou se apoiando no marido que mais uma vez a deixara de pernas bambas.
- Você sabia que é maravilhosa, Sra. Blythe? Obrigada por passar por cima de sua mágoa para dar apoio a Bertha. Isso realmente foi incrível.
- Eu senti que precisava estar aqui. Ninguém devia ter que passar por isso sozinho.- Anne lhe disse com uma maturidade que o encantou ainda mais .
- Eu te amo tanto. Você não sabe o quanto me orgulho de chamá-la de esposa.- Gilbert disse, seu olhar se perdendo naquele rosto cujas sardas lhe lembravam uma constelação inteira de estrelas.
- Espero que seja na mesma intensidade que te amo e me orgulho por você ser meu marido. - ela respondeu acariciando-lhe o maxilar - Eu também convidei Bertha para o meu desfile.- outra atitude surpreendente de Anne que o fez responder:
- Acho melhor você ir, ou vou começar a te beijar e não vou parar mais, e ainda tenho vários pacientes para atender.- ele disse, deslizando as mãos pelas costas dela cobertas por uma blusa creme de seda.
- Está bem. Mas guarde tudo isso para mim depois do desfile, pois nós vamos comemorar juntos.- ela disse, acariciando o peito dele sobre a camisa.
- Mal posso esperar.- ele disse, desejando que tivessem mais tempo antes da próxima consulta para provar a Anne, o que dissera além das palavras.
- Até mais tarde.- ela disse, dando um selinho no marido, e deixando-o sozinho no consultório, e pensando no quanto aquele anjo ruivo era a única mulher que teria tudo dele até seu último suspiro.
GILBERT E ANNE
Após ter deixado Bertha no seu hotel, Anne foi direto para o estúdio. A ideia de acompanhar sua mãe biológica até o hospital para sua consulta com Gilbert a atormentara toda a manhã, até que ela pegou o telefone e ligou para Bertha, perguntando se ela aceitaria sua companhia em sua ida ao hospital naquela tarde. A mulher parecera surpresa a princípio, mas não perguntara nada. Ela apenas respondera que ficaria muito feliz com a companhia de Anne, que combinou de passar no hotel meia hora antes da consulta
O que a levara a aquele ato, Anne não compreendia muito bem. Seus sentimentos por Bertha não haviam mudado, mas seu lado humano a fez ponderar que qualquer pessoa naquele tipo de situação merecia apoio em uma hora tão complicada como aquela, por isso sua compaixão vencera e ela decidira que não faria mal nenhum em apoiar Bertha naquele momento.
Ao chegar ao estúdio, os preparativos para o desfile se iniciaram, e em pouco tempo cada modelo já sabia qual roupa vestiria, o tipo de maquiagem que usaria, e qual seria a ordem de entrada de cada um.
Quando estava preparando a pele para a maquiagem, ela ligou para Norma para saber dos bebês, e por pouco não chorou, borrando toda a maquiagem ao ver Sarah e John no colo da enfermeira pela chamada de vídeo. Ela vinha tentando se acostumar a ficar longe deles, mas ainda era difícil não sentir falta de seus cristaizinhos mesmo que fosse por poucas horas. Em seguida ligou para o marido que não pôde atender, pois estava em uma consulta, mas que lhe mandou um áudio dizendo o quanto estava orgulhoso dela, e que na hora do desfile ele estaria sentado na primeira fila, aplaudindo-a de pé, pois era esse tipo de homenagem que ela merecia por ser tão perseverante, o que lhe arrancou algumas lágrimas, e o que lhe valeu alguns olhares zangados do maquiador, que teve que retocar sua maquiagem várias vezes naquela tarde.
Às cinco horas, todas as modelos foram levadas ao local do desfile, e enquanto se arrumava, várias vezes Anne deu uma escapada para observar a plateia e ver se seu marido tinha chegado.
Anne estava nervosa, mesmo que não quisesse admitir. Fazia meses que não desfilava e em sua cabeça passava todas as situações que podiam dar errado, e isso só aumentava sua ansiedade e preocupação. Ela precisava de Gilbert ali para que ele a ajudasse a manter suas emoções sob controle. Nos últimos meses ele fora seu alicerce em tudo, e Anne tinha que reconhecer que acabara se tornando um pouco dependente do apoio incondicional que Gilbert lhe dera em todos os momentos.
Avaliando os últimos meses com um olhar objetivo, a ruivinha tinha a impressão que vivera uma vida inteira em quatro meses. Ela amadurecera da forma mais dura, se tornara mãe e confrontara seu passado da forma mais crua. Assim, tivera que aprender a lidar com milhares de questões que tinham sido enterradas por seu orgulho, por suas mágoas e seu amor próprio.
