Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 37- Compromisso


ANNE

O dia amanhecera cinzento, e um vento ruidoso soprava por entre as árvores, fazendo com que Anne se sentisse ainda mais triste. Olhou pela janela da sala, e viu nuvens pesadas se formando no céu, anunciando que uma tempestade se aproximava. Anne adorava chuva, mas naquele dia em especial, o cenário a sua frente a deixava melancólica, embora tivesse que admitir que até mesmo na tristeza existia uma certa beleza poética, e sua veia de escritora via inúmeras possibilidades de escrita inspiradas em um dia assim

.Suspirou olhando o relógio, e esperou impaciente por Gilbert. Tinham combinado que ele a levaria até a estação para que ela se despedisse de Diana, e ele estava atrasado. A amiga e Jerry partiriam no trem das dez horas que os levaria até Charlotte Town, e de lá pegariam um navio até Paris. Uma das tias de Diana os acompanharia, e a menina estava muito animada com a primeira viagem que faria com o noivo.

Embora Anne estivesse contente pela amiga estar indo em busca de sua realização pessoal, ela não conseguia disfarçar sua tristeza pela partida dela. Nas últimas duas semanas tinham conversado bastante sobre isso,e Diana prometera que voltaria logo, Anne tinha a sensação que uma parte importante de sua vida tinha sido encerrada, pois quando Diana voltasse, a própria Anne já estaria na Faculdade, e as despreocupações próprias da adolescência teriam que ser deixadas para trás, a fim de dar espaço para a vida adulta, e tanto ela quanto Diana precisariam focar suas atenções em outras áreas de suas vidas.

Diana queria se casar e constituir família, pois nunca passara por sua cabeça seguir uma carreira. Ela sempre dissera para Anne que o seu sonho era se tornar esposa de Jerry, construir uma casa bonita e cuidar dela com carinho e amor. Não que ela não tivesse outros sonhos, mas ela se sentiria feliz em administrar a própria casa, além é claro de ajudar Jerry a se firmar como um advogado de sucesso.

Anne não via nada de errado nesse tipo de sonho. Algumas mulheres se sentiam realizadas em serem mães e esposas, cuidando de suas casas com a mesma dedicação que teriam se tivessem uma carreira. E Diana se sairia esplendidamente bem naquela função. Se Anne conhecia bem a amiga, ela conduziria sua casa com mãos firmes, ao mesmo tempo em que faria de Jerry um profissional respeitado, pois Diana era uma daquelas mulheres que nunca viveria na sombra do marido, ela não nascera para ser coadjuvante, mas sim protagonista da sua própria vida.

Uma buzina a tirou de seus pensamentos, e ela percebeu que Gilbert havia chegado. Ela saiu na varanda, e ele veio em sua direção caminhando rapidamente.

- Me desculpe pelo atraso, Anne, mas tive que ajudar Sebastian com alguns assuntos da fazenda e isso levou mais tempo do que eu esperava. - ela o beijou e disse:

- Tudo bem. Ainda temos bastante tempo antes do trem de Diana partir.

- Ainda bem, estava preocupado. Pensei que te faria perder a partida dela, e eu nunca me perdoaria por isso. - Gilbert disse, ajeitando a boina vermelha que usava, combinando lindamente com seus cabelos escuros.

- Acho que podemos ir então. Marilla e Matthew estão trabalhando na horta a essa hora, e já me despedi deles bem antes de você chegar.

- Então, vamos. – pegou na mão de Anne, levando-a até o carro e abrindo a porta do carona para ela. Ela sorriu-lhe em agradecimento, e ambos iniciaram sua pequena viagem até a estação de trem, onde Diana e Jerry os esperavam para se despedirem.

Enquanto Gilbert dirigia, Anne fechou os olhos e deixou seu pensamento viajar para longe dali. Sentiu o vento roçar seu rosto e brincar em seus cabelos, fazendo com que voassem em uma dança louca de fios bagunçados e emaranhados. Não se importou. Era bom sentir aquela carícia lhe massageando a alma, como se pudesse amenizar aquela pontada do lado esquerdo do peito que insistia em lembrá-la que Diana estava indo embora, e não tinha data para voltar.

Essa constatação a deixou ainda mais triste, e não adiantava dizer a si mesma que estava fazendo drama. Não conseguia fazer com que a aquela sensação negativa fosse embora. Ela sentiria muitas saudades de Diana, e não conseguia sequer imaginar o que faria sem ela por perto. Sua amizade tinha se fortalecido através dos anos, e poucas vezes ficaram separadas. Agora a vida lhes propunha aquele desafio de fazer com que a distância nunca atingisse seus corações, e transformasse o laço que as unia em apenas uma lembrança fugaz do que um dia tinham significado uma na vida da outra.

