Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 30 - Amor e Celebração


ANNE

Acordar com Gilbert era a melhor coisa do mundo, Anne pensava, enquanto o observava dormir à luz da manhã. Ele tinha a expressão suave de um garotinho. A cabeça estava encostada no ombro dela enquanto seus braços rodeavam a cintura feminina. Sua respiração fazia cócegas no pescoço de Anne, mas isso não a incomodava, pois adorava tê-lo assim, partilhando com ela uma intimidade que Anne somente pudera idealizar em sua imaginação.

Era tão reconfortante sentir-se amada por Gilbert, mesmo agora em que ele estava perdido em seus sonhos, ela sentia a conexão que existia entre os dois, e era tão fácil se entregar a esse sentimento que elevava seu espírito em estado de graça.

Gilbert lhe dera a melhor noite da sua vida. Ele fora cuidadoso, terno e apaixonado, e em suas mãos ela conhecera uma paixão que jamais pensara ser possível. Ele a amara como se ela fosse a flor mais delicada do seu jardim, e Anne descobrira que existiam mil maneiras de se sentir parte de alguém. Anne se entregara com uma confiança absoluta, e em nenhum momento se arrependera de tê-lo feito, e queria guardar em sua caixa de memórias aquele momento perfeito e especial em que ela e Gilbert se tornaram uma única alma e coração.

Ela se levantou devagar para não acordar Gilbert, e espreguiçou lentamente alongando todos os seus membros. Foi até a janela e olhou para fora onde o frio de inverno ainda não abandonara a vegetação local. Embora Anne fosse avessa a temperaturas tão baixas, ela não podia ignorar a beleza que era ver a neve enfeitando a copa das árvores. Elas pareciam imortalizadas por gotícula de gelo como se fossem uma pintura retirada de um álbum de fotografias.

Anne desviou o olhar da paisagem à sua frente, e seus olhos pousaram em Gilbert novamente. A beleza morena dele era realçada pelos lençóis imaculadamente brancos, e essa visão tinha um impacto poderoso em Anne. Ela se sentiu tentada a voltar para a companhia dele na cama, mas achou melhor não fazê-lo, pois corria o risco de passar o resto do dia naquele quarto onde a presença de Gilbert era tão poderosa e sedutora. Estava na hora de deixar o mundo de magia no qual estava envolvida desde a noite passada e voltar para a vida real.

A menina pegou uma toalha limpa no armário, e foi para o chuveiro. A água quente massageou todos os seus músculos, dando vida a cada uma de suas terminações nervosas que estavam entorpecidas por causa do frio. Em seguida, desligou o chuveiro, se enxugou com a tolha dando atenção especial aos cabelos, vestiu um roupão por cima da camisola de algodão que pegara emprestada do armário de Mary novamente, e desceu para preparar o café.

Estava se sentindo tão bem e feliz que começou a cantarolar uma música que aprendera no orfanato quando criança. Essa era uma das poucas lembranças agradáveis que tinha daquele lugar. As aulas de música eram ministradas uma vez por semana pelo pastor local, e Anne adorava esses momentos, porque podia deixar sua imaginação viajar para onde quer que escolhesse, embalada por canções que trazia certo alento para a órfã ruiva e magricela, que se escondia nas sombras de seus infortúnios para não ser notada ou perturbada por alguma alma perversa que como ela morava entre aquelas quatro paredes.

Anne se lembrava do Pastor Jules. Ele era um homem bondoso, de voz mansa, que quando falava tinha o poder de acalmar o espírito mais rebelde ou torturado. Ele sempre trabalhava com canções que falavam de um Deus misericordioso.com o mundo dos homens, e Anne quase sempre se sentia confortada com suas doces palavras. O Pastor Jules fora um dos responsáveis por Anne manter firme a esperança, que ela trazia dentro de si de que um dia as coisas melhorariam e ela encontraria um lar para chamar de seu. E agora analisando tudo o que ocorrera com ela até ali, Anne podia dizer que encontrara o seu lugar.

Estava terminando de preparar uma panqueca para Gilbert quando ele a abraçou pela cintura e disse colando seu corpo no dela:

-, Acordei sentindo falta da minha namorada ao meu lado na minha cama. – a voz rouca dele lhe causava arrepios na pele, e quando ele mordicou o seu pescoço onde sua veia pulsava, Anne já se derretera completamente. Ele então continuou sua excursão pela pele dela, como se estivesse tocando-a pele primeira vez. Ela gemeu baixinho quando ele afastou seu cabelo ainda úmido do banho de sua nuca, e brincou com a língua em seu ouvido direito.

- Você tomou banho e não me esperou. – Gilbert agora aspirava o perfume da espuma do banho que ela usara e parecia extasiado com o odor.. – Que cheiro maravilhoso você tem! É tão suave e estimulante! – seus lábios deslizaram pelo rosto de Anne e encontraram sua boca sedenta pelo seu beijo.

Gilbert acabara de incendiar seu corpo novamente, e ela era refém do seu desejo. Largou o que estava fazendo e se agarrou a ele, correspondendo ao beijo que parecia aprisioná-la em um círculo de fogo aonde sua paixão chegava às alturas. Ele prendeu Anne entre a mesa da cozinha e seu próprio corpo, e parecia não ter nenhuma intenção de libertá-la enquanto seus lábios saboreavam cada ondulação do pescoço dela. Com um único movimento ele abriu-lhe o roupão e atirou-o ao chão sem deixar de beijá-la. Quando ia fazer a mesma coisa com a camisola que Anne usava, ela segurou-lhe as mãos e disse com a voz ofegante:

- Gilbert, eu preciso terminar de preparar o café da manhã.

- Não estou com fome. – agora ele a beijava no colo, nos ombros e suas mãos desceram por suas costas.

- Nós precisamos comer. Gilbert. – ela fechou os olhos sentindo as mãos dele massagear sua espinha.

- Eu tenho uma ideia melhor. – ele disse suas mãos agora traçavam as linhas das costas de Anne para cima e para baixo. – Por que não voltamos para o quarto e deixamos o café da manhã para mais tarde. Ainda temos bastante tempo até o almoço. – Deus! Aquelas mãos que não paravam de acariciá-la. Ela não conseguia se concentrar. Estava quase cedendo à sugestão dele, mas ela resistiu bravamente às ondas quentes de desejo que faziam seu corpo estremecer. Entrelaçou suas mãos nas de Gilbert e disse:

- Não, eu preciso comer agora, caso contrário não conseguirei dar mais nem um passo.

- Está bem. Você me convenceu. Mas não pense que vai escapar de mim para sempre. – ele disse rindo maliciosamente, e tocando o rosto de Anne com cariinho.

- Por que não toma banho enquanto termino nossa refeição? – ela sugeriu sentindo suas forças voltarem aos poucos. Gilbert era um perigo para sua sanidade mental. Acabaria louca antes de o dia terminar.

- Tem certeza de que não quer me fazer companhia?

- Boa tentativa Sr. Blythe, mas já tomei meu banho hoje. – ela disse brincando com uma mecha do cabelo dele.

- Você não sabe o que está perdendo. – olhou-a da cabeça aos pés e subiu as escadas correndo, se dirigindo ao banheiro. O pior é que ela sabia o que estava perdendo, e mesmo tentada a segui-lo, ela preferiu ficar na segurança da cozinha. Aos poucos sua respiração voltou ao normal, e seu corpo voltou a relaxar. Podia facilmente se acostumar àquela vida de dormir e acordar com Gilbert todos os dias, ela pensou, mas sabia que tinham que se controlar. Falara com ele sobre a conversa que tivera com Marilla e de que ela pedira a Anne para se cuidar e ele dissera para ela não se preocupar que ele cuidaria de tudo. Ao se lembrar disso, Anne pensou que adoraria ter um filho com Gilbert, mas não agora, pois eram jovens demais. Quando se formassem poderiam se casar e ter a família que ambos tanto desejavam.

Naquele momento, Gilbert retornou para a cozinha interrompendo os seus pensamentos. O cheiro da loção pós-barba que ele usava chegou às narinas de Anne antes mesmo que ele se aproximasse, fazendo-a dizer para si mesma que seria mais um odor para se lembrar dele, além de todos os outros que ela tinha gravado na memória. Ela desligou o leite que acabava de ferver, e arrumou a mesa com capricho.

- Está com fome? – ela perguntou a Gilbert.

- Agora eu estou morrendo de fome. - Anne olhou para ele e viu em seus olhos uma labareda de paixão queimar lentamente, então, ela não soube o que dizer, limitando-se a servi-lo com o café da manhã que preparara.

- Agora trate de comer. Não quero vê-lo por aí desmaiando por falta de energia. – Anne disse em tom brincalhão.

- Eu não preciso de mais nada a não ser de você. - a voz dele soou rouca e Anne fingiu não perceber:

- Ora, Sr, Blythe. Até o homem mais apaixonado do mundo precisa se alimentar de vez em quando.

- Discordo. Se eu tivesse você comigo todos os dias sobreviveria de seus beijos.

- E morreria de fome no dia seguinte. – Anne disse, e os dois começaram a rir, ao imaginar a cena.

- Acho que tem razão, preciso de um pouco de comida, mas quero você de sobremesa. – Gilbert disse, acariciando os braços de Anne.

- Bem, como fui eu quem preparou o café da manhã, acho que o mais justo seria se eu tivesse você de sobremesa.

- Acho que podemos negociar. – Gilbert puxou Anne para seu colo e os dois se beijaram ofegantes. O beijo deles terminou e Anne voltou a sentar-se em sua cadeira. Mas, Gilbert continuou a olhar para ela intensamente a ponto de deixá-la incomodada.

- O que foi Gilbert? Quer me dizer alguma coisa?

- Eu estava pensando que eu ainda não consigo acreditar que você está aqui e que é minha. - as palavras de Gilbert surpreenderam Anne. Ele sempre lhe dizia o que pensava ou o que sentia, mas às vezes sua escolha de palavras lhe tirava o fôlego pela maneira como ele as dizia.

- Eu sou real, estou aqui e sou sua, Gilbert. – ela segurou na mão dele. – Eu sempre fui sua, desde a primeira vez que nossos olhares se encontraram, Você roubou meu coração e nunca mais fui a mesma.

- A noite passada foi perfeita. Eu sempre imaginei como seria fazer amor com você, mas nunca pensei que você se entregaria a mim de maneira tão intensa, E você me completa de um jeito que me deixa maravilhado. Nunca me sentirei assim com mais ninguém. Você foi feita especialmente para mim. - Gilbert levou sua mão até o rosto de Anne e o acariciou com o polegar.

- O que posso dizer que você ainda não saiba? Nunca consigo esconder nada de você. Quando me toca sei que conhece cada reação minha, e quando me beija sabe exatamente o que me faz vibrar. Ontem à noite foi mais do que perfeita para mim, foi a celebração de um amor que nunca vou esquecer ou deixar de sentir, pois está em minha pele e gravado em meu coração.

Gilbert abraçou Anne tão apertado, como se nunca mais quisesse se separar dela. A menina, por sua vez, encostou a cabeça no ombro dele e ficaram assim por alguns minutos, até que Anne se afastou e disse:

- Gilbert, preciso voltar para Green Gables. Marilla vai ficar zangada se chegar em casa e não me encontrar. Ela não gosta quando eu deixo a fazenda sozinha.

- Pensei que você passaria o dia comigo. – Gilbert falou um pouco chateado por Anne ter que deixá-lo.

- Eu adoraria, mas não posso, - Anne viu o olhar triste que Gilbert lhe lançou. - Não fique assim. Você deve se lembrar que nos deram uma semana de folga na escola, como bônus por causa de nossas boas notas nas últimas provas. Poderemos nos ver todos os dias.

- Eu sei, Mas quando poderei tê-la de novo em meus braços só para mim?

- Daremos um jeito, Gilbert. – Anne se aproximou do rosto dele e lhe deu um beijo. - Prometo que nunca mais vou me separar de você. Eu te amo.

- Eu também te amo, Anne, mais do que você imagina. – se olharam nos olhos e sorriram, Eles se entendiam sem palavras, pois eram almas gêmeas.

- Bem, acho que devemos terminar de arrumar essa cozinha, se quisermos ter mais algum tempo juntos antes que eu volte para casa.

- Está bem. – Gilbert respondeu. E juntos organizaram tudo em vinte minutos. Depois disso, voltaram para o quarto de Gilbert, pois a temperatura na cozinha tinha caído muito. Enrolaram-se nas cobertas, e Anne deitou no colo de Gilbert enquanto ele lia um livro. Mais tarde, ele foi levá-la até Green Gables, e quando se despediram, Anne sentiu seu coração se apertar. Ela sabia que estava exagerando, pois iam se ver todos os dias e não estavam se separando.

Não era fácil para ela deixar Gilbert se afastar dela, depois que passara aquela noite com ele. Era como se tivessem criado um laço invisível que jamais poderia ser rompido. Assim que entrou em casa, Anne já estava com saudades dele e rezou em silêncio para que as horas que o separavam passassem bem rápidas e pudesse em estar um nos braços do outro novamente.

GILBERT

Gilbert acordara naquela manhã ainda sonolento. Estendeu o braço procurando por Anne, mas não a encontrou. Abriu os olhos e percebeu que ela já tinha se levantado, e imediatamente sentiu falta dela. Pegou o travesseiro onde a cabeça dela estivera deitada, e aspirou o perfume suave de rosas que ela usava. Pensou na noite que passaram juntos e seus sentidos se inflamaram, e Gilbert desejou que ela ainda estivesse deitada do lado dele para

que pudesse fazê-la sua novamente.

Ele fechou os olhos, e deixou as lembranças o envolverem, como se ele estivesse em mar aberto navegando ao sabor do vento. Ele tinha amado Anne de uma maneira tão intensa, como ele nunca amara ninguém antes. Talvez porque todas as vezes que isso acontecera, ele tinha apenas partilhado seu corpo, deixando de fora todo e qualquer sentimento que não fosse físico, mas com Anne ele dera tudo de si, e as sensações tomaram conta dele, afogando-o em uma avalanche de satisfação que o deixara quase sem forças.
Anne era como uma tempestade de emoções e ela se entregara sem reservas, deixando de lado qualquer inibição que ela pudesse ter , e mergulharam juntos naquele oceano de amor que partilhavam e que agora era a fonte de todos os seus desejos. Não fora apenas a união de dois corpos envolvidos em uma paixão sem limites, fora a união de duas almas que faziam parte uma da outra, duas metades que agora se completavam. Gilbert adorara tê-la em seus braços, para amá-la da maneira como imaginara. Lembrar-se dela com os cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro enquanto os seus lábios tocam cada ponto sensível do corpo dela deixava-o desesperado por tê-la em seus braços novamente, para que juntos alcançassem ápice do amor que sentiam um pelo outro. Ele entendeu então que seu desejo por ela nunca se esgotaria, assim como sua paixão por ela nunca seria saciada.

Levantou-se em um santo, jogando as cobertas de lado, sem se preocupar com o frio que estava dentro do quarto, pois ele ainda se sentia aquecido pelas lembranças do dia anterior. Desceu as escadas louco para encontrá-la, imaginando que ela deveria estar na cozinha, e seus instintos o levaram até ela. Encontrou preparando o que parecia ser panquecas, mas não foi a comida que o atraiu, e sim a curva do pescoço dela que escapava da gola do roupão e da massa de cabelos ruivos que ele adorava. Em um segundo se aproximou e envolveu- a pela cintura, tocando com os lábios a veia pulsante na pele do pescoço dela, sentindo a estremecer em seus braços e disse com sua boca bem próxima ao ouvido de Anne

- Acordei e senti falta da minha namorada a meu lado na minha cama. -.
Depois aspirou ao aroma delicioso do banho que ela tomara, e disse com a voz muita rouca;

- Você tomou banho e não me esperou. - e assim afastou uma mecha de cabelo dela da nunca, e começou a explorar a orelha direita dela com a ponta da língua. Anne não resistiu mais, se atirou nos braços dele e o beijou, demonstrando o turbilhão de desejo que sentia por dentro. E ele a provocou de todas as formas que conhecia com seus lábios e mãos, que não conseguiam parar de tocá-la. Arrancou-lhe o roupão jogando o displicentemente no chão, estava louco para arrancar também a camisola e poder sentir a maciez da pele dele de seda, mas ela o interrompeu dizendo:

- Gilbert eu tenho que terminar de preparar o café.

- Não estou com fome. Ele respondera continuando a beijá-la em todas as partes do corpo que seus lábios conseguiam alcançar.

- Nós precisamos comer Gilbert. - Ela tentou interrompê-lo novamente.

- Eu tenho uma ideia melhor. - suas mãos continuavam tocando as costas de Anne, em uma carícia hipnótica que a deixava sem fôlego. Ele podia sentir a respiração pesada dela, e isso o estava excitando mais do que esperava. - Por que não voltamos para o quarto e deixamos o café da manhã para mais tarde? Temos bastante tempo até o almoço. - Ela estava quase cedendo, ele podia sentir o corpo de Anne implorando por suas carícias, mas ela disse em protesto ao que ele estava claramente tentando fazer com ela:

- Não, eu preciso comer agora, caso contrário não conseguirei dar mais nenhum passo.

- Está bem. Você me convenceu Mas não pense que escapará de mim para sempre. - Ele acariciou o rosto dela com carinho. Então ela sugerira que ele fosse tomar banho enquanto ela terminava o café da manhã, ao que ele maliciosamente perguntara:

- Tem certeza de que não quer me fazer companhia? - e ela respondera:

- Boa tentativa Sr. Blythe. Mas já tomei meu banho essa manhã.

- Você não sabe o que está perdendo. - Ele dissera para provocá-la mais um pouco. E subira para o seu quarto, morrendo de vontade de arrastá-la com ele para debaixo do chuveiro, e ver a pele dela corar pelo calor do vapor e pelas carícias dele. Vestiu-se e voltou para a cozinha rapidamente, não querendo perder um minuto sequer da companhia dela.

- Está com fome? – ela lhe perguntara.

- Agora eu estou morrendo de fome. - Ele a olhara tão intensamente, desejando que ela entendesse o que ele quisera dizer-lhe nas entrelinhas. Anne percebeu o olhar dele, mas fingiu não entender que a fome que ele tinha

era dela. Em tom brincalhão, ela dissera que ele deveria comer, pois ela não

queria encontrá-lo desmaiado por falta de energia.

- Eu não preciso de mais nada a não ser você. – e deixara que sua voz demonstrasse todo o desejo que ele sentia por ela naquele momento, e Anne respondera que até mesmo o homem mais apaixonado do mundo precisava se alimentar de vez em quando.

- Discordo. – Gilbert dissera. – Se eu tivesse você comigo todos os dias sobreviveria de seus beijos.

- E morreria de fome no dia seguinte. – Anne dissera zombando dele. Ele concordara, mas o jogo de sedução continuou entre eles quando Gilbert falou:

- Acho que tem razão, preciso de um pouco de comida, mas quero você de sobremesa.

- Bem, como fui eu quem preparou o café da manhã, acho que o mais justo seria se eu tivesse você de sobremesa.

- Acho que podemos negociar. – e então Anne estava em seu colo, e suas bocas se perderam em um beijo poderoso, onde tanto Gilbert quanto Anne mal conseguiam se controlar. Mas o beijo terminara com Gilbert admirando a beleza de Anne, e pensando no quanto ela era importante na vida dele como nenhuma outra garota antes dela fora. Anne percebera a intensidade de seu olhar e então perguntara:

- O que foi, Gilbert? Quer me dizer alguma coisa? – e ele respondera com a voz cheia de emoção:

- Eu estava pensando que eu ainda não consigo acreditar que você está aqui e que é minha. - ela ficara emocionada com as palavras dele e respondera segurando sua mão:

- Eu sou real, estou aqui e sou sua, Gilbert. Eu sempre fui sua, desde a primeira vez que nossos olhares se encontraram, Você roubou meu coração e nunca mais fui a mesma. - Gilbert então, se declarara, dizendo tudo o que estava em seu coração

- A noite passada foi perfeita. Eu sempre imaginei como seria fazer amor com você, mas nunca pensei que você se entregaria a mim de maneira tão intensa, E você me completa de um jeito que me deixa maravilhado. Nunca me sentirei assim com mais ninguém. Você foi feita especialmente para mim. - ele lhe acariciara o rosto enquanto Anne disse com a voz embargada:

- O que posso dizer que você ainda não saiba? Nunca consigo esconder nada de você. Quando me toca sei que conhece cada reação minha e quando me beija sabe exatamente o que me faz vibrar. Ontem à noite foi mais do que perfeita para mim, foi a celebração de um amor que nunca vou esquecer ou deixar de sentir, pois está em minha pele e gravado em meu coração.

Assim, eles se abraçaram, e ficaram entrelaçados por certo tempo até que Anne dissera que precisava voltar para Green Gables. Gilbert ficara aborrecido, pois parecia tão natural que Anne estivesse ali, que não pensou que ela iria embora tão cedo. Quando ele reclamara, ela tentara melhorar o humor dele dizendo:

- Não fique assim. Você deve se lembrar que nos deram uma semana de folga na escola como bônus por causa de nossas boas notas nas últimas provas. Poderemos nos ver todos os dias.

- Eu sei, Mas quando poderei tê-la de novo em meus braços só para mim? – Gilbert dissera, não querendo que ela se afastasse dele, e Anne disse que dariam um jeito, prometendo que jamais se separariam de novo, e ela ainda dissera:

- Eu te amo, Gilbert

- Eu também te amo, Anne, mais do que você imagina. – e eles sorriram um para o outro cúmplices em seus sentimentos. Logo, Anne o lembrara que deveriam terminar de arrumar a cozinha para que assim pudessem ter mai um tempo juntos, antes que ela voltasse para Green Gables.

E assim arrumaram tudo e voltaram para o quarto de Gilbert, onde ficaram entre as cobertas se protegendo do frio. Anne cochilou no colo de Gilbert e ele ficara entretido lendo um livro. Quando ela lhe pediu que a levasse para casa, ele fez isso à contra gosto, pois o que ele mais queria era que ela ficasse. Sua casa, assim como seu quarto não tinham mais graça nenhuma sem Anne por perto, por essa razão voltou para sua fazenda sentindo como se um pedaço dele faltasse. Ia ser uma eternidade até que ele pudesse tê-la em seus braços de novo, e a única coisa que Gilbert desejava era que pudessem ficar juntos para sempre.

ANNE E GILBERT

Depois daquele fim de semana mágico com Gilbert, a semana passara voando, e quando Anne se deu conta já era sexta-feira, véspera do noivado de Diana.

Ela e Gilbert não tiveram muito tempo para ficarem sozinhos naquele dias, o que deixou o menino muito chateado. Entre um e outro beijo roubado, carícias trocadas às pressas que somente deixaram a ambos carentes da presença um do outro, eles tentaram se encontrar mais vezes, mas não tiveram sucesso. Gilbert estivera bastante ocupado com as atividades de sua fazenda, e à noite quando ele e Anne poderiam ficar juntos e dar vazão aos seus sentimentos, a fazenda dele estava cheia de parentes da Mary que vieram de longe para visitar o bebê, não sobrando espaço nenhum para que pudessem se amar em paz. Anne também estivera cheia de atividades para fazer. Ajudara Marilla a assar seus pães e tortas que levaria para Charlotte town no fim de semana, em um evento de caridade. Depois, ajudara Diana com os preparativos do noivado, passando grande parte dos dias ao lado da amiga, e era com ela que Anne estava naquela sexta-feira ensolarada.

- Acha que muitas pessoas virão ao seu noivado? – Anne perguntara, enquanto ajudava Diana a enrolar as pontas dos longos cabelos, e depois prendê-los com grampos para que quando fossem soltos no dia seguinte tivessem o aspecto de cacheados.

- Provavelmente muitos dos meus parentes virão, assim como alguns amigos e conhecidos de minha mãe. De minha parte, convidei apenas umas três amigas além de você, e o Jerry também convidou alguns dos seus amigos. Mas, para falar a verdade, eu preferia que fosse apenas uma festa íntima somente para nós. Não vejo sentido em comemorar o meu noivado com gente desconhecida. - Diana terminou de enrolar os cabelos e prende-os com um lenço no alto da cabeça.

- Acho que você não deveria se preocupar com isso. O mais importante é que você e Jerry estarão juntos e felizes.

- Tem razão, Anne. Mas, é que minha mãe me deixa tão louca com tantos detalhes da festa, que perco totalmente a vontade de participar da minha própria festa. – Diana suspirou, mostrando-se aborrecida.

- Não pense dessa maneira, Diana. Tente apenas ficar feliz pelo compromisso que você o Jerry estarão assumindo um com o outro, e deixe o resto fora disso. – Anne disse, tentando consolar a amiga que parecia muito chateada com a insistência da mãe em convidar tantas pessoas para o seu noivado.

- Vou tentar. Mas, me conte como vão as coisas entre você e o Gilbert? – Anne corou com a pergunta, não sabendo como contar à amiga o que acontecera no fim de semana passado.

- Bem, eu e o Gilbert... A gente...

- Anne, você ficou vermelha! Espere um momento. – Diana analisou Anne por um período curto de tempo, e então sorriu marota dizendo. - Anne, você e Gilbert ficaram juntos, afinal? – a ruivinha somente conseguiu balançar a cabeça em afirmativa.

- Que coisa maravilhosa, Anne! Conte-me como foi.

- Diana, você não quer que eu te dê os detalhes, não é?

- Eu estava brincando, Anne. Só quero saber como você está.

- Me sinto maravilhosa, O Gilbert me faz a garota mais feliz do mundo, o que mais posso querer? - Anne disse com os olhos brilhando.

- Dá para ver que você está feliz. Eu arriscaria dizer que você está iluminada. Você merece minha amiga. - Diana apertou o ombro de Anne de leve com afeição. - E como está o Gilbert?

- No momento, ele está aborrecido por não termos conseguido ficar sozinhos novamente. Mas, este fim de semana, Marilla e Matthew vão estar fora novamente, e acho que teremos mais tempo para ficarmos juntos. – Anne disse pensativa.

- Vocês estão se cuidando, não é? – Diana perguntou preocupada. Ela sabia como era fácil se deixar envolver pelo amor e esquecer-se das possíveis conseqüências que poderiam ocorrer por atos impensados.

- Claro que sim, Diana. Não se preocupe. Eu não sou tão ingênua assim.

- Que bom ouvir isso. Você sabe o quanto me importo com você,

- Eu sei sim, e te agradeço por isso. Eu também me importo muito com você. – ambas as amigas sorriram uma para outra com afeição.

- Você já escolheu seu vestido de noivado? – Anne quis saber, mudando de assunto.

- Não, estou indecisa, Esperava que você pudesse me ajudar a decidir. – Diana disse com uma careta.

- Claro que sim. Que tal esse rosa? – e assim passaram as horas seguintes decidindo todos os detalhes sobre o vestuário de Diana para festa, Quando a amiga se deu por satisfeita, Anne resolveu voltar para casa, Estava cansada e planejava dormir cedo, pois queria estar bem disposta para o noivado da amiga no dia seguinte. Tomou um banho quente, jantou com Matthew e Marilla, depois tentou ler um livro, mas sua mente teimava em levá-la até Gilbert, Sentia uma saudade imensa dele, e se sentia estranhamente solitária ali em sua cama sem ele. Queria tanto dormir aninhada nos braços dele, sentindo o bater de seu coração, embalando-a até que pegasse no sono. Sentia falta do cheiro de Gilbert, dos seus beijos de fogo, do seu sorriso lindo.

Sentia falta do toque de suas carícias, do jeito com que seus dedos se enroscavam nos fios dos cabelos dela, sentia falta de tudo que fazia parte dele. Anne deixou o livro de lado, se enfiou debaixo das cobertas, fazendo um esforço para relaxar, mas muitas horas tinham se passado até que ela conseguiu dormir finalmente.

Ainda era bem cedo quando acordou. O sol acabara de nascer dando ao horizonte um colorido alaranjado, e uma brisa suave agitava a sua cerejeira favorita. O céu azul sem nuvens anunciava um dia agradável sem sinal de neve ou frio excessivo, e Anne pensou alegre que Diana merecia um dia assim para comemorar o seu noivado.. Marilla e Matthew tinham partido bem antes de Anne acordar, deixando como despedida um bilhete amoroso lhe desejando um ótimo fim de semana. Anne se sentia radiante por dentro. Ela veria Gilbert finalmente, e logo estaria em seus braços. Para que o dia passasse rápido, a menina resolveu arrumar a casa, pois era uma atividade que demandava bastante tempo e ajudava a gastar a energia acumulada,

Anne foi para o banho exatamente às seis horas da tarde, gastando um bom tempo para se arrumar para a festa. Ela escolhera um vestido de lã vinho, justo, de mangas compridas e corte simples, que lhe chegava até os joelhos. Ela fez uma trança fina em cada lado da cabeça e prendeu as duas juntas na nuca, deixando o resto do cabelo solto sobre os ombros, Nas orelhas, colocara dois brincos minúsculos prateados, e calçou botas elegantes pretas de salto alto.

Quando Gilbert chegou, ela já estava pronta há vinte minutos, e esperava ansiosa pela presença dele. O menino a olhou encantado, e depois a beijou, demonstrando toda a saudade que sentia dela. Ele como sempre estava impecável em sua calça jeans e camisa de mangas compridas pretas que caiam muito bem em sua figura elegante.

- Cada vez que te vejo você parece mais linda do que a última vez, e isso me faz perceber o quanto eu sou um cara de sorte.

- Você também está incrível. Vou matar de inveja todas as garotas da festa, - Anne o abraçou sentindo seu perfume masculino delicioso. Como era bom, estar nos braços dele de novo. Ela estava completamente e irremediavelmente apaixonada por Gilbert, e se sentia facilmente seduzida pelo sorriso dele.

- Temos mesmo que ir a essa festa? Estou com tantas saudades, Anne. Pensei que ia enlouquecer sem você essa semana. – o rosto dele estava enterrado em seus cabelos, e suas mãos a segurava pela cintura bem junto ao seu corpo.

- Nós precisamos ir, Gilbert. A Diana é minha amiga, e ficaria muito desapontada se eu não aparecesse. Eu também preferiria mil vezes ficar aqui com você, mas eu não posso abandonar minha amiga neste momento tão importante para ela.

- Você me promete que quando voltarmos vou ter você só para mim? – Os olhos dele eram duas chamas brilhantes que queimavam por ela.

- Prometo. Eu também quero muito fica sozinha com você, Agora é melhor irmos, não quero chegar atrasada.

- Está bem. - Gilbert disse pegando na mão dela com carinho.
Foram para casa de Diana, no carro de Nash que o emprestara para Gilbert naquela noite. O menino acabara de tirar sua licença para dirigir, e estava se sentindo orgulhoso de levar a namorada para a festa de Diana de carro, mostrando sua habilidade como motorista. Anne riu da animação dele, quando abriu a porta para ela entrar como um perfeito cavalheiro, sabendo no fundo de si mesma que Gilbert seria perfeito dirigindo como era perfeito em tudo o que fazia.

A viagem foi curta, e chegaram à casa de Diana em menos de vinte minutos. Tanto a amiga quanto Jerry estava na porta dando boas vindas aos convidados, Anne não pôde deixar de notar o quanto estavam felizes juntos

- Até que enfim você chegou. - Diana disse, beijando a amiga no rosto, e

parecendo visualmente aliviada pela chegada dela.

- Você parece nervosa. O que aconteceu? - Anne perguntou logo após ter cumprimentado Jerry com um abraço carinhoso.

- Olhe para essa quantidade de gente na minha festa. Pedi para minha mãe convidar somente algumas pessoas, e como sempre ela convidou metade de Avonlea. Parece que faz isso de propósito só para me constranger. - Diana

bufava de raiva e quase não conseguia se controlar

- Eu disse para ela não se importar, Anne. Diana sabe que a mãe dela adora eventos grandes, e eu realmente não ligo. Além do mais, eu acredito que ela peca por excesso de amor, e essa é a maneira que ela encontrou de mostrar a Diana que a ama. - Jerry falou com um dos braços em volta dos ombros da namorada.

- Você é bom demais, Jerry. – Diana disse dando-lhe um beijo no rosto.

Anne ouviu tudo o que Jerry dissera sobre a mãe de Diana com um meneio de cabeça. Ela tendia a discordar do amigo. Ela conhecia bem a mãe de Diana, e embora ela tratasse Anne muito bem, a menina duvidava que aquela mulher elegante agisse levada pela emoção, ou porque queria demonstrar seu amor para a filha. Anne arriscaria dizer que o que ela queria era provar a Jerry que Diana vivia no luxo desde que nascerá, e que por isso o dinheiro era um fator importante para ela, fazendo com que o rapaz se sentisse humilhado por não poder dar a ela as mesmas condições e conforto.

- E para piorar tudo, adivinhe quem ela convidou? – percebendo que Anne não fazia ideia, ela disse - Josie Pye, Billy Andrews e Ruby Gillis. Receita

certa para o desastre.

- É por que sua mãe os convidou se ela sabe que te desagradam tanto? – Gilbert quis saber.

- Ela disse que as famílias deles ocupam um lugar importante em nossa sociedade, então, não poderia deixar de convidá- los - Diana explicou fazendo cara de desdém.

- E a Ruby veio mesmo sabendo que estaríamos aqui. Essa garota não tem limites. – Gilbert falou inconformado.

- Você não deve se importar com isso, Gilbert. Ruby Gillis não existe mais para mim. - Anne respondeu ao comentário do namorado, colocando a mão no braço dele, em uma tentativa de fazê- lo controlar sua irritação. Depois perguntou para Diana - Onde está Cole?

- Viajou com Pierre. Falei com ele antes da viagem, e ele estava um pouco chateado por perder o meu noivado, e eu disse a ele que a única coisa com a qual ele deveria se importar era ser feliz.

- Tomara que ele e Pierre se acertem de vez. – Anne disse. – Cole merece tanto ser feliz. Vamos ver o que ele nos contará quando voltar.

- Por que não circulam por aí? A comida e bebida que minha mãe encomendou dá para alimentar Avonlea inteira. Assim que pudermos nos juntaremos a vocês. - Diana disse sorrindo.

Gilbert e Anne entraram na sala cheia de gente e começaram a andar por ela para sentir o ambiente, parando para cumprimentar várias pessoas conhecidas. Avistaram Muddy em um canto da sala, e acenaram para ele. Ele estava acompanhado de uma linda garota morena que parecia muito interessada na companhia dele. Anne ficou feliz por Muddy estar dando a volta por cima e se dando a chance de conhecer gente nova, depois do tempo que perdeu apaixonado por Ruby.

De repente, Anne a viu, sentada sozinha em um sofá da sala, parecia estar extremamente chateada, como se algo a incomodasse profundamente. Mas, Anne a ignorou. Não queria saber mais nada dela, e se ela estava com algum problema não era mais da conta de Anne, já que encerraram sua amizade definitivamente, Anne também avistou Josie do outro lado conversando com Billy. A menina parecia muito triste, e Anne teve a impressão que ela tinha chorado Billy, por sua vez, não se mostrava muito satisfeito com a presença dela, já que ele parecia estar mais interessado na garotas solteiras que circulavam por ali. Anne não conseguia entender como Josie conseguia tolerar ficar ao lado de alguém tão insuportável. Na opinião de Anne, havia limites até para o amor, Ninguém deveria se humilhar só porque estava apaixonado, pois amar alguém exigia respeito e quando isso não existia mais não valia à pena continuar.

Anne desviou o olhar para Gilbert que lhe sorriu carinhosamente. Ambos estavam tão em sintonia, que pareciam ler o pensamento um do outro. Após um breve momento, a música cessou, e os noivos vieram se reunir aos convidados. Jerry fez o pedido do noivado ao pai de Diana, e Anne percebeu que as mãos do menino tremiam ao colocar o anel no dedo anular da amiga, enquanto Diana se desmanchava em lágrimas muito emocionada, arruinando toda a maquiagem elaborada que fizera. Todos desejaram felicidade ao casal, e a música recomeçou tocando a valsa tradicional dos noivos.

Anne deslizou pelo salão nos braços de Gilbert, imaginando como seria o dia de seu casamento com ele. Não importava o que dissessem ou quantos anos passassem, ela tinha certeza de que Gilbert seria seu marido um dia, e esse pensamento a fazia se sentir cada vez mais ligada à ele. Gilbert seria médico e ela seria professora, teriam uma casa com jardim, de preferência perto do mar, e encheriam o quintal de crianças barulhentas e felizes, e ela não conseguia imaginar um futuro mais encantador que aquele.

Depois de falar com tia Josephine que estava sentada com algumas amigas na sala de visitas jogando cartas, Anne deixou Gilbert conversando com Muddy e saiu para respirar um pouco de ar fresco. Lá fora o ar estava leve e puro, e Anne aspirou com prazer o aroma de flores que vinha do jardim magnífico da mãe de Diana. Ela estava admirando algumas rosas vermelhas quando ouviu um grito.

Seu coração quase parou com o susto, e depois começou a bater tão rápido que ela pensou que fosse desmaiar. Ouviu outro grito, e procurou pela voz que em um lamento triste suplicava por ajuda. Ao longe, viu Billy Andrews agarrar o braço de Josie enquanto a menina tentava se libertar de suas mãos, que pareciam garras a machucar-lhe os pulsos. Anne correu em direção ao casal, assim que viu Billy levantar o braço, com a intenção de bater em Josie. A ruivinha se pôs entre os dois gritando revoltada com Billy que pareceu muito surpreso com aquela intromissão.

- Largue-a, seu garoto estúpido!

- O que está fazendo aqui, sua ruiva horrorosa e intrometida? Por que não cuida da sua vida e sai do meu caminho?- os olhos dele pareciam duas cobras peçonhentas que causaram calafrios na espinha de Anne, mas mesmo assim ela o enfrentou, mantendo Josie atrás dela, que não dizia nada e somente conseguia chorar baixinho.

- Você é tão covarde que precisa bater em uma mulher para provar a sua força. É uma erva daninha, uma criatura nefasta, que destrói tudo por onde passa. Você não passa de um pobre coitado que somente se sente vitorioso quando humilha alguém que é mais fraco.

- Com quem pensa que está falando, sua órfã idiota. Ninguém te chamou aqui. Eu devia ter acabado com você quando tive a oportunidade, mas nunca é tarde para eu terminar o que comecei. Já que quer tanto defender a Josie eu vou dar a vocês duas a lição que merecem. – e ele veio em direção a Anne, com o rosto completamente desfigurado pela raiva. A menina sentiu seu hálito quente tão próximo que sentiu náuseas a revirar-lhe o estômago, ele tinha os punhos serrados e os levantou em direção a Anne, que fechou os olhos esperando pelo primeiro golpe. Mas, ao invés disso, ela ouviu sons abafados, e ao abrir os olhos deu de cara com Billy caído no chão, derrubado pelo soco de direita que Gilbert lhe dera. As forças a abandonaram e ela deslizou para o chão, enquanto ouvia o namorado gritar enfurecido:

- Eu te disse para nunca mais ameaçar Anne de novo. Vá embora daqui, seu covarde e não volte, caso contrário esquecerei meu lado civilizado e acabarei com essa sua cara nojenta! - Billy saiu correndo sem olhar para trás, e sua figura patética desapareceu na escuridão.

Logo que o viu sumir, Gilbert correu para Anne, que tinha se levantado com a ajuda de Muddy, mas tinha o rosto pálido e os lábios azulados, e tremia sem parar.

- Anne, meu amor. Você está machucada? Aquele idiota te feriu de alguma forma? Se o Billy te casou qualquer mal, eu juro que vou acabar com a raça dele. – ele abraçou Anne com força, querendo transmitir a ela todo o seu calor e conforto.

- Eu estou bem, Gilbert. – Anne respondeu com a voz um pouco trêmula. – e como está a Josie? – ela perguntou procurando pela menina.

- O Muddy está cuidando dela. - Gilbert respondeu. e depois continuou- Você tem certeza que está bem.? – ele estava preocupado, Anne dizia que estava bem, mas ela parecia estar bem agitada e nervosa. – Quer ir para casa?

- Quero sim, só vou me despedir de Diana. Por favor, Gilbert. Não diga nada a ela. Hoje é um dia muito especial, e não quero estragá-lo contando o que aconteceu aqui. – ele concordou, e ambos entraram na casa a procurara da amiga. Eles a encontraram se despedindo de alguns parentes. Anne achou melhor não interrompê-la, e disse para Jerry que naquele momento estava ajudando a servir os convidados.

- Jerry, eu queria falar com a Diana, mas ela está ocupada e não quero atrapalhá-la. Eu queria me despedir dela, mas não vai ser possível. Você poderia dizer a ela que nos falamos depois?

- Claro que sim, mas vocês estão indo embora tão cedo. - Jerry protestou.

- Já está ficando tarde e parece que vai nevar novamente, por isso preferimos ir agora antes que o tempo piore.

- Está bem, então, até logo. – Jerry disse.

- Até logo. - Anne e Gilbert se despediram.

Anne entrou no carro em silêncio. Gilbert continuava preocupado com ela, pois a menina estava estranha e parecia estar esgotada fisicamente. Chegaram a Green Gables e ele percebeu que ela continuava a tremer, então, ele foi com ela até o quarto e disse:

- Anne, acho melhor você tomar um banho quente, Você está muito tensa e.vai te fazer bem, ajudando-a a relaxar e dormir,

Anne parecia ouvir a voz de Gilbert vir de tão longe. Ela não entendia o que estava acontecendo com ela, só sabia que ao ver o rosto de Billy Andrews vir em sua direção, e o medo que tinha dele ainda se fazia presente. Anne sempre fora forte em relação a tudo, sempre tomou conta de todas as suas coisas sozinha, e o medo não era algo muito presente em sua vida. Mas, pessoas como Billy Andrews eram perigosas e imprevisíveis, por isso vê-lo daquele jeito a deixara se sentindo terrivelmente apavorada, e mais uma vez Gilbert a salvara.

Gilbert olhou para Anne e percebeu que ela não se mexia, Cuidadosamente, ele a conduziu ao banheiro, ajudou-a a tirar o vestido deixando-a apenas de lingerie rosa, e disse:

- Vou descer e fazer um chá enquanto você toma banho.

- _ Não. – Anne disse, segurando-lhe o pulso. – Por favor, Gilbert, fique aqui comigo. Não quero ficar sozinha. – Gilbert sentiu pelas tom de voz que ela parecia apavorada, como se lutasse com inimigos ocultos na sombra. Ele, então, tomou uma decisão, não suportando vê-la tão fragilizada. Tirou as roupas, ficando somente de cueca, abraçou Anne com cuidado, abriu o chuveiro e deixou que a água quente e reconfortante molhasse o dois.

Para ajudá-la a relaxar ele pegou espuma de banho e esponja, e começou a massagear os ombros e costas de Anne com movimentos lentos, e aos poucos ela foi relaxando e se encostou nele ,

Anne sentia o toque de Gilbert e seus sentidos começaram a despertar, deixando no lugar do medo outra necessidade. Ela se virou de frente, e suas pernas se enroscaram na de Gilbert, sentindo seus músculos firmes e rígidos. Gilbert tentava bravamente resistir à imagem de Anne toda molhada e sexy, debaixo do chuveiro, mas seu poder de concentração estava seriamente comprometido por tê-la em seus braços. Então, ele sentiu as mãos delas em seu peito e ouviu-a dizer:

- Por favor, Gilbert. Eu preciso tanto de você. - então, a boca dela encontrou a dele, e Gilbert sentiu todo seu corpo reagir à doçura daqueles lábios que o faziam perder a cabeça. Colou o seu corpo no dela, deslizando suas mãos pela pele macia das costas dela, até chegar aos quadris e pressioná-los de encontro aos seus. Ouviu Anne, suspirar, implorando por mais carinhos. Ele então terminou de despi-la, pegou uma toalha, secando o corpo dela lentamente, arrancando dos lábios de Anne um novo suspiro a cada toque. Ele pegou-a no colo, levou-a para cama e cobriu seu corpo com o dela, tocando-a com suavidade.

Tudo o que Anne queria era que Gilbert a amasse, e afastasse de sua mente o medo que a fizera paralisar no momento em que Billy Andrews avançara sobre ela, fazendo-a se sentir fraca e vulnerável. E Gilbert a amou sem presa, fazendo com que todo o mundo girasse como se ela estivesse rodando e rodando sem parar. Anne tinha consciência do cheiro de Gilbert, do sabor dos beijos dele, e do gosto da pele dele de encontro aos seus lábios. E quando chegaram juntos ao ponto máximo do amor, Gilbert a abraçou e sussurrou baixinho em seu ouvido:

- Eu te amo, Anne. Nunca se esqueça disso. – assim ela adormeceu, com um sorriso nos lábios, se sentindo segura e protegida e acima de tudo, se sentindo muito amada por Gilbert Blythe.



Olá, querido leitores. Hoje tive uma folga maior no meu dia e estou postando este capítulo mais cedo.

Existe muita paixão envolvida entre Gilbert e Anne, e espero que sinta mais uma vez as emoções dos personagens. E por favor comentem, pois a opinião de vocês é muito importante para mim.

Beijos, Rosana.

- E ai o que acharam? Se apaixonaram novamente por este casal como eu? Até o próximo capítulo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro