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Capítulo 71- Orgulho de amar


Olá, queridos leitores. Mais uma vez estou postando de madrugada, então relevem os erros ortográficos. Eu espero que gostem deste capítulo, ficou longo novamente, e sempre prometo que vou escrever menos, mas a empolgação me pega e quando vejo já escrevi demais. Imagino que devam gostar de capítulos longos porque nunca reclamaram, então se esbaldem com mais esse. Esperarei pelos comentários com ansiedade. Muito obrigada. beijos


ANNE

Era uma tarde de outono encantadora com poucas nuvens no céu, e uma brisa suave que brincava nos cabelos de Anne, fazendo com que a menina tivesse que ajeitar suas mechas ruivas mais vezes do que gostaria. Ela estava sentada embaixo de sua cerejeira como nos velhos tempos, quando se escondia ali para dar vazão a sua imaginação e escrever suas histórias sobre príncipes e princesas, fadas e castelos.

A diferença agora era que não era mais aquela menina cuja única preocupação era tirar boas notas, acabar com suas sardas e mudar a cor irritante de seu cabelo que naquela época detestava. Ela era uma mulher de dezoito anos que aprendera pelo jeito mais difícil a valorizar coisas como tranquilidade e paz de espírito, e não podia dizer que já tinha alcançado a dela, mas vinha fazendo um bom trabalho ao tentar.

Anne suspirou ao se lembrar da garota tola que fora por se importar com coisas tão fúteis, quando poderia ter se esforçado mais para aceitar a natureza das coisas como eram, ao invés de combatê-las, mesmo sabendo que não tinha chance de vencê-las.

Seu cabelo continuava ruivo, as sardas estavam no mesmo lugar, quanto as suas notas, nem mesmo seguia estudando para continuar competindo com seu noivo que era de longe o melhor aluno da faculdade de Medicina de Nova Iorque.

Anne sempre soubera que Gilbert prosperaria como aluno Universitário, ele era dedicado e inteligente demais para que fosse diferente. Ela se espantava com que facilidade ele memorizava nomes estranhos e complexos em suas aulas de anatomia, enquanto ela sequer conseguia soletrá-los. Uma noite dessas, ela e Gilbert entraram em uma competição de quantos escritores literários e suas obras ele conseguiria se lembrar, e quantas palavras médicas Anne conseguiria soletrar sem errar uma letra, e o resultado fora que Gilbert tinha mais conhecimento literário que Anne poderia imaginar, provando que ela teria que estudar mais sobre vocabulário médico se quisesse vencer Gilbert da próxima vez.

Entretanto, ela não se importava mais em perder para Gilbert no que quer que fosse. Ficava feliz em ver a ascensão dele em tantas áreas diferentes, porque ele merecia cada sucesso que conseguia, pois se empenhava e compartilhava com Anne cada degrau que alcançava em rumo a um futuro brilhante, e ela como sua noiva o apoiava sempre e incondicionalmente.

Quanto a ela e seus sonhos, Anne ainda estava caminhando a passos lentos. Era duro voltar a uma velha rotina e deixar que a vida seguisse seu curso sem a ansiedade natural que antes ela tinha de aprender tudo e conhecer tudo ao mesmo tempo. Ela não era mais assim, ainda gostava de aprender, voltara a se interessar por livros, e até voltara a escrever poemas, mas não tinha mais a pressa de antigamente, aquela necessidade de correr contra o tempo como se o futuro não pudesse esperar.

Em todos aqueles meses ela aprendera que a vida tinha a sua própria maneira de conduzir o destino, portanto tinha seu próprio tempo e seus próprios planos, e de que de nada adiantava correr tanto se no final o que sobrava era apenas exaustão. Anne tivera o melhor e o pior dos dois lados, e cabia a ela escolher em qual caminho desejava ficar. Ela correra tanto e fora barrada pela sua própria limitação, desejara tanto e a única coisa concreta que lhe sobrara era Gilbert, e não pretendia deixa-lo ir também.

Por isso, ela lutava todos os dias para se liberar da inércia que a deixava deprimida, para enxergar com otimismo os cinquenta por cento que lhe sobrara para realizar o seu sonho de ser mãe, e tentar fazer planos para um futuro que não lhe parecia mais tão atraente.

Gilbert era o único que não a deixava desistir. Havia uma força nele que se juntava a dela sempre que Anne achava que não suportaria. Era bom saber que podia se apoiar nele em seus piores momentos, era bom saber que o ombro dele estava sempre lá quando ela sentia que seu cansaço era maior que sua vontade, era bom saber que tinham um homem ao seu lado que fazia valer a pena lutar.

Mas apesar tudo, ela se sentia mais forte do que antes, não sucumbia mais com tanta facilidade a tristeza, ela estava até pensando em voltar a estudar. Talvez quando fossem para Nova Iorque, ela pudesse fazer um teste para entrar na faculdade de Gilbert, ele acreditava que ela conseguiria passar e ela queria acreditar nisso também. Quem saber viver em um lugar diferente, com pessoas diferentes, respirar ares diferentes não lhe trouxesse novas perspectivas? Teria que fazer uma tentativa para descobrir se estava no caminho certo.

