Capítulo- 47- New York New York
ANNE
As luzes de Nova Iorque eram lindas da janela do quarto de Gilbert. e Anne olhava para elas como se estivesse hipnotizada. Quase não conseguia acreditar que estava ali, admirando aquele cenário encantador, apesar da brisa gelada da noite que chegava até ela fazendo-a estremecer, ao mesmo tempo em que perfumava o ar com um aroma doce de flores. Ela voltou para cama e se aconchegou ao corpo quente de Gilbert que dormia profundamente enrolado na coberta grossa de lã.
Ela observou-o por alguns segundos e pensou no quanto ele era lindo enquanto dormia com o rosto relaxado, a respiração calma e os fios de seus cabelos escuros bagunçados, dando-lhe um aspecto incrivelmente sexy. Ela estendeu a mão e tocou uma mecha cacheada do cabelo dele com carinho, desceu a mão pela testa lisa e sem nenhuma ruga de preocupação naquele momento, passou os dedos pelas pálpebras dos olhos dele que estremeceram um pouquinho ao seu toque, chegou ao nariz fino e moldado à perfeição, em seguida seus dedos se demoraram um pouco nos lábios masculinos, esfregando -os suavemente com o polegar, ela deslizou as mãos para baixo, afastando o cobertor que cobria o corpo de Gilbert, e traçando uma trilha de carícias pelo peito forte dele, passando pelo abdômen bem definido e avançando mais um pouco, mas não conseguiu ir mais longe, pois a mão de Gilbert segurou o seu pulso e a puxou para cima do corpo dele.
Ele entreabriu os olhos e disse com a voz cheia de sono:
- O que pensa que está fazendo a esta hora da manhã, Anne? Não tem vergonha de tentar se aproveitar de um homem indefeso enquanto ele dorme? - Gilbert disse com a voz cheia de humor.
- Me desculpe por tentar roubar a sua virtude, isso faz de mim uma pervertida, mas não me arrependo nem um pouco. Que culpa eu tenho se meu noivo é tão irresistível que não consigo manter minhas mãos longe dele? - ela viu os olhos dele se escurecerem assim que suas mãos se fecharam em volta da cintura dela, sentindo-lhe a maciez da pele através da camisola curta de renda que ela usava. Diana tinha lhe dado aquela camisola como presente de Natal atrasado, um dia antes de ela vir para Nova Iorque, dizendo que a renda preta combinada perfeitamente com seu cabelo ruivo, opinião esta com a qual Gilbert parecia concordar plenamente quando disse:
- Irresistível está você nessa coisinha minúscula. O que está tentando fazer, Anne? O que quer? Me seduzir? - uma das mãos dele estavam em suas coxas, acariciando-a de maneira sensual, e a outra apertava os seus quadris de encontro aos dele.
- O que eu quero? Essa é uma pergunta tão fácil de responder.- ela tocou o queixo dele com carinho, e então respondeu- Eu quero você.- Gilbert não precisou mais de nenhum incentivo para beijar Anne com paixão, arrancando-lhe a camisola e atirando-a ao chão. Anne estava em chamas, seu autocontrole era bem frágil, e acabou de vez quando Gilbert desceu seus lábios pelo corpo dela inteiro, fazendo-a perder o fôlego a cada nova investida. Seu corpo era como um instrumento nas mãos de Gilbert que o tocava com a maestria de um músico experiente, fazendo com que tudo fosse tão intenso para ela como era para ele, sem esconder o que sentia ou mascarar suas emoções, pois cada vez que Anne sentia o toque de Gilbert em alguma parte de seu corpo, ela podia ver-lhe a expressão do rosto totalmente transtornado de desejo por ela., seus olhos não perdiam um só movimento dele, assim como ele escutava com prazer cada suspiro dela, e quando por fim se fundiram em uma união prefeita todos os seus sentidos se inflamaram como se estivessem em um redemoinho de emoções complexas e misturadas, que juntas se transformaram em uma energia poderosa, difícil de resistir impossível de descrever.
- Você tem certeza que precisa voltar a Green Gables daqui a alguns dias? Acho que poderia me acostumara facilmente acordar assim todos os dias. - Gilbert falou ainda com o corpo de Anne grudado no seu. Ela levantou a cabeça que estava apoiada no peito suado dele e respondeu:
- Você está ficando cada vez mais insaciável, Sr, Blythe.
- Eu sei, e a culpa é sua, Por que tem que ser tão incrivelmente linda? Não consigo parar de tocar você. - e para provar o que dizia, suas mãos traçaram com o dedo toda a extensão da coluna de Anne, enquanto sua língua descia impiedosa pelo pescoço dela.
- Gilbert... por mais que eu queira passar ... o dia com você na cama.... Acho melhor a gente se levantar.- ela falava entre frases entrecortadas devido as sensações que Gilbert despertava nela. Deus! Ele a estava deixando louca, mais um pouco e ela estaria implorando para que ele a fizesse sua novamente.
- Vamos passar o dia na cama, então. - ele disse, se recusando a parar de tocá-la.
- Gilbert, por favor. Você tem prova. Se lembra? - a mão dele estava tocando-a tão intimamente agora, que ela mal conseguia manter sua sanidade mental intacta.
- Eu não me importo. Preciso de você agora. - ele mudou de posição, deixando-a embaixo dele, entrelaçando suas pernas na dela, impedindo-a de fugir dele.- Você é tão deliciosa, Anne, Não consigo me fartar de você. Quanto mais te toco, mais quero te tocar.- ele sussurrava no ouvido dela, e Anne sentia uma tempestade inteira de arrepios pelo corpo que estava enfraquecendo sua vontade. Desistiu de lutar e de resistir, se entregou de vez, deixando que ele fizesse o que quisesse com ela, não era mais dona de sua vontade, Gilbert conseguiu minar qualquer resistência que ela ainda poderia ter. Ele a puxou para mais perto, seus beijos deixavam uma trilha de fogo pelo seu pescoço, ombros, barriga, e quando estava preste a levá-la ao auge do seu desejo, foram interrompidos por uma batida na porta:
- Gilbert! Está pronto? Combinamos de chegar mais cedo na Faculdade hoje, se lembra?
- Droga! - Gilbert disse, olhando para Anne que tentava a todo custo recuperar suas forças que se perderam no momento em que ele lhe dera o primeiro beijo naquela manhã. - Amor, me perdoe, por isso. Vou atender a porta, antes que Dora acorde a República inteira. Ainda é muito cedo, aproveite e durma mais um pouco. - ele deu-lhe um beijo na ponta do nariz, vestiu a calça do pijama que estava jogada no chão, e deixou o quarto.
Anne inspirou e expirou várias vezes, tentando aliviar a tensão em seu estômago. Gilbert tinha o poder de deixá-la tão fora de si quando estava nos braços dele, que não conseguia se reconhecer. A garota de raciocínio rápido e que tinha sempre uma resposta na ponta da língua era reduzida a gelatina quando se tratava de Gilbert Blythe. Sua paixão por ele estava cada vez maior, e estava completamente viciada no toque dele. Será que algum dia conseguiria viver sem isso? Duvidava muito, pois precisava de Gilbert a cada segundo do seu dia, e esse desejo era tão difícil de saciar quando o sol deixar de nascer todas a as manhãs.
Naquele instante, Gilbert voltou para o quarto e vendo-a acordada, se aproximou dela, pegou seu rosto nas mãos e disse:
- Vou tomar um banho rápido e ir para a faculdade. Acha que vai ficar bem sozinha por algumas horas?
- Claro que sim. Pode ir tranquilo. - ela respondeu sorrindo.
- Fiquei decepcionado. Achei que diria que ia morrer de saudades de mim. - ele disse, fazendo cara de sofrimento, mas Anne sabia que estava apenas brincando.
- Não seja convencido, Blythe. O sol não nasce ou se põe só por sua causa. - mas no fundo Anne sabia que era exatamente assim para ela.
- Isso quer dizer que não vai mesmo sentir saudades? -ele continuou com a brincadeira, e Anne balançou a cabeça em negativa somente para provocá-lo.
- Então, vou te dar motivo para morrer de saudades de mim. - ele puxou Anne para ele, notando deliciado que ela ainda estava nua. Ele enterrou seus lábios no pescoço dela, fazendo uma trilha de fogo com seus beijos até alcançar a boca dela, enquanto suas mãos desciam pelo corpo dela até deixá-la ofegante. - então, ele largou-a de repente e disse com seu olhar cheio de malícia- Agora sim você vai pensar em mim o dia todo, - Ane ficou tão frustrada com o fim inesperado das carícias de Gilbert, que depois que ele estava saindo pela porta do quarto já banhado e pronto para a faculdade. Ela atirou um travesseiro na porta que tinha sido fechada por ele, minutos antes e gritou:
- Cretino" - e depois começou a rir, pensando que Gilbert sabia exatamente quais os pontos fracos dela
Depois que Gilbert saiu, Anne ficou mais alguns minutos na cama, deixando a preguiça dominá-la. Ainda podia sentir o calor de Gilbert no travesseiro ao lado, e isso lhe dava uma paz incrível. Nos dias que ficara sem ele, era e isso que sentia mais falta, poder senti-lo por perto, mesmo quando sua presença física não estava, sabendo que ele não tardaria a voltar, preenchendo o espaço vazio que deixara com seu sorriso caloroso e seu olhar cheio de amor. Gilbert era seu oxigênio, sem ele ela se sentia sufocar. Anne nunca mais queria ter dentro de si a angústia que tivera quando ele partira, sem saber quando voltaria a respirar de novo. Às vezes, Anne se admirava o quanto ambos passaram a significar um para um outro em tão pouco tempo. Há dois anos atrás jamais pensara que seu coração estaria completamente rendido a um rapaz, que ela jurara odiar com todas as forças mas agora entendia, que mesmo naquele tempo o que ela chamara de ódio, era uma paixão disfarçada desde o momento em que ele lhe perguntara qual era o seu nome, e no momento em que seus olhos azuis mergulharam na profundidade do castanho dos olhos dele, ela já sabia que estava perdida e não havia um caminho de volta, ou mesmo um atalho que a ajudasse a fugir daquela emoção que nascera dentro de sua alma naquele instante, e nunca mais a abandonara. Fora um encontro de almas que se reconheceram como companheiras de uma vida e não mais se largaram, e foi aí que se apaixonara perdidamente por Gilbert Blythe.
Anne amava tudo nele, mesmos seus pequenos defeitos, e raros ataques de mau humor, não se cansava de olhar para ele, assim como não se cansava de tê-lo por perto, seu paraíso era acordar com ele como naquela manhã e saber que passaria o dia inteiro ansiosa pelo momento em que ele passaria por aquela porta, mais carinhoso e mais cheio de paixão por ela do que quando saíra. Qual era a magia que a prendia a Gilbert? Qual era o feitiço que ele jogara sobre ela? Ele a tinha completamente em suas mãos e em seus braços, lugar de onde ela nunca sairia, a não ser que ele lhe pedisse, e ainda assim seu coração sempre seria dele e de mais ninguém.
Ela olhou para o relógio na parede que marcava quase oito horas da manhã, e resolveu se levantar. Ela viu a camiseta de Gilbert caprichosamente dobrada sobre uma cadeira no quarto, e a vestiu, sentindo odor tão familiar de Gilbert encher suas narinas. A camiseta era enorme para ela e chegava até o meio de suas coxas, mas ela resolveu que a usaria o dia todo, somente para sentir a presença de Gilbert ao seu redor. Se fechasse os olhos, podia sentir os braços dele em sua cintura, e era como tê-lo com ela a cada minuto e a sensação era tão incrível, que ela suspirou apaixonada.
Anne foi até o banheiro e viu que ele deixara escrito no espelho com o batem que ela esquecera ali no dia anterior, " volto as três horas, te amo, Gilbert".
Ela balançou a cabeça divertida. Ele sempre fazia isso agora. Deixava bilhetes pelo quarto inteiro, com recadinhos carinhosos, com os horários que ia chegar, ou somente escrevia eu te amo de diferentes formas, com corações, adesivos, ou simplesmente usando a caligrafia dele forte e caprichosa.
Fazia quase uma semana que estava em Nova Iorque, e desde o acidente no dia em que chegara, Gilbert a vinha tratando daquela forma exageradamente carinhosa. Ela adorava todas as atitudes que ele vinha tendo com ela, e guardava cada bilhetinho em uma caixinha especial, que levaria com ela para Green Gables, e embora achasse que ele estava exagerando, ela entendia que o medo dele de perdê-la tinha sido tão grande, que agora ele queria assegurar que ela não tivesse dúvidas do que ele sentia verdadeiramente por ela.
E Anne sabia da profundidade do amor de Gilbert por ela, e sempre soubera. Fora estupidez de sua parte ter reagido daquela forma ao ver Gilbert segurando a mão de Dora. Poderia ter esperado por uma explicação, e não sair em uma desembalada fuga pelas ruas de Nova Iorque como se estivesse fugindo de seu pior pesadelo. Mas, se deixara dominar pelo seu gênio impulsivo, seu ciúme sem medida, e quase causara uma desgraça. Anne sabia que embora fosse bastante madura agora, tinha um lado seu que ainda precisava de freio, de alguém que o domasse, de alguém que lhe dissesse qual direção tomar. Normalmente, tinha sobre controle férreo essa característica tão evidente em sua personalidade, mas havia momentos, que era quase impossível não sucumbir à vontade que tinha de se rebelar contra tudo, burlado regras ou normas e fazendo o que lhe desse na telha sem responder a ninguém, e quando isso estava relacionado a Gilbert se tornava mil vezes pior, por que se esquecia dos limites, agia por instinto e acabava se colocando em situações que terminavam em mágoas doloridas para ambos.
Gilbert era como um termômetro para esses momentos de ebulição do temperamento de Anne, e somente ele conseguia fazê-la enxergar além do que havia na superfície, acalmando seu ânimo antes que fosse tarde demais, por isso, ela tinha que se policiar a cada momento, tentando se lembrar de manter seu autocontrole intacto para não explodir de maneira que causaria um estrago permanente e se isso envolvesse Gilbert, ela sabia que não conseguiria superar nunca.
Anne suspirou afastando os pensamentos inquietantes de sua mente. Ela saiu do banheiro e viu que Gilbert tinha deixado seu café da manhã em sua mesinha de estudos. Ele realmente pensava em tudo, e cuidava dela como ninguém, sempre se preocupando com. todos os detalhes e fazendo tudo que estava ao seu alcance para vê-la feliz. Como pudera desconfiar da lealdade incondicional que ele tinha com. ela? Não havia como não amá-lo. Gilbert era perfeito para ela em todos os aspectos e somente poderia estar agradecida por tê-lo em sua vida.
Como teria o dia livre até Gilbert voltar da Faculdade, ela resolveu arrumar o quarto dele, e depois preparou um lanche gostoso para quando ele retornasse, pois ele sempre chegava em casa morrendo de fome. Assim, depois de deixar tudo pronto, ela se sentou na poltrona reclinável favorita de Gilbert, e começou a ler o livro que trouxera com ela na viagem. A história era sobre um romance que acontecia durante a Segunda Guerra Mundial entre um soldado e uma enfermeira, que passavam por todos os tipos de infortúnios para ficarem juntos. Era o tipo de livro que Anne adorava, por isso se entreteu tanto com ele que não viu o tempo passar, e somente percebeu que horas eram, quando ouviu a porta se abrir e viu Gilbert entrar sorrindo no quarto.
- Parece que se manteve ocupada. - Ele disse quando viu todas as suas coisas organizadas.
- Sim, também preparei um lanche caso você esteja com fome.
- Eu estou sempre com fome. - Ele respondeu olhando-a de um jeito que Anne se perguntou se não havia sentido duplo em suas palavras.
- Quer dizer que resolveu usar minha camiseta como vestido. - Gilbert disse, seus olhos observando todo o corpo de Anne indiscretamente.
' Espero que não se importe.- ela disse sem jeito.
-E claro que não me importo. - Ele pegou no pulso dela e a puxou para seus braços, enquanto sua mão escorregava até a barra da camiseta que chegava até a altura da coxa de Anne, e percorria todo o caminho da virilha dela até o abdômen embaixo da camiseta, subindo lentamente em uma tortura insuportável, fazendo com que Anne jogasse a cabeleira ruiva para trás suspirando sem parar, enquanto Gilbert chegava ao ouvido dela e dizia baixinho:
- Você fica deliciosa com ela, e eu adoraria tê-la todos os dias me esperando vestida desse jeito só para mim.
Os arrepios sucessivos começaram, um atrás do outro, eram os mesmos arrepios que a faziam perder a cabeça, que a jogavam nos braços de Gilbert, sem controle, sem defesa, sem resistência. Era como um fogo sem fim a consumi-la, que a deixava trêmula, ofegante, e entregue de um jeito que jamais pensou ser possível.
Gilbert continuou em sua busca por mais sabores dela, ele beijou a pele clara do seu pescoço, em pouco tempo alcançou o lóbulo da sua orelha, e quando chegou aos lábios ela já não era dona de si mesma. Trocaram beijos quentes, famintos e intensos, que a deixaram de pernas bambas, ela se apoiou no ombro de Gilbert para não cair, enquanto sua pele era invadida pelo toque dele que a deixava totalmente sem ação. Mas quando Gilbert fez menção de arrancar-lhe a camiseta, uma batida na porta os interrompeu novamente:
- Gilbert, preciso falar com você.- Gilbert quase rosnou de frustração ao ouvir a voz de Jonas.
- Acho que tínhamos mais privacidade em Avonlea.- ele disse bufando. Anne apenas riu fracamente, não confiava em sua voz para dizer nada naquele momento, sentia-se fraca, exaurida de emoções, parecia que um furacão tinha arrasado com seus sentimentos, ela sentou na cama enquanto Gilbert, muito a contragosto. Ele voltou poucos minutos depois, sentando ao lado dela e disse:
- Jonas veio nos convidar para uma festa na república. Você quer ir.?
- Acho que seria uma boa ideia, mas você ainda não me mostrou Nova Iorque.- agora ela falava com mais firmeza, pois suas forças voltaram aos poucos. Era inacreditável o que Gilbert conseguia fazer com ela com um só toque, estava completamente perdida na força da paixão dele, da qual nunca se libertaria.
- Podemos fazer isso agora mesmo, E mais tarde iremos a festa.
- Eu adoraria. - Anne riu de pura felicidade, colocou os braços em volta do pescoço de Gilbert e o beijou em agradecimento. - Vou me arrumar, e enquanto isso você come o lanche que preparei para você.
- Está bem, ele concordou. - Então, Anne foi até sua mala, pegou uma muda de roupa e foi para o banheiro se trocar. Em quinze minutos estava pronta.
- Vamos, então? - Gilbert perguntou.
- Vamos. - Anne respondeu, pegando no braço dele, e assim ambos saíram para o ar gelado daquela tarde em Nova Iorque, ansiosos e felizes por mais uma aventura que estavam prestes a viver juntos em uma das cidades mais visitadas do mundo.
GILBERT
Mãos suave e quentes deslizavam pelo corpo de Gilbert, inquietando-o durante o sono, quando dedos de seda passaram pelo seu abdômen ameaçando descer ainda mais, ele acordou em um sobressalto, e segurou a mão atrevida posicionando o corpo de sua dona sobre o dele dizendo:
- O que pensa que está fazendo a esta hora da manhã, Anne? Não tem vergonha de tentar se aproveitar de um homem indefeso enquanto ele dorme? - a intenção era fazer a voz soar séria, mas acabou rindo ao ver a expressão marota do rosto de Anne
- Me desculpe por tentar roubar a sua virtude, isso faz de mim uma pervertida, mas não me arrependo nem um pouco. Que culpa eu tenho se meu noivo é tão irresistível que não consigo manter minhas mãos longe dele? - ele olhou para ela e viu a ousadia brilhar dentro da que mar azulado dos olhos dela, e então, seus olhos desceram para o corpo dela colado ao seu e viu a peça de renda que ela usava. Era a camisola mais provocante que Anne já havia usado,
e Gilbert sentiu seu corpo reagir aquele frescor e beleza que eram tão naturais nela., fazendo sua excitação crescer em um segundo.. Agarrou-a pela cintura e apertou-a contra seus quadris, suas mãos fazendo um rastro de carícias na pele macia de Anne
- Irresistível está você nessa coisinha minúscula. O que está tentando fazer, Anne? O que quer? Me seduzir? - sua mão desceu para a perna dela, e acariciou a parte interna da coxa dela fazendo Anne retesar o corpo, procurando um contato maior com o dele, depois os dedos dela tocaram a linha de seu rosto e respondeu a pergunta dele de maneira provocante:
- -O que eu quero? Essa é uma pergunta tão fácil de responder. Eu quero você.- Gilbert engoliu em seco ao ouvir as palavras dela. Anne nunca fora assim tão ousada. Ela sempre lhe mostrava de que maneira queria ser tocada ou beijada, mas nunca fora tão verbalmente clara como agora, Havia algo diferente nela naquele dia, uma chama que brilhava dentro dos olhos dela e que lhe dava uma liberdade maior para se expressar como o queria, e essa nova faceta de Anne o excitou de maneira inesperada. Ele enroscou suas mãos na nuca dela e trouxe o rosto dela para perto do seu, suas bocas se encontraram em frenesi tão intenso, que se tornou impossível para Gilbert reprimir por mais tempo o que estava sentindo. A camisola dela se foi assim como seu lingerie, sobrando apenas a pele quente de Anne contra a sua, a qual ele explorou com um prazer tão grande que deixou a ambos sem fôlego. A cada novo toque ou beijo Anne sussurrava o nome dele com a voz rouca em um delírio de seus sentidos, e aquilo deixou Gilbert louco. Anne era a única garota que conseguia fazê-lo se sentir como se estivesse flutuando entre dois mundos paralelos onde existia apenas aquela chama que queimava seu corpo lentamente, consumindo-o vivo. Ele e Anne juntos eram como gasolina pura, bastava apenas uma faísca para que começassem um incêndio difícil de apagar, e naquele momento Gilbert sentia seu sangue ferver como se tivesse sido aquecido a 100 graus centígrados, e somente Anne conseguiria aplacar a fome desesperadora que sentia por ela. Então, ele mergulhou no corpo feminino e sentiu sua paixão aumentar até que seu corpo e de Anne foram levados por uma onda avassaladora de prazer que os fez flutuar até o infinito.
Minutos depois estavam abraçados, seus corpos suados denunciando a experiência arrebatadora que viveram juntos. Gilbert beijou o topo da cabeça de Anne e perguntou:
- Você tem certeza que precisa voltar a Green Gables daqui a alguns dias? Acho que poderia me acostumara facilmente acordar assim todos os dias - o rosto adorável e ainda corado de Anne se fixou no dele e ela disse maliciosa:
:- Você está ficando cada vez mais insaciável, Sr, Blythe.
- Eu sei, e a culpa é sua, Por que tem que ser tão incrivelmente linda? Não consigo parar de tocar você. - naquele momento Gilbert sentiu uma necessidade incrível de provar a pele de Anne novamente, e seus lábios foram pousar na parte do pescoço dela atrás da orelha, fazendo-a ficar sem ar. Ela se segurou nele, suas unhas compridas arranhando de leve o ombro dele. . A voz dela era somente um sussurro quando ela disse que deveriam se levantar, mas Gilbert não aceitou a sugestão, continuando a tocá-la até ouvir a respiração dela se tornar pesada e irregular. Anne fez uma última tentativa de fazê-lo ser razoável, lembrando-o da prova que teria naquele dia, mas ele não deu nenhum sinal de que desistiria, então, ela ouviu-o dizer:
- Eu não me importo. Preciso de você agora. - De repente ela estava embaixo dele sem nenhuma brecha para escapar da avalanche de carícias que se seguiu. Gilbert podia ver a excitação de Anne crescer junto com a dele, enquanto ele sussurrava palavras em seus ouvidos. -- Você é tão deliciosa, Anne. Não consigo me fartar de você. Quanto mais te toco, mais quero te tocar.- seu desejo por ela era tão grande que ele mal conseguia se controlar. Precisava tê-la de qualquer maneira ou seu corpo explodiria em luxúria pura. Por isso, ele intensificou as carícias até sentir que ela estava pronta para ele novamente. Quando Gilbert estava a ponto de consumar o ato de seus desejos, tornando Anne sua novamente, a voz de Dora na porta do lado de fora os interrompeu perguntando se ele estava pronto, pois tinham combinado no dia anterior de chegarem na faculdade mais cedo, fato sobre o qual Gilbert tinha se esquecido completamente. Ele passou os dedos pelos cabelos em desalinho, praguejando baixinho, seu corpo todo ainda pulsando por Anne. Relutante ele se levantou, se desculpando com ela por terem sido interrompidos e dizendo a ela para descansar mais um pouco, pois ainda era muito cedo para ela estar fora da cama. Ele se vestiu e foi falar com Dora que sorriu para ele assim que Gilbert abriu a porta.
- Bom dia, Gilbert. - ela disse toda animada, mas então percebeu que Gilbert ainda vestia o pijama e ficou desconcertada. - Ai, me desculpe, eu tirei você da cama. Mas, ontem nós combinamos de irmos para a Faculdade mais cedo e não pensei que você tivesse mudado de ideia.
- Eu não mudei, só me esqueci do fato. Me perdoe, Anne está aqui e minha rotina mudou um pouco por causa disso, se tiver paciência de me esperar, vou tomar um banho rápido e fico pronto em dez minutos.
- Claro. Não se preocupe. Eu preciso falar com o Jonas, e enquanto isso você pode se arrumar com calma. Não se apresse por minha causa.
- Nos encontramos daqui há vinte minutos, então?
- Perfeito. - Dora disse antes de se virar e ir de encontro ao quarto de seu namorado.
Assim que Dora se foi, Gilbert fechou a porta suspirando. Tinha se esquecido completamente do que combinara com Dora, mas nos últimos dias, as coisas andavam intensas demais entre ele e Anne que não conseguia pensar em outra coisa. Ela invadia seus pensamentos nos momentos mais inesperados, às vezes quando estava no laboratório a imagem dela sorrindo para ele, ou jogando os cabelos para trás do jeito que ele gostava o deixava fora do ar por alguns instantes, e ele tinha que se policiar para não perder toda a concentração que precisava para um trabalho como aquele. Outras vezes conseguia visualizar os olhos azuis dela no meio de uma prova de anatomia, e quase se esquecia de que estava em uma sala cheia de gente, e ria feito bobo sem perceber.
Era maravilhoso tê-la por perto, passar a noite inteira com ela, e acordar de manhã com os fios ruivos dela enroscados em seus dedos. Aquela era uma intimidade nova que não tinham em Avanloe, pois lá nunca podiam passar uma noite inteira juntos, e sempre se separavam antes do café da manhã, mas em Nova Iorque onde não tinham vigilância nenhuma, onde estavam longe dos olhares curiosos de todos, eles podiam viver seu amor de maneira livre, sem cobranças, críticas ou culpas desnecessárias.
Ele entrou no quarto novamente, e percebeu que Anne estava acordada. O rosto lindo dela se assemelhava aquelas bonecas de porcelana tão delicadas e frágeis, Ela parecia tão à vontade, com apenas as cobertas a cobrirem seu corpo, e ele se lamentou profundamente de não poder continuar de onde haviam parado, mas infelizmente ele tinha uma prova importante para fazer aquela manhã, da qual desistiria de bom grado se pudesse e se isso significasse que passaria o dia na cama, fazendo amor com Anne.
Ele se sentou bem próximo de Anne na cama, pegou o rosto dela nas mãos, e disse olhando profundamente dentro daqueles olhos que eram como um livro aberto onde ele conseguia ler todas as suas emoções:
- Vou tomar um banho rápido e ir para a faculdade. Acha que vai ficar bem sozinha por algumas horas?
- Claro que sim. Pode ir tranquilo. - a voz dela era tão doce àquela hora da manhã fazendo-o desejá-la mais do que nunca.
- Fiquei decepcionado. Achei que diria que ia morrer de saudades de mim - olhar malicioso o denunciava e Anne riu com gosto ao ver sua cara de falsa decepção mal disfarçada.
- Não seja convencido, Blythe. O sol não nasce ou se põe só por sua causa; - Gilbert levantou a sobrancelha em desafio ao dizer:
- Isso quer dizer que não vai mesmo sentir saudades? - Anne balançou a cabeça em uma clara provocação, a qual ele não pôde ignorar. Ia dar uma lição em sua linda rebelde ruiva, ele pensou sorrindo.
- Então, vou te dar motivo para morrer de saudades de mim. - os olhos dela brilharam em expectativa, enquanto ele afastava as cobertas e admirava mais uma vez a beleza dela toda nua em sua cama, e aquilo acendeu um fogo nele difícil de controlar. Seus lábios capturaram o pescoço dela, onde a veia pulsava vibrante, ele sugou a pele dela com carinho, descendo devagar até tomar os lábios de Anne nos seus que esperavam sedentos pelo seu beijo, e suas mãos continuaram a acariciá-la até alcançar seu abdômen liso e firme, notando satisfeito que Anne não resistia e esperava ansiosa pelo que viria a seguir, mas Gilbert precisava ir agora ou não conseguiria mais deixá-la. A visão de Anne em seus braços entregue daquela maneira, fazia sua mente divagar por caminhos perigosos, por isso, a largou pesaroso e para disfarçar seu próprio desejo, ele disse provocando-a mais um pouco:
- Agora sim você vai pensar em mim o dia todo, - o olhar frustrado que ela lhe lançou quase o fez mudar de ideia, e por esta razão, tomou um banho rápido, se trocou, foi até a cozinha comunitária tomar o seu café, e depois deixou o de Anne na sua mesinha de estudo, antes de sair definitivamente dali, se despediu apenas com um beijo soprado da porta, pois se se aproximasse dela novamente, ele sabia que não resistiria. Dora o esperava por ele do lado de fora do apartamento de Jonas, e ambos se dirigiram à faculdade que ficava somente a dois quarteirões dali, e assim que entraram na sala, o teste começou.
Gilbert nunca teve tanta dificuldade em se concentrar para uma prova. A imagem do rosto de Anne naquela manhã o distraia, fazendo com que tivesse que ler a mesma questão várias vezes para poder entendê-la e durante todo o tempo em que durou seu teste, ele ainda podia sentir o gosto da pele dela em seus lábios e o calor do corpo dela grudado no seu, e isso era uma tortura que o deixava ansioso para acabar logo com aquilo e voltar para casa, onde Anne o esperava.
Gilbert demorou mais tempo do que o normal para finalizar sua prova, pois normalmente terminava antes que a maioria dos seus amigos de sala, mas naquele dia até mesmo Dora já tinha saído da sala quando ele entregou a prova para o professor de anatomia, que o olhou curioso e perguntou:
- Algum problema, Sr. Blythe? Me pareceu que a sua concentração nessa prova estava seriamente prejudicada por algum problema de difícil solução. Eu posso ajudá-lo em alguma coisa? - Gilbert ficou um tanto quanto constrangido com a pergunta, pois a maneira como o professor o olhava, lhe dava a impressão que ele sabia exatamente o que estava acontecendo dentro dele, mas ele disfarçou seu embaraço e respondeu.
- Não. Está tudo certo, professor. Acordei apenas um pouco indisposto hoje, mas prometo que estarei em forma para sua próxima aula na semana que vem.
- Muito bem, então. Tenha um bom dia.
Quando ele saiu da sala, Doar o esperava junto com Jonas e ela disse:
- Nossa, Blythe. Nunca te vi demorar tanto para fazer uma prova que você geralmente termina em exatamente quinze minutos. O que aconteceu? Não estudou o suficiente? - antes que ele pudesse responder, Jonas olhou para ele malicioso e disse para a namorada:
- Ora, você se esqueceu que Anne está com ele. É esse o problema. Ele deve ter passado a noite na farra com a garota, e se esqueceu de estudar. - Jonas riu e quando viu Gilbert ficar vermelho, ele riu mais ainda e se virou novamente para Dora. - Está vendo, não disse que era isso. Acabei de descobrir que Gilbert Blythe é um libertino.
- Cala a boca, Jonas. Você está constrangendo, Gilbert. - Dora ralhou com ele, dando-lhe um tapa no ombro.
- Ei, vocês dois. Querem parar de me amolar? Vamos almoçar, pois ainda tenho que ir ao laboratório, antes de voltar para casa.
- Está bem, vamos lá.- Jonas concordou, mas passou todo o tempo da refeição implicando com Gilbert, que não deu muita importância ao fato, pois conhecia bem Jonas e se se mostrasse irritado, ele não pararia nunca com a provocação. Às duas e meia, depois de ter trabalhado um pouco no laboratório, ele voltou para o seu quarto na República.
Quando ele abriu a porta, Anne o esperava sentada em sua poltrona favorita, lendo um livro. Ele prendeu a respiração ao perceber que ela apenas usava uma de suas camisetas. A peça deixava à mostra boa parte das pernas lindas dela, ela estava descalça e os cabelos soltos pelo ombro. Seus olhares se encontraram, e ele se aproximou dela, percebendo com o canto do olho que ela organizara todo o apartamento, mas não era isso que chamava sua atenção agora.
- Parece que se manteve ocupada. - ele disse apenas para trazer um pouco de normalidade ao tumulto que se formava dentro dele, disparando o seu coração e faltando-lhe o ar. Deus como ela era linda! Não passava um só dia em que ele não admirasse aquele rosto magnífico e aquele corpo perfeito. Quando ela estava por perto, ele não conseguia tirar os olhos dela, observava cada movimento, cada sorriso, ouvia cada palavra dos lábios dela completamente encantado pelo som de sua voz. Anne Shirley Cuthbert era como uma poesia quente e vibrante escrito pelas mãos dele cada vez que a tocava com desejo e paixão. Estava perdidamente apaixonado por ela, não podia negar esse fato, e ele sabia que sempre estaria. Não havia mulher no mundo mais perfeita para ele do que Anne, e estariam sempre juntos não importava o que tivessem que fazer ou passar para conseguirem isso.
- Sim, também preparei um lanche caso você esteja com fome.- ele ouviu-a responder a pergunta que ele fizera antes.
- Eu estou sempre com fome. - Ele disse aquilo com um olhar malicioso dirigido diretamente para ela, e Anne corou adoravelmente, fazendo-o rir de sua súbita timidez. Ela às vezes ficava sem graça com a maneira com que ele falava com ela, e Gilbert adorava isso nela. Apesar de terem feito amor tantas vezes, e conhecerem o corpo um do outro tão bem, Anne ainda conservava aquele ar de menina que ela tinha quando Gilbert a conheceu, e somente ele sabia na mulher intensa e apaixonada em que ela se tornava quando estava em seus braços transtornada pela paixão. Era como se duas pessoas vivessem em um único corpo, e Gilbert amava cada uma delas com a mesma devoção.
- Quer dizer que resolveu usar minha camiseta como vestido. - seus olhos analisavam Anne com atenção, estudando as reações dela às suas palavras.
- Espero que não se importe.
-É claro que não me importo. - ele não resistiu mais, venceu a distância que ainda havia entre eles, e a abraçou, descendo a mão impaciente até alcançar a barra da camiseta e tocar Anne intimamente embaixo dela. Gilbert sentiu-a se contorcer ao seu toque, suspirando baixinho, os cabelos jogados para trás em uma entrega completa, e ele sussurrou e seu ouvido enquanto a pele dela se arrepiava todo, deixando-o mais aceso do que já estivera aquela manhã quando a tocara da mesma maneira.
- Você fica deliciosa com ela, e eu adoraria tê-la todos os dias me esperando vestida desse jeito só para mim.
Assim, as carícias continuaram, deixando a ambos totalmente envolvidos pelo momento. Gilbert queria Anne cada vez mais e não suportaria mais um segundo seu tê-la. Sua boca traçou um caminho de beijos quentes por toda a pele dela, até que Anne gemeu o nome dele descontrolada e Gilbert decidiu que amaria naquele momento.
Porém, uma batida na porta quebrou a magia do momento, e Gilbert ouviu irritado a voz de Jonas chamando por ele, batendo na porta impaciente.
- Gilbert, preciso falar com você.
- Acho que tínhamos mais privacidade em Avonlea.- ele disse por entre dentes, e Anne riu divertida da expressão de desespero no rosto dele.
Gilbert abriu a porta com uma vontade imensa de mandar Jonas tomar conta da própria vida, mas se controlou a tempo e perguntou de maneira seca, que se Jonas percebeu, ignorou totalmente:
- O que você quer?
- Oi, Gilbert. Vim convidar você e Anne para uma festa que faremos na República hoje, Contamos com sua presença; - Gilbert apenas respondeu desejando que ele fosse embora logo e ele pudesse finalmente ficar sozinho com sua noiva:
- Está bem, estaremos lá.
- Nos vemos mais tarde então. - Jonas virou a costa e saiu.
Gilbert fechou a porta inspirando profundamente, e voltou para onde Anne estava dizendo:
- Jonas veio nos convidar para uma festa na república. Você quer ir?
- Acho que seria uma boa ideia, mas você ainda não me mostrou Nova Iorque.-
- Podemos fazer isso agora mesmo, E mais tarde iremos a festa.- ele respondeu
- Eu adoraria. - ela o enlaçou pelo pescoço, e deu-lhe um beijo tão doce que Gilbert se sentiu derreter por dentro feito calda quente, então, ela o soltou e disse sorrindo - Vou me arrumar, e enquanto isso você come o lanche que preparei para você.
- Está bem, ele concordou. - ele viu abrir a mala, pegar algumas peças de roupa e entra no banheiro fechando a porta. Passaram-se quinze minutos e Anne voltou pronta para sair.
- Vamos, então? - Gilbert perguntou.
- Vamos. - Anne disse com um sorriso lindo no rosto, pegou em seu braço e assim saíram para desfrutarem o final de tarde na linda cidade de Nova Iorque.
GILBERT E ANNE
A noite já tinha caído quando voltaram do passeio. Anne estava cansada mais feliz, pois sempre quisera conhecer Nova Iorque, mas ao lado de Gilbert tivera um gosto especial como tudo o que fazia com ele.
Apesar do problema inicial que tiveram, ela estava alegre por ter vindo, e Gilbert também parecia estar contente com sua presença ali. Eles precisavam daqueles momentos a sós, longe dos amigos e de Avonlea para que pudessem ter mais espaço para ficarem juntos e curtirem a companhia um do outro sem nenhuma preocupação com o futuro. Estar ao lado de Gilbert naquela cidade dava a Anne a sensação de estar vivendo uma liberdade nova que ela nunca experimentara antes, e que borbulhava dentro dela como uma taça de champanhe servida e partilhada naqueles momentos especiais que fazem bem ao coração. Ela o amava mais do que nunca, e não tinha dúvida nenhuma que ele era o homem de sua vida. Viveria e morreria por ele se preciso fosse, porque suas almas eram uma só e não havia nada entre eles que pudesse impedi-los de se pertencerem.
Gilbert a fazia de feliz de tantas maneiras diferentes que Anne custava a acreditar que aquele rapaz moreno, de olhos castanhos incríveis, fosse mesmo dela. Às vezes temia que fosse somente um sonho, do qual acordaria e se descobriria de novo naquele orfanato sozinha, desprezada e sem esperanças. Mas, depois se lembrava, da opala em seu dedo da qual não se separava nem mesmo quando estava dormindo, e sorria pensando somente no dia em que seria a esposa de Gilbert e todos os seus medos e incertezas desapareciam feito bolhas de sabão no ar.
Gilbert lhe provava todos os dias como a amava, e cada vez era sempre mais intenso que a anterior. Ele não media esforços para realizar seus desejos, mesmo que tivesse de alguma forma que abdicar dos seus. Aquela tarde fora maravilhosa, Gilbert a levara para conhecer os lugares mais badalados de Nova Iorque. Passearam de mãos pela Quinta Avenida, tomaram sorvete no Central Park, viram de perto a Estátua da Liberdade, e deram um longo passeio pela Times Square, e quando Anne disse que não podia mais dar nenhum passo, pois estava cansada demais para fazer todo o caminho de volta, Gilbert a carregara no colo até o ponto de táxi mais próximo, na frente de dezenas de pessoas, que olhavam para eles espantadas e divertidas, admirando com sorrisos sinceros o amor daqueles dois jovens que estavam claramente apaixonados, e não se importavam em esconder seus sentimentos de ninguém.
Quando chegaram em casa, Anne perguntou a Gilbert:
- Que horas é a festa?
- Jonas disse que será as oito horas, mas podemos ficar em casa se estiver muito cansada. - Gilbert respondeu tocando seus cabelos com carinho.
- Não, eu quero conhecer os seus amigos, a não ser que você prefira não ir.
- Eu quero ir sim. Estou louco para te apresentar para o pessoal da faculdade. Muitos não acreditam que você exista e eu estou noivo. Dizem que não conseguem acreditar que uma pessoa da minha idade possa já estar preso a um compromisso tão sério.
- E você responde o que quando te dizem isso? - Anne perguntou, sentindo um nozinho no estômago ao imaginar a possiblidade de Gilbert começar a questionar sobre o assunto e pensar em desfazer o compromisso. Afinal, estar noivo em Avonlea não era tão difícil quanto estar comprometido em Nova Iorque, diante de todas as tentações e oportunidades que poderiam se apresentar em um segundo.
- Eu respondo que dizem isso porque não conhecem você. - Gilbert a tomou nos braços e lhe deu um beijo tão quente que afastou todas as suas dúvidas, e deixando-a imensamente feliz com a resposta que ele dera.
- Vou tomar banho e me arrumar. Prometo que não demoro.
- Vou fazer o mesmo. - Gilbert respondeu dando-lhe um selinho, e Anne correu para o banheiro. Tinha trinta minutos para ficar pronta, e queria ficar bonita para o seu noivo.
Quando ela terminou de colocar as sandálias, Gilbert surgiu maravilhoso em calça jeans e camiseta branca, Anne adorava quando ele usava aquela cor, pois destacava sua pele morena, e os cabelos escuros encaracolados.
- Você está incrível como sempre. - Gilbert disse extasiado com a beleza dela em um vestido vermelho de lã de mangas compridas que caía justo até metade de suas coxas bem torneadas. Ela também usava sandálias douradas de salto e brinco de argolas douradas. Anne não gostava muito de maquiagem, por isso, usava apenas batom vinho para combinar com a roupa, mas para Gilbert, a beleza dela não precisa de adorno nenhum, pois era única e inigualável.
- Que bom que gostou. Não trouxe nada sofisticado, somente este vestido. e não sabia se estava apropriado para a festa.
- Está perfeito como você. Qualquer coisa te deixa linda, Anne. Você poderia ir à festa de shorts e camiseta e ainda assim seria a mulher mais linda da festa.
- Meu noivo está tão galanteador hoje.- Anne disse corada pelo elogio que Gilbert lhe fizera.
- Eu disse apenas a verdade. - ele respondeu, pegando em sua mão e levando até a festa que aconteceria em um salão ali da República, especialmente reservada para este fim.
O local estava lotado de gente quando chegaram, e o cheiro de bebida exalava por todo o local. Gilbert puxou Anne pela mão assim que viu Jonas e Dora em um grupo de amigos das Faculdade.
- Enfim chegaram. - Dora disse beijando Gilbert e Anne no rosto, falando mais alto que o normal por causa do barulho da música que tocava.
- Eu levei Anne para conhecer Nova Iorque esta tarde. - Gilbert respondeu.
- Ah, então essa é a famosa, Anne. - Carlos, um amigo de sala de Gilbert disse. Ele pegou na mão de Anne a beijou e disse com a voz cheia de charme. - Como vai, princesa? Não é à toa que Gilbert se deixou pegar pelo laço do casamento. Você é linda e ainda por cima é ruiva. Como um cara só pode ter tanta sorte? - Anne riu com o elogio, mas Gilbert não gostou nenhum pouco. Conhecia Carlos muito bem para saber que ele estava flertando descaradamente com Anne. Ele puxou a mão dela que Carlos insistia em manter presa entre as suas e disse com a voo zangada.
- Quer parar de cantar a minha noiva, Carlos. Tenha respeito.
- Calma, Gilbert. Eu estava somente brincando. - ele se voltou para Anne e disse. - Seu noivo é muito sério na maioria das vezes, e por isso, quando tenho a oportunidade eu gosto de provocá-lo. Ele nunca perde a calma assim, mas imagino que isso seja porque você é o ponto fraco dele, não é Blythe? - Gilbert não respondeu ainda exibindo uma carranca emburrada.
- Bem, vou dar uma volta por ai e ver se encontro uma gata para me fazer companhia. - Carlos disse, deixando-os e rapidamente se juntou a outro grupo onde havia várias garotas desacompanhadas.
- Não fique assim, meu amor. É uma festa, vamos dançar.- Anne disse, tentando fazer Gilbert sorrir e levando-o para a pista de dança, onde ficaram dançando juntinhos por algum tempo.
- Você pode pegar algo para bebermos, Gilbert? Estou morrendo de sede. - Anne pediu assim que abandonaram a pista de dança;
- Claro.- Gilbert disse, se encaminhando para uma mesa cheia de bebidas.Anne ficou observando Gilbert de onde estava e viu quando uma garota morena se aproximou dele. Ela tinha os cabelos longos, pretos e lisos que iam até sua cintura, e vestia um vestido lilás tão justo que de onde Anne estava podia ver-lhe todas as suas curvas generosas. De repente, ela se aproximou mais de Gilbert enquanto conversavam, colocando suas mãos de unhas longas, compridas pintadas de vermelho no braço de Gilbert e começou a acariciá-lo sem cerimônia nenhuma.
Anne sentiu o ciúme explodir dentro dela como se fosse ondas de um mar revolto. Seus olhos pareciam querer fuzilar Gilbert e principalmente a garota atrevida que se insinuava descaradamente para ele. Ela se aproximou decidida, suas sandálias batendo no chão om força a cada passo que dava. Quando estava próxima dele, ela deu-lhe um beijo no rosto e falou com a voz mais doce do mundo, enquanto dentro de sua cabeça ela estrangulava o pescoço elegante da garota a sua frente, que lhe sorria com ares de cínica;
- Amor, podemos ir para casa. Estou tão cansada.
- Tem certeza que quer ir agora? Você parecia estar se divertindo tanto. - Gilbert viu o olhar de Anne endurecer e ele sabia o que aquilo significava, pois já a vira agir assim antes por ciúme.
- Sim, eu tenho certeza. Podemos ir agora? - ela ainda sorria, mas seu maxilar doía pelo esforço que fazia para se manter sorrindo.
- Claro. Deixe-me te apresentar. Esta é Sabrina, uma colega da faculdade.
- Muito prazer, Sabrina. - ela disse ignorando completamente a mão da outra estendida à sua frente, que logo a recolheu constrangida. Gilbert, percebendo que Anne não estava no melhor dos seus humores, se despediu da outra garota com um meneio de cabeça, e saiu com Anne da festa.
Quando Gilbert abriu a porta do seu quarto, Anne ainda tinha o semblante carregado. Ela arrancou as sandálias, e com elas nas mãos se encaminhou para o quarto, mas Gilbert segurou em seu pulso e perguntou.
- Anne, qual é o problema? Você parecia tão animada no começo da festa. O que aconteceu para te deixar assim?
- Deixe de ser cínico, Gilbert Blythe. Você sabe muito bem que eu vi aquela garota oferecida dando em ciam de você naquela festa.
- Você está falando da Sabrina? - Gilbert se fez de desentendido, somente para ver Anne ficar ainda mais irritada. Ele adorava os ataques de ciúmes de Anne, pois isso tornava a relação deles ainda mais estimulante.
- Quem mais poderia ser? E você estava adorando a atenção dela, não estava?
- Anne, você sabe que só tenho olhos para você. Não entendo porque está tão irritada comigo.- ele a abraçou apertado.
- Você sabe muito bem porque estou irritada. Quem aquela garota pensa que é para ficar alisando meu noivo com se ele fosse uma peça de um museu em exposição? - Gilbert começou a rir da escolha de palavras dela, e aquilo pareceu deixá-la ainda mais brava. Os olhos azuis soltavam chispas em fúria, e os cabelos caiam pelo rosto conforme ela falava balançando a cabeça nervosamente, e Gilbert pensou no quanto ela estava maravilhosa naquele momento.
- Você ainda ri? - ela disse empurrando Gilbert para a poltrona onde ela sentara aquela manhã para ler- Eu vou te mostrar que você é meu e que ninguém tem o direito de tocar em você a não ser que essa pessoa seja eu.
Gilbert se sentou na poltrona e Anne se sentou em seu colo, seus lábios procurando os deles furiosamente. Ela puxou a camiseta branca de Gilbert para cima com tanta força que quase rasgou o tecido. Seus lábios tocaram o pescoço dele, mordiscando lhe a pele suavemente, e quando seus lábios desceram ainda mais alcançando o abdômen de Gilbert, Anne ouviu-o ofegar e levantou a cabeça olhando-o de maneira provocante,
Ele enterrou as mãos na nuca dela trazendo seu rosto para perto do seu, e tomou os lábios dela com certa violência fazendo-a perceber todo o desejo acumulado por ela desde de manhã. Gilbert arrancou o vestido dela com pressa, e logo em seguida a lingerie que ela usava deixando-a nua em seus braços. Ele a carregou para a cama, e quando a cabeça dela tocou os lençóis, Gilbert já tinha se livrado da calça jeans e tocava o corpo dela com um a paixão tão grande que Anne não parava de sussurrar o nome dele. Ela então, colocou suas pernas em volta da cintura de Gilbert trazendo-o para mais perto sentindo, a excitação dele crescer a um ponto em que não havia mais volta. Os beijos dele a deixavam queimando como brasas que consumiam sua alma, a cada toque ela se sentia derreter no calor que vinha do corpo dele. Ela levantou a mão e tocou o rosto dele devagarinho, observando-lhe os olhos que estavam tão escuros de desejo que a fez suspirar. Gilbert era o único que conseguia fazê-la se sentir daquele jeito, tão elevada em sua paixão que não conseguia nem respirar, e dentro de si mesma ela sabia, que não poderia nunca viver sem ele, caso contrária seu coração se tornaria um deserto tão grande que ninguém o faria florescer novamente, Ela precisava do toque dele em sua pele para se sentir viva, ela precisava dos beijos dele todos os dias para se lembrar que o amor de ambos era infinito, a única razão e o sentido de tudo.
Enquanto sentia os lábios de Anne em sua pele, Gilbert delirava entre a paixão e o desejo que se espalhava por seu corpo. Anne o fazia se sentir tão quente que achou que se inflamaria e entraria em combustão instantânea. Ele precisava cada vez mais dela, e quanto mais a tocava mais sentia que não tinha o suficiente dela. Que loucura era aquela que o deixava em êxtase, e que era insaciável ao mesmo tempo? Aquela garota tinha o poder de enlouquecê-lo com uma palavra, e bastava seus corpos se tocarem para que ele sentir que o mundo todo deixava de existir e somente existia eles dois. Não havia espaço para mais nada a não ser aquele sentimento imenso e insano que o deixava fora do eixo.
Gilbert enterrou suas mãos na pele dela, sua boca tocando suavemente a barriga de Anne, brincando com seu umbigo e subindo novamente até seus lábios. E então, ela estava pronta para ele, os olhos mergulhados nos dele, o corpo trêmulo à espera da consumação final do seu ato de amor. Gilbert a possuiu, enquanto falava em seu ouvido, " você é minha Anne, assim como sou seu, e nada no mundo poderá mudar isso, Então venha comigo, querida, e vamos queimar até o sol.", e Anne o seguiu até além de todos os seus sonhos, além de suas vontades e de seus desejos, e seus corpos se tornaram um ao mesmo tempo em que sentiam o prazer chegar até eles em ondas maravilhosas de felicidade.
Gilbert olhou para o rosto de Anne, agora calmo e tranquilo e disse em tom de provocação:
- Querida, se seu soubesse que o ciúme te deixaria assim tão intensa, eu te faria sentir ciúmes todos os dias.
- Não brinque com a sorte, Gilbert Blythe, ou posso te pagar na mesma moeda. - Anne disse, também provocando-o,
- Eu te amo cada vez mais, e você é a única mulher para mim, você sabe disso.
- Você é o único homem para mim também, e eu nunca mais amarei ninguém do jeito que amo você.
E então eles se beijaram novamente e ficaram assim abraçados por um bom tempo, até que o sono os pegou em suas mãos carinhosas e os levou até o mundo dos sonhos possíveis, onde o amor de ambos sempre seria inesgotável e a união de suas almas seria eterna.
-
Olá, queridos leitores. Espero que tenham gostado dos momentos d amor de Anne e Gilbert. Tentei deixar este capítulo bem romântico, e espero que vocês possam sentir a paixão deles em cada palavra. Espero que leiam e comentem para eu saber se acertei na medida certa do amor dos dois.
Beijos. Rosana
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