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Capítulo 88- Amor e Chocolate



Olá, queridos, leitores. Aqui está mais um capítulo da minha história. Quero muito saber a opinião de você sobre ele, e por isso, não se esqueçam de comentar. Gosto de saber como a história os está afetando, e se realmente ainda estão apreciando minha escrita, além é claro de continuarem a me motivar. Desculpem-me pelos erros ortográficos. Muito obrigada. Beijos.

ANNE

Anne brincava com a caneta entre seus dedos, enquanto seus olhos analisavam as questões do seu teste com atenção. Todas as perguntas eram a respeito do livro Dom Quixote de la Mancha, do escritor espanhol Miguel de Cervantes que ela passara a última semana lendo junto com Gilbert. Ela amara conhecer sobre o amor do herói da história e sua Dorotéia, e até Gilbert que tinha certas restrições de leitura se envolveu na narrativa forte do livro.

Anne nunca se interessara em aprender outras línguas antes, mas, de repente, sentira uma necessidade incrível de aprender espanhol, pois assim sentia que sua conexão com os personagens do livro era ainda maior. Era óbvio que isso era coisa de sua imaginação sem limites, mas, gostava de pensar que podia se comunicar com o enredo de um livro assim, e quando contara para Gilbert sobre isso, ele rira e dissera:

- Querida, estes são personagens fictícios. É claro que acho incrível você querer aprender uma língua diferente, pois esse tipo de coisa abre nossos horizontes para milhões de oportunidades, mas, não vejo como isso possa fazê-la criar um laço com os personagens.

- Você pensa assim, porque tem uma imaginação de cientista, Sr. Blythe, e não compartilha do meu amor pela literatura. - Anne disse com as mãos na cintura.

- Isso não é verdade. Eu gosto muito de ler. - Gilbert disse em protesto com o esboço de um sorriso divertido nos lábios,

- Sim, mas não tem romance no coração como eu.

- Como pode dizer isso depois de todas as declarações de amor que já te fiz? Eu sou muito romântico, Sra. Blythe, e só por esse comentário, você acabou de partir meu coração. - ele disse fingindo-se de ofendido. Rindo, Anne se aproximou dele e tomou seus rosto entre as mãos enquanto dizia:

- Não se ofenda, meu Mr. Darcy. Eu estava brincando. Adoro quando você encarna o noivo romântico e apaixonado. Não consigo resistir ao seu charme quando se esforça para satisfazer minhas fantasias literária. - os olhos dele estavam bem claros aquele dia, e Anne se viu fitando-os profundamente.

- E quais são suas fantasias literárias no momento? Conte-me para que eu possa me esforçar um pouco mais da próxima vez. - Gilbert disse sentando-a em seu colo onde ela se sentia muito confortável, principalmente quando os braços dele rodeavam sua cintura possessivamente como naquele momento.

- Quem sabe você poderia se declarar para mim em outras línguas. Eu ia amar ver seu romantismo traduzido em idiomas diferentes. - Anne disse com os braços nos ombros dele.

- Suas fantasias são exigentes, Sra. Blythe.

- Eu sei, Por isso sou apaixonada pelo rapaz mais inteligente do mundo. - ela disse beijando-o no rosto

- Não tão inteligente assim. Principalmente quando me comparo a você, mas, se quer aprender espanhol, acho que posso ajudá-la. - ele disse fazendo suspense.

- Não vai me dizer que você fala espanhol? - Anne perguntou surpresa.

- Sim, aprendi quando passei seis meses trabalhando nos portos de Madri enquanto viajava pelo mundo.

- Como escondeu isso de mim? - agora ela estava totalmente encantada. Gilbert era um baú cheio de supressas incríveis. Quando ela podia imaginar que ele falava outras línguas?

- Bem, você nunca me perguntou muito sobre minha vida fora de Avonlea, então, pensei que essa parte de mim não te interessasse. - ele disse sério, e Ane o olhou espantada mais uma vez.

- Qualquer parte sua me interesse, amor. Eu nunca te perguntei sobre suas viagens porque não queria despertar lembranças tristes, mas, a verdade era que eu sempre fui ávida por saber mais sobre você. Eu fingia que não ligava quando a Ruby ou a Diana me contavam certos detalhes sobre sua personalidade, mas, aqui dentro de mim, eu absorvia tudo sedenta por mais detalhes. Depois, passava a noite inteira acordada imaginando nós dois juntos. - Anne disse com os olhos brilhando que já não estavam mais ali naquela sala, mas, sim em algum lugar do passado onde existia uma menina tímida de tranças ruivas que sonhava com seu Romeu de olhos castanhos.

- Quer dizer que vocês falavam sobre mim?- ele disse com Anne ainda em seu colo.

- Quase o tempo todo. Ruby era fascinada por você, e eu tinha que fingir que não sentia nada, mas, acho que eu era ainda mais apaixonada que ela, só não queria admitir isso, porque eu achava que você nunca olharia para mim do mesmo jeito que eu olhava para você.- Anne confessou um tanto tímida por revelar tantos sentimentos íntimos e antigos para Gilbert, mas, não estava arrependida. Não ligava para o fato de que ele a conhecia mais que qualquer pessoa, e não se importava por Gilbert conseguir enxergar a verdadeira face do seu coração.

- Você estava completamente enganada, meu amor. - ele beijou a testa dela e Anne sorriu quando perguntou:

- Você também falava de mim para os seus amigos?

- Não. Eu preferia guardar todos os meus pensamentos para mim, pois não queria dividi-la com ninguém. - Anne sentiu uma nota possessiva na voz dele, e sorriu para si mesma.

- Então, vai me ensinar espanhol? - ela perguntou alegremente.

- Se é o que quer, eu posso te ensinar sim. E a primeira lição vai ser agora mesmo. - ele fez uma pausa e olhando nos olhos dela, ele disse. - Sabe como alguém diz eu te amo em espanhol, Anne?

- Não. - ela respondeu com toda a sua atenção concentrada naquele rosto angelical de cachinhos caídos na testa.

- Yo te amo. - Gilbert disse e em seguida deu-lhe um selinho.

- Yo te amo. - ela repetiu com dificuldade.

- Mas, tem uma frase que vou adorar te ensinar a dizer. - ele disse apertando-a junto a seu corpo.

- E qual é? - ela quase sussurrou quando disse isso.

- Yo te queiro- ele disse com a voz rouca, e ele nem teve que traduzir o que dissera, pois pelo fogo nos olhos dele ela sabia bem o que ele queria dizer, e antes que repetisse com perfeição aquelas palavras, ele a fez esquecer de tudo com seu beijos sedutores, e o resto da noite foi cheia de magia, declarações sussurradas e aquela atração entre eles difícil de ignorar.

Enquanto respondia a penúltima questão de sua prova, Anne sorriu ao pensar que naquela noite descobrira que Gilbert tinha uma alma latina, pois a forma como ele a seduzira a noite toda com palavras e frases cheias de duplo sentidos em espanhol lhe mostrara o quanto Gilbert era intenso em suas emoções, e principalmente na maneira como a fazia se sentir mulher. As aulas de espanhol duraram a semana toda, e Anne, aluna aplicada como era, se tornou uma expert em deixar Gilbert ainda mais vidrado por tudo o que dizia respeito a ela. Gilbert lhe pertencia, assim como ela era dele, e duvidava que algum dia se sentiria diferente, ou procuraria em outra pessoa qualquer outra coisa, pois ele lhe dava tudo o que precisava para ser feliz.