Gilbert costumava dizer que ela era uma das pessoas mais fortes que ele conhecia, mas ele não sabia que muita dessa força, ela só tinha porque emprestara a dele. Ele nunca descobrira o quão aterrorizada ela se sentira nos meses anteriores, antes de se recuperar completamente, de não ser capaz de chegar ao fim daquela jornada sem sucumbir ao mais negro desespero. O que a salvara fora ele, e sempre seria ele a lhe dar segurança e ser sua âncora em qualquer situação.
Quando ficou pronta para o início do desfile eram quase seis e meia, e mais uma vez ela caminhou até a porta de onde dava para ver quem já tinha chegado para assistir ao evento, e seu coração deu um pulo aliviado ao ver seu marido na primeira fila como prometera junto com Bertha que se sentara ao lado dele.
Anne não esperava realmente que ela viesse. A convidara por impulso, até mesmo por pena de saber que estava sozinha na cidade, e que teria que passar o fim de semana enfurnada em um quarto de hotel. A ruivinha pensava que não deveria se preocupar com isso, mas ela também pensava que não havia mal algum naquele convite. Não era como se tivessem se tornado melhores amigas, ou tivessem iniciado um relacionamento de mãe e filha. Ela fizera aquele convite como faria a qualquer pessoa conhecida sem envolvimento de sentimentos que pudessem comprometer sua sanidade mental.
Assim, ela voltou para dentro, esperando sua vez de ser chamada para entrar que aconteceria dali a alguns minutos. Ela seria a terceira modelo a desfilar uma coleção de moda praia, e seu biquíni era um modelo exclusivo bastante sensual e cavado. Anne sorriu ao imaginar a cara de Gilbert quando o visse com ele, e isso não demorou a acontecer, pois ao pisar na passarela e desfilar da maneira como fora treinada a anos para fazer, instantaneamente, ela sentiu os olhos de seu marido sobre ela que parecia quase hipnotizado por sua beleza ruiva realçada pela cor preta do biquini.
Ela sorriu para ele e só para ele como se não existisse mais ninguém a não ser os dois naquele ambiente onde a sofisticação era a regra do dia. Anne andou por toda a passarela, e ao se virar para voltar pelo mesmo caminho que fizera antes, ela olhou para trás e jogou um beijo para Gilbert que não perdia um só caminhar, ou volta sua.
E assim, o desfile foi sendo realizado e cada vez que Anne surgia em um novo modelo de roupa, Gilbert a observava enfeitiçado, pensando consigo mesmo em como pudera esquecer o quanto ela ficava maravilhosa em cima de uma passarela. Sorrindo secretamente em seu íntimo, ele pensou na surpresa que havia preparado para ela, e esperava sinceramente que ela apreciasse sua pequena homenagem a mulher extraordinária que ela era.
A última parte do desfile finalmente chegou, e Anne foi a última modelo a pisar na passarela dessa vez. Ela vestia um vestido vinho, tomara-que-caia, de decote profundo no busto em formato de coração, justo até a cintura cuja saia caia em camadas ao redor dela em um tecido esvoaçante. Nos ombros, ela tinha uma capa transparente da mesma cor e tecido do vestido, a qual Anne retirou conforme caminhava pela passarela, e Gilbert pensou que ela não poderia estar mais perfeita do que estava naquele momento.
O desfile enfim terminou em aplausos para todos os participantes, o estilista em questão e a promotora da marca. Antes que todos fossem dispensados a dona do estúdio pediu a palavra e disse:
- Eu gostaria de agradecer a todos que vieram nos prestigiar. Este desfile foi muito especial, por dois motivos. O primeiro consagra uma parceria de anos com um dos melhores estilistas do país, e também marca o retorno de uma de nossas modelos mais queridas que passou por um período conturbado nos últimos meses, mas que está de volta mais linda do que nunca. Vamos aplaudir Anne Shirley Cuthbert Blythe.
Anne sentiu seus olhos marejarem ao ouvir aquelas palavras, mas aguentou firme com um enorme sorriso no rosto, olhando para Gilbert que a aplaudia mais que todos ali presentes. A dona do estúdio esperou que os aplausos terminassem para tornar a dizer:
- Eu tenho aqui algumas palavras do marido de Anne que me pediu para lê-las em voz alta nesse momento.
Para a mulher da minha vida .
Você não sabe quanto orgulho eu sinto de você por ser essa mulher forte e uma mãe maravilhosa. A cada dia a seu lado tem sido uma dádiva imensa, e me sinto o homem mais feliz do mundo por você ter me escolhido para partilhar sua vida, seus sonhos e seu coração.
Passamos por momentos difíceis, e seguramos a mão um do outro em cada obstáculo que encontramos pelo caminho. Apesar da dor, do sofrimento e da incerteza do que o nosso futuro nos reservava, nós nunca desistimos um do outro, e a certeza do seu amor por mim sempre foi o alicerce fundamental para minha vida. Eu não seria o homem que sou hoje sem você, e por isso quero te agradecer por estar ao meu lado a cada amanhecer, por me dar a força que preciso para continuar seguindo em frente em minha profissão e em meus desafios pessoais, e pelos dois filhos lindos que me deu. Você é a luz da minha alma, Anne, e a certeza mais profunda que tenho é que continuarei te amando para sempre como tenho te amado desde os meus onze anos, e espero ser para você a felicidade absoluta que você é e sempre foi para mim. Te amo demais. De seu marido, Gilbert Blythe.