Anne levantou a cabeça do livro que estava lendo, e seu olhar foi atraído por um vulto que vinha caminhando em sua direção. Seu jeito de andar elegante lhe deu uma leve impressão de reconhece-lo, mas foi seu sorriso franco e cheio de calor que lhe deu a certeza de quem era. Anne de levantou rapidamente, deixando cair o livro que lia e correu gritando o nome de seu velho e tão querido amigo.

- Cole. - e somente parou quando estava nos braços dele, seu rosto afundado em seu suéter macio cheirando a colônia pariense, e os braços dele em sua cintura fazendo sua velha sensação de ter reencontrado seu lar renascer assim como acontecia quando estava com Gilbert, mas de maneiras diferentes. Cole era o seu melhor amigo e Gilbert o amor de sua vida.

- Que recepção calorosa é essa, meu amor? Sentiu tanta a minha falta assim? - ele perguntou rindo.

- Você não sabe o quanto. - Anne disse com lágrimas nos olhos.

- Podemos nos sentar embaixo de sua cerejeira? Quero que me conte tudo o que aconteceu em minha ausência.

- Faz tempo que chegou? - Anne perguntou enquanto caminhavam até o local onde ela estava sentada antes.

- Cheguei ontem à noite. - ele respondeu sentando ao lado dela no banco

- Veio sozinho?

- Não. Pierre veio comigo. Mas, pedi que ele não me acompanhasse até aqui porque queria conversar com você. - Cole ficou sério, deixando Anne tensa ao imaginar sobre o que ele queria falar.

- Diana me contou tudo o que aconteceu durante esses meses, e francamente, Anne, porque não me mandou uma carta pedindo ajuda? Você sabe que eu viria até aqui no momento que você me chamasse – Anne baixou a cabeça. Não queria falar sobre aquele assunto, mas Cole era seu amigo, e era justo que quisesse saber tudo o que acontecera naquele período em que estivera fora.

- Eu não quis preocupá-lo.

- Anne? Que desculpa mais esfarrapada é essa? Você sabe que é como minha irmã, e nunca te abandonaria. Eu quero saber como você e o Gilbert estão depois de tudo. Diana me contou também do bebê, sinto muito. - Cole apertou as mãos de Anne com afeto, e viu os olhos azuis dela perderem o brilho. Isso o fez sofrer por sua amiga que precisara dele, e ele não estivera ali para dar-lhe seu apoio.

- Eu e Gilbert estamos bem apesar de tudo. – a voz de Anne não pareceu muito sincera aos ouvidos de Cole, por isso ele perguntou:

- Anne, porque eu tenho a impressão que você não está me contando tudo? - Cole a conhecia tão bem quanto Diana, e mais ainda do que Gilbert. Era uma conexão diferente essa que tinham. Enquanto Gilbert era sua alma gêmea de amor. Cole era sua alma gêmea irmã, por isso, ele compreendia seu coração, sem que Anne precisasse dizer muito.

- O que Diana não te contou é porque também não sabe. É que eu abri os exames de fertilidade que fiz. - agora Anne torcia as mãos, estava nervosa em falar sobre aqui, pois além de Gilbert e Matthew ninguém mais sabia.

- É qual foi o resultado? - Cole parecia mais ansioso que ela.

- Tenho cinquenta por cento de chance de ter um bebê, e cinquenta por cento de chance de não gerar nenhum.

- Ah, minha querida. Eu sinto muito. O que o Gilbert diz de tudo isso?

- Ele disse que pode viver comigo se termos filhos, e que se é tão importante para mim, podemos adotar um. - Anne respondeu de cabeça baixa.

- Mas, isso é uma solução maravilhosa. Por que não, Anne? - Cole se animou com o que a amiga lhe contara, mas não viu nenhum entusiasmo no rosto dela e perguntou. - Anne, o que tem de errado em você adotar uma criança?

- Cole, não me entenda mal. Eu não teria problema nenhum em adotar uma criança, mas quero um filho biológico de Gilbert. – Anne disse sem graça como se estivesse cometendo um crime por usar aquelas palavras.

- Esqueceu suas origens, ruiva? Você foi adotada por Matthew e Marilla que te criaram com todo o amor-, por que não poderia ser assim com um filho adotado por você e Gilbert? - Cole parecia muito sério e quando isso acontecia era porque estava bravo e naquele caso Anne sabia o motivo.

- É lógico que eu amaria um filho adotado. Mas é que tenho esse sonho de ser mãe de um bebê de Gilbert.

- Os sonhos mudam conforme as circunstâncias, Anne. Quanto mais cedo aprender isso, mais cedo vai aceitar as coisas como são. - Ela sabia que Cole tinha razão. Por acaso ele pensava que não falava isso para si mesma todos os dias? Era difícil engolir aquilo tudo de uma só vez, mas ela tinha que tentar, por si mesma e por Gilbert.

- Me sinto horrível, por isso. - Anne se desculpou.

- Não sinta. Você é humana, não tem que ser perfeita ou forte o tempo todo. Mas, tem que parar de se machucar, tem que parar de achar que é menos mulher por talvez não gerar um filho, mas, devo te dizer querida, nem sempre gerar um filho quer dizer que você é mãe. A maternidade ter um sentido muito amplo e não é só o de carregar um bebê por nove meses.