Ela respondeu a última questão, assinou seu nome na prova, e se levantou para entregá-la ao seu professor, que a analisou por alguns minutos e sorriu parecendo satisfeito com sua respostas detalhadas sobre cada questão.

- Muito bem, Srta. Cuthbert. Está dispensada, mas, antes de ir, eu gostaria de lhe fazer uma pergunta. – ele pegou o boletim dela que fora enviado para a faculdade de Nova Iorque assim que ela se candidatara para a vaga de estudante de Literatura, e disse:- Aqui diz que você trabalhou em peças de teatro na escola, e teve um ótimo desempenho.

- Sim. Apresentamos Romeu e Julieta. - Anne disse se lembrando com carinho da peça que encenara com Gilbert.

- Isso é ótimo. Eu estava pensando em montar uma peça sobre o livro Orgulho e Preconceito de Jane Austen. O que acha? - ao ouvir o professor mencionar sua história de amor favorita, ela respondeu.

- Eu amo essa obra, professor.

- Acho que você seria perfeita para o papel de Elisabeth Bennet, temos apenas que encontrar o Mr. Darcy perfeito. - o professor disse sorrindo, fazendo Anne pensar que ela já tinha o seu Mr.. Darcy, pena que ele não estudava literatura.

- Já tem uma data para a apresentação? - Anne perguntou interessada na proposta de seu professor por quem nutria uma enorme empatia. Ele era sempre simpático e tinha um excelente humor, e era muito habilidoso ao ensinar sua matéria, utilizando recursos interativos e inovadores que tornavam suas aulas extremamente interessantes. Anne esperava que quando tivesse sua própria turma para lecionar, ela fosse tão carismática quanto ele e conseguisse inspirar seus alunos assim como ele fazia com ela.

- Estou pensando em daqui a dois meses se conseguirmos reunir todo o elenco necessário para a peça. O que acha? - ele perguntou, e Anne se sentiu feliz por ele querer saber sua opinião sobre algo tão importante.

- É um tempo razoável se o elenco for escalado com antecedência. – Anne respondeu sorrindo.

- Vou abrir as audições para a próxima semana, e queria pedir que me ajudasse na escolha dos alunos para a peça, pois de longe, você é a estudante que mais tem experiência com isso aqui, além de entender muito de literatura. Só não diga aos outros que te falei isso. - ele lhe deu uma piscada bem humorada que fez Anne rir.

- Não se preocupe com isso. Quero apenas agradecer-lhe pela confiança. - Anne respondeu, sentindo -se mais que lisonjeada. Ela era apenas uma caloura como todos ali, e já tinha chamado a atenção do professor pelo seu amor à literatura, e isso era um imenso privilégio que ela não pensara ter naquela grande universidade onde certamente havia muitas pessoas mais talentosas que ela, e somente por esse fato, ela se sentia exultante

- Eu aprecio demais sua paixão pelos livros, Srta. Cuthbert. Esta ê uma qualidade rara no mundo de hoje.

- Obrigada, professor. Literatura sempre foi minha matéria favorita, e fico muito feliz que tenha pensado em mim para um papel tão importante. - Anne disse deixando transparecer o prazer que sentia com aquele convite.

- Não agradeça. Eu o fiz porque a Srta realmente tem talento, e isso é notável na maneira como participa das minhas aulas. Além disso tenho ouvido falar muito bem de você nas aulas de monitoria. Você se adaptou bem? Tem tido algum problema? - Anne quase contou sobre Roy Gardner, mas refreou suas palavras a tempo. Ela não podia se esquecer de que ele era filho do dono da Universidade, e se iria fazer uma acusação assim, teria que ter provas em mãos, antes de criar coragem e escancarar tudo o que estava acontecendo entre os dois. Anne até tinha pensado em desistir da bolsa, e tentar outra faculdade, mas seu senso de justiça não permitira. Não daria a Roy Gardner o prazer de vê-la pelas costas, se tivesse que perder a bolsa que ganhara com seu esforço, que fosse lutando por ela, e não como uma covarde derrotada. Ela nunca desistira de nada na vida, todas as suas vitórias vieram de duras batalhas, e ela não deixaria que aquele moleque caprichoso a assustasse daquela maneira, pois enfrentara coisas piores em sua vida. Foi por isso que ela disse ao professor com um sorriso:

- Está tudo bem. Eu adoro ser monitora, e é algo que faço com meu coração.

- Será uma excelente educadora, Srta.- seu professor lhe disse com simpatia.

- Espero que tenha razão, - Anne disse quase para si mesma. - Bem, professor, eu preciso ir. Muito obrigada peço convite, mais uma vez.

- Por nada. - ele respondeu, e Anne se encaminhou para a porta. Era a última aluna a deixar a sala, e o corredor estava quase vazio enquanto ela se encaminhava para o refeitório para se juntar a Gilbert. Ele também tivera prova naquele dia, e mais de uma, se ela se lembrava bem, pois seu noivo estudara feito louco nos últimos dois dias. O som de seus passos ecoavam por onde ela passava, assim como ela os apressava para não perder nenhum minuto de seu intervalo com ele. Quando virou a esquerda, indo em direção as escadas, Sharon a alcançou quase correndo, e disse parecendo cansada:

- Puxa, Anne. Como você demorou. Achei que não fosse mais sair de lá.

- Eu estava conversando com o professor. Ele me disse que está pensando em montar uma peça de teatro e me convidou para participar do elenco. - Anne disse animadíssima com aquela ideia.

- É mesmo? Eu também gostaria de participar. Eu adoro atuar. - Sharon disse caminhando ao lado de Anne saltitante. Ela parecia uma garotinha naquele dia, com várias trancinhas espalhadas pelo seu cabelo cacheado. Os lábios pintados de vermelho davam um destaque a mais em seu rosto encantador.

- Ele vai abrir audições na próxima semana, Por que não se inscreve? - Anne sugeriu.

- Acho que vou fazer isso mesmo.

- Não quer lanchar comigo hoje? - Anne perguntou.

- Eu adoraria, mas, não vou atrapalhar? Você sempre lancha com seu noivo. - Sharon disse indecisa.

- Não vai atrapalhar não. Vem comigo, assim você conhece uns amigos nossos, e vou te apresentar ao meu Mr. Darcy. - Anne disse segurando-a pela mão, e rindo feito uma garotinha marota.

Logo, ela avistou Gilbert sentado com seu grupo de Medicina no mesmo lugar de sempre, mas, torceu o nariz quando viu que Dora estava por ali. Ainda bem que não estava sentada ao lado de Gilbert, ou Anne iria ficar realmente chateada. Puxa vida, ela não desistia. Mesmo da distância em que estava, Anne podia perceber seus olhares para o rapaz em completa adoração. Anne não queria sentir ciúme, ao pensar que a única que podia olhara para ele daquele jeito era ela. Sharon notou seu desconforto e perguntou:

- O que foi, Anne? Por que ficou com cara de brava de repente?

- Não é nada, Sharon. Somente uma abusada que resolveu dar em cima do meu amor. - Anne disse com seus olhos azuis endurecendo de repente.

- Quem é ela? - Sharon esticou o pescoço, tentando enxergar a pessoa de quem Anne falava.

- É a loira de blusa creme. - Anne disse entre dentes.

- Você só pode estar brincando. Aquela garota não chega nem aos seus pés, Anne. Não devia estar preocupada.