As lágrimas que Anne vinha segurando não puderam mais ser evitadas, e enquanto os aplausos mais uma vez explodiam ao seu redor, ela olhava para seu marido que tinha estampado em seu rosto toda a adoração e o amor que sentia por ela, e pensava em como tivera a sorte de ser amada pelo melhor homem do mundo. Um buquê de orquídeas lhe foi entregue como presente também de Gilbert, e assim, ela caminhou até ele e diante de todos ali presentes, o beijou com todo o amor de seu coração.
Depois disso, ela pediu a ele que a esperasse um instante para que tivesse tempo para trocar de roupa e irem para casa, pois era o único lugar que queria estar com ele naquele momento. Por isso, ela declinou o convite que lhe fora feito para a festa daquela noite após o desfile, e usando jeans desbotado, camiseta, tênis e sem um pingo de maquiagem, Anne andou apressadamente até o local onde Gilbert conversava com Bertha.
Ao vê-la chegar, ele a abraçou pela cintura enquanto Bertha se dirigia a ela e dizia:
- Querida, que desfile lindo. Fiquei muito orgulhosa.
- Obrigada por ter vindo.- Anne disse, sentindo-se genuinamente feliz por estar ao lado do amor de sua vida em um momento tão especial.
- Foi um prazer. Agora preciso ir, pois meu táxi está lá fora me esperando. Cuide bem desse rapaz, pois ele é um marido de ouro.- Bertha disse, beijando-a no rosto ao se despedir. Ela fez o mesmo com Gilbert, e quando virou as costas para caminhar até a saída, Anne disse:
- Bertha, eu e Gilbert vamos para Green Gables na próxima semana. Não gostaria de vir com a gente? A fazenda será um excelente lugar para que você descanse e renove suas energias para o novo tratamento.
- Mas eu não vou atrapalhar vocês? - Bertha perguntou, visivelmente feliz pelo convite ter partido de Anne.
- De jeito nenhum. Eu tenho certeza de que vai adorar passar alguns dias longe dessa movimentação de Nova Iorque.
- Se é assim, eu aceito. Vou ligar para a agência de viagens e comprar as passagens.
- Não precisa se preocupar. Será um presente meu.- Gilbert disse, sorrindo para sua esposa a quem passara a admirar mais ainda naquele momento.
- Obrigada, Gilbert. Não sei como agradecer. - Bertha disse emocionada.
- Apenas viaje conosco, e este será o único agradecimento que desejo. Vamos embarcar no domingo às sete da manhã. - Gilbert avisou.
- Eu vejo vocês no aeroporto de Nova Iorque, então, na segunda-feira . - Bertha disse, e assim que ela foi embora Gilbert se voltou para Anne e perguntou:
- Eu já te disse hoje o quanto você é maravilhosa?
- Já, mas não me importo que você diga mais vezes.- ela respondeu, sorrindo com seus olhos azuis brilhando.
- Vamos para casa? - ele perguntou acariciando-lhe os cabelos.
- Sim. Estou louca para ficar sozinha com você. - Anne disse entrelaçando seus dedos nos do marido.
Quando chegaram no apartamento, Norma os esperava, e foi embora assim que contou a Anne que os bebês já tinham sido banhados, alimentados e estavam no quarto dormindo tranquilamente.
- Enfim sós. - Gilbert disse, puxando Anne para seus braços no momento em que ouviu Norma fechar a porta, tomando os lábios da ruivinha com os seus cheios de paixão.
- Você não sabe o que fez comigo desfilando de biquíni daquele jeito. Você não me disse que desfilaria assim.- Gilbert disse, beijando-lhe o pescoço.
- Eu quis te fazer uma surpresa.- ela respondeu, sentindo os arrepios familiares tomando conta de sua pele.
- Me deixou louco para tirá-lo de você.- Gilbert disse com a voz rouca, ao mesmo tempo em que tirava a camiseta de Anne, e corria os lábios pela pele acetinada do colo dela.- Deus! Eu sou completamente maluco por você.
- Por que não me mostra o quanto me quer dentro de uma banheira cheia de espumas? - ela disse, desabotoando a camisa dele e jogando-a em cima da poltrona mais próxima.
Anne não precisou dizer mais nada para ter seu pedido atendido, pois enquanto Gilbert a carregava no colo para o banheiro do quarto deles, deixando que ela percebesse o tamanho de sua excitação por ela ao enlaçá-lo pela cintura com suas longas pernas, a ruivinha pensava que não havia nada no mundo que amasse mais do que ser a esposa de Gilbert Blythe.
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