- Eu sei, Cole. Tenho sido uma tola. - Anne parecia em envergonhada.

- Você não é uma tola, só está frustrada. Não é fácil e não vai ser por um bom tempo, mas você é jovem e forte e vai superar tudo isso. E tem um bônus a seu favor, Gilbert Blythe. – Anne riu. Cole era uma das poucas pessoas que conseguia fazê-la ver o colorido por trás do cinza.

- Você gosta mesmo do Gilbert, não é?

- Querida, Gilbert Blythe é um príncipe de cavalo branco e tudo. Você não sabe a sorte que tem. - Cole disse dando lhe uma piscada.

- Pode apostar que sei sim. Eu vou morar com ele em Nova Iorque. – Cole olhou para ela surpreso e disse:

- Como assim? Diana não me contou isso.

- Eu ainda não falei com ela. Combinei com Gilbert que iria depois do casamento da Diana.

- Então temos apenas mais duas semana. Que evolução querida. É um grande passo em sua vida. Mas, você sabe que Diana não vai gostar nada disso, não é? - Anne alisou a saia do vestido e disse:

- Eu sei, mas ela terá que entender. Quando ela foi para Paris também fiquei arrasada, mas eu entendi suas razões, e ela terá que entender as minhas. - o olhar decidido de Anne deixou Cole orgulhoso.

- Eu tenho certeza que você será muito feliz com Gilbert em Nova Iorque. Vocês se amam tanto. - Anne assentiu, embora lá no fundo tivesse ainda um certo receio do que estava por vir. Seu bloqueio emocional ainda era um problema, mas esperava que Gilbert tivesse paciência com ela, pois o que Anne sentia não era falta de desejo, mas sim um medo bobo de tentar, porém com paciência e calma voltariam a ter o relacionamento que ambos almejavam.

- Mas, me conte. Como você é Pierre estão?

Assim passaram o resto da tarde falando sobre a vida de Cole em Paris e seu relacionamento com Pierre. Quando o amigo finalmente se foi, ela estava feliz por ver o quanto ele tinha amadurecido e estava feliz. Finalmente Cole parecia ter encontrado o seu caminho.

GILBERT

Gilbert lanchava em um parque perto da Faculdade. A temperatura amena estava propícia para se passar o dia assim ao ar livre, e como não teria aulas extras e nem expediente no laboratório, ele decidira passar alguns momentos sozinho e curtir a calma que aquele local lhe proporcionava.

Ele tinha pouco tempo para aquele tipo de laser. Na maior parte do tempo ele tinha seu nariz enterrado nos livros, e depois trabalhava meio período no laboratório, então, momentos assim eram realmente raros.

A faculdade de medicina exigia tudo dele, estudo, dedicação, horas insones, e as melhores notas nos exames. Isso ele mesmo se exigia, pois tinha que fazer valer a pena a sua bolsa integral, e tentar se manter no alto nível que a instituição exigia. Por isso, era sempre o primeiro a chegar na sala de aula, e era o último a sair, pois gostava de discutir com os professores alguns pontos da aula que lhe chamaram mais a atenção, porque sua mente jovem vivia cheia de perguntas, e ele necessitava aprender o quanto antes tudo o que pudesse para que se tornasse o tipo de médico que sonhava ser.

Sua vida tinha tomado um rumo inesperado, mas não menos interessante. Havia momentos que se perguntava o que fora feito daquele garoto simples de Avonlea, que viajara pelo mundo, mas não perdera sua essência de fazendeiro e menino do interior? Embora, continuasse mantendo essa simplicidade em seu íntimo, algumas partes de si mesmo tinham sofrido mudanças drásticas, e foram necessárias, pois caso contrário ele não teria suportado os revés que sofrera em tão pouco tempo.

Se ele contabilizasse cada tristeza que tivera, agora teria em sua alma um arsenal delas, mas aprendera com seu pai e Sebastian a tirar sempre o melhor de tudo. Por isso, seu otimismo não o abandonava, sua esperança era renovada a cada dia que nascia e que ele também aprendera a ver como um presente, depois de tudo pelo que passara. A única coisa que ainda lhe faltava era Anne, mas ela lhe prometera que viria para Nova Iorque logo após o casamento de Diana, então ele tinha quinze dias para preparar tudo para a chegada dela, e contava que tudo daria certo.

Ele estava procurando um apartamento mais confortável para viver com ela, embora ela ainda não tivesse dito se preferia que vivessem em casas separadas ou juntos. Gilbert sabia que era um grande passo para Anne morar com ele sem terem um compromisso formal, ele falaria com ela aquele fim de semana para saber exatamente o que ela esperava daquela mudança para Nova Iorque. Se fosse por escolha dele, nunca mais se separariam, e não via sentido nenhum em cada um viver em uma casa diferente. Em seu coração, ela já era sua mulher, apenas não tinham uma aliança no dedo para atestar isso.

Ele esperava que em Nova Iorque Anne também sofresse uma mudança, e que saísse de dentro daquela tristeza e revolta na qual mergulhara, e se deixasse ficar mais aberta para a vida. Gilbert a amava do jeito que era, mas sentia falta de sua Anne rebelde, de língua afiada, de sua crença inabalável de que podia mudar o sistema, quando alguma injustiça desafiava seus brios. Ele tinha saudades da garota sorridente, que o desafiava nos estudos, da menina que queria ser a melhor professora do mundo. Ele também sentia falta da mulher provocadora, da sua maneira de amá-lo, de sua forma de deixá-lo saber como queria ser amada. Ele sentia falta de apertar as mãos dela, e receber de volta o mesmo calor, ele sentia falta de abraçá-la e ver um sorriso verdadeiro em seus lábios, e não apenas aquele esboço por trás do qual ela escondia sua tristeza e sofrimento.

Gilbert preferia que ela deixasse às claras o que pensava ou sentia, por que assim ele poderia compreender o tamanho da mágoa que a atingira, mas ele desconfiava que ela não mostrava porque tinha medo que ele se cansasse de suas crises e a abandonasse, e isso era algo que ele nunca faria. Não por pena ou por consideração, mas que seu amor por ela desafiava qualquer barreira que ela insistisse em criar entre o seu sentimento e o dele, e nesse quisito Gilbert podia ser igual ou mais teimoso que ela.

Estavam juntos, não estavam? E quantas vezes Anne o mandara embora? Quantas vezes ela negara o que sentia por ele desde que se conheciam? E quantas desculpas ela arranjara para se manter longe dele? Mas, ele não fora capaz de seguir em frente sem ela, não fora capaz de entregar tudo aquilo para o acaso, Gilbert lutara, se machucara, se fortalecera, mas nunca desistira, porque Anne era parte de seu coração, e a carregava dentro de si todos os dias, e jamais a deixaria por pior que fosse a situação, ele a manteria caminhando ao seu lado, porque era onde ela deveria estar, e onde era o seu lugar.

Dali há algumas horas estaria indo para casa, e era sempre a melhor parte de sua semana. Por mais que gostasse do ambiente da Faculdade, e dos amigos que fizera ali, ele gostava ainda mais dos pastos verdes de sua fazenda, da alegria espontânea de Bash, dos cuidados maternais de Mary, das traquinagens de Shirley, e da beleza doce de sua Anne, ela mais que tudo era o seu lar, e a razão maior de seu retorno para casa.

- Ei, Doutor. O que faz aqui sozinho? - Dora perguntou rindo.

- Tomando um pouco de ar. A semana foi dura, e resolvi me presentear com alguns momentos de tranquilidade neste lugar incrível. – Gilbert sorria e Dora retribuiu.

- Vai para casa? – Dora perguntou sentando-se ao lado de Gilbert no parque.

- Sim. Hoje à noite.

- Então, vai ver sua Anne? - Dora perguntou observando melhor as expressões de Gilbert.

- Sim. Ela é minha maior motivação para viajar tantos quilômetros de trem todo fim de semana. Quando chego em casa e vejo o rosto dela é tudo o que importa, o cansaço desaparece em um segundo. - Ele disse com sua imaginação já nos campos de Green Gables.

- Vocês são minha inspiração. Quem dera eu encontrasse um amor assim.- Dora disse suspirando.

- E John?

- Ele é uma excelente pessoa, mas não faz meu coração bater mais forte. - Dora falou sem encarar Gilbert diretamente.

- Ainda é o Jonas?

- Sim.

- Então, Por que não dá outra chance para ele. Eu sei que ele gostaria.

- Ele nunca vai deixar de ser o galinha que sempre foi, e como ficamos? Não sou garota que sabe dividir, Gilbert. - Dora disse sem sorrir.

- Ele me parece tão mudado.

- Sim, mas quem me garante que se eu der outra chance para ele, não vai começar tudo de novo? Eu não estou disposta a sofrer.

- Talvez você tenha razão. Relacionamentos são tão complicados. - Gilbert concluiu.

- E quando a Anne vem para Nova Iorque? - Dora mudou de assunto.

- Daqui a quinze dias. Ela quer esperar sua melhor amiga se casar. - Gilbert explicou.

- E como você está aguentando a ansiedade? – Dora perguntou tocando Gilbert no braço.

- Precariamente, devo admitir. Não vejo a hora de tê-la comigo. - Gilbert disse com aquele sorriso que Dora conhecia bem. Embora o corpo dele estivesse ali, sua alma já viajara até os braços de Anne.

-E o relacionamento íntimo de vocês? Melhorou? - Gilbert tinha feito confidências a Dora sobre o que andava acontecendo entre ele e Anne, pois era a única pessoa que confiava para falar sobre aquilo.

- Para falar a verdade, continuamos no mesmo ponto que antes. O problema é que Anne não fala sobre isso, ela se tranca e isso somente piora as coisas. - Gilbert disse suspirando.

- Por que você não toca no assunto? - Dora fez a pergunta que Gilbert vinha evitando fazer a si mesmo.

- Eu não quero que ela pense que eu a estou pressionando. Eu sinto falta do que tínhamos antes, mas eu posso esperar o tempo dela.

- Por que parece que não é só isso? Vamos, Gilbert desabafe. - Gilbert passou as mãos pelos cabelos. Sempre fazia isso quando estava nervoso, depois clareou a garganta e disse:

- Acho que estou com medo do que ela vai me dizer se eu falar sobre isso. - Gilbert disse sem jeito.

- Por que? – Dora perguntou sem entender o que Gilbert estava dizendo.

- Porque tenho medo que ela me diga que não suporta meu toque, e que não pode mais ser minha porque me culpa por tudo o que aconteceu. - Gilbert sentiu seu coração aliviar um pouco depois de pôr para fora o que mais o assustava.

- Eu acho que você se culpa, não Anne. Nós dois sabemos que ela te ama, Gilbert, e o bloqueio dela me parece ter mais a ver com a perda do bebê, e o medo de não engravidar, por isso, ela não se permite tentar. Você deveria falar com ela sobre isso, para que possam juntos resolver esse problema. - Dora disse com seriedade.

- Talvez tenha razão, Dora. Eu me culpo por tudo o que aconteceu com a perda da minha memória. Eu devia estar lá para protege-la e não estava.

- Gilbert, essas coisas não são culpa de ninguém. Vocês vão superar, são tão jovens e logo começarão uma vida juntos. Pense nisso. - Dora disse tentando confortar Gilbert.

- Vou pensar. Obrigado.

Naquela noite, enquanto Gilbert vencia a distância que o separava de Anne, ele pensou na conversa que tivera com Dora, e constatou que ela tinha razão. Ele se sentia culpado e carregava aquilo com ele a seis meses. Ele tentara camuflar, tentara esconder, tentara seguir em frente, mas a verdade era que ele também tinha um bloqueio, mas não em relação a Anne ou aos seus sentimentos por ela. Seu bloqueio era consigo mesmo, e por essa razão, conversar com Anne seria a solução para acabar com aqueles pensamentos que não ajudavam em nada na recuperação de Anne. Ela precisava dele, e Gilbert seria para ela o homem que ela merecia ter, o homem que ela sempre se orgulharia por amar.

GILBERT E ANNE

Anne estava na cozinha com Marilla quando Gilbert chegou. Tinham acabado de passar um café fresquinho e retirado um bolo de fubá do forno, e então, Anne viu seu noivo entrar pela porta com uma única mala na mão e o rosto cansado, mas o sorriso maravilhoso estava lá igual ao que ela se lembrava.

- Gilbert, filho. Chegou bem na hora. Aceita um café e um pedaço de bolo? - Marilla perguntou sorrindo.

- Aceito, sim, Sra. Cuthbert. A viagem foi longa. - ele disse beijando Marilla no rosto com respeito.

- Você viajou a noite toda? - Anne perguntou, tirando-lhe a boina e afagando os cabelos dele com carinho.

- Sim, meu amor. - Ele rodeou a cintura dela.

- Parece que veio direto da estação. - Anne sorriu e Gilbert tocou o rosto dela encantado. Vê-la pela manhã era sempre incrível, a beleza fresca dela era seu descanso. Nem precisava dormir, bastava olhar para ela por horas e sua energia era recarregada em instantes.

- Sim. Ainda não passei em minha fazenda.

- Por que não? - Anne perguntou surpresa.

- Por que eu queria ver a minha noiva. - ele disse se aproximando, os lábios quase tocando os dela. Mas, Marilla o interrompeu dizendo:

- Vocês jovens tem tanta pressa. Vamos, Gilbert sente-se a mesa e tome seu café. Depois, você pode matar a saudade de sua noiva – Gilbert sorriu sem graça.

- Desculpe, Sra. Marilla, não quis parecer desrespeitoso.

- Imagina, querido. Eu entendo. Vocês se amam e ficam longe a semana toda. Não me incomoda em absoluto suas demonstrações de carinho. - Marilla disse, dando um tapinha amistoso no ombro de Gilbert.

- Sim, uma semana longe de Anne é muito tempo para mim. - Gilbert olhou para Anne com os olhos brilhando, e o coração dela se aqueceu como sempre. Ter Gilbert em Green Gables assim tão cedo era bom demais, ela queria apenas estender a mão e apagar o cansaço do rosto dele com suas carícias, e também fazer sumir as ruguinhas que se acumulavam no canto dos olhos dele que surgiam toda vez que ele passava a noite sem dormir.

- Que bom que essa distância toda vai terminar, não é? Logo Anne irá morar com você em Nova Iorque. - Gilbert olhou para Marilla e disse:

- Sra. Cuthbert, posso fazer uma pergunta?

- Claro, meu filho.

- Eu queria saber sua opinião sobre a Anne ir morar comigo em Nova Iorque. Ela me disse que a senhora aceitou bem a decisão dela, mas eu queria que fosse sincera comigo e me dissesse se não ficou ofendida com minha proposta.

- Querido, Anne é uma mulher à frente de seu tempo, e já tomou a decisão dela. Eu sou uma mulher velha, com ideias antiquadas, mas não vivi com Anne todo esse tempo sem aprender alguma coisa com ela. Fico feliz que ela lute por sua felicidade e mais ainda por ter escolhido você como companheiro de vida. Sei que vai cuidar bem dela, não tenho dúvidas Se queria a minha resposta aí está. – Marilla disse servindo um pedaço de bolo para Gilbert.