- Eu não estou. Só não gosto de vê-la tão perto de Gilbert, assim, pois me incomoda.

- Então, vamos até lá acabar com a festa dela. - Sharon disse travessa, fazendo Anne gargalhar.

Assim que viu Anne ao seu lado, Gilbert a enlaçou pela cintura enquanto dizia:

- Você demorou. A prova estava muito difícil? - ele perguntou olhando-a com carinho. Anne perdeu o foco por um instante ao olhar para o rosto dele, e em seguida ela respondeu.

- Não, na verdade eu achei que estava mais fácil do que pensei. Eu demorei porque estava falando com o meu professor de literatura sobre alguns eventos que ele está pensando em montar, mas eu te conto sobre isso depois, Deixe-me apresentar minha amiga Sharon. - Gilbert se levantou, apertando a mão da garota suavemente e disse:

- Muito prazer, Sharon.

- Muito prazer, Gilbert. – ela se virou para Anne e disse,- Seu Mr. Darcy é muito educado, Anne.

- Eu não disse que ele era uma preciosidade? - Gilbert corou ao ouvir as duas garotas falando dele, fazendo Anne pensar que Gilbert Blythe todo tímido era mais atraente ainda do que o Gilbert Blythe apaixonado na sua cama, embora amasse os dois na mesma medida. Céus! Seu noivo era perfeito de qualquer jeito.

- Ei, Anne. Não vai me apresentar essa princesa? - Jonas disse olhando com interesse para Sharon.

- Venha, vou te apresentar os amigos de Medicina do Gilbert. - Assim, ela desfilou com Sharon por todo o grupo de rapazes que lhe teciam elogios muito agradáveis. Quando ela chegou em Jonas, Anne disse:

- Sharon, esse é Jonas. - ela lhe estendeu a mão que ele segurou por mais tempo que devia, e depois, beijou as costas da mão dela como um perfeito cavalheiro.

- Encantado, senhorita. - Sharon que normalmente era tagarela ficou calada naquele instante, enquanto seu olhar viajava pelo rapaz atraente à sua frente. Anne percebeu de imediato a atração entre eles, e conhecendo a fama de Jonas, ela puxou a amiga para o lado e a apresentou sem prazer nenhum para Dora.

- Olá, Sharon. – Dora disse sorrindo estendendo sua mão para Sharon que não retribuiu o gesto, e se limitou a dizer:

- Como vai? - deixando Dora sem graça.

Em pouco tempo, ela estava enturmada naquele grupo, e se divertiu a valer com a alegria irreverente dos amigos de Gilbert. O rapaz, aproveitando que Patrick estava contando uma de suas longas histórias, disse baixinho no ouvido de Anne:

- Vamos sair daqui? Quero ficar sozinho com você.

- Preciso falar com Sharon primeiro. Não posso deixá-la sozinha aqui.

- Ela não está sozinha. Ainda não percebeu? - Gilbert disse, apontando para Jonas discretamente que tinha se sentado ao lado da menina e não tirava os olhos dela.

- Mesmo assim, preciso avisá-la. – ela foi até a menina e trocou com ela algumas palavras enquanto Sharon balançava a cabeça concordando. Quando ela e Gilbert estavam a ponto de sair, Carlos disse:

- Ei, Anne. Nessa sexta-feira é meu aniversário, e vou fazer uma reunião para os meus amigos mais íntimos. Eu conto com sua presença;

- Claro. Conte comigo e Gilbert. - Anne respondeu.

- Gostaria de ir? - Jonas perguntou para Sharon que respondeu:

- Não posso. Sexta-feira é dia de jantar em família na minha casa e meus pais contam com a presença de todos os filhos. Vai ter que ficar para outra vez. - Jonas pareceu ficar desapontado, mas, balançou a cabeça concordando.

Anne e Gilbert se afastaram do grupo e foram em direção às árvores do pátio, onde namoravam todos os dias. Gilbert se sentou na grama, encostando seu corpo no tronco de uma árvore frondosa, e Anne se sentou nos meio das pernas dele, apoiando a cabeça em seu ombro.

- Então, é assim que você me apresenta para suas amigas, como seu Mr. Darcy? - Gilbert disse divertido.

-Sim. Eu adoro colocar mais emoção em minhas narrativas sobre você. Você é o Mr. Darcy das minhas fantasias. - Anne disse gargalhando ao ver o rosto incrédulo de Gilbert ao ouvi-la dizer aquilo.

- Adoro o som da sua risada. Você deveria rir assim mais vezes. - Gilbert disse com a cabeça no ombro dela, com a respiração dele fazendo cócegas em seu pescoço.

- A propósito. Antes que você continue me interrogando sobre seu rival literário, eu quero te contar que fui convidada por meu professor para fazer uma peça de teatro. - ela disse sorridente.

- É mesmo? E qual peça vão encenar? - ele perguntou interessado.

- Orgulho e preconceito.

- A peça do Mr. Darcy? - Gilbert perguntou espantado.

- Não é uma coincidência fabulosa? - Anne o olhou sorrindo.

- Qual será a sua personagem?

- Elisabeth Bennet. - Anne disse orgulhosa.

- A principal? – Anne balançou a cabeça concordando. - E quem será o Mr. Darcy? - Gilbert perguntou sério.

- Ainda não foi escolhido.

- Então quando você souber quem será, me mostre, pois quero ver se aprovo. Não é qualquer um que deixo tocar em minha Elisabeth Bennet. - ele disse dando-lhe um beijo no rosto. De repente, ele ficou calado, como se algo lhe ocorresse, e então ele revelou o que lhe ia no pensamento. - Essa peça não vai ter beijo, não é?

- Eu não sei. Ainda não vi qual a versão que meu professor nos fará ensaiar.

-, Ah, não, Anne. Não me diga isso. Não quero ver nenhum cara que não seja eu te beijando. - ele disse segurando-a com mais força.

- Gilbert, será apenas um beijo de encenação. - Anne disse rindo do ciúme bobo dele.

- Não importa. Ninguém tem o direito de beijar essa boca linda a não ser eu. - Gilbert a fez se virar para ele, fitando-lhe os lábios.

- No que está pensando, meu noivo assanhado?

- Eu estava pensando se minha noiva maravilhosa gostaria de estudar um pouco de espanhol agora. - aquele jeito dele olhá-la já lhe revelava o teor dos pensamentos dele.

- Temos tempo? - ela perguntou, segurando o rosto dele com suas mãos.

- Temos vinte minutos. - Gilbert disse, após consultar seu relógio de bolso.

- Então, acho melhor começarmos agora mesmo. - Anne disse aproximando mais dos lábios dele. – O que vamos aprender hoje, meu lindo e tentador professor?

- o Alfabeto. Repita comigo...- e assim a cada letra repetida, acontecia um beijo, e quando terminaram, os lábios dela estavam inchados e vermelhos pela impetuosidade de Gilbert, que não conseguia refrear seus impulsos masculinos quando a tinha nos braços.

Quando voltaram para a sala de aula, minutos depois, Anne ria consigo mesma ao pensar no quanto Gilbert era criativo quando se tratava de momentos a dois, ele era o responsável pelos momentos mais excitantes de sua vida, e cada vez que ele surgia com uma ideia nova, ela sabia que estava perdida. Não que estivesse reclamando, longe disso. Aqueles momentos que tinha com ele lhe eram os mais preciosos, pois era quando mostravam um ao outro a verdadeira natureza de seus sentimentos. Ela o amava cada vez mais, e saber que ele se sentia da mesma maneira também lhe trazia ideia aos pensamentos. Ela prometeu a si mesma que da próxima vez seria ela a surpreendê-lo, e mal conseguiu conter um suspiro, ao pensar naquela mão de dedos longos e morenos tocando sua pele com intensidade.

Anne entrou na sala e sentou em seu lugar costumeiro sem perceber que o aula já estava começando, pois seu pensamentos estavam em um certo rapaz de cabelos cacheados, lábios tentadores e beijos enlouquecedores que por acaso era o seu noivo.

GILBERT

Gilbert estava fazendo sua última prova do dia, e por mais que se esforçasse, seus pensamentos lhe fugiam e iam atrás de uma ruivinha que o deixara sedento no horário do intervalo. Seus jogos de amor estavam ficando cada vez mais estimulantes, e a cada semana eles inventavam um jeito novo de temperar aquela relação.

Na última semana trocaram o jogo de soletrar pelo estudo de espanhol que Anne dissera que queria aprender, ele se aproveitara daquela oportunidade para ensiná-la bem mais do que alguns vocabulários, e Gilbert descobriu que amar Anne em espanhol era completamente insano. Ela adorava quando ele sussurrava frases inteiras em seu ouvido em um tom quase musical que causava arrepios no corpo dela todo. Se ele soubesse que aquilo a deixaria mais ligada nele do que antes, Gilbert já teria usado daquele artifício. Ele até pensou em aprender outros idiomas apenas para vê-la tão excitada como ela ficara na noite anterior, quando ele recitara enquanto suas mãos traçavam um caminho do abdómen dela até o ombro:

El ayer no me importa, pero tampoco se quién soy.

Esta vida es muy corta, pero sin ti yo no estoy,

Somos solo uno, uno y nada más

Como nuestro amor ninguno, no lo dejes acabar.

Gilbert fizera aquilo de propósito apenas para testar-lhe as reações, e surpreendentemente, aquilo os levara a uma paixão crescente. Anne se sentia estimulada quando seus sentidos se inflamavam com uma carícia ou um simples roçar de lábios, mas, ele acabara descobrindo que palavras ditas naqueles momentos em que seu corpos ardiam como brasas acesas a levavam além de seu limite, e não havia coisas mais linda do que observá-la toda corada com seus lábios pronto a beijá-lo a qualquer momentos e seus olhos cintilando como duas estrelas no céu de inverno. Ele adorava vê-la perder o controle, se agarrar a ele com suas mãos macias, enquanto o corpo dela clamava por algo mais além do deslizar de seus dedos por cada ponto sensível. Ela não reprimia nada, e lhe dava tudo o que ele pedia sem hesitar, e ter uma mulher como aquela deitada a seu lados a cada noite que faziam amor era adentrar um mundo desconhecido cheio de surpresas inesperadas que alimentavam ainda mais seus sentimentos mais profundos por ela. Que sorte ele tinha por Anne ser tão apaixonada que possui-la era se queimar em um fogo eterno sem chance de redenção. Ela não era somente intensa, mas sim ardente em todos os seus movimentos e ações. Quando ela falava, ele parecia hipnotizado, quase como se não pudesse deixar de sentir o significado de cada palavra por trás de seus sorrisos tão fáceis agora.

Ela o fazia tremer por dentro como se cada órgão seu fosse feito de gelatina. Ela era como uma primavera viva, que desde o dia em que se conheceram foi a única coisa a enfeitar-lhe a vida até ali. Sem ela ele fora solitário, sem nenhuma perspectiva de encontrar o complemento de si mesmo, mas naqueles dias em que não havia nenhuma pedra no caminho como empecilho para que fossem felizes, ele compreendia que estava finalmente inteiro, e que sua vocação além da medicina era mantê-la o mais próxima possível do seu amor.

Gilbert passou a mão pelos cabelos, enquanto escrevia o resultado complicado de uma experiência na área da Patologia descrita em seu teste, e em seguida, ele deveria apresentar uma solução para o problema encontrado no final da experiência. Enquanto seu lápis deslizava pela folha branca à sua frente, escrevendo com precisão sua opinião sobre o caso, ele pensou em Anne mais uma vez.

Ela lhe falara sobre a peça que o professor dela queria fazer tendo a ruivinha como sua personagem principal. Gilbert ficara orgulhoso dela, pois a vitória dela era a sua também por tudo o que haviam vivido juntos, e pela luta de Gilbert em ajudar Anne a se adaptar a um mundo novo totalmente diferente do que estava acostumada. A princípio, ela tivera as dificuldades normais que os visitantes experimentavam ao se verem em uma cidade totalmente cosmopolita, mas, não demorara muito para que ela derramasse sua personalidade incomum pelas ruas de Nova Iorque, e ao invés de ser conquistada, ela conquistara, por isso, o sucesso com o qual era brindada agora não era nenhuma surpresa para Gilbert

Ele sempre soubera que ela caminhara com os próprios pés, se libertando do medo absurdo de fracassar. Anne não media o tamanho de sua capacidade, mas, Gilbert estava ali para lembrá-la do qual inteligente ela era, e quantas portas ainda se abririam para que ela pudesse passar por elas com seu futuro brilhando no horizonte

Gilbert tinha chegada na última questão de sua prova, e percebeu que ela exigiria mais de seu raciocínio, mas ainda assim, não deixou de pensar em Anne e sobre o aluno que interpretaria Mr. Darcy com ela.

Anne o chamara tantas vezes assim que ele se acostumara com o apelido, e pensar que outra pessoa poderia tomar o seu lugar, mesmo tudo aquilo sendo meramente fictício o deixava com um ciúmes danado. Tolo! Até sua figura na vidraça da sala de aula onde estavam lhe gritava aquilo. Nem sabia quem seria o rapaz que contracenaria com Anne, e já destilava um ódio mortal contra o pobre fantasma. Seu sangue fervia ao imaginar qualquer cena na qual o Mr. Darcy fictício colocaria suas mãos em Anne, ou ela lhe sorriria do mesmo jeito que sorria para ele, mesmo que fosse só encenação.

Gilbert sofria por antecipação ao imaginar a apresentação inteira da peça em sua cabeça, e o que desejava era que pudesse tomar o lugar do Mr. Darcy escolhido para a peça, e fazer ele mesmo o par de Anne no evento, assim como fora em Romeu e Julieta na escola de Avonlea tanto tempo atrás. Ele balançou a cabeça, rindo dos seus pensamentos. O que Anne diria se pudesse imaginar que ele estava remoendo o que ela lhe contara bem na hora da sua prova, e que ele estava morrendo de ciúmes de um desconhecido que ainda nem havia sido escolhido como o personagem principal? Era nesses momentos que percebia que estava tão profundamente apaixona e que a mera possibilidade de Anne ficar perto de outro homem lhe tirava do sério.

Gilbert era maluco por sua ruivinha, e estava cada vez mais convencido de que ela era a única razão de sua felicidade. Eles estavam unidos por tantos laços que o tempo se encarregara de aprofundar, mas, apesar de saber que Anne era e seria seu único amor, às vezes certos temores de que algo acontecesse e a levasse para longe dele ainda o deixavam com o coração ansioso. Ele e Anne estavam no sangue um do outro, mas não controlavam o destino, e o futuro ainda era um longo caminho a ser percorrido. Ele apenas pedia em suas orações à noite que tanto ele quanto Anne pudessem trilhar as mesmas estradas, subir os mesmos degraus, continuarem a ter os mesmo sonhos, porque enquanto tivessem um ao outro tudo seria perfeito.

Por fim, ele terminou o teste, e quando levantou a cabeça, pegou Dora observando-o atentamente. Ela tinha mudado muito nos últimos tempos e Gilbert não se sentia mais à vontade com ela como antes. Dora tinha sido uma excelente amiga até ali, mas o jeito com que vinha se comportando.com ele o estava deixando desconfortável. Ela vinha tentando um tipo de aproximação com Gilbert que ele detestava. Não era somente o jeito insinuante com que ela o olhava. Também era a maneira como se aproximava dele mesmo quando estavam entre amigos, e mantendo-se perto demais.

Gilbert se afastava da maneira mais educada possível, mas, ela não desistia, e dava sempre um jeito de estar por perto, deixando seu interesse por ele evidente, embora ela nunca fosse realmente aberta a esse respeito, Gilbert podia ver com clareza agora tudo o que Anne tentara fazê-lo enxergar antes.

Ele não sabia o que fizera os sentimentos de Dora mudar assim, mas, o que ele sabia era que nunca fizera nada que pudesse ter feito Dora olhar para ele de maneira diferente. Ela sempre soubera do seu amor por Anne, e se isso não era o bastante para fazê-la entender que nada nunca mudaria isso, Gilbert achava melhor ficar afastado dela.

Ele nunca pensara que um dia teria que escolher entre uma amizade e a mulher que amava, porém, no que dizia respeito a Anne, ele era dela e de mais ninguém. Nunca construiria com outra mulher o que construíra com ela, e nunca seu coração seria totalmente conquistado por outra mulher como acontecera com Anne. Ela era todas as partes que faltavam dentro dele, e tê-la em sua vida era ter alcançado o seu sonho mais desejado. Não era ser médico que o faria se sentir realizado, e sim aquela mulher que lhe mostrava como era maravilhoso ser amado por ela todos os dias, e ele não abriria mão disso por nenhuma amizade, por mais que fosse importante para ele.

Ele desviou o olhar de Dora e se encaminhou até o professor daquela matéria e entregou seu teste. Em seguida, ele caminhou pelo corredor até encontrar a sala de monitoria onde Anne estaria naquele momento. Gilbert sabia que tinha apenas alguns minutos para vê-la, mas, não queria ir para o trabalho sem se despedir dela.

Anne estava sentada em uma mesa dando aulas para uma garota que olhava para ela com toda atenção, e ele se sentiu mais uma vez orgulhoso de ver sua dedicação e empenho em explicar da melhor forma possível o que a sua aluna não tinha conseguido entender em sala de aula. Ele sentiu seu amor por ela invadi-lo como um raio de sol, e enquanto olhava para ela, o rapaz não pôde deixar de notar o quanto ela parecia à vontade naquele ambiente que absorvia toda a personalidade dela.

Anne levantou a cabeça do livro que estava utilizando para explicar a matéria e o viu. Ela pediu licença para a aluna, e foi falar com ele, sorrindo de orelha a orelha

- O que está fazendo aqui?

- Eu queria te ver antes de ir para o laboratório. - ele disse admirando o brilho dos cabelos dela que estavam soltos pelo ombro como ele gostava.

- Quem bom. Eu pensei que só o veria mais tarde. - ela respondeu.

- Será que eu te deixaria em uma má situação se te beijasse agora? - ele disse segurando as mãos dela. Ante o olhou marota quando respondeu:

- Venha comigo. - assim discretamente ela o puxou para uma sala que ficava ao lado da monitoria, e atacou os lábios dele assim que fechou a porta. Gilbert a empurrou contra parede, ao mesmo tempo em que suas mãos desciam pelas curvas dela escondidas pela roupa que ela usava.

- Deus! Vou sentir sua falta até o jantar. - ele disse com a testa grudada na dela.

- São apenas algumas horas até lá, meu amor. - Anne disse sorrindo.

- Qualquer minuto sem você é um tormento para mim. - ele disse explorando seus cabelos com os lábios.

- Então, se alegre pois teremos a noite toda juntos

- Vou contar os minutos. - ele respondeu olhando-a nos olhos. Aquele azul maravilhoso o deixava hipnotizado. Era como estar mergulhado em um oceano de amor, ao mesmo tempo em que sentia estar navegando por toda sua extensão sentindo-se mais livre do que nunca.

- Agora preciso voltar, amor. Vou te esperar para o jantar. - ela disse passando os dedos devagar pelo rosto dele.

- Está bem. – Ele disse dando-lhe um último beijo.

Assim que saíram novamente, Anne voltou para sua mesa, e Gilbert lhe lançou um último olhar antes de deixar a sala de monitoria.

- Ei, Blythe.- Gilbert se virou e viu Carlos que se aproximou dele e disse:

- Não esqueça do meu aniversário na sexta e leve a Anne com você, pois estará em maus lençóis se aparecer sem minha amiga.

- Pode deixar. Não vou me esquecer, mas, quando foi que minha mulher se tornou sua amiga? - Gilbert disse sorrindo, mas, com ares de homem possessivo.

- Deixa de ser ciumento, Blythe. Você sabe que Anne é uma pessoa muito querida em nosso grupo. Eu tenho muito respeito por ela, e por você. - Carlos disse, dando um tapinha amistoso no ombro de Gilbert.

- Eu sei, Carlos. Eu estava apenas brincando. Anne gosta muito de você também, apesar de no início ela não confiar muito no seu ar de paquerador, mas, logo ela percebeu que você adora mesmo é fazer tipo.

- Eu não sou tão namorador assim. O que faço é apreciar o sexo feminino enquanto procuro minha cara metade. Como vou encontrá-la se não me der a chance de me relacionar com diferentes garotas? Mas, eu tenho fé que ela está por aí esperando por mim. - Carlos disse com o olhar um tanto perdido à sua frente.

- Eu não sabia que meu amigo era um romântico enrustido. - Gilbert disse zombando dele que respondeu:

-Eu fui criado em um ambiente romântico. Meus pais são italianos, e a primeira lição que aprendi do meu pai foi como tratar uma mulher como se deve. Eu sei que já tive muitas conquistas, mas, nenhuma delas jamais saiu magoada com o término do nosso relacionamento. Algumas até se tornaram boas amigas. Por isso, eu te digo Blythe. Você tirou a sorte grande quando encontrou a Anne. Ela é uma princesa.

- Eu sei. Às vezes penso que não a mereço. - Gilbert disse suspirando.

- É claro que merece. Você também é uma excelente pessoa, e vejo como a ama. Ela merece um cara assim como você que cuide muito bem dela, e só tenho a acrescentar à isso que se a magoar vai se ver comigo. - Carlos disse sério.

- Eu jamais faria qualquer coisa que a magoasse.

- Talvez não intencionalmente, por esta razão, tenho que te perguntar algo.

- O que é? – Gilbert perguntou surpreso pelo rumo que aquela conversa descontraída estava tomando.

- O que está rolando entre você e a Dora? - Carlos perguntou olhando seriamente para ele.

- Não está rolando nada, eu juro. Por que está me perguntando isso?

- Porque eu tenho percebido como ela te olha, e não é coisa de amiga.

-, Da minha parte não existe nada, da dela eu não sei e não me interessa. Anne é a mulher da minha vida e não tenho olhos para nenhuma outra. - Gilbert disse com sinceridade.

- Eu sei disso, Gilbert. Eu te perguntei apenas para te dizer que tome cuidado com Dora. Ela é uma excelente pessoa, mas, não confio nela totalmente, principalmente agora que voltou os olhos para você. - Carlos aconselhou.

- Vou tomar cuidado, prometo. - Gilbert disse apertando a mão do amigo.

- Então, até amanhã à noite na minha festa.

- Até. - Gilbert disse, e se virou se encaminhando para a saída da faculdade enquanto a conversa que tivera ainda pouco com Carlos o acompanhava até o laboratório.

GILBERT E ANNE

Anne estava sentada no sofá e brincava com Milk quando Gilbert chegou do trabalho naquela sexta - feira. Ele estava cansado, pois o dia no trabalho tinha sido pesado, e pensou que o seu expediente nunca chegaria ao fim. Porém, quando ele abriu a porta e viu Anne sorrindo para ele, seu cansaço foi embora como mágica, e ele se aproximou dela dando-lhe um beijo suave nos lábios enquanto dizia:

- Não via a hora de chegar em casa.

- Sente-se aqui comigo. – ela disse colocando Milk no chão e se afastando para dar espaço a Gilbert se sentar ao lado dela, o que ele fez no mesmo instante, passando o braço ao redor dos ombro dela.

- Está animada para a festa de Carlos?

- Para falar a verdade, eu preferia ficar aqui com você. Mas, sei que ele ficaria chateado se não fôssemos. - Anne disse deitando a cabeça no ombro de Gilbert.

- Confesso que estou exausto, mas, a gente quase nunca sai, por isso, acho uma boa ideia irmos à essa festa. - Gilbert disse brincando com as pontas dos cabelos de Anne.

- Sim. Estas duas semanas tivemos testes quase todos os dias. Nem namoramos direito. - ela disse com um sorrisinho.

- Então, se prepare Sra. Blythe. Estou morrendo de saudades. - ele beijou-a na testa e Anne suspirou.

- Eu sei. Me sinto da mesma maneira. Felizmente, teremos o fim de semana inteiro livre para ficarmos juntos.

- Sim, mas, quero matar um pouco dessa saudade agora mesmo. - ele puxou o queixo dela com o polegar em direção ao rosto dele, e então, seus lábios se encontraram assim como suas línguas que atraídas como imãs se chocaram ansiosas para se enroscarem intimamente. Anne segurou na gola da camisa dele, enquanto Gilbert lhe acariciava as bochechas com o polegar. Ele a abraçou mais forte, e Anne enterrou as mãos nos cabelos da nuca dele, e em poucos segundos estavam deitados no sofá, com Gilbert explorando o pescoço de Anne com os lábios. Ela sentiu seu corpo corresponder ao dele, porém, teve que interromper o momento para lembrá-lo que tinham uma festa para ir.

- Amor, temos que nos arrumar para a festa do Carlos.

- Eu não quero ir. - ele disse manhoso, com o rosto enterrado nos cabelos dela. Ele adorava aquele perfume, assim como amava a sua dona.

- Amor, eu prometi para o Carlos que eu iria. - Gilbert bufou, e em seguida respondeu.

- Está bem. - ele a libertou de seu abraço, e Anne se levantou dizendo:

- Vou tomar banho.

- Quer companhia? - ele disse malicioso.

- Eu adoraria, mas, nós temos que sair, então, se tomarmos banho juntos, isso não vai acontecer tão cedo. - ele fez um biquinho decepcionado e Anne mandou-lhe um beijo pelo ar e correu para o chuveiro. Uma hora depois, eles estavam prontos para sair, e Anne perguntou um tanto incerta;

- Acha que esta roupa está boa para a festa de Carlos? - Gilbert olhou para ela e deixou que seus olhos acariciassem a figura dela vestida em uma saia de couro preta até na metade dos joelhos, cintura marcada com um cinto largo, e uma blusa verde de mangas longas estilo tomara-que- caia lhe dando um ar de cigana. Ela deixou os cabelos soltos como as pontas em formato de cachos caindo por suas costas, e usava botas pretas de salto alto que completavam todo o conjunto incrível. Gilbert suspirou fundo e disse:

- Você está sensacional. Como pode ser bonita assim? - o olhar dele era encantado, e Anne sentiu sua confiança aumentar. Ela sempre tinha dúvidas quanto a sua aparência, e a opinião de Gilbert sempre fazia toda a diferença.

- Obrigada, meu amor. Você está lindo como sempre. - Ela observou Gilbert em sua calça jeans básica e uma camisa branca de algodão simples na qual ele parecia imensamente confortável, e sentiu o impacto da beleza dele atingi-la mais uma vez. Santo Deus! Gilbert era tão bonito que ela chegava ficar sem ar. Nunca iria se acostumar com o palpitar do seu coração toda vez que olhava para ele com seu amor se agitando em seu peito, como uma canção antiga e reconfortante.

- Está pronta? - ele disse com seu sorriso mais lindo ainda, tirando-a de seus devaneios a respeito dele.

- Claro. - ela pegou na mão que ele lhe estendia e foram para a festa caminhando, pois o apartamento de Carlos era perto dali. A noite não estava muito fria, assim, puderam aproveitar a curta caminhada em seus casacos de lã confortáveis.

Os convidados estavam se divertindo muito quando Anne e Gilbert foram recebidos pelo dono da festa, que ficou radiante ao vê-los.

- Que bom que vieram, e Anne, com todo o respeito Blythe, você está maravilhosa.

- Obrigada, Carlos. Sua festa parece bastante animada. - Anne comentou olhando para todos os convidados que estavam ali.

- Esse pessoal adora uma festa, e ao conhecê-los melhor, vai ver que são ótimos amigos. Por favor, fiquem à vontade. A comida e a bebida estão naquela mesa do canto. Temos refrigerantes também caso não queiram beber nada alcoólico.

Gilbert puxou Anne pela sala cumprimentando os conhecidos, e apresentando-a aos amigos que ela ainda não tivera a chance de conhecer. Eles conversaram bastante, riram muito, e dançaram juntos, algo que não faziam a muito tempo. Anne de vez enquanto olhava para Gilbert e ambos compartilhavam seus sorrisos, seus dedos entrelaçados, e seu amor brilhando nos olhos.

Anne estava tão feliz nos braços de Gilbert que quando seu olhar se fixou na porta, ela quase não acreditou que Dora tinha chegado para estragar tudo. A garota quando viu Anne e Gilbert abraçados, lançou um olhar tão zangado para a ruivinha, que ela sentiu seus sangue arder de raiva. Ela estava farta daqueles olhares e Dora, da presença inoportuna dela em todos os lugares que Gilbert estava, aquele ar falso de amiga que ela ainda tentava sustentar quando ninguém mais acreditava naquilo. Até Gilbert tinha se afastado dela por causa disso. Ele não lhe dissera nada, mas, Anne percebera que nos corredores da faculdade quando ele percebia que Dora estava vindo em sua direção ele mudava de caminho. Gilbert ainda não tinha mudado de grupo de estudos, mas, nunca mais ficara sozinho com ela na biblioteca, ou em qualquer outro lugar. Era o triste fim de uma amizade que tinha sido tão bonita, até Dora confundir tudo e decidir que Gilbert era objeto do seu desejo. Anne sentia muito por ela, mas, não era por isso que deixaria que ela continuasse a rondar o seu noivo como se tivesse algum direito sobre ele. Ela estava se tornando inconveniente e irritante, e Anne se perguntava por que com tantos caras solteiros na Faculdade, Dora tinha que que ficar obcecada por Gilbert que já estava comprometido com Anne antes de vir para essa Faculdade?

Ela até podia entender que Gilbert com seu jeito de bom rapaz, responsável e aquele rosto e corpo de arrasar poderia fazer qualquer garota se sentir atraída por ele, mas Dora sabia os limites e tentara ultrapassá-los, ganhando a antipatia de Anne e o afastamento de Gilbert como brinde por seu atrevimento, e Anne não estava disposta a facilitar a vida dela de jeito nenhum.

A ruivinha tentou disfarçar seu desconforto conforme a festa prosseguia, e até teve sucesso por um certo tempo, pois Gilbert parecera não notar como ela ficara mais quieta e tensa subitamente, o que era um alivio, pois Anne não queria estragar a festa para ele como havia sido estragada para ela. Eles dançaram mais algumas vezes juntos, trocaram alguns beijos discretos, ficaram todo o tempo abraçados e conversaram em alguns momentos ao pé do ouvido, fazendo Anne quase se esquecer que Dora estava na festa vigiando seus passos.

De repente, ela sentiu sede, e disse baixinho para Gilbert:

- Vou pegar refrigerante.

- Está bem, querida. - ele concordou enquanto continuava conversando com Patrick.

Anne foi até a mesa e pegou um copo de Coca-Cola, e quando estava retornando para o lado de Gilbert, ela congelou o passo assim que viu a cena que se desenrolava à sua frente. Dora estava evidentemente bêbada, e agarrava Gilbert pelo pescoço que tentava se livrar dela antes que a garota lhe roubasse um beijo indesejado. Anne sentiu a ira tomar conta dela, exatamente no momento e que se lembrava de outra cena assim com Ruby Gillis na mesma situação de Dora, e fazendo a mesma coisa que a amiga de Gilbert fazia naquele momento. Ela se sentiu tão indignada e desrespeitada, que não conseguiu raciocinar direito. Quando deu por si estava jogando a coca cola no rosto de Dora ao mesmo tempo que lhe dava um sonoro tapa na cara.

Ela só voltou a si quando sentiu as mãos de Gilbert em sua cintura, pedindo que se acalmasse e todos os rostos virados para ela, olhando-a espantados, enquanto Dora chorava em um canto com o sinal vermelho da mão de Anne em sua face.

- Leve-me para casa, Gilbert, por favor. - ela disse com seu rosto queimando e as mãos trêmulas.

- Está bem. - ele concordou ao perceber o real estado em que sua noiva se encontrava.

Eles vestiram seus casacos e se encaminhavam para a porta quando Carlos se aproximou deles. E disse:

- Anne, você está bem?

- Sim, Carlos. Desculpe-me pela cena. - seu rosto estava cada vez mais corado e ela o sentiu arder demais.

- Tudo bem, querida, não se preocupe. Depois conversamos sobre isso. Não queria que fossem embora agora. - ele disse se lamentando.

- É melhor assim. Eu não conseguiria ficar aqui nem mais um minuto. - ela respondeu.

- Eu entendo. Boa noite então.

- Boa noite.- ela respondeu seguida de Gilbert.

Ambos voltaram para o apartamento deles em silêncio. Gilbert queria conversar com ela sobre o que tinha acontecido, mas, ele percebeu que ela olhava para frente zangada, e seu peito subia e descia conforme ela respirava, lhe dando a certeza de que ela estava tensa, e por isso, ele não quis perturbá-la, pois não sabia até que ponto Anne o considerava responsável pelo que acontecera.

Assim, que ele abriu a porta, ela foi para o quarto sem dizer nada. Gilbert esperou alguns minutos e a seguiu, encontrando-a sentada na cama e fungando enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

- Amor, por que está chorando dessa maneira?

- Deixe-me sozinha, Gilbert. Eu não quero falar com você. - ela respondeu entre as lágrimas e pequenos soluços que a impediam de falar normalmente.

- Anne, eu não vou sair daqui até me dizer por que está com raiva de mim. Eu sei que viu a Dora pendurada no meu pescoço, mas, eu juro que não fiz nada para incentivar esse comportamento dela.

- Será que não entende? Não é de você que estou com raiva e sim de mim. - ela disse abraçando o travesseiro, e abafando seu soluços com ele.

- Por que está sentindo raiva de si mesma? Isso não faz sentido nenhum para mim. - ele perguntou.

- Estou com raiva de mim porque eu perdi o controle na frente de todas aquelas pessoas, e jurei a mim mesma que iria controlar esse mau gênio a todo custo, e olha só o que eu fiz. Ataquei Dora como uma irracional, uma selvagem e uma descontrolada. Marilla sentiria vergonha de mim se tivesse visto isso. Eu estou com vergonha de mim. Como pude ser tão estúpida? O que seus amigos devem estar pensando de mim? Desculpe-me Gilbert por fazê-lo passar por esse constrangimento.

- Querida, o que está dizendo? - Gilbert acariciou-lhe os cabelos, sofrendo com ela. Odiava ver Anne naquele estado, e mais uma vez era por sua culpa, mesmo que ela dissesse que não. - Anne, não fique assim. Você não tem motivo nenhum, para sentir vergonha. E tenho certeza que ninguém que estava ali está' pensando mal de você. Todos viram que Dora estava bêbada e se comportava sem pudor nenhum. Se tem que culpar alguém, então, culpe a mim. Eu te levei a isso, e não quis acreditar quando você me falou sobre o que Dora realmente sentia por mim, e a mantive perto mesmo quando você me alertava que ela não me via mais apenas como um amigo. Perdoe-me, amor, por colocá-la nessa situação.

Anne afastou o travesseiro, e levantou a cabeça deixando que Gilbert visse seu rosto desfeito em lágrimas. Até chorando, ela era linda, e ele amava aquela garota demais, e não queria mais vê-la sofrendo daquela maneira. Anne já derramara muitas lágrimas por sua causa, e não era justo que estivesse assim de novo por causa de outra pessoa que de repente se tornara uma grande pedra no seu sapato. Ele estendeu os braços e Anne se aninhou neles, chorando ainda por algum tempo. Depois, ela foi se acalmando, e continuou agarrada a Gilbert porque o calor do corpo dele a fazia se sentir segura.

Gilbert a ninou em seu braços por um bom tempo, e depois se lembrou de uma coisa que talvez a fizesse se sentir melhor. Ele se afastou dela por um momento e foi até a cozinha onde deixara sua maleta de trabalho, ele a abriu e de dentro retirou uma caixa, voltando com ela para o quarto.

- Eu comprei isso para você no caminho de casa hoje, e acabei me esquecendo de te entregar. – Anne olhou para a caixa surpresa sorrindo de leve, com seus imensos olhos azuis ainda molhados de lágrimas e perguntou:

- Chocolate, Gilbert?

- Eu sabia que você se sentiria melhor ao ver seu doce preferido. Já está quase sorrindo. - ele disse enxugando com o polegar uma lágrima que insistia em rolar pelo canto dos olhos dela.

Anne sorriu mais animada, pegou na mão dele e o levou até a sala, sentaram-se no sofá onde ela começou a saborear o chocolate como se fosse uma criancinha cheia de gula sorrindo. Gilbert a observava com atenção, o que a fez perguntar:

- O que foi, Gilbert?

- Nada. É um prazer enorme ver o seu sorriso, ele é lindo como você. - ele disse apaixonado. Anne mordeu o canto do lábio devagar como se tentasse decidir-se sobre algo importante, então, ela pegou um pedaço de chocolate colocou-o entre os seus lábios e disse;

- Bem, creio que vai adorar experimentar de outro prazer. –ela disse em um convite explicito que fez Gilbert entender imediatamente o que ela queria dizer.

Ele aproximou sua boca da dela e roubou-lhe o chocolate enquanto a puxava para um beijo. Anne enroscou seus braços no pescoço dele, deslizando seus dedos ao longo do peito dele coberto pela camisa, se deliciando como o beijo com gosto de chocolate dos lábios de Gilbert. O beijo foi aprofundado e a temperatura de seus corpos começou a subir muito rapidamente. Gilbert arrancou a própria camisa enquanto tirava a blusa de Anne deixando-a nua até a cintura, já que ela não usava sutiã. Os próximos itens a irem para o chão foram sua calça jeans, o cinto e a saia de Anne, e por último, a roupa íntima de ambos.

Ele pegou outro chocolate e colocou-o na boca, enquanto sua língua deslizava pelos seios dela. O aroma do doce e os lábios de Gilbert brincando na pele de seus seios excitou-lhe a imaginação de um jeito que Anne não conseguia ficar quieta. Ela movia seus quadris em direção a Gilbert, que os segurou com as duas mãos, pois os movimentos desordenados dela o impediam de fazer o que queria. Ele pegou mais um chocolate e dessa vez o colocou sobre o umbigo dela. Assim, ele desceu seus lábios até alcançá-lo, e capturou o doce com seus lábios, enquanto sua língua brincava com o umbigo de Anne, que gemeu de prazer sem perceber. Gilbert a estava enlouquecendo com suas carícias ousadas, e ela nem mais se lembrava do desastre que fora aquela noite, e Anne só desejava que ele a tocasse cada vez mais. Ela precisava daqueles carinhos para levar sua mágoa embora, ela precisava do amor daquele homem para se sentir viva. Ele era a redenção de todas as suas culpas, ele era o Éden perfeito que ela queria alcançar, por essa razão, ela deixou que ele fizesse o que queria com seu corpo, porque ela se sentia tão sedenta por ele que cada vez que ele avançava para alguma parte de seu corpo, ela implorava para que ele continuasse. Em um certo momento, Anne quis tocá-lo também, mas, Gilbert não permitiu dizendo.

- Relaxa, minha pequena. Esta noite é toda sua, e quem está no comando sou eu. - assim, ele continuou a tocá-la, e entre beijos, carícias e chocolate, Anne delirava, pois jamais tinha vivido uma experiência assim. Ela literalmente pegava fogo, e seu sangue corria ardente em suas veias como se tivesse se tornado uma chama líquida. Sem conseguir se controlar, ela arranhou as costas de Gilbert, que ouvia seus gemidos em um estado de excitação profunda. Ela não sabia que vê-la daquele jeito o deixava mais cheio de desejo por ela. Gilbert adorava quando ela o tocava, mais amava ainda mais vê-la entregue em seus braços, chamando pelo nome dele, querendo o mesmo que ele e incitando-o a se perder ainda mais no corpo escultural dela. Ela era o pecado, mais tentador do mundo, e ele simplesmente não conseguia resistir ou se afastar. Fazer amor com ela se tornara um ritual tão especial que ele nunca permitia que fosse às pressas. Ele precisava se deleitar com cada pedacinho dela para poder sentir que ela era inteiramente sua, que cada parte dela ficaria em suas lembranças para sempre. Seus lábios correram pelo corpo dela mais uma vez, antes de finalmente possui-la, fazendo com que Anne, que já tinha chegado no seu limite, o puxasse para mais perto, sua boca grudada na dele, e seus corpos se movimentando juntos em uma dança erótica e intensa. Ela inteira tinha gosto de chocolate, e Gilbert deixou que seu desejo falasse por ele, liberando todas as suas fantasias e se juntando a ela na busca infinita pelo prazer completo e perfeito. Assim, eles se perderam, muitas vezes naquela noite e se encontraram novamente para saborearem todas as sensações de seus corpos que estremeciam a cada novo degrau alcançado daquele sentimento imenso que os absorvia totalmente.

Quando Gilbert abriu os olhos, encontrou os de Anne que os observavam sorrindo de um jeito maroto que era somente dela, então ela disse:

- Nunca mais vou olhar para um bombom de chocolate da mesma maneira.

- Eu também não. - Gilbert disse com seus olhos pregados no rosto dela.

- Eu devo confessar que foi a experiência mais deliciosa de toda a minha vida. - Anne disse tocando os cabelos suados dele.

- Você é a experiência mais deliciosa que tenho todas as noites. - Gilbert disse cobrindo o corpo dela com o seu.

- Eu te amo tanto, Gilbert. Desculpe-me pelo que aconteceu na festa. Eu não pretendia me descontrolar daquele jeito.

- Eu nunca mais quero ouvi-la dizer que sente vergonha de si mesma. Você tem que se orgulhar da pessoa incrível que você é. Promete-me que nunca mais vai chorar por mim ou por qualquer coisa relacionada a mim. Você não sabe o quanto isso me destrói por dentro.

- Eu prometo. - Anne disse acariciando com os dedos todo o maxilar de Gilbert.

- Você uma vez me disse que eu te salvei de todas as maneiras, mas, você não sabe o que fez por mim Anne. Depois, que meu pai morreu, eu me sentia tão vazio por dentro e tão zangado com o mundo que tudo o que eu queria fazer era desaparecer. Mas, então, uma certa garota ruiva que me perturbava durante o sono me trouxe de volta para casa, e me mostrou como é ser amado de verdade por alguém e como ela pode me fazer feliz com apenas um sorriso. Você juntou todos os pedaços que se partiram do meu coração, e me deu um motivo para querer ser alguém melhor para você e por você. Eu te amo imensamente Sra. Blythe e é por isso, que eu a escolhi para ser minha companheira e minha esposa, a mãe dos filhos que teremos um dia sendo eles biológicos ou não. Você é a outra metade do meu coração, e eu nunca mais quero perdê-la da minha vida. -

Anne não sabia o que dizer. Gilbert a emocionava demais quando dizia aquelas coisas, porque ela se sentia da mesma maneira em relação a ele, e o que tinham juntos era lindo demais para ser desperdiçado com bobagens, ciúmes bobo e discussões sem sentido. Ela agira sem pensar aquela noite, e poderia ter tomado uma atitude totalmente diferente, mas, agora conseguia admitir par si mesma, que apesar de não se orgulhar da forma como lidara com a situação, não se arrependia por lutar para proteger o que era seu por direito, e nunca mais deixaria que ninguém destruísse o que Gilbert significava para ela. Eles trocaram um beijo intenso, e quando se separaram, Anne disse:

- Acho que preciso de um banho agora.

- Quer companhia? - Gilbert disse maliciosamente passando a mão pelo corpo dela.

- Acho que dessa vez vou aceitar. - ela disse se levantando da cama gloriosamente nua e indo em direção ao banheiro seguida por Gilbert. E os momentos que tiveram lá dentro somente aquelas quatro paredes poderiam contar, pois eram testemunhas daquele amor que se agigantava a cada noite e a cada dia que passavam juntos, e continuaria assim até que tudo finalmente se tornasse infinito, não somente enquanto durasse, mas por muito mais anos depois disso.

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