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Capítulo 126- A força do nosso amor


Olá, pessoal. Mais um capítulo postado. Espero que gostem e me deixem seus comentários que sempre me incentivam a continuar escrevendo. Beijos. A correção será feita depois.



ANNE

Mais um mês tinha se passado, e Anne entrava finalmente em seus oito meses de gestação, e com ele vinha acompanhado o medo que não a abandonara desde sua última consulta com o Dr. Miller. Ele dissera que uma gestação de nove meses seria arriscada no seu caso, e por mais que tentasse se acostumar com a ideia, Anne não conseguia aceitar que tivesse fracassado em sua missão de proteger Rilla de um possível nascimento prematuro.

Ela estava cansada, exaurida de suas emoções e pensamentos adversos, e manter-se otimista estava se tornando cada vez mais difícil. Ela acordara naquela manhã ensolarada se sentindo triste ao vez de festiva por ter vencido mais um mês naquela sua luta constante para ter sua filha saudável. Anne tinha saudades de casa, de suas conversas animadoras com Diana, o colo sempre disponível de Matthew onde podia derramar suas lágrimas encontrando ali seu conforto de pai, e até mesmo da presença forte e carrancuda de Marilla que apesar de quase nunca demonstrar afeto, era uma fortaleza na qual ela poderia se apoiar naquele momento em que suas forças lhe faltavam.

Gilbert vinha sendo maravilhoso. Ele se desdobrava em cuidados com ela como sempre. Estava sempre lá para abraçá-la quando sentia que ela não estava em um dia muito bom, vivia lhe trazendo surpresas da rua somente para vê-la sorrir, segurava em sua mão quando sentia que a ansiedade dela estava no auge, e sem ele, Anne sabia que não teria conseguido suportar nem metade do que estava passando. Todos a elogiam por sua força e perseverança em uma situação que teria assustado qualquer outra mulher, mas, Anne não se sentia assim tão forte, ela apenas não desistia fácil daquilo que queria, e tinha Gilbert em quem se apoiar. Ele era a principal razão de sua força, pois quando tudo parecia ruim demais era o sorriso dele que a trazia de volta, a fazia colocar os pés no chão, respirar fundo e tentar outra vez.

Estar com ele era ver a vida por outro prisma, saber que valia a pena continuar vivendo por aquele sonho, porque ele lhe dava milhares de motivos para se apegar cada dia mais a ele. Rilla tinha tanta sorte de ser filha de alguém tão íntegro, alguém capaz de escalar a montanha mais alta somente para dar a quem amava um dia mais feliz e brilhante. E era reconfortante acordar todos os dias ao lado de Gilbert, porque nenhum dia poderia ser tão ruim se ele estivesse por perto. Talvez devesse também escrever uma carta para ele, assim como ele fizera na época de sua cirurgia. Anne queria de alguma forma deixar registrado o quanto ele era importante em sua vida, e todas as coisas boas que ele trazia para a vida dela, e como ele a fazia se sentir especial quando estavam juntos. Ela queria que ele soubesse assim com ele lhe dissera várias vezes que ela era o seu lar, que ele era seu porto seguro em todas as situações, e nunca mais ela amaria outra pessoa do jeito que o amava, pois um sentimento assim que fazia tão bem, e que a tornava mais forte para suportar os baques a vida duraria para sempre.

Ela estava sentada no quarto de Rilla, e tentava bordar algumas toalhas infantis com as iniciais de sua filha. Cole aparecera com aquela novidade a alguns dias, e Anne se apaixonara pelo tecido delicado de cada uma delas. Todas tinham fitas ao redor delas da mesma cor do tecido, e circulavam a borda delicadamente. O amigo tivera o cuidado de não trazer nada rosa, logo imaginando que Anne detestaria a cor, mas, desde que Gilbert a fizera aceitar o berço rosa de Rilla, ela começara a olhar para aquela cor com mais simpatia.

Era óbvio que nunca teria nada rosa em seu guarda roupa, porque a incompatibilidade com seu tom de pele continuava a mesma, porém, olhando para o berço ali no quarto de Rilla tão bem montado e posicionado pelo seu marido, Anne começara a pensar que sua filha ficaria linda de qualquer jeito no meio de todo aquele tule delicado. Gilbert tinha um tremendo bom gosto para aquele tipo de coisa, e às vezes era melhor que ela na combinação de certos assessórios, Anne às vezes se perguntava onde ele aprendera a conhecer tão bem o universo feminino já que não tivera sua mãe para instrui-lo a respeito disso.

A ruivinha deu uma olhada em seu trabalho, e não ficou exatamente satisfeita com ele. Quem fazia bordados com perfeição era Marilla, e Anne fora sua aprendiz por muito tempo, e por mais, que tentasse copiar o estilo de sua mãe adotiva, ela nunca atingira a elegância e beleza de seus bordados, causando-lhe certa frustração por conta disso. Seu perfeccionismo não a deixava aceitar que falhava em algumas coisas, querendo atingir um nível que às vezes se tornava impossível. Gilbert chamara sua atenção várias vezes a respeito disso, e com o tempo, ela se tornara mais flexível em relação às suas dificuldades em determinadas áreas, mas, ainda assim ficava profundamente irritada quando algo não saía como queria.

No entanto, como naquele dia não estava exatamente em seu melhor humor, Anne não estava com ânimo para refazer o bordado que lhe desagradara novamente, embora isso parecesse que ela era uma mãe desleixada que não se importava que sua filha tivesse as própria iniciais mal feitas em sua toalha de banho. Anne estava levando ao extremo um assunto que não deveria ser encarado com tanta seriedade, mas, por conta de sua sensibilidade naquele dia, ela não conseguia enxergar que o tal bordado poderia ser refeito em outra hora em que ela estivesse com mais disposição. No entanto, ela teimou em desmanchar e refazer cada ponto, o problema era que ela não conseguia deixa-lo como queria, e por conta de seu nervosismo e sensibilidade naquele dia, ela começou a chorar, sem realmente perceber que as lágrimas rolavam pelo seu rosto, tão concentrada estava tentando acertar o malfadado ponto que teimava em não ficar do jeito certo. Gilbert entrou no quarto naquele instante, e ficou observando-a da porta por alguns instantes, e depois se aproximou preocupado ao ver o rosto de Anne banhado de lágrimas, e perguntou ao se abaixar perto dela:

- Amor, o que foi? Por que está chorando tanto?

- Eu não consigo acertar esse bordado. Já o desmanchei e refiz centenas de vezes. Sou mesmo um fracasso quando se trata das coisas da casa. Nem bordar as toalhas de Rilla eu consigo fazer direito.- Anne disse sem olhar para Gilbert enquanto ainda lutava com um ponto cruz que aprendera com Marilla, mas, que naquele instante parecia a coisa mais difícil do mundo.

- Me dá isso aqui.- Gilbert disse tomando a toalha, agulha e linha de Anne e colocando de lado enquanto a abraçava e a deixava soluçar agarrada a seu pescoço.- Por que não me diz o real motivo dessa sua crise de choro? Eu não acho que esteja assim por conta de um bordado que não deu certo.

- Estou cansada, Gilbert. Parece que meu corpo inteiro pesa uma tonelada.- ela disse escondendo seu rosto no peito dele.

- Me diz o que eu posso fazer para que você não se sinta assim?- ele disse beijando-lhe os cabelos.

-Você não pode me ajudar.- ela disse soluçando ainda mais.

- Por que? Eu faço o que você quiser. É só me dizer.- Gilbert disse abraçando-a tão apertado que Anne não queria mais sair dali. Naquele abraço ela sempre encontrava o remédio para suas dores, e mesmo naquele dia em que tudo parecia ruim, Gilbert conseguia trazer um pouquinho de alento para o seu coração.- Você está assim por causa de Rilla, não é?- Anne apenas balançou a cabeça concordando. Não queria falar, pois só o mero pensamento sobre aquele assunto doía demais.

- Anne, eu sei que que acabou de entrar no oitavo mês de gravidez, e é isso que está te atormentando?

- Eu não sei se quero falar sobre isso.- ela disse com a voz abafada pela camisa de Gilbert que a essa altura estava toda molhada com suas lágrimas.

- Eu sei que é difícil, mas precisa colocar para fora, ou vai acabar doente, e eu não quero te ver em cima de uma cama de novo.- Gilbert falou, beijando-a no rosto inteiro, dando-lhe tanto carinho que era impossível não se abrir com ele. Seu marido tinha um jeito de conseguir dela o que quisesse, principalmente quando se tratava de persuadi-la a falar de seus sentimentos.

- Eu fiz de tudo para a Rilla nascer aos nove meses, mas, no fim, ela vai ser um bebê prematuro. Eu me sinto tão fracassada.- Anne disse com seu rosto se crispando em uma nova onda de choro.

- Você não fracassou. Fez o melhor que pôde, mas seu corpo escolheu por você. Não podemos ir contra a natureza, por mais que tentemos mudar seu curso.- Gilbert disse enterrando suas mãos nos cabelos de Anne, enquanto ela mantinha sua cabeça encostada no peito dele.

- Eu só queria que a Rilla tivesse um parto normal- Anne disse ainda se lamentando.

- Anne, um parto prematuro apesar de não ser o ideal e muito menos o desejado não é o fim do mundo. Nossa bebê vai ficar bem. Você não precisa ficar nervosa assim. Isso só vai piorar o seu estado.- Ele a abraçou forte de novo, e Anne sentiu seu coração se acalmar.

- Obrigada por sempre saber o que me dizer, e me ajudar a não desistir.

- Eu nunca poderia te deixar desistir, pois você é minha Anne com e, forte, decidida e linda.- ele encostou seu nariz o dela, e o esfregou de leve na pontinha do dela. Anne se sentiu tão cuidada e amada naquele momento, como sempre se sentia desde o dia que conhecera aquele rapaz maravilhoso. Era uma sensação boa que levava embora toda a incerteza de seu coração, e ela quase se esqueceu de todas as suas preocupações com sua filha, enquanto olhava para o pai dela com adoração.

- Desculpe-me por mais essa minha fraqueza. Eu sei que não devia estar assim, mas me sinto tão frustrada com essa situação.

- Não precisa se desculpar e nem se sentir mal por estar frustrada. Você tem esse direito. Afinal acreditou e lutou tanto por algo que não se concretizou. Só não pode se deixar abater ou esquecer por quem fez tudo isso.. Tudo o que nossa filha espera da mãe dela é que ela continue forte e não deixe de ter fé, pois agora falta tão pouco para ela estar aqui.- Anne olhou para Gilbert encantada por suas palavras. Como foi que ele amadurecera naquelas semanas e se tornara mais essencial para ela que seu ato de respirar? Se antes ela precisava dele, agora ele era a única coisa que a tirava do caos de seus pensamentos.

- Eu não te mereço.- ela disse emocionada.

- É claro que merece. Você sabe que cada dia que acordamos juntos, eu te amo um pouco mais, e isso não tem chance nenhuma de acabar um dia.- Gilbert colocou a mão na lateral o rosto dela e disse:- Que tal se fôssemos até a cozinha? Eu tenho uma surpresa para você.- Anne o olhou quase sorrindo, e quando ele segurou em sua mão, ela o deixou que a conduzisse para fora o quartinho de Rilla.

Quando ela chegou na cozinha, e olhou em cima da mesa e viu que havia uma caixinha quadrada a sua espera, ela soube exatamente o que era e disse alegremente

- Chocolate!

- Sim, eu comprei o que mais você gosta com sabor de nozes.

- Obrigada.- ela disse beijando Gilbert no rosto e indo abrir a caixinha, pois estava louca para comer pelo menos um bombom. Ela acabou comendo três, e nem se importou que já estavam perto da hora do jantar. Não ia dispensar aquela delícia só porque um dia alguém dissera que o doce antes das refeições tirava o apetite.

- Agora sim, eu estou contente por ver esse sorriso de novo. Só falta uma coisa.

- O que?- ela perguntou lambendo a ponta do dedo com excesso de chocolate.

- Isso.- ele disse, a puxando para os seus braços e lhe dando um beijo que fez Anne acreditar que realmente o chocolate tinha um poder milagroso entre os dois, pois mais uma vez a arrancara do fundo do poço.

- Eu adorei a sua ideia, e só falta uma coisa para ficar melhor.

- Do que está falando disso exatamente, querida?

- Isso.- Anne disse marota arrastando Gilbert para mais um beijo doce.

E assim continuaram com esse jogo até que perceberam que já era tarde, e logo deixaram a brincadeira de lado para começarem a preparar o jantar.

GILBERT

Gilbert olhava para Anne que estudava sentada na sacada do apartamento, seu lugar favorito nos últimos tempos, e não conseguia impedir seu coração de se preocupar. Ela estava triste de novo, e ele sabia bem porque. A ruivinha acabara de entrar no oitavo mês de sua gestação, e era exatamente nesse estágio que o Dr. Miller dissera que ela deveria fazer pensar em uma cessaria. o que preocupava , porque Anne estava se mostrando muito resistente a essa ideia, e Gilbert sabia das consequências para ela de levar essa recusa em considerar os fatos adiante.

Ao mesmo tempo, ele entendia o que se passava com ela e também conseguia compreender suas razões em estar se sentindo frustrada. Ela lutara muito para ter Rilla aos nove meses, e ver seus esforços fracassados deveria lhe causar um sentimento de decepção enorme. Contudo, Gilbert sabia que as coisas aconteciam sem que ninguém pudesse controlá-las, e era uma tolice para quem achava que podia mudar seu próprio destino apenas pela boa vontade. Não havia lógica naquela situação, e ele não queria ficar questionando o certo ou errado, ou acabaria com uma revolta dentro de si que não seria bom para ninguém. Tudo o que ele queria fazer era apoiar sua garota, e não deixá-la desanimar ou desistir. Anne precisava dele, e ali ele sempre estaria para os momentos felizes que pudessem ter, e pelos ruins que não podiam ser evitados ou previstos.

Ele continuou observando-a, e notou com seu peito apertado que havia vestígios de lágrimas em seu rosto. Ela devia ter chorado de novo naquele dia sem que ele tivesse visto. Toda aquela situação estava sendo mais dura para ela do que o previsto, pois se antes ela tinha que lutar contra sua doença, suas dores e depressão em alguns momentos, agora ela tinha também que lutar contra sua decepção e frustrações de seus sonhos e planos.

Gilbert somente não sabia como ela ainda conseguia se manter em pé, depois de tudo o que estava acontecendo. No dia anterior, ele tinha presenciado com os próprios olhos o quão frágil ela estava ao se descontrolar apenas por um ponto de bordado que não conseguia fazer, e mesmo depois de tê-la animado um pouco com seu doce favorito, durante o jantar, ela não parecera nada bem, e fora para cama cedo, fazendo-o imaginar que no dia seguinte ele deveria estar preparado para uma crise emocional daquelas. Entretanto, ela se levantara antes dele, fizera o café da manhã, cuidara de alguns afazeres mais leves no apartamento, fizera o almoço, durante o qual seu humor parecia melhor, e depois resolvera colocar os estudos em dia, pois estava bastante atrasada com seus trabalhos e tarefas para entregar.

O rapaz entendia essa necessidade dela de fazer tudo da maneira mais normal possível, e de certa maneira aprovava, mas, o que mais lhe preocupava, era que Anne parecia estar escondendo seus sentimentos por trás de uma infinidade de atividades apenas para não pensar, e ele sabia que isso poderia se transformar dentro dela em uma bomba relógio prestes a explodir, se ela não desabafasse logo todos os seus pensamentos e aflições. Entretanto, ela parecia não querer tocar no assunto, e Gilbert tinha medo de pressioná-la e acabar causando uma crise pior, por isso, ele não dissera nada além da tentativa de falar com ela no dia anterior sobre tudo aquilo, mas, Anne se esquivara, e o rapaz não tivera coragem de continuar a conversa ao vê-la tão infeliz. Eram tão poucos os momentos bons que tinham agora se comparado ao seu passado mais recente, porque todos os seus dias, horas e minutos giravam em torno da gravidez de Anne e do que aconteceria dali a alguns dias, e não deveria ser assim. Eles deveriam estar comemorando a chegada de Rilla, e não se preocupando com a possibilidade dela ser prematura ou não. Gilbert não suportava a ideia de Anne sofrendo com algo que ela tanto desejara e que agora lhe cravava mais um espinho no coração.

Ele estava aliviado que era sábado, e ele não teria que trabalhar, pois assim poderia ficar de olho em Anne, e perceber qualquer mudança em seu estado de humor. Até aquele momento ela parecia bem , e ele não via tantos motivos para ficar preocupado, porém, ele não gostava de vê-la trancada em casa daquele jeito. Antes, ela gostava de caminhar lá fora, mesmo que fosse por pouco tempo, respirar ar puro, ver pessoas e se socializar. Contudo, isso foi aos poucos diminuindo e ela parecia buscar cada vez mais conforto no apartamento como se ali lhe desse a segurança que precisava contra o terror que parecia assustá-la demais.

De repente, ele sentiu necessidade de fazer algo para reverter aquele quadro. Gilbert sabia que não poderia levá-la para jantar, porque compromissos assim a cansavam demais, principalmente quando seu humor não estava dos melhores. Ainda assim, ele queria tentar algo simples, e por isso, caminhou até onde ela estava totalmente concentrada em seus estudos. Fazia horas que estava assim, enfurnada naqueles livros, e isso também não era muito bom para o seu humor oscilante.

- Anne, por que não larga um pouco esses livros.- ele disse olhando para ela que sequer o olhara de volta.

- Estou atrasada com a matéria, preciso ficar em dia com os conteúdos para me preparar para os exames.- ela disse fazendo as anotações de maneira frenética, mostrando a Gilbert o nível de estresse no qual se encontrava.

- Você ainda tem bastante tempo para isso. Não precisa se matar de estudar em um único dia.- ele disse, continuando a observá-la escrevendo aqui e ali, marcando trechos importantes, respondendo questões, apagando e voltando a escrever.

- Você não entende. Eu preciso terminar isso.- ela disse parecendo nervosa, e por fim, vendo que ela não pararia o que estava fazendo para escutá-lo, Gilbert fechou o livro que ela estava lendo, pegou seus lápis e canetas guardando-os no estojo, enquanto Anne o olhava mortificada.

- Por que fez isso?- ela perguntou parecendo muito irritada.

- Porque eu quero falar com você e está me ignorando.- Gilbert falou com calma.

- Eu não o estava ignorando. Quero apenas poder estudar em paz.- Anne disse com seus olhos marejando. Como ele previra, uma crise estava a caminho, por isso, ele teve que usar de toda a sua paciência para fazê-la entender o que estava fazendo consigo mesma.

- Você estava se massacrando com esses livros e não estudando, e descontar a raiva em si mesma desse jeito não vai adiantar. Você pensa que não vejo o quanto está sofrendo, mas, eu vejo, e é por isso que não posso deixá-la continuar com isso.- Anne continuou parada na frente dele, com os punhos fechados com tanta força que Gilbert podia ver os nós brancos de seus dedos. Ela tentava se controlar, mas, estava fazendo isso da pior maneira possível:- Por que não se veste e vamos dar uma volta lá fora?- ele sugeriu apontando para a camisola de algodão que ela não tirara desde que saíra da cama.

- Não quero sair.- ela disse com a voz trêmula.

- É só uma volta, Anne, aqui em frente. – ele disse, acariciando o topo da cabeça dela com carinho.

Ela parecia que ia recusar de novo, mas, então se deu por vencida, caminhando até o quarto, e depois retornando, vestindo um vestido branco estampado, sapatilhas, mas, não se preocupou em passar maquiagem, o que fez Gilbert sorrir, e pensar que ela era linda de qualquer jeito.

Eles saíram do apartamento, mas, desta vez não levaram Milk que ficou choramingando na porta ao ver seus donos saírem para um passeio. Assim que chegaram na rua, Anne caminhou ao lado de Gilbert segurando na mão dele de um jeito tão forte, que o fez perceber mais uma vez que o nível de tensão em seu corpo era alto, o que só reforçou sua ideia de fazê-la se distrair um pouco, saindo do ambiente sufocante do apartamento, para uma tarde ensolarada na rua.

Eles caminharam um pouco, e logo encontraram um banco para se sentarem já que Anne não conseguia caminhar muito tempo sem sentir suas costas doerem. Rilla estava ficando pesada demais para ela carregá-la, e Anne franzina como era estava sentindo na pele todo o peso da menininha deles , que além de tudo não parava de se mexer. Ela parecia ansiosa para conhecer seus pais tanto quanto eles queriam conhecê-la, e naqueles dias quase não parava quieta atrapalhando às vezes o sono de Anne. Gilbert imaginava que se ela fosse tão inquieta do lado de fora como estava no útero da mãe, eles teriam muito trabalho com ela. Ele quase já podia ver Anne se descabelando pelas travessuras da pequena, e aquela imagem em sua mente o fez sorrir.

- Do que está rindo?- Anne perguntou com curiosidade no olhar.

- Eu estava pensando que se a Rilla for tão travessa aqui fora como já é em sua barriga, nós vamos ter um filhinha bagunceira nas mãos.- ele abraçou Anne pela cintura, e ela acabou rindo também da descrição que Gilbert fez de sua menininha.

- Você sabe que ela fica pior quando você está por perto. Às vezes ela me faz pensar que tenho uma escola de samba na barriga.- Anne colocou as mãos no seu ventre, e Gilbert imitou-lhe os gestos, sentindo a bebezinha começar a se mexer no mesmo instante.- Eu não disse? Ela já é apaixonada por você. Não sei porque ainda me espanto.- Anne fixou o olhar em Gilbert que o fez responder:

- Lá vem você me dizer que todas as mulheres não resistem ao meu charme.- Gilbert disse com um meio sorriso no rosto.

- Foi você mesmo que disse que o Blythes são charmosos por natureza. E sua filha não parece nem um pouco imune ao seu charme.- Anne disse encostando a cabeça no ombro de Gilbert.

- Anne, ela nem nasceu ainda. – ele disse balançando a cabeça.

- Mas já possui instinto feminino que naturalmente aponta para o pai dela.

- Amor, como você é exagerada.- Gilbert acariciou o queixo de Anne com o polegar.

- Ela já te ama, Gilbert, e também já reconhece a sua voz. Você vai ver quando ela nascer.- Anne disse com convicção, e a única coisa que Gilbert fez foi rir, enquanto aquela assunto morria entre eles,

- Como você está se sentindo, meu amor?- ele perguntou achando que aquele era o momento propício para falarem sobre o assunto do dia anterior.

- Estou tentando ficar bem, mas, confesso que não é fácil.

- Anne, eu sei que tudo isso não está saindo como planejou, mas não pode pelo menos ficar feliz com o nascimento de Rilla? Logo ela estará entre nós e isso deveria ser motivo suficiente para que você se sentisse motivada.- Gilbert disse com suavidade, enquanto seu olhar passeava por todo o rosto dela um tanto pálido naquela tarde. O rosado natural que ele conhecia bem tinha sumido naqueles meses de sofrimento e tensão, mas, nem isso conseguia deixá-la menos bela.

- Eu estou feliz com o nascimento dela, mas não com as condições nas quais ela vai nascer. Rilla não merecia um nascimento prematuro, depois de tudo que temos feito para que ela nascesse de nove meses.- a voz dela estava triste, e Gilbert não gostava de vê-la daquela maneira. Ele sentia falta do riso dela, da maneira como ela sorria-lhe todas as manhãs. Agora seu sorriso era tão raro que deixava o coração de Gilbert tristonho como ela.

- Ela vai ficar bem, meu amor. Rilla tem tudo o que precisa para nascer bem. Vamos cuidar dela com amor, e você verá que o nascimento prematuro dela não vai fazer a menor diferença.

- Eu tenho medo por ela, Gilbert.

- Mas devia também ter por si mesma. Você se preocupa com todo mundo, menos com você. Se algo te acontecer, Anne, eu não quero nem pensar.- ele disse sentindo um arrepio na nuca só de pensar naquela possibilidade.

- Mas não vai, meu amor. Eu sei que tenho um problema sério, mas, estou bem, pois você tem cuidado tanto de mim. Estarei aqui sempre com você.- ela o puxou para um beijo, e Gilbert se deixou se prender na doçura daqueles lábios que eram sua única perdição. Quando o beijo acabou, os olhos de Anne brilhavam pela primeira vez naquele dia, e Gilbert quase tinha se esquecido do quanto aqueles olhos cheios de vida eram lindos, tão parecidos com as águas do Pacifico por onde ele navegara por tanto tempo.

- Quer ir para casa?- ele perguntou acariciando o ombro dela de leve.

- Quero sim. Estou me sentindo um pouco cansada.

Assim, eles voltaram de mãos dadas para o apartamento. Quando chegaram perto do prédio, quatro figuras estavam paradas bem em frente dele, e quando viram os dois se aproximando, uma voz feminina muito conhecida disse:

- Se vocês não vão até Avonlea, com certeza Avonlea vem até vocês.

_ Diana!- Anne disse apressando o passo para abraçar sua amiga tão querida.

- E então Blythe? Gostou da surpresa?- outro dos visitantes disse encarando Gilbert com afeto.

- Com certeza, meu amigo.- Gilbert disse, apertando a mão de Muddy que vinha acompanhado de Josie, assim como Diana vinha acompanhada de Jerry.

Deste modo, os seis amigos se juntaram em um abraço coletivo, fazendo Gilbert pensar em como a visita deles tinha chegado em tão boa hora.

GILBERT E ANNE

- Anne, porque não me disse que estava passando por uma situação tão difícil? Eu teria dado um jeito de vir te ajudar.- Diana disse, assim que entraram no apartamento da ruivinha e se acomodaram na sala. Gilbert levou Muddy e Jerry até a sacada para conversarem, enquanto Josie e Diana ficavam fazendo companhia para Anne .

- Você tem sua vida, Diana, e seu filho para cuidar. Eu não quis te deixar preocupada.- Anne disse, sentindo-se tão feliz por Diana estar ali. Ela sentia tanta falta da amiga que mal podia acreditar que ela deixara sua vida em Avonlea e viera até Nova Iorque apenas para vê-la.

- E o juramento que fizemos? Não conta para nada? Eu sempre vou ter tempo para você, Anne. Quando meu bebê nasceu, você estava lá como prometeu, por que pensou que eu não faria o mesmo por você?- Diana disse, abraçando Anne com carinho, e pela primeira vez naqueles dias, ela sentiu que tudo ficaria bem.

- Como você está se sentindo?- Josie perguntou, segurando a mão de Anne com afeto.

- Estou bem.- Anne respondeu com um sorriso. Josie estava tão mudada, nem parecia aquela garota ranzinza que a provocava por qualquer coisa. Ela tinha sofrido muito, e acabara aprendendo pelo meio mais difícil a ser uma pessoa melhor. Anne estava feliz por ter dado a ela uma segunda chance.

- Você tem controlado sua pressão direitinho, não é?

- Sim. Gilbert me ajuda demais com isso. Se não fosse por ele, eu nem sei como lidaria com tudo isso.- Anne disse olhando para Gilbert , que às vezes lhe lançava também alguns olhares e lhe sorria.

- É tão óbvio a maneira como ele te ama.- Diana disse observando os dois. Ele não perdeu aquele olhar de adoração com o qual ele sempre te olhou desde o dia em que te conheceu. Você enfim encontrou seu príncipe encantado.- a amiga concluiu, colocando uma mão no ombro de Anne.

- Ele tem sido maravilhoso, apesar de toda a dificuldade dessa situação. Não tem sido fácil para ele, mas, ainda assim é na força dele que encontro a minha. Eu o amo mais que a mim mesma.- Anne disse suspirando.

- Nós sabemos, Anne. E é tão lindo ver esse amor de vocês crescendo desse jeito. É nítido o quanto um faz bem ao outro. Fico feliz que apesar de tudo, ambos se apoiam em todas as situações. Isso é muito importante entre um casal.- Diana disse olhando para a amiga com carinho.

- Você ainda não me disse como descobriu sobre minha doença.- Anne perguntou, percebendo que só naquele momento isso tinha lhe ocorrido.

- Foi o Cole. Ele me escreveu a uma semana, então, contei para o Jerry que repassou a informação para Muddy e Josie, e então resolvemos vir.

- Cole é mesmo incrível. Ele não me disse nada sobre ter te escrito.

- Talvez ele quisesse te fazer uma surpresa.- Josie disse, fazendo Diana acrescentar:

- Espero que você não tenha ficado chateada.

- De forma nenhuma. Eu senti tanta falta de vocês.- Anne disse segurando as mãos das duas amigas entre as suas.

- Nós também, Anne. Avonlea não é a mesma sem você.- Diana disse com os olhos marejados.- Se tivesse me dito sobre sua condição, eu já teria vindo muito antes.

- Por falar nisso, onde está o seu filho?- Anne perguntou ao se lembrar do bebê de Diana.

- Ele ficou com minha mãe no hotel.- a morena respondeu.

- Quanto tempo vai ficar?- Anne perguntou, olhando-a ansiosa.

- A Josie e o Muddy voltam amanhã por conta da faculdade. Eu e o Jerry vamos ficar aqui por duas semanas.- Diana disse animada, o que fez Anne dar um largo sorriso e dizer:

- Que bom. Podemos colocar nossas conversas em dia.

- Sim, e eu vou poder ajudar Gilbert a cuidar de você.- Diana disse, abraçando Anne de novo.

- Que bom que vocês estão aqui. É como ter um pedaço de casa novamente.- a ruivinha sorriu saudosa. Green Gables sempre estava em seus pensamentos.

- Sabe o que eu estava pensando? Será que não podemos fazer um jantar especial hoje? Eu sei que você não pode se esforçar demais , mas, eu e Josie podemos perfeitamente cuidar disso.- Diana disse extremamente animada com sua ideia repentina.

- Acho uma grande ideia , Diana. Faz tanto tempo que não fazemos nada juntos. Vamos aproveitar a oportunidade que estamos todos aqui e colocar isso em prática.- Anne disse contagiada pela a alegria de Diana. Naquele instante, Gilbert olhou para ela e Anne o chamou:- Gilbert, pode vir aqui um instante?- ele caminhou em sua direção e perguntou:

- Precisa de alguma coisa?

- Diana quer fazer um jantar especial aqui em casa. O que você acha?- ela perguntou acariciando os cabelos dele.

- Eu gostei disso, mas, você sabe que não pode se descuidar de sua dieta.- ele falou, colocando as mãos na cintura dela.

- Eu sei. Prometo comer só o que for permitido.

- Por mim tudo bem. Vou chamar o Muddy e o Jerry para comprarmos algumas bebidas. Quer alguma coisa especial da rua?

- Talvez sorvete para a sobremesa. O que você comprou outro dia acabou.- Anne disse com um sorriso maroto.

- É que temos uma formiguinha dentro de casa.- Gilbert disse tocando a pontinha do nariz de Anne com o indicador.

- Você sabe que amo doces, e sorvete é minha sobremesa favorita.- ela disse envergonhada por sua gula exagerada a respeito do sorvete. Porém, era a única coisa que realmente gostava nos últimos tempos, já que sua comida acabava sendo quase insípida por conta de seu pouco consumo de sal.

- Eu sei, meu amor. Eu estou só brincando . Para você eu compro todos os sorvetes do mundo se quiser.- Gilbert disse beijando-a na testa.

- Eu ficaria enorme de gorda.- Anne disse rindo.

- Nem que tentasse você conseguiria ser no mínimo gordinha.- Gilbert disse se referindo a constituição magra de Anne que comia o que queria e não engordava de jeito nenhum. Nem mesmo com a gravidez , ela ganhara peso extra, continuando sendo esbelta demais para uma grávida de oito meses.- Eu volto logo.- Gilbert disse beijando-a de leve nos lábios., e saindo em seguida com Muddy e Jerry.

Sozinhas, as três amigas foram para a cozinha, e enquanto Diana e Josie se ocupavam com as partes mais cansativas do jantar, Anne se tratava de descascar as batatas, e cortar os legumes que elas usariam nas receitas preparadas para aquela noite. Mesmo confinada em uma cadeira, e fazendo o mínimo para ajudar, Anne estava se divertindo muito. A quanto tempo não ria sem preocupação nenhuma? Olhando para suas duas amigas , ela percebeu o quanto lhe faziam falta aquelas duas garotas incríveis. Cada uma era importante na vida dela por razões diferentes, e ela só podia ser agradecida por tê-las mesmo à distância tão perto de seu coração.

- Anne, você já tem todo o enxoval de Rilla?- Diana perguntou, tirando Anne de seus pensamentos.

- Sim. Ganhei muita coisa no chá de bebê que vocês prepararam, e Gilbert e Cole vivem comprando coisas para ela. O guarda roupa dela já está abarrotado de roupas infantis.

- Que bom que o Gilbert se interessa por essas coisas. O Jerry nunca me ajudou a escolher nada para o nosso filho, mas também do jeito que ele é desligado é bem capaz de não saber diferenciar uma toalha infantil de corpo com a de rosto. Outro dia eu pedi para ele esquentar a mamadeira de Brian, e ele se atrapalhou todo. Tenho lhe dado algumas aulas de como cuidar de um bebê, mas, por mais que se esforce, ele ainda se confunde.- Diana disse, rindo ao se lembrar de seu marido atrapalhado.

- Você também tem um marido de ouro. Jerry é um doce.- Anne disse ao pensar no amigo que por um bom tempo foi como um irmão para ela.

- Realmente, eu não posso reclamar. Ele é um excelente marido, e um pai melhor ainda. Acho que nós duas tiramos a sorte grande.- Diana disse concordando com Anne.

- Nós três, pois Josie logo entrará para o time das casadas, e pelo que eu conheço do Muddy , ele vai ser um ótimo marido também.- Anne disse, olhando para a loira que respondeu:

- Sim, Muddy é um anjo na minha vida.

- Ainda bem que você se livrou daquele embuste do Billy Andrews.- Diana disse experimentando o tempero do risoto que estava preparando.

- Graças a Deus.- Anne e Josie disseram juntas. E as três caíram na risada.

O jantar ficou pronto depois de duas horas. Gilbert. Muddy e Jerry já tinham voltado e ajudaram no que podiam. Assim, Diana arrumou tudo na sala de jantar com o auxílio de todos e logo os três casais estavam reunidos em volta dela, comendo, bebendo e conversando sobre todas as novidades de suas vidas. De vez em quando, Gilbert olhava para Anne, e vendo-a sorrir, ele se sentia imensamente aliviado por vê-la sorrir, e ele não podia acreditar na sorte de seus amigos terem chegado justamente em um momento crítico, suavizando o ambiente pesado por conta da tristeza e tensão de Anne. Logo ela teria que conversar com seu médico novamente a respeito dos procedimentos para o nascimento de Rilla, e era isso que a estava deixando nervosa. Porém, naquela noite ela parecia milagrosamente calma e animada, algo que não presenciava a dias, e ele sabia que era por conta da presença de suas amigas a quem não via a um bom tempo.

Anne e Diana sempre tiveram uma ligação especial, como irmãs que não tinham o mesmo sangue, mas se reconheciam como tal. No passado, ele tivera muito ciúme dessa amizade tão forte, mas o tempo só lhe mostrara o quanto fora tolo por achar que Anne se importava mais com a amiga do que com ele, mas logo ele entendera que havia lugar para mais de uma pessoa no coração de alguém, ainda mais no da ruivinha que tinha um coração enorme.

Eles terminaram o jantar, retiraram a mesa, e enquanto os rapazes lavavam a louça, elas continuaram pelo resto da noite conversando sobre tudo. Houve um momento daquele dia especial em que enquanto Gilbert, Muddy e Jerry jogavam xadrez, as garotas jogavam stop, assim como faziam quando tinham um tempo livre na escola .

Quando a noite chegou ao fim, Anne quase lamentou que o tempo tivesse passado tão rápido, e só ficou animada quando Diana e Josie prometeram voltar no dia seguinte. Assim, Anne foi pra o banho, e Gilbert ficou encarregado de ajeitar qualquer bagunça que a presença dos amigos pudesse ter causado, mas, felizmente, ele tivera pouco trabalho a fazer nessa tarefa que lhe fora designada.

Por fim, ele foi para o banho também, e no momento em que entrou no quarto, ele viu Anne na janela, um hábito que ela tinha quase todas as noites. Ela estava tentadora em uma camisola preta transparente que mal escondia suas formas de mulher feita, principalmente suas curvas acentuadas pela gravidez. Ele se aproximou dela, e a envolveu em um abraço pelas costas, enquanto Anne encostava nele suspirando pelo contato das mãos dele em sua pele sobre a camisola.

- Essa noite foi incrível.- Gilbert disse, beijando-a atrás da orelha.- Você está feliz?- ele perguntou a Anne , ao mesmo tempo em que afastava os cabelos dela , e a beijava no pescoço como ele sabia que ela gostava, e logo ouvi-a respirar fundo antes de responder:

- Sim, eu estou muito feliz. Nem acredito que Diana está aqui.- ela sentiu as mãos de Gilbert correrem pelas laterais do seu corpo, e sabia exatamente o que ele tinha em mente. Gilbert a virou de frente para ele, olhou profundamente em seus olhos e disse com a voz completamente rouca.:

- Você está incrivelmente linda essa noite.- e então a boca dele aprisionou a dela em um daqueles beijos que faziam seu corpo esquentar inteiro.

Assim, os braços dela se prenderam no pescoço dele, enquanto o beijo prosseguia, e Gilbert a puxou para a cama, onde a deitou com cuidado. Seus dedos foram até a alça da camisola, afastando