- Obrigado pela  confiança. Eu quero que saiba que queria me casar com ela antes de irmos, mas Anne quer um casamento formal e eu não quero negar isso a ela. E também quero que saiba que fiz esse convite pensando no bem-estar dela e não pretendo colocar a reputação dela em risco. - Gilbert olhou para Anne e ela apertou sua mão por cima da mesa.

- Querido, eu não estou preocupada com a reputação dela. Fico contente que ela saia de Green Gables e vá construir uma vida nova com você em outro lugar. Vocês merecem, depois de tudo que passaram. Quem tem o direito de julgar isso? Também não quero que ela perca a oportunidade de viver seu grande amor como eu – A voz dela pareceu triste, mas conformada, o que fez Gilbert ousar um pouco mais e perguntar:

- A senhora está falando do meu pai?

- Ele te contou alguma coisa? - Marília pareceu estar envergonhada.

- Muito pouco. Apenas que foram amigos na escola, mas sempre achei que ele tinha um carinho especial pela senhora.

- É, não chegamos a namorar, mas quando ele foi embora daqui me convidou para ir com ele, e não aceitei por causa de minha família, eles precisavam de mim. Às vezes me perguntou como teria sido minha vida se tivesse aceitado a oferta de John. - Marilla parecia tão longe, e de repente voltou ao presente quando percebeu que Gilbert e Anne a olhavam com curiosidade. - Bem, chega de tanta conversa e vamos tomar café. Você está muito magrinho, meu filho. precisa se alimentar direito. Imagina, um futuro médico que não cuida da própria saúde

Logo após o café, Anne foi com Gilbert até o jardim e se sentaram embaixo da cerejeira. Gilbert abriu os braços e Anne se acomodou entre eles, descansando a cabeça no peito dele.

- Vou ficar mais um pouco e depois vou para casa. Preciso dormir um pouquinho. – Gilbert disse acariciando os cabelos de Anne.

- Por que não fica aqui? Você sabe que temos quartos disponíveis. Anne disse levantando a cabeça, e olhando-o nos olhos.

- Não acho uma boa ideia. - Gilbert respondeu ainda com as mãos nos cabelos dela.

- Por que não? Marilla não vai se importar e nem Matthew.

- O problema não é eles. Eu não vou conseguir dormir com você tão perto, principalmente porque você não vai estar ao meu lado. - Anne sentiu a atmosfera mudar ao notar o tom sensual na voz de Gilbert.

- Você sabe que aqui em Green Gables isso não seria possível. - ela respondeu tentando escapar do olhar de Gilbert, mas ele não permitiu, porque segurou o queixo dela com as mãos e a forçou a olhar para ele.

- Estou com saudades, Anne. - a voz rouca dele a fazia sentir arrepios, e quando ele se aproximou, ela só conseguia olhar para os lábios dele e se lembrar do que eles a faziam sentir quando estavam sobre a pele dela. Sem querer ela mordeu o lábio inferior, e o suspiro de Gilbert chamou sua atenção, principalmente quando ele disse:

- Não me provoque assim. Você tem ideia do quanto eu quero você?

- Gilbert, eu...- ele a interrompeu com um toque suave em seus lábios.

- Eu não estou exigindo nada, eu só... ele não conseguiu terminar, pois Anne o beijou com tanto desejo que surpreendeu Gilbert. Suas mãos desceram pelas costas dela se perdendo em sua cintura, seus corpos se aproximaram mais, e quando Anne deu por si, Gilbert já a beijava no pescoço e suas mãos já a acariciavam por baixo do vestido. Ele voltou a beijá-la, e Anne aprofundou o beijo, até um ponto em que ambos se separaram para respirar um pouco de ar.

- Você é um perigo para meu autocontrole. Precisa parar de me beijar Assim, principalmente de manhã quando ainda me sinto pouco propenso a raciocinar. O que quer com isso, Anne? Me deixar maluco? - Gilbert a olhava daquele jeito que a fazia tremer por dentro, e seu coração bateu aceleradamente como se estivesse participando de uma maratona. Deus! Como queria aquele homem! Seu corpo o desejava desesperadamente, mas sua cabeça a impedia de fazer o que mais queria. Como vencer aquela barreira? Tinha que encontrar uma maneira ou condenaria a ambos a uma eterna abstinência sexual que enlouqueceria os dois.

- Eu quis apenas te mostrar que te quero também, mas tem algo errado com a minha cabeça- ela disse triste.

- Não fique Assim amor. Está tudo bem. - ele a abraçou e pensou que talvez fosse o momento de falar com ela, mas prefriu deixar para depois. Estava cansado e precisava dormir. Não queria discutir com ela algo tão importante naquelas condições. - Vou pra casa. A gente se fala mais tarde.

- Tudo bem. Mas antes preciso te dizer uma coisa. A Diana e o Jerry querem reunir o pessoal hoje à tarde e pediram para escolhêssemos um lugar onde todo mundo pudesse se reunir. Ficamos entre a casa da Josie e a praia. Todos nós escolhemos a praia. Você se importa? - -Anne perguntou enquanto Gilbert a ajudava a se levantar.

- Não. Já passamos tanto tempo na praia ultimamente que quase se tornou nossa segunda casa. Tudo o que quiser, amor. Eu só quero ficar com você. – Gilbert beijou-lhe a testa.

Eles voltaram para dentro da casa onde Gilbert pegou sua maleta e se de despediu de Marilla, e depois ele e Anne deram um último beijo antes de Gilbert ir para a sua fazenda.

Quando a tarde chegou, ele veio buscar Anne e sua aparência estava bem melhor. Gilbert tinha tomado banho e o seu cabelo estava cheio de cachinhos úmidos que caíam em sua testa adoravelmente. Anne ficou olhando para ele disfarçadamente, admirando com quase adoração o homem que seria seu companheiro dali alguns dias. Não estariam casados, mas ela não se importava. Só queria que começassem uma vida nova juntos até que chegasse o dia em que fariam seus votos eternos em uma igreja, selando definitivamente seus destinos.

Seguiram para a praia que já estava cheia de seus amigos quando chegaram. Muddy levara seu violão, e Jerry sua gaita, e os dois faziam uma verdadeira sinfonia sentados na areia naquele momento. A água estava gelada, por isso, ninguém se sentia tentado a entrar no mar, mas, essa não era a intenção desse grupo que apenas se juntara para dar adeus a uma etapa de suas vidas, já que Diana e Jerry iriam se casar, e seria a última vez que se reuniram antes do casamento. Cole também estava lá e parecia estar bastante confortável com Pierre ao seu lado, pois ambos vez ou outra se olhavam e sorriam apaixonados.

Enquanto Gilbert ajudava Jerry a preparar uma bebida para o grupo com as frutas que trouxeram, Diana perguntou:

- Anne, quando ia me contar que vai para Nova Iorque?- Anne olhou para Cole que lhe sorriu sem jeito e respondeu.

- Eu ia te contar, mas você tem andado tão nervosa com o casamento que não quis te aborrecer mais ainda

- Anne, é verdade que queria que ficasse aqui perto de mim, mas depois de ver seu sofrimento todos esses meses eu não poderia deixar de ficar feliz por você. – Diana sorriu e Anne respirou aliviada e disse:

- Obrigada. Diana.

- E quando você vai Anne? – Josie quis saber.

- Depois do casamento da Diana.

- Que bom, assim vamos poupar a choradeira, já que estarei viajando em lua de mel. – Diana disse.

- Prometo que voltarei sempre para te visitar. - Anne disse abraçando, Diana.

- Acho bom mesmo. Você sabe o quanto sou ciumenta e possessiva em relação a você. – Diana disse sorrindo.

Seria impossível te esquecer. Você é minha irmã. Te amo de todo o meu coração.

- Eu também. Diana disse lhe apertando as mãos.

Naquele momento, Anne ouviu Gilbert chamá-la e foi ajuda-lo a trazer o suco e servir seus amigos. Quando estava se aproximando ouviu Diana dizer:

- Ela deve estar muito feliz.

- Quem deve estar feliz? – Anne perguntou curiosa.

- Não é ninguém importante, Anne. – Josie disse sem jeito.

- Conte a ela de uma vez, Josie. Ela vai acabar descobrindo cedo ou tarde. - Anne olhou de uma para outra sem entender. Josie hesitou um segundo, depois disse com cuidado.

- A Ruby teve um bebê e é um menino. - Josie disse de uma vez.

Anne sentiu um baque em seu coração, mas tentou disfarçar. Parecia que o universo realmente não lhe dava uma folga, quando achava que estava recuperando sua sanidade mental, alguma coisa acontecia para arrasá-la de novo. Entretanto, não queria deixar ninguém perceber sua tristeza, então disse:

- Que bom. Ela já sabem o nome que vai dar ao bebê? - Diana e Josie respiraram aliviadas ao ver Anne receber bem a notícia do parto de Ruby.

Ainda conversaram sobre isso por alguns momentos, e depois deixaram o assunto morrer para falarem de coisas mais importantes. Quando cada casal estava entretido um com o outro, Anne deu uma escapada e se sentou perto da margem da praia. Contudo, não ficou sozinha por muito tempo, pois Gilbert se sentou ao seu lado.

- O que foi, Anne? – Ele perguntou ao perceber a tristeza dela.

- Não é nada importante. - ela respondeu atirando pedrinhas na água.

- Eu te conheço meu amor. Não minta para mim. - Anne suspirou e respondeu:

- A Ruby teve o bebê.

- Isso te incomodou? - Gilbert perguntou preocupado. Seu olhar correndo pelo rosto dela em busca de algo que lhe alertasse sobre uma possível crise.

- Não me incomodou. Fiquei feliz por ela, porém você sabe como me sinto a respeito de assuntos assim. Mas, vou melhorar. Eu prometo. – Gilbert olhou dentro dos olhos de Anne e viu ali duas mulheres duelando. Uma que queria ficar se lamentando até se afogar em sua mágoa, e a outra querendo subir até a margem e se salvar do peso que a estava levando para baixo.

- Anne, vamos dar uma volta. Quero conversar com você. - Ele sugeriu.

- Claro. – Ela se levantou prontamente-, se agarrou na mão de Gilbert, e ambos caminharam juntos até um coqueiro de frente para o mar, onde Gilbert se encostou e trouxe Anne para seus braços.

- Anne, queria te fazer uma pergunta, mas quero que seja o mais verdadeira possível.

- O que é, Gilbert?

- Eu quero saber se o fato de você não querer que nosso relacionamento volte a ser o que era, tem a ver com o fato de você achar meu toque em seu corpo insuportável, pois te faz lembrar de coisas que quer esquecer? - ele esperou com a respiração suspensa, pois continuava com receio do que ela lhe diria. Anne olhou incrédula para Gilbert surpresa com a pergunta. Como ele podia pensar que o toque dele era insuportável, se as carícias daquelas mãos eram as únicas a fazê-la se sentir viva e como uma verdadeira mulher, se esquecendo da metade que lhe faltava? Será que ele não percebia que ela adorava cada toque dele, e que não poderia viver se não pudesse sentir os dedos dele deslizando por sua pele e lhe causando um prazer nunca sentido. Sua incapacidade de se entregar a ele nada tinha a ver com isso, era apenas uma peça desajustada dentro da cabeça dela que Anne não tinha conseguido consertar sozinha, por mais que tentasse. Ela enlaçou Gilbert pelo pescoço e disse:

- Não, meu amor. Eu amo suas carícias. O problema não é você, o problema sou eu. Eu preciso de ajuda com isso, e vou procurar um psicólogo assim que formos para Nova Iorque. Eu sei que deve estar sendo difícil para você ficar tanto tempo sem um contato íntimo. - ela disse baixando o olhar.

- Amor, eu não sinto falta de sexo. Isso para mim não tem importância nenhuma. Eu sinto falta de fazer amor com você, e te sentir tão minha como você foi a primeira vez que se entregou a mim, porque quando estamos nos amando sinto como se nossas almas se fundissem e fôssemos uma só pessoa, e eu nunca me senti tão próximo de alguém assim. Eu quero que se sinta segura, eu quero que não tenha medo. Só me diga o que posso fazer para te ajudar a se livrar desse bloqueio que te impede de ser minha. - Anne tocou o rosto dele e pensou como ele era lindo, e naquele momento ele estava tão irresistível com os olhos castanhos cheios de luz, que nenhuma mulher resistiria aquele magnetismo tão natural que vinha de Gilbert Blythe, e ela não era nenhuma exceção.

- Quero apenas que me beije, e que me faça sentir-me sua novamente. É tudo o que preciso por agora. – Ela disse colando seu corpo no dele e sentindo o desejo de Gilbert tão latente por ela em seu olhar.

- Você é minha, Anne. Sempre foi e sempre será minha. Eu juro que vou vencer essa barreira que te impede de se entregar completamente. - os lábios dele estavam a um centímetro dos dela quando ele disse: - Agora vou chegar até você da única maneira que conheço.

Então a língua dele contornou os lábios de Anne em uma carícia sensual que a desarmou completamente, ela entreabriu os lábios, incapaz de resistir a sua necessidade de deixar que ele lhe mostrasse através do beijo como a queria. As mãos dele corriam soltas por seu corpo, fazendo-a desejar por mais contato. Ela sentia tanta falta do toque dele como Gilbert sentia de tocá-la. Ele abriu a blusa dela devagar, e afastou o sutiã de renda um centímetro apenas para depositar um beijo quente sobre os seios dela. Anne ia aos poucos se entregando, se acostumando com aquelas carícias divinas com as quais sonhava à noite, mas nunca confessara a ninguém. Ela estava literalmente pegando fogo sob as roupas e mais um pouco incendiária aos dois. Ela levou os lábios até o pescoço de Gilbert acariciando-o com a ponta da língua, sentindo-o respirar mais rápido e apertá-la contra o próprio corpo. Anne ousou mais um pouco e desceu os lábios para o peito dele, sentindo em sua boca o gosto salgado que a maresia deixara sobre a pele dele. Gilbert sentiu sua excitação crescer e se continuasse dali não conseguir ia mais parar, e não estavam no lugar mais apropriado para isso, como também Anne não estava preparada para se entregar a ele sem receio algum. Por mais excitada que ela estivesse, ele podia perceber seu corpo começar a dar sinais de resistência, e ele sabia que já tinha ido longe demais, e chegara no limite suportável para ela, qualquer avanço naquele dia não seria bom para nenhum dos dois, pois ainda não era hora de resolverem aquele impasse entre eles. Mas, ficara feliz por compreender que não era seu toque que a fazia recuar, e sim algo dentro dela que ainda estava desajustado, e com o tempo voltaria a seu lugar.

Gilbert a abraçou com força interrompendo as carícias, e depois de algum tempo ele lhe deu um selinho dizendo.

- Eu te amo, Anne Shirley Cuthbert. Diga que um dia será a minha esposa e completamente minha.

- Você sabe que isso vai acontecer. Eu te amo, se possível mais do que ontem, e quero ser sua esposa e completamente sua.

E diante daquele cenário paradisíaco, onde o sol se despedia dando a passagem à lua que surgia majestosa no céu, uma promessa foi feita, e mais um passo foi dado rumo a um futuro onde a vida e o amor seriam celebrados pelos dias que restassem a dois corações apaixonados que se pertenceriam eternamente. Rosana.

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