Mas, Anne tinha certeza de que a amizade de ambas resistiria ao tempo e a distância, por que o que tinham era um laço entre irmãs e jamais poderia ser apagado.

Abriu os olhos e percebeu que Gilbert a observava com aquele seu sorriso que dispensava palavras. Anne sorriu de volta, pensando que ali estava sua fortaleza, sua motivação para seguir em frente. Ali estava o seu amor, que logo partiria em sua busca por conhecimento levando em sua mala todas as doces lembranças daqueles momentos e carregando Anne em seu coração. Ela queria tanto congelar o tempo. Fazer com que não passasse. Queria adiar a partida de Gilbert o máximo que pudesse. Queria mantê-lo em seus braços pelo tempo que pudesse, para que em suas noites frias e solitárias tivesse um consolo para o seu coração. Sem Gilbert haveria sempre um espaço faltando que somente seria preenchido quando estivessem juntos de novo.

Eles chegaram à estação de trem, e Diana já os esperava ansiosa caminhando de um lado para outro. Quando os viu se aproximar, uma expressão de alívio cruzou o seu rosto e ela correu para abraçar Anne.

- Como você demorou. Achei que não viria.

- Eu jamais deixaria que minha melhor amiga partisse sem me despedir dela. - Anne disse agarrada a Diana. Depois se afastaram, e Diana disse com lágrimas nos olhos:

- Vou sentir tanto a sua falta, Anne. Você é como uma irmã para mim. - Anne sorriu e disse;

- Eu também vou sentir a sua, mas lembre-se que você está partindo com o seu amor. Deixe seu coração te guiar, e ele te levará aonde você quiser ir. E quando voltar estaremos te esperando – Ela falava tudo aqui para encorajar a amiga, mas no fundo seu coração estava em frangalhos. Prometera a si mesma que não choraria, e tentava bravamente cumprir s promessa, mas não estava sendo fácil, pois seus olhos ardiam com as lágrimas que ameaçavam a cair a qualquer momento.

O trem chegou rápido demais, e todos se abraçaram novamente, inclusive Josie e Muddy que tinham chegado antes de Anne, e que agora estavam ao lado dela e de Gilbert. Anne deu um último abraço em Jerry dizendo.

- Cuide muito bem da minha amiga.

- Pode deixar. – Ele disse.

Assim, Anne viu Diana colocar sua bagagem no trem, dar-lhe um último aceno e desaparecer lá dentro com Jerry, E ela ficou olhando para o trem em movimento, até que ele desapareceu na curva da estrada levando sua melhor amiga com ele.

- Você está bem?- ela ouviu Gilbert perguntar. Se abraçou a ele e respondeu;

- Não muito, mas vou ficar. Basta que você me abrace e tudo voltará a ser como antes. - mas, ela sabia que era mentira. Sem Diana, as coisas tinham mudado radicalmente. Embora, tivesse outras amigas como Josie, por exemplo, nunca seria igual como fora com Diana, mas ela tinha que ver o lado bom das coisas, mesmo que seu coração só enxergasse a cor cinza por toda parte, ela sabia que outras cores surgiriam para enfeitar sua vida. E a mais bonita delas era Gilbert. Ele era a cor da esperança, do amor, da alegria, e muito embora ela soubesse que ele também partiria em breve, era reconfortante saber que naquele momento em que toda a sua vulnerabilidade estava à flor da pele, ele estava ao seu lado, dando-lhe todo o suporte necessário para que ela se sentisse amparada e amada.

Mais tarde, teria que encontrar forças para se despedir dele também, mas não queria pensar nisso agora, pois era muita dor para conseguir suportar, e por enquanto somente conseguia lidar com uma despedida por vez.

Voltaram para Green Gables em silêncio. Anne se fechara em um mutismo impenetrável, e Gilbert não tentou falar com ela em nenhum momento. Era como se ele entendesse que . ela precisava daquele tempo consigo mesma, pois acabara de ver partir sua melhor amiga, e estava sendo duro para ela aceitar o que fato de maneira natural. Anne se sentiu grata pela atitude do namorado. Não estava sendo a companhia que ele merecia naquele momento, mas ele não reclamara de nada. Apenas apertava sua mão como se para mostrar a Anne que ele estava ali caso ela precisasse dele.

Despediram-se no portão de Green Gables, combinando de se verem no dia seguinte. E quando Gilbert a beijou Anne quase pediu para ele ficar, mas não quis monopolizar a atenção dele demais. Sabia que Gilbert tinha trabalhos a fazer na sua fazenda, e não podia perder tempo com seu sentimentalismo excessivo. Não era mais criança, e podia muito bem lidar com suas emoções sozinha.

- Você tem certeza de que está mesmo bem?- ele perguntara antes de partir. - não quer que eu fique com você mais um pouco?- ela queria que ele ficasse que a abraçasse e beijasse até que aquela pressão em seu peito sumisse. Precisava dele agora, sempre e para sempre. Mas, não disse nada. Deixou sua carência de lado e respondeu, colocando os braços em volta do pescoço de Gilbert.

- Não se preocupe. Eu vou ficar bem. Só preciso de um tempo para me acostumar com a ausência de Diana.

- Está bem. Se precisar de mim sabe onde me encontrar. Agora me deixe despedir-me de você direito, pois o beijo de agora a pouco deixou muito a desejar. – Gilbert disse com seu sorriso que lhe dava um ar de garotinho levado. Com o polegar acariciou os lábios de Anne, e depois o substituiu por seus lábios, enquanto as mãos dele apertavam Anne suavemente de encontro ao seu corpo. Anne sentiu aquele formigamento familiar, que fazia com que seu corpo correspondesse ao de Gilbert sem controle algum, e quando sentiu as mãos dele a acariciarem por cima do vestido, percebeu que sua razão estava em perigo, descolou sua boca da Gilbert e disse baixinho, respirando mais rápido que o normal:

- Não faça isso.

- Por que não? – Gilbert perguntou com a respiração tão rápida quanto a de Anne.

- Por que estamos no portão de Green Gables e não entre quatro paredes. - Anne respondeu ainda ofegante.

- Covarde. - Gilbert sussurrou em seu ouvido. - e voltou a beijá-la com paixão. Quando a soltou ele disse rindo baixinho.

- Este sim é o jeito certo de eu beijar minha garota. - Anne também riu, se deixando contagiar pelo bom humor de Gilbert

- Você é mesmo impossível, Sr. Blythe. Vou entrar, pois tenho que ajudar Marilla com os afazeres de Green Gables. Vemo-nos amanhã .

- Está bem. – Ele disse simplesmente. Em seguida, os dois começaram a caminhar em direções contrárias. Anne já tinha dado alguns passos, quando Gilbert a chamou e disse:

- Eu te amo, Anne. Nunca se esqueça disso.

- Eu também te amo, mais do que você imagina. - sorriram um para o outro, felizes por compartilharem aquelas palavras verdadeiras.

Ao entrar em casa, Anne tinha um sorriso lindo nos lábios, o que fez Marília se perguntar em qual era a razão daquela subta alegria.

GILBERT

Gilbert tivera uma manhã de sexta-feira atarefada. Como combinara com Anne de irem até a estação de trem para se despedirem de Jerry e Diana, não foram à escola. Por isso, teve a ideia de ajudar Sebastian com algumas tarefas da fazenda.

Acordara ao raiar do dia, tomara seu café rapidamente, e fora até o estábulo auxiliar Sebastian no parto de um bezerrinho. Não fora um trabalho muito fácil, pois o animalzinho estava na posição errada, mas Gilbert estava acostumado com esse tipo de problema, e conseguira resolver tudo sem a necessidade de chamarem um veterinário. O nascimento do filhotinho foi muito celebrado pela mãe, que apesar de estar e exausta por causa do parto difícil, lambia a cria com grande entusiasmo.

Sebastian e Gilbert observaram a cena encantados, e o menino pensou que Anne teria adorado participar daquele momento tão incrível. Gilbert balançou a cabeça ao pensar na ruivinha. Ela parecia estar mais quieta naqueles dias, como se o seu entusiasmo pela vida tivesse diminuído um pouco. Ela continuava a fazer as mesmas coisas todos os dias, mas não sorria mais com tanta frequência. O pensamento dela parecia estar em outro lugar em alguns momentos, e seus olhos azuis pareciam se perder no horizonte em muitas ocasiões como se buscassem alento para sua tristeza tão aparente. Gilbert estava preocupado. Não sabia se o estado depressivo de Anne se devia ao fato de Diana estar partindo tão inesperadamente, ou se era porque logo ele também partiria. Ela continuava a apoiar sua ida para a Faculdade de Nova Iorque, mas ele percebera que ela nunca falava no assunto, a não ser que ele ou qualquer outra pessoa a forçasse. Era como se assim pudesse adiar a partida dele o máximo de tempo possível.

Gilbert entendia que Anne precisava de tempo para se acostumar com a ideia de ficarem separados por um tempo, e mesmo ele, teria que encontrar uma maneira de amenizar a saudade que sentiria de estar com ela, o que não seria fácil para nenhum dos dois.

A única coisa que não mudara em Anne naqueles dias era os momentos em que passavam juntos. Parecia que a paixão dela tinha se intensificado com a ideia de ficar longe de Gilbert, e queria aproveitar cada segundo que pudesse ter ao lado dele. Quando se amavam tinha um fogo nos olhos dela que o consumia completamente, e era tão perfeita a maneira como seus corpos se completavam que o fazia se perguntar como ele conseguiria sobreviver em Nova Iorque sem ter o amor dela esperando por ele todos os dias.

Já tinha tomado sua decisão e não voltaria atrás, mas havia momentos, principalmente depois de fazerem amor que as dúvidas o assombravam. Olhava para Anne adormecida em seus braços, e sentia o impacto de seu amor por ela fazê-lo respirar fundo e desejar ardentemente não deixá-la nunca. Se pudesse a levaria com ele, e continuariam a viver a intensidade daquele sentimento tão imenso todos os dias, mas ele sabia que tinha que ser realista. A medicina demandava dedicação, e ele teria pouco tempo para outras coisas que não fossem os estudos, portanto, teria que se contentar com os fins de semanas que pudesse vir para casa, e das recordações daqueles momentos que levaria em sua mala.

A voz de Mary chamando-o fez com que Gilbert empurrasse aqueles pensamentos para o fundo de sua mente, e percebeu que já estava atrasado para encontrar Anne. Tomou um banho rápido, se vestiu e foi para Green Gables. Estacionou seu carro na entrada da fazenda no exato momento em que Anne saiu na varanda.

- Me desculpe pelo atraso, Anne, mas tive que ajudar Sebastian com alguns assuntos da fazenda, e isso levou mais tempo do que eu esperava. - ele disse, assim que Anne se aproximou e beijou-o nos lábios.

- Tudo bem. Ainda temos bastante tempo antes do trem de Diana partir. - ela falou e Gilbert percebeu o brilho triste em seu olhar. Ele então dissera que estava aliviado por ouvir aquilo, pois recear a fazê lá perder a partida de Diana.

Assim, eles partiram em direção a estação de trem, e durante o tempo que durou a viagem permaneceram em silêncio. Gilbert observou Anne que desde que entrara no carro se mantinha de olhos fechados, não dando nenhuma indicação sobre o que estava pensando. Ele aproveitou para memorizar cada detalhe do rosto dela, as sardas adoráveis que ele não cansava de admirar, os lábios rosados dela que pareciam um botão de rosa, e os cabelos que voavam ao sabor do vento como se fossem uma cortina de fios brilhantes entoando uma sinfonia particular.

Quando ela abriu os olhos e sorriu em resposta ao olhar admirado dele, Gilbert sentiu a conexão que existia entre eles mais forte do que nunca e isso aqueceu seu coração. Assim que desceram do carro na estação, Diana veio em direção a eles, e observar a despedida entre as duas, Gilbert sentiu sua preocupação com Anne voltar.

Embora a ruivinha tentasse encorajar a amiga a respeito daquela longa viagem que faria com Jerry, Gilbert virá os olhos dela marejarem, e Anne engolir em seco tentando não chorar Ela era tão corajosa. Mesmo com toda a tensão que parecia tomar conta dela devido à partida de Diana, Anne se mantivera firme, e nem mesmo quando vira Diana entrar no trem e sumir de seu campo de visão Anne desabara. E Gilbert se perguntou quantas despedidas como aquela Anne já tivera na vida, desde que vivera no orfanato e se vira sendo jogada de um lado para outro como uma mercadoria qualquer? E logo seria sujeita a uma despedida pior que aquela, e Gilbert somente rezava para que ela fosse forte o bastante para esperar por ele pelo tempo que durasse seu curso na faculdade. Pelo menos naquele momento, ele podia dar a ela o consolo que Anne merecia e por essa razão ele perguntou:

- Você está bem? - ele percebeu o esforço enorme que ela fez para sorrir, mas pelo menos Anne foi sincera quando respondeu:

- Não muito, mas vou ficar. Basta que você me abrace e tudo voltara a ser como antes.- e assim, ficaram alguns segundos abraçados e após se despedirem de Muddy e Josie que também tinham ido até a estação para se despedirem de Diana e Jerry, eles foram para casa.

O caminho de volta tinha sido igual o da ida. Anne se fechou novamente em seu mundo particular, e permaneceu assim até chegarem a Green Gables.

Gilbert não se importou com. o silêncio dela, pois entendia sua necessidade de guardar seus pensamentos somente e para si. Ele próprio não estava com muita vontade de conversar naquele momento, Ver Anne sofrer em silêncio pela partida de sua melhor amiga tão corajosamente, quando ficara claro para ele a sua dor, deixara Gilbert infeliz. Ele tinha que encontrar uma maneira de fazer Anne sorrir novamente. Aquela seriedade de seu semblante era tão peculiar, e ele não suportava vê-la tão triste.

Ao chegarem à Green Gables se despediram com um beijo, mas antes de ir embora Gilbert quis se certificar de seu real estado de espírito, e perguntou novamente se ela estava bem, ao que ela respondeu enlaçando-o pelo pescoço:

- Não se preocupe. Eu vou ficar bem. Só preciso de um tempo para me acostumar com a ausência de Diana. – Gilbert sentiu que ela não estava sendo muito sincera. Ele a conhecia tão bem que sabia exatamente quando ela estava bem ou não, mas não quis contradizê-la, por isso, ele disse:

- Está bem. Se precisar de mim sabe onde me encontrar. Agora me deixe despedir de você direito, pois o beijo de agora a pouco deixou muito a desejar. – E ele a beijou novamente, com toda paixão que sentia por ela enquanto suas mãos a acariciavam intensamente. Ele a queria naquele instante, naquele momento, nada mais importava para ele a não ser os beijos de Anne e seu perfume suave que embriagava seus sentidos, mas como sempre Anne o interrompeu lembrando-o, que deveriam se conter ou seriam um espetáculo e tanto para quem passasse por ali. Gilbert sorriu e disse no ouvido dela:

- Covarde. - era uma provocação clara, mas isso era tão comum entre eles. Deu-lhe mais um beijo intenso, e viu com prazer o rosto de Anne corado e seus olhos brilharem recuperando a vitalidade que sempre o encantava, e disse animadamente:

- Este sim é o jeito certo de eu beijar minha garota. - e Anne respondeu com certo humor na voz:

- Você é mesmo impossível, Sr. Blythe. Vou entrar, pois tenho que ajudar Marilla com seus assados. Vemos-nos amanhã.

- Está bem. – ele respondera, mas de repente sentira necessidade de reafirmar seu amor por ela. Ele a chamou e quando ela se voltou para ele, Gilbert faliu apaixonadamente:

- Eu te amo, Anne. Nunca se esqueça disso.

- Eu também te amo, mais do que imagina. - e foram essas palavra dela que fizeram uma ideia cruzar o pensamento de Gilbert. De repente ele sorriu, pensando que finalmente encontrara uma maneira de fazer Anne feliz de uma vez por todas.

GILBERT E ANNE

Josie apareceu em Green Gables pela manhã, exatamente quando Anne ajudava Marilla a preparar um de seus bolos de aniversário. Uma das amigas dela da igreja encomendara um bolo para sua filha que completaria 13 anos naquele dia, e fariam uma pequena festa para comemorar o aniversário da menina. Anne fora convidada, mas declinou o convite

Não estava para festas, ainda mais uma que teria em sua maioria somente adolescente. Ela não tinha energia e nem disposição para desperdiçar na festa. A não ser que Marilla precisasse de sua ajuda para alguma coisa, caso contrário, preferia ficar na casa de Gilbert jogando xadrez, conversando com Mary enquanto cuidavam de Shirley, e é claro, namorando Gilbert.

As últimas semanas foram difíceis para ela. Seu comportamento não tinha sido o padrão, mas ela tentara de verdade não deixar que seu estado de espírito contaminasse seus momentos com Gilbert, mas ela sabia que estiver a um pouco distante dele. Salvo os momentos de amor que se intensificaram pela carência dela, o resto passara por Anne como se fosse um furacão.

Ela tivera que se adaptar a muitas mudanças ao mesmo tempo, e a notícia da partida de Diana fora o princípio de tudo. Entendera que agora era hora de encarar as coisas com um olhar mais adulto, pois de nada adiantava enterrar a cabeça na areia como um avestruz, e se negar a aceitar o que não tinha remédio. Sua imaginação não a ajudara a superar esta fase com mais calma. .Anne precisara apelar para o seu discernimento que obtivera no orfanato em tão tenra idade, que a vida era como um grande carrossel que girava e girava sem parar, com seus altos e baixos, sempre pronta a nos ensinar algo, por isso, estava na hora de ela crescer. Diana tinha partido, esse era um fato imutável no momento, e Anne teria que seguir com sua vida e seus próprios planos. E depois, quando fosse a vez de Gilbert, ela deveria estar pronta para apoiá-lo a cada nova etapa pela qual ele passaria nos estudos, e esperar quando pudessem enfim iniciar sua vida juntos.

Por isso, naquela manhã de sábado, estava se sentindo muito melhor, e sentia seu coração mais leve e feliz. Não iria lamentar mais nada, aceitaria da vida tudo o que ela lhe oferecesse e não deixaria que sua felicidade fosse reduzida a apenas lembranças de tempos felizes. Teria uma existência produtiva e cheia de possibilidades.

Assim, no momento em que Josie apareceu em sua porta ela ainda pensava sobre isso. Ficara espantada por ver a menina ali. Josie nunca tinha ido a Green Gables antes, e Anne se surpreendera por ela ter vindo ali sem avisar. Apesar de estarem se dando tão bem e a amizade de ambas estivesse florescendo, parecia que ainda havia certa barreira entre ambas, que nenhuma das duas ainda se dispusera a superar, mas parecia que Josie tinha se decidido a dar o primeiro passo, e Anne ficará contente por ela tê-lo feito.

-Bom dia, Anne. Como está essa manhã? – Josie perguntara sorrindo.

- Estou bem e você? –

- Estou bem também. – Josie respondera.

- Precisa de algo?– Anne perguntara, percebendo que a menina parecia indecisa sobre algo que iria lhe dizer.

- Na verdade quero te fazer um convite. - Anne arqueou a sobrancelha surpresa, e esperou para ouvir o que Josie tinha a dizer.

- Queria te convidar para passar a noite em minha casa. Meus pais viajaram, e como você sabe, não tenho muitas amigas, e Ruby que sempre foi uma grande companhia para mim também está longe. Então, eu pensei, já que você parece tão solitária quanto eu, poderíamos fazer companhia uma para outra, unindo o útil ao agradável. O que acha?

- Bem, eu... Anne ia recusar, não estava a fim de ser companhia de ninguém aquele sábado a noite. Queria apenas passá-lo com Gilbert, mas o olhar de expectativa que Josie lhe lançou a fez perder a coragem, e para não decepcionar a menina, ela respondeu:

- Vou adorar te fazer companhia, mas antes tenho que avisar ao Gilbert que estarei em sua casa. Sempre passo as noites de sábado com ele.

- Não se preocupe. Vou falar com o Muddy e ele poderá avisar ao Gilbert, assim ele saberá onde te encontrar. – disse Josie.

-Obrigada.

- Por nada, Anne. Agora preciso ir para casa tomar conta de minha irmãzinha. Meus pais não puderam levá-la e fiquei encarregada de cuidar dela junto com sua babá, que cuidará dela esta noite, para que possamos conversar tranquilamente.

- Combinado, então. – disse Anne.

Josie se despediu e foi para casa rindo por dentro. Cumprira sua missão de convencer Anne a ficar em sua casa naquela noite, agora só dependia de Gilbert tornar aquele dia especial para ela.

Anne ficou observando Jodie se afastar e se perguntou se tinha feito bem em aceitar o convite, mas depois pensou que talvez fosse divertido tentar novas coisas. Quem sabe ela é Josie pudessem enfim se aproximarem mais. É claro que nunca seriam amigas como ela é Diana, mas já era um bom começo estar em realizando coisas juntas.

Passou o resto do dia ajudando Marilla na cozinha, depois do bolo estar pronto e todos os assados de Marilla estarem no forno, lavaram toda a louça utilizada e organizaram a cada toda. No fim da tarde, estava tudo pronto, e Anne pôde enfim descansar pouco antes de ir para a cada de Josie Estava exausta , cozinhar por horas a fio não era uma tarefa fácil e Anne se perguntou como Marilla conseguirá passar mais da metade de sua vida dentro de uma cozinha. Apesar de gostar de cozinhar Anne não conseguiria ser como Marilla. Queria se casar com Gilbert e ter uma família, mas também queria ter sua carreira como professora, nunca seria apenas uma esposa passiva trabalhando dentro de cada. Sorte sua que Gilbert compartilhava de sua opinião. Ele também achava que uma mulher não fora feita apenas para enfeitar um lar, ela precisava ter identidade própria, valorizar sua individualidade e ter seus próprios sonhos, e ter um companheiro do lado que a apoiasse em suas decisões, e que compartilhasse de seus desejos. Gilbert realmente acreditava que um lar feliz era aquele em que havia cumplicidade e harmonia entre um casal, por isso, o amor tinha que ser cultivado e preservado para que não morresse por falta de cuidados. Era nesses momentos que Anne sentia como se tivesse ganhado na loteria. Seu namorado era um em um milhão.

No horário combinado, Anne foi para a casa de Josie. Quando chegou lá, a menina já a esperava com um sorriso no rosto. Era a primeira vez que Anne entrava ali, e ficou impressionada com a elegância do lugar. Era uma casa de muito bom gosto, e Anne se encantou pelo ambiente completamente.

- Sua casa é muito bonita, Josie.

- Obrigada. Todos os cômodos foram decorados por minha mãe. Ela adora esse tipo de coisa.

- Ela tem muito bom gosto. - se sentaram no sofá da sala, e Josie serviu a Anne uma xícara de chá. Enquanto tomavam a bebida, Anne perguntou:

-E como vai o seu namoro com o Muddy?' Josie baixou um pouco o olhar, parecendo um pouco envergonhada, depois respondeu:

- Estamos bem. Muddy é um rapaz excelente, tem objetivos na vida. Quer se formar em Biologia e me trata com muito respeito.

- Mas, você está apaixonada por ele?- Anne quis saber.

- Ainda é cedo para dizer. Depois da experiência que tive com Billy, fiquei um pouco desacreditada do amor. Acho que ainda vai levar um bom tempo até que meu coração se cure, e eu volte a amar alguém. – Josie tinha os olhos tão tristes quando disse isso que Anne sentiu pena. Que sorte a dela e de Gilbert terem um ao outro, ela pensou.

- Mas como você se sente quando está com ele? – Anne perguntou.

- Me sinto protegida, respeitada e valorizada. -Josie voltara a sorrir.

-Talvez o amor comece por aí. Pense a respeito.

-Tem razão, Anne. Essas coisas são importantes em um relacionamento. Talvez, mais ainda que uma paixão avassaladora. Quem sabe com o tempo eu não comece a me sentir assim.

Nesse momento, a conversa foi interrompida por uma batida na porta. Josie foi ver quem era e encontrou Muddy todo sorridente na varanda. Ele viu Anne, e deu uma piscada para Josie, depois disse:

- Oi, Anne, tudo bem? O Gilbert me pediu para te dizer que não poderá vir. Ele teve um problema na fazenda e não conseguiu resolvê-lo a tempo.

- É algo sério?- Anne perguntou preocupada.

- Não. Não é nada muito sério, mas ele não podia deixar para amanhã.

- Tudo bem. Eu entendo. - mas dentro dela seu coração se entristeceu. Então, Gilbert não viria. Esperara tanto vê-lo naquela noite, pois não se falaram o dia inteiro. Aquele sábado não seria a mesma coisa sem ele. Afastou seu pesar pela ausência de Gilbert e tentou se concentrar na conversa de Muddy e Josie.

Logo, o jantar foi servido, e embora Anne não estivesse com muito apetite, se forçou a comer um pouco. Um pouco mais tarde, resolveram jogar monopólio, e perto da meia-noite Anne já estava bocejando.

Muddy então se despediu, deixando as duas garotas sozinhas. Josie levou Anne até o andar de cima, e lhe mostrou o quarto onde ela passaria a noite.

Anne se despiu e colocou uma camisola fina de algodão que trouxera com ela, e se deitou na cama. A noite não tinha sido tão ruim, até que se divertira com Muddy e Josie. Eles formavam um bonito casal, e eram muito engraçados jogando monopólio. Eles implicaram um com o outro todo o tempo que durara o jogo, o que rendera muitas risadas a Anne. .A única coisa de que sentira falta foi Gilbert, mas o veria no dia seguinte, então, mataria toda a saudade que estava sentindo dele.

Estava quase pegando no sono, quando ouviu um barulho na janela como se fossem pedrinhas sendo atiradas por alguém. Anne foi até a janela, olhou para baixo e lá estava Gilbert, com seu violão e em companhia de Muddy.

Assim que a viu, ele começou a tocar e a cantar com sua voz afinada a mesma música que cantara para ela no ano novo. Anne começou a sorrir encantada com a ideia de Gilbert em fazer-lhe uma serenata. Somente ele poderia ser tão original. Josie entrou no quarto dela naquele instante e perguntou:

- Você gostou da surpresa?

-Então, você também sabia disso?

- Sim, Gilbert me pediu que te convidasse para vir até aqui, pois ele queria te fazer uma surpresa.

- Ele sempre me surpreende. Eu simplesmente amei vê-lo cantar para mim novamente.

Quando Gilbert terminou de cantar, ele subiu pela escada que Josie estrategicamente tinha colocado perto da janela do quarto de Anne, e quando ele alcançou o parapeito, pulou para dentro do quarto, seus olhos brilhando mais do que as estrelas que enfeitavam o céu naquela noite. Anne se esqueceu completamente de Josie, pegou o rosto de Gilbert nas mãos e o beijou com todo o amor que sentia por ele.

Josie, percebendo a intensidade do momento disse:

- Vou deixá-los sozinhos, e, por favor, não se apressem. - ela disse com certa malícia antes de fechar a porta atrás de si.

Eles se separaram e Anne acariciou o rosto de Gilbert dizendo:

- Nenhuma rosa hoje?

- Achei que precisava ser mais original dessa vez. – Gilbert disse observando a luz do luar iluminar os cabelos de Anne. .Ele então pegou na mão dela, e perguntou olhando-a os olhos:

-Você me ama?

- Você sabe que sim. – Anne respondeu estranhando a pergunta

Foi neste momento que Anne viu Gilbert se ajoelhar na sua frente, tirar do bolso uma caixinha e dizer:

- Anne, você sabe que te amo de todo o meu coração, e que minha vida não tem sentido nenhum se você não estiver nela. Por isso, eu quero te fazer uma pergunta. Você aceita ser minha noiva e minha mulher para sempre?

Anne olhou para Gilbert, tão lindo ali naquele quarto, os olhos brilhando de expectativa esperando pela resposta dela, e seus olhos se encheram de lagrimas, e pensou o quanto era abençoada por ser amada por um rapaz tão incrível como Gilbert.

Ela abriu um sorriso tão lindo, que Gilbert teve a impressão de estar vendo um anjo. Em seguida, ela disse as palavras que ele tanto queria ouvir e que o emocionaram mais que tudo.

- Eu aceito ser sua noiva e sua mulher para sempre, Gilbert Blythe. - ele tirou da caixinha um solitário com uma opala azul, e colocou no dedo anular de Anne, enquanto lágrimas de alegria escorriam pelo rosto dela.

Gilbert se levantou e enxugou as lágrimas dela com seu polegar dizendo:

- Não chore meu amor. Daqui para frente, eu nunca mais quero vê-la triste. Desejo que se lembre desse momento único em que te entrego meu coração e minha vida.

E assim, ele beijou a testa de Anne com carinho, a ponta do nariz dela e quando chegou aos lábios, Anne o esperava ansiosa. Suas bocas se encontraram em uma cadência perfeita como se sempre tivessem se pertencido. Os lábios de Gilbert desceram pelo pescoço de Anne até chegar aos seus ombros nus. Ele soltou as alças da camisola dela, deixando que caísse até o chão junto com a lingerie que ela usava. Em seguida, Anne ajudou Gilbert a se despir, suas mãos se demorando em cada músculo dele até que ela o sentiu estremecer.

Gilbert então a levou para cama e a encheu de carícias com suas mãos e sua boca que não se cansava de saboreá-la. Enquanto os lábios de Gilbert tocavam todo o seu corpo, Anne tinha a impressão que eram como asas de borboleta deslizando por sua pele, e quis sentir mais daquele prazer. E Gilbert deu tudo o que ela queria, ao mesmo tempo em que mergulhava seus próprios desejo no calor escaldante que vinha daquele corpo tão feminino e tão sedutor. E assim, entre lençóis de seda e suspiros profundos ele a fez sua, e murmurou bem próximo ao ouvido dela "minha", e Anne respondeu envolvida pelo amor dele "sua", e nesse momento de emoções tão profundas seus corpos se moveram no mesmo ritmo e quando seus prazeres se juntaram, foi como se caíssem em um caleidoscópio cheio de cor e magia, deixando-os ofegantes e exaustos, braços e pernas entrelaçados, como se não pudessem mais se separar. Quando os primeiros raios de sol brilharam nos cabelos ruivos de Anne, Gilbert se despediu com um suave beijo em sua testa, enquanto ela voltava a dormir, mergulhando em um sono calmo e feliz, onde um par de olhos castanhos era o único personagem de seus sonhos.


 Espero que tenham gostado e por favor, me mandem seus comentários, pois tentei fazer esse capítulo especial e que ele possa tocar o coração de vocês como tocou o meu ao escrevê-lo.

Beijos, Rosana.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro