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Capítulo 33- Sonhos



GILBERT

Gilbert fechou o livro que estivera lendo, e esfregou os olhos cansados com o dorso das mãos. Fazia duas semanas que ele estava estudando para o teste de bolsas, e parecia que quanto mais estudava menos sabia. Pensara em desistir várias vezes, mas Anne não permitira. Ela era seu ponto de apoio e equilíbrio, sem isso não sabia como aguentaria as longas horas de nervosismo e ansiedade. Anne acreditava mais em suas habilidades do que ele mesmo, e Gilbert sentia um medo danado de decepcioná-la, pois ele podia viver com a possibilidade de um fracasso, mas não suportaria o olhar de decepção de Anne, caso ele não passasse.

No início, ela tentara ajudá-lo a estudar, mas desistira quando percebera que sua presença somente servia como distração, pois Gilbert passava mais tempo com as mãos nos cabelos dela ou beijando-a do que se dedicando aos estudos.

Entretanto, Gilbert protestara dizendo que não era culpa dele se Anne era tão linda que ele não conseguia manter as mãos longe dela, ou que olhar para ela era bem mais interessante que estudar fórmulas e mais fórmulas de matemática. Mas, Anne batera o pé e dissera que ele deveria ter foco, pois ela não queria ser responsável pelo mau desempenho dele no teste.

Assim, Gilbert estava há duas e longas semanas atolado nos livros e sem Anne. Salvo os momentos que tinha na escola com ela, não ficavam realmente sozinhos desde aquele dia no clubinho que ele reconstruíra, e Gilbert estava louco para poder estar com ela de novo. Estava com saudades de sentir a respiração de Anne de encontro ao seu peito enquanto ela dormia, ou vê-la sorrir daquele jeito maroto que deixava a mostra suas covinhas encantadoras. Estava totalmente viciado naquele jeito dela de olhá-lo como se ele fosse a única coisa que importava para ela, da mesma maneira que amava tê-la por perto todo o tempo, e não tê-la ali naquele momento estava deixando- o carente demais.

Levantou-se da cadeira onde estivera sentado desde que chegara da escola, e massageou a base da espinha que estava dolorida por ele ter ficado na mesma posição por tanto tempo, desceu as escadas e foi até a cozinha onde Mary preparava o jantar da família. Quando o viu disse sorrindo;

- Eu ia te levar um lanche agora mesmo. Sente-se e coma. – e colocou na mesa um sanduíche de presunto e queijo e um copo de suco de laranja. – E como vão os estudos até agora?- Mary perguntou interessada. Gilbert passou as mãos pelo cabelo e disse enquanto dava uma mordida no sanduíche delicioso:

- Tenho a impressão que meu cérebro não consegue absorver todas as informações que preciso.

- Talvez devesse parar por hoje, e continuar amanhã. Você parece exausto. – Mary observou.

- Não posso parar agora. Tenho que continuar estudando, Caso contrário,não terei tempo suficiente para me preparar para o teste.

- Gilbert, você tem estudado há semanas, e hoje, não o vi descer nem para tomar o café da tarde. Não acha que está exagerando? Você precisa de descanso ou vai ficar doente. E isso não vai te ajudar em nada nos testes

- Eu sei, mas, eu preciso realmente estudar mais. – Gilbert disse com a voz cansada.

- Gilbert, o que está realmente acontecendo? Eu sei que quer muito ir para a Faculdade de Medicina e que essa bolsa é muito importante para você. Eu já te vi empenhado nos estudos antes, mas agora você parece obcecado pelo assunto e isso não é nada bom. Quero saber o real motivo dessa sua obstinação em passar nesse teste. – Mary disse mostrando-se preocupada com ele.

- Anne. -ele disse por fim.

- Anne? O que ela tema ver com essa sua subta necessidade de se enterrar nos estudos dessa maneira? – Mary perguntou franzindo a testa.

- O problema é que Anne acredita que vou passar nesse teste com facilidade, e não quero decepcioná-la.

-E você acha que ela quer que você se mate de estudar desse jeito? – Mary perguntou espantada

- Ela me acha a pessoa mais inteligente do mundo, Mary. E fico me perguntando se eu falhar neste teste se ela ainda vai me amar.

- Que bobagem é essa agora? Você acha que Anne te ama somente por isso? Está cego se acha que os sentimentos de Anne são tão volúveis assim. Agora me responda uma coisa:

- Você deixaria de amar Anne se ela estivesse fazendo esse teste e não passasse?

- É claro que não. Anne é uma garota incrível, e eu a amo por todas as coisas que ela é e não somente por sua inteligência. – Gilbert respondeu com convicção.

- Está vendo o que acabou de dizer? Anne também não te ama apenas por que é inteligente. Você tem tantas qualidades, Gilbert, não sei por que é tão difícil para você analisar as coisas por este ângulo. – Mary olhava para ele seriamente

- Tem razão, Mary. Acho que estou tão cansado que não consigo pensar direito - Ele disse bebendo o último gole de suco.

- Por isso é que insisto que deveria descansar. Já estudou muito hoje. Por que não toma um banho e depois desce para o jantar? Sebastian deve estar chegado. - Mary disse olhando pela janela.

- Está bem. Vou seguir sua sugestão. – Se levantou e deu um beijo no rosto de Mary. - Obrigado, Mary, por ser a voz da minha consciência. Tenho andado tão louco que acabo pensando besteira.

- Este é o meu papel de mãe nesta casa. Tenho que zelar pela felicidade do meu filho mais velho. – Ela disse sorrindo, retribuindo o beijo de Gilbert.

Ele subiu para o quarto se sentindo mais leve, tomou um banho e se juntou a Sebastian e Mary para o jantar. Voltou para o quarto e se deitou na cama pensando em Anne. Queria tanto vê-la aquela noite, estava se sentindo sozinho naquela cama grande e fria, e precisava dela, tanto que seu coração parecia se encolher dentro do peito.

Poderia ir até Green Gables, mas ele sabia que Anne ficaria brava, pensando que ele estava desperdiçando tempo com ela ao invés de estar estudando. Ela estava realmente empenhada em ficar longe dele pelo tempo que durassem os seus estudos, e teimosa como era, não mudaria de ideia tão cedo. O único consolo que tinha é que a veria na escola no dia seguinte, e com esse pensamento ele dormiu mais feliz.

Ao pisar para dentro dos portões da escola no dia seguinte, ela foi a primeira pessoa que viu. Anne estava conversando com Diana e Josie, e Gilbert foi em direção a ela. Seus olhos se encontraram e o menino não pôde deixar de notar que a beleza de Anne desabrochava a cada manhã. O impacto daqueles olhos azuis sobre ele era enorme, e a beleza deles parecia atingi-lo direto no coração. Se apaixonava por ela todos os dias, e a cada segundo tinha consciência disso, ainda mais agora que se conheciam intimamente, seu amor por ela tomava conta de tudo, e não havia nada que superasse aquele sorriso que ela lhe lançava agora parecia que a primavera chegara mais cedo, e o dia se tornava incrivelmente maravilhoso por que ela estava ali e segurava em sua mão.

- Oi, amor. Como você está? – ela deu-lhe um beijinho rápido, mas Gilbert não se contentou com aquilo. Sem responder o que ela lhe perguntara, a puxou de encontro ao seu peito e deu-lhe um beijo tão intenso que fez a ambos esquecerem-se de onde estavam. Anne correspondeu entreabrindo os lábios, deixando que suas línguas se encontrassem em um dança de desejo. Os dias de ausência pareciam apenas ter aumentado a carência que tinham um do outro, e eles se atiravam sedentos naquele oásis que o momento proporcionava aos dois.

Anne empurrou Gilbert devagarinho descolando seus lábios dos dele, deixando-o claramente perceber o quanto aquele beijo a deixara transtornada. Gilbert tocou o rosto dela e disse:

- Isso responde a sua pergunta?

- Não devíamos nos beijar assim aqui na escola. – Anne disse de cabeça baixa.

- Eu realmente não me importo. Você é minha namorada, e vou te beijar quando e onde quiser. - Abraçou-a com carinho e disse em seu ouvido. Estou morrendo de saudades, por que não fica comigo hoje? Você poderia ir lá para casa, e assim poderíamos namorar tranquilamente.

,- Não me tente, Gilbert. Você precisa estudar e se ficarmos juntos isso é a última coisa que irá fazer. – Ela respondeu com a voz rouca. Gilbert podia sentir que ela se sentia da mesma forma que ele.

- Por que quer nos castigar assim, Anne? Eu preciso de você, será que não entende? Ter você tão perto e não poder te tocar é o inferno para mim. - Gilbert agora estava zangado e Anne tentou acalmá-lo.

Pegou o rosto dele em suas mãos e disse:

- Meu amor, não pense que é fácil para eu ficar longe de você, mas você precisa entender que faço isso porque quero te ajudar. Sinto a sua falta tanto quanto você sente a minha. Prometo que quando tudo isso acabar vamos passar todo o tempo do mundo juntos.

- Você promete mesmo? – Gilbert perguntou, beijando os seus cabelos.

- Prometo sim. Estou com saudades também Não vejo a hora disso tudo terminar para que a gente possa ficar junto outra vez. Assim que você passar neste teste, nossa vida vai voltar ao normal. - Gilbert se sentiu um pouco desconfortável quando ela disse isso, e Anne percebeu

- O que foi Gilbert? Tem algo te incomodando?

- Anne, você tem tanta fé em mim que isso me assusta. E se eu não passar? Você vai ficar muito decepcionada comigo? Vai me amar do mesmo jeito?- Ele sabia que era uma pergunta tola, mas tinha que saber o que ela tinha a dizer.

- Gilbert, é claro que vou continuar te amando. Que pergunta foi essa? Eu sei que você tem dado o seu melhor, então, prefiro pensar que você vai conseguir passar, mas se isso não acontecer, pelo menos valeu a tentativa. - Gilbert se sentiu mais aliviado com as palavras dela.

- Que bom ouvir isso. Tive receio que se não passasse, você ficaria brava comigo, achando que tudo isso foi uma perda de tempo enorme. – Anne o abraçou e disse:

- Gilbert, durante todo esse tempo meu amor por você somente tem aumentado. Eu não consigo imaginar um futuro sem você, e se insisto para que você faça esse teste é por que sei o quanto ser médico significa para você. E que namorada eu seria se não te apoiasse, e fizesse o possível para que você alcançasse seus sonhos? Mas, caso você não consiga isso agora, nada muda para mim. Eu vou te amar sempre, não importam a circunstâncias.,- Gilbert sentiu um calor agradável no peito ao ouvir aquelas palavras reconfortantes. Anne sempre o surpreendia. Não era à toa que a amava tanto. Não existia ninguém no mundo igual a Anne, e ela sempre seria a melhor parte dele mesmo. Beijou-a com carinho e depois disse:

- Você sabe o quanto eu te amo? –Anne sorriu e falou com os olhos brilhando;

- Eu te amo mais. - e por um segundo, seus olhares ficaram presos um no outro, sem necessidade nenhuma de se falarem, pois seus corações se entendiam e eram cúmplices um do outro.

- Acho melhor irmos a aula. - Anne quebrou a magia que havia entre eles naquele momento. Gilbert concordou com um leve menear de cabeça.

Ao irem para casa, depois da escola naquele dia, Anne permitiu que Gilbert a acompanhasse até Green Gables, compreendendo que ele precisava de seu apoio.

Gilbert se despediu dela com um beijo breve, pois sabia que se ficasse mais tempo com ela, não iria mais embora.

Enquanto voltava para casa, se lembrou da conversa que tivera com Anne na escola. O apoio dela era fundamental para que ele se sentisse seguro para realizar o teste que aconteceria em dois dias. E depois disso, esperava apenas que ele e Anne pudessem voltar a ficar juntos finalmente.

ANNE

Anne sentiu o cheiro de flores de sua cerejeira logo que acordou. Abriu a janela, e viu que o dia seria claro e limpo, uma combinação perfeita para o primeiro dia de primavera.

Fazia exatamente duas semanas que ela e Gilbert quase não se viam, e Anne sentia imensamente a falta dele, embora soubesse que era por uma boa causa, seu coração se apertava toda vez que se despediam depois da escola, a caminho de Green Gables.

O sonho de Gilbert em ser médico era importante para ela também, pois sabia que o futuro do namorado dependia disso, por isso sugerira que se afastassem por um tempo, a fim de que ele pudesse se concentrar totalmente nos estudos. Tentara ajudá-lo, mas a verdade era que quando estavam juntos, acabavam se concentrando um no outro, e os estudos acabavam ficando em segundo plano, e ela não queria atrapalhá-lo de forma alguma.

Não estava sendo fácil manter-se longe de Gilbert. A falta dele a deixava vulnerável e solitária, e ela não gostava nem um pouco da sensação. Acostumara-se a tê-lo sempre por perto, e mesmo que não estivessem separados totalmente, era como se houvesse um oceano entre eles, e seus dias não tinham o mesmo colorido.

Na escola ficavam juntos todo o tempo, mas não era suficiente. Ela dormia sonhando com o abraço dele, com as carícias suaves em seus cabelos, os beijos doces que a faziam suspirar, aquele sorriso que ela amava mais que tudo.

No dia anterior, ela recebera a visita de Diana e Cole. Ele viera lhe contar sobre seu namoro com Pierre, e para a tristeza de Anne, ele também lhe contara que voltaria para a França no próximo fim de semana. Dessa vez, levaria os pais para conhecer a cidade luz a convite de Tia Josephine, e Cole estava radiante por ter os pais por perto por mais tempo. Anne estava feliz pelo amigo. Sabia que sentiria a falta dele novamente, mas podia ver que Cole estava em paz consigo mesmo e claramente apaixonado por Pierre.

Anne se lembrou que logo seria a vez de Diana e Jerry irem embora, e esse pensamento lhe trouxe lágrimas aos olhos.

- O que foi, Anne? Parece chateada com alguma coisa. - Diana perguntou, ao notar o olhar triste da amiga.

- É bobagem minha. De repente, me lembrei que logo você irá embora também, e sempre me entristeço ao pensar que estaremos longe uma da outra.

- Já conversamos sobre isso, Anne. Não será para sempre. Eu vou voltar, e seremos as mesmas amigas que somos agora. Mas, parece que existe mais uma coisa te aborrecendo. O que é? – Anne fixou seu olhar na amiga e disse tristonha:

- Gilbert.

- Qual é p problema agora? Vocês brigaram? –Cole perguntou, se sentando do lado dela para dar seu apoio caso ela precisasse.

- Não. Estamos bem, mas é que não nos temos visto muito nas últimas semanas. Ele está se preparando para o teste de bolsa de Medicina, e decidimos nos afastar por um tempo, até que ele faça o teste. – ela parou de falar e Diana disse:

- E você está assim, porque não estão se vendo como antes? – Anne balançou a cabeça concordando, e Diana continuou.

- Anne, você sabe que é uma situação temporária. E vocês se vêem na escola todos os dias, então, não vejo razão para você ficar assim.

- Eu sei que é besteira minha e logo vai passar. Prometo que não vou ficar chorando pelos cantos.

- Se precisar chorar, chore. Somos seus amigos e estamos do seu lado sempre. - Cole disse acariciando os cabelos de Anne.

- Fique tranquilo, Cole. Estou apenas melancólica, não vou me debulhar em lagrimas sem necessidade. – ela sorriu para o amigo.

, - Sendo assim, nos conte mais sobre sua viagem, Cole. – Diana pediu, e passaram o resto da tarde juntos, conversando sobre vários assuntos.

Quando eles se foram, Anne tomou banho e ajudou Marília com o jantar. Naquela noite, Anne foi para a cama cedo, pois estava tão entediada que não havia nada que a tirasse daquele estado de espírito.

As coisas eram mais divertidas quando ela tinha Gilbert por perto. Ele conseguia tornar tudo tão mais leve e interessante. Até estudar Geometria ficava mais fácil quando estavam um em companhia do outro, e sem ele sua vida estava um marasmo total.

A boa notícia era que o teste seria aplicado em dois dias, e então, tudo voltaria a ser como antes.

Anne terminou de se arrumar e foi para a escola. O perfume das flores recém desabrochadas enchia o ar, e ela se deleitou com o agradável odor que a acompanhou por todo o caminho.

Esperou por Gilbert em companhia de Diana e Josie, e quando ele chegou parecia que o mundo ganhara som, música e cor novamente. Foi até ele ansiosa por falar-lhe, seu coração dava cambalhotas de alegria, somente porque Gilbert estava ali ao alcance de suas mãos, ele sem dúvida era a melhor inspiração para o seu dia.

- Oi, amor. Como você está? – Anne pegou na mão dele, beijando-o rapidamente, desejando que o beijo tivesse durado bem mais que um segundo. Mas, Gilbert pareceu ler seus pensamentos, pois colou seu corpo no dela dando a resposta que ela queria através de um beijo tão sensual, que Anne ficou sem respirar por uma fração de segundos.Como sentia falta dele! Não conseguiria negar nem que quisesse. Seu corpo reagia a proximidade dele como se fosse um rosa se abrindo ao sol.

Era um sentimento poderoso demais, que a engolia como se estivesse navegando por uma onda gigantesca, sem rumo, sem destino, tendo apenas seus instintos para guiá-la.

Mas, percebeu a tempo onde estavam, antes que sucumbisse aos pedidos de seu coração. Afastou Gilbert suavemente, não conseguindo disfarçar os sentimentos que estavam estampados em seu rosto. Então, ouviu- o dizer com a voz cheia de emoção:

- Isso responde a sua pergunta? – os olhos castanhos de Gilbert estavam escuros pela intensidade do momento, e as mãos continuavam em sua cintura possessivamente. Ela disse sem coragem de olhar diretamente para ele:

- Não devíamos nos beijar assim aqui na escola. - o que Gilbert prontamente contestou:

- Eu realmente não me importo. Você é minha namorada, e vou te beijar quando e onde quiser. - então ele falou em seu ouvido de um jeito que somente ela entendia, e que fez arrepios subirem pelo seu corpo.

-. Estou morrendo de saudades, por que não fica comigo hoje? Você poderia ir lá para casa, e assim poderíamos namorar tranquilamente.

Anne se sentiu tentada a aceitar, levada pela necessidade quase física que tinha dele, e seu amor que parecia aumentar a cada segundo. Mas, teve que recusar, mesmo que sua cabeça exigisse que aceitasse a proposta de Gilbert, e acabasse com a agonia de ambos, ela disse com a garganta apertada:

,- Não me tente, Gilbert. Você precisa estudar e se ficarmos juntos isso é a última coisa que irá fazer. – Gilbert continuou a olhar para ela daquele jeito que a deixava hipnotizada, e depois ele falou quase com raiva:

- Por que quer nos castigar assim, Anne? Eu preciso de você, será que não entende? Ter você tão perto e não poder te tocar é o inferno para mim.- Anne podia sentir a tensão tomar conta do corpo dele, na mesma proporção que a tensão se espalhava pelo dela. Queria que ele soubesse que todo aquele sacrifício era porque o amava e queria que ele fosse feliz. Com a voz doce e tocando-lhe o rosto, ela disse:

- Meu amor, não pense que é fácil para mim ficar longe de você, mas você precisa entender que faço isso porque quero te ajudar. Sinto a sua falta tanto quanto você sente a minha. Prometo que quando tudo isso acabar vamos passar todo o tempo do mundo juntos. - ele a fez prometer que falava sério, assim como, ela disse que assim que ele passasse no teste, a vida de ambos voltaria ao normal. Ao dizer isso, Anne percebeu que Gilbert estava estranho e quis saber por que, e o que ele respondeu a deixou surpresa:

- Anne, você tem tanta fé em mim que isso me assusta. E se eu não passar? Você vai ficar muito decepcionada comigo? Vai me amar do mesmo jeito?- Como ele podia perguntar aquilo a ela? Será que ele não sabia que o amor dela era incondicional? Ela tentou responder de um jeito que o tranquilizasse, pois ela compreendia que ele precisava daquilo:

- Gilbert, é claro que vou continuar te amando. Que pergunta foi essa? Eu sei que você tem dado o seu melhor, então, prefiro pensar que você vai conseguir passar, mas se isso não acontecer, pelo menos valeu a tentativa. - Gilbert sorriu, parecendo mais tranquilo e respondeu:

- Que bom ouvir isso. Tive receio que se não passasse, você ficaria brava comigo, achando que tudo isso foi uma perda de tempo enorme. – Anne não podia acreditar que ele pensara tufo aquilo.

- Gilbert, durante todo esse tempo meu amor por você somente tem aumentado. Eu não consigo imaginar um futuro sem você, e se insisto para que você faça esse teste é por que sei o quanto ser médico significa para você. E que namorada eu seria se não te apoiasse e fizesse o possível para que você alcançasse seus sonhos? Mas, caso você não consiga isso agora, nada muda para mim. Eu vou te amar sempre, não importam as circunstâncias. – Anne emoção dentro dos olhos de Gilbert, além do amor que ele carregava no peito por ela, e ouviu-o dizer as palavras que sempre a deixavam imensamente feliz:

- Você sabe o quanto eu te amo? – e ela simplesmente respondeu que o amava mais ainda, e ficaram se olhando daquela maneira que palavras não eram importantes, somente a presença um do outro bastava. Então, Anne sugeriu que deveriam para aula e Gilbert assentiu.

Quando o sinal tocou às três horas, Gilbert a levou para casa, e pela primeira vez em duas semanas, Anne sentiu aquela magia que a conectava a Gilbert e soube no fundo de seu coração que tudo daria certo.

GILBERT E ANNE

Gilbert respondeu a última questão do teste, olhou para o relógio e percebeu que faltavam ainda quarenta minutos para o tempo acabar.

Ele então se levantou, e entregou o teste finalizado para a Srta. Stacy, que sorriu para ele encorajadoramente, e, assim Gilbert saiu da sala.

Anne o esperava do lado de fora. Ela parecia mais ansiosa que ele pelos resultados, e o abraçou assim que o viu:

- E como foi? – Ela quis saber.

- Não estava tão difícil como pensei que seria, então, acho que consegui um bom resultado. Vamos esperar para ver o que acontece. - Gilbert disse confiante.

Muddy acabara de se juntar a eles, e tanto ele quanto Gilbert começaram a discutir as respostas de cada questão. Após duas horas de espera, a Srta. Stacy divulgou os resultados, e Anne ficou imensamente feliz ao ver que Gilbert passara em primeiro lugar, atingindo a nota máxima. Eles se abraçaram, e com lágrimas nos olhos, Anne disse:

- Eu tinha certeza que você passaria meu amor. Agora temos apenas que esperar pelos exames oficiais. – Gilbert olhou para Anne e não sabia o que dizer. Se não fosse por ela nada daquilo estaria acontecendo, e ele teria desistido no primeiro obstáculo. Todas aquelas tardes estudando por horas a fio, e distância que tiveram que manter um do outro tinha valido a pena. Esperava apenas que agora pudessem compensar o tempo perdido.

Muddy também passara, e como prêmio pelo seu bom desempenho, o pai lhe prometera uma festa na beira da piscina caso ele passasse, e o menino então convidou todos os amigos para irem a casa dele naquele fim de semana.

Anne e Gilbert combinaram de se encontrar logo depois do almoço, e quando ele chegou a Green Gables ela já estava pronta.

Assim que chegaram à casa de Muddy, encontraram Jerry é Diana, e em seguida, Josie também apareceu. Ela estava bastante mudada, e em nada lembrava aquela garota sarcástica que adorava provocar todo mundo. Havia um olhar diferente nela agora, como se uma calmaria tivesse se instalado em seu íntimo, deixando vir a tona uma personalidade mais agradável do que tinha sido até então. Muddy e ela pareciam estar se entendendo, e Anne acreditava que acabariam namorando. Ela percebera que quando Muddy estava por perto Josie sorria com mais facilidade, e ela também notara que a presença de Josie fazia Muddy parecer mais leve, e ele conseguia se expressar com facilidade. Quando perguntara a Josie sobre o seu envolvimento com o amigo de Gilbert, ela respondera envergonhada:

-Somos bons amigos e ainda estamos nos conhecendo. Quem sabe o que o futuro nos reserva? – Ela entendia essa necessidade de Josie de se preservar depois da experiência terrível que tivera com Billy, e não era o tipo de coisa da qual se saia ileso. As cicatrizes ainda eram recentes, e por isso, era difícil para Josie aceitar o afeto de Muddy sem medo de se machucar novamente. Ela somente precisava de tempo, pensou Anne, e o tempo, como ela mesma comprovara, curava tudo.

A única pessoa que Anne não vira por ali era Ruby. Anne sabia que Muddy a tinha convidado, mais por educação do que pelo prazer da presença dela, mas pelo o que Anne podia comprovar, ela tivera o bom senso de não vir.

Na verdade, Ruby andava muito estranha ultimamente. Parecia mais quieta, quase não conversava com ninguém e tinha o rosto sempre pálido. Ela também parecia mais distraída que o normal, e às vezes Anne a pegara olhando para ela fixamente como se quisesse lhe dizer algo. Anne fingia não ver e ignorava a presença dela completamente. Nunca mais se falaram depois do incidente do Ano Novo, e Anne não fazia questão nenhuma de voltar a conversar com ela, pois da amizade que tiveram no passado não havia sobrado nada.

Muddy os recebeu com um grande sorriso nos lábios que se alargou quando viu que Josie estava entre os seus convidados, e disse sem deixar de sorrir:

- Que bom que vieram. Venham comigo, vou mostrar os quartos onde vocês passarão esse fim de semana.

Anne ficou admirada com o tamanho da casa de Muddy. Sabia que a família dele tinha posses e que era uma das mais importantes produtoras de leite da região, mas nunca pensara que ele vivia em todo aquele luxo.

Subiram as escadas que levavam aos quartos no andar de cima, e seguiram Muddy até onde os quartos destinados a eles estavam.

- Diana e a Anne podem ficar neste quarto azul, e você Josie, ficará no quarto rosa junto com uma prima minha. Desculpe-me por separá-la de Anne e Diana, mas cada quarto apenas tem duas camas.

- Não tem problema Muddy. Vou ficar bem. – Josie disse sorrindo para o amigo.

- Bem, assim que ficarem prontos desçam para tomar banho de piscina e comerem alguma coisa. Agora, se nos dão licença, vou mostrar o quarto dos meninos. - Gilbert apertou a mão de Anne com carinho e disse:

- Te espero lá embaixo. - deu- lhe um beijo no rosto e seguiu Muddy junto com os outros meninos.

Diana e Anne trocaram de roupa, vestiram um biquíni e se juntaram aos outros amigos na piscina.

Gilbert viu Anne se aproximar, usando um biquíni verde que fazia com que a imaginação dele voasse solta. Seus pensamentos nada tinham de inocentes enquanto ela caminhava em sua direção, com passos suaves, e o sorriso que ela exibia demonstrava o quanto ela estava feliz por desfrutar daquele momento junto com ele.

- Você fica linda quando sorri assim, Anne. – Gilbert disse deixando-a ver toda admiração que tinha por ela.

- Obrigada. Mas, devo confessar que você me tira fôlego quando me olha assim com esse meio sorriso. O que está pensando, Sr. Blythe?- Anne disse abraçando-o pelo pescoço.

- Bem, eu estava pensando em te sequestrar por algumas horas, sem que ninguém desse por nossa falta.

- É mesmo? Que plano original. Mas, acho que seria uma tremenda indelicadeza de nossa parte para com o nosso anfitrião, não acha?

- Talvez, mas a verdade é que não aguento mais ficar longe de você. Você me torturou por duas semanas e agora quero uma compensação. – Gilbert disse olhando-a nos olhos.

- Eu sei, amor. Também me sinto assim, mas, acho que vamos ter que esperar mais um pouco para ficarmos sozinhos. Estou no quarto com a Diana e você está dividindo o seu com o Jerry, então as chances de nos vermos esta noite são mínimas. - Gilbert fez cara de amuado e Anne o beijou dizendo:

- Não fique bravo, Gilbert. Temos todo o tempo do mundo para vivermos nossas vidas juntos. Acho que podemos esperar mais um pouquinho. - Gilbert concordou somente para deixá-la feliz, mas de jeito nenhum ele passaria mais uma noite sem ela, ele daria um jeito naquela situação o quanto antes.

Ele a seguiu até dentro da piscina, onde passaram várias horas nadando, conversando e brincando. Também dançaram muito ao som de músicas modernas, e quanto mais olhava para Anne, mas Gilbert a queria para si aquela noite. Sem que ela percebesse, ele foi até Diana e falou com ela por alguns minutos. A música estava alta, então, ninguém conseguiu escutar sobre o que falavam. Quando Gilbert voltou para o lado de Anne, ele tinha um sorriso radiante no rosto, e Anne intrigada perguntou;

- Você parece que viu passarinho verde. O que aconteceu para deixar meu namorado tão animado de repente?

- A companhia maravilhosa da minha namorada não é o suficiente? – Gilbert perguntou beijando-a nos lábios.

- Deveria ser, mas até poucos minutos você não pensava assim.

- É que me dei conta que era bobagem ficar irritado por pouca coisa. Como você mesma disse, temos todo o tempo do mundo para ficarmos juntos. Quero apenas aproveitar esse fim de semana com você. – Anne olhou para Gilbert e pensou que ele tinha mudado muito rápido de ideia, e isso não era algo comum nele. Ela o conhecia tão bem, que arriscaria dizer que ele estava aprontando alguma. Mas, ele lhe lançará um olhar tão inocente, que ela decidira acreditar nele, dizendo a sim mesma que estava imaginando coisas.

Divertiram-se juntos por mais algumas horas, e então, todos entraram para tomar banho e descansar. O jantar fora dispensado naquele dia, pois os convidados estavam tão empanturrados de comida, que não conseguiriam comer mais nada. Às nove da noite, Diana disse a Anne:

- Vou me encontrar com o Jerry. Combinamos de darmos um passeio pela propriedade de Muddy. Tudo aqui é tão bonito.

- Que romântico. Aproveite bastante, amiga. – Anne disse, vendo Diana sair.

Assim que se viu sozinha, Anne se sentia um pouco solitária. Foi até a janela e observou a lua cheia brilhar no céu e milhões de estrelas lhe fazerem companhia. Fechou os olhos e pensou em Gilbert e no quanto desejava estar na segurança dos braços dele naquele momento.

Abriu os olhos e levou o maior susto ao ver Gilbert materializado na sua frente.

- Ficou louco? O que está fazendo aqui?- Ela olhou para baixo e viu o quanto era alto do parapeito da janela até o chão. – Você poderia ter caído e se machucado. – Ela disse ao vê-lo pular para dentro do quarto.

- Mas, não me machuquei, e faria qualquer coisa para ficar com você hoje. - Gilbert parou de falar no exato momento em que olhou para Anne. Ela estava usando uma camisola de seda azul de alcinhas que mal cobria suas coxas. E os cabelos magníficos caindo pelos ombros, dando-lhe aquele ar de deusa que o deixava sem ar. Se fosse um artista, com certeza imortalizaria toda aquela beleza em uma tela.

- Parece que me trouxe uma rosa. – Ela comentou, vendo a flor em sua mão direita. - Posso perguntar onde a conseguiu?

- Peguei do jardim da mãe de Muddy. Eu sei que você adora flores. - Ele disse com ar maroto.

- Quer dizer que agora estou namorando um ladrão de rosas?- Anne perguntou brincalhona, sem deixar de notar como o bronzeado que ele pegara na piscina aquela tarde o deixava ainda mais bonito.

- Acho que ela não vai se importar se souber que roubei essa rosa para dá-la a garota mais linda do mundo.- Anne apenas riu e o abraçou, descansando a cabeça no ombro dele, depois, levantou a cabeça e prendeu a respiração ao ver nos olhos dele aquela chama que sempre queimava quando estavam juntos.

- Eu preciso te confessar uma coisa. Toda vez que vejo alguma coisa vermelha como essa rosa, me lembro do seu lindo cabelo ruivo, e de como ele se espalha pelo travesseiro quando a gente faz amor. Eles parecem seda pura em minhas mãos. – Gilbert disse com os lábios tão próximos de Anne, que ela fechou os olhos antecipando o beijo.

Então, a boca de Gilbert explorou a sua, numa carícia lenta e sensual que acendeu a paixão em seus corpos de uma maneira que nenhum dos dois esperava. Anne tomou a iniciativa e tirou a camiseta de Gilbert, e logo, sua camisola foi fazer-lhe companhia no chão do quarto. Eles então se tocaram com as mãos e lábios, deixando que todo o sentimento acumulado por dias falassem por eles, e entre sussurros, carícias e suspiros chegaram ao auge da paixão. Anne ouviu Gilbert gritar seu nome e entrelaçaram os dedos das mãos, deixando que toda a loucura do amor os envolvesse, e assim, voltaram para a terra e ficaram abraçados por muito tempo. As mãos de Gilbert lhe acariciava os cabelos e as dela estavam espalmadas no peito musculoso dele. Depois que a magia entre eles por fim se dissipou, Anne disse:

- Eu odeio dizer isso, mas acho que é melhor você ir, pois Diana pode chegar a qualquer momento.

- Não se preocupe, ela sabe. Combinei tudo com ela essa tarde. - Gilbert riu divertido.

- Eu bem que estranhei toda aquela pressa dela em me deixar sozinha. Quer dizer que você conseguiu convencer minha amiga a deixar o caminho livre para você?

- Vai dizer que não gostou?

- Eu adorei. Você sempre me surpreende. Desde que te conheci, minha vida nunca mais foi monótona. – Anne disse, acariciando os cabelos de Gilbert.

- Que bom ouvir isso. Nossa vida sempre será assim, cheia de surpresas. Eu prometo. - Gilbert disse, beijando Anne novamente.

- Queria que passasse a noite aqui. – Anne disse vendo Gilbert se vestir e se encaminhar para a janela.

- Eu também, mas vamos ter que deixar isso para uma próxima vez. - Ele disse se desculpando.

- Gilbert. – Anne chamou antes de vê-lo sumir na escuridão da noite. Ele olhou para ela e então, Anne continuou: - Eu te amo.

- Eu também. Boa noite, meu amor.

- Boa noite. – Ela respondeu.

Quando Diana voltou para o quarto, encontrou Anne dormindo tranquilamente, do lado dela havia uma rosa e a menina percebeu que o plano de Gilbert tinha sido um sucesso. Feliz por ter ajudado naquele encontro, Diana adormeceu rapidamente, enquanto Anne sonhava com um príncipe em um cavalo branco, de olhos castanhos e cabelos escuros encaracolados, que trazia nas mãos milhares de rosas, e todas elas eram para ela.


Olá queridos leitores. Eu acredito que todo mundo tenha um sonho que deseja realizar, ou vários deles. Este capítulo de hoje é sobre esses sonhos que acalentam nossas noites mais escuras. Espero que o apreciem e que me digam o que acharam. E se quiserem ou pudrem, contem-se seus sonhos.

Beijos, Rosana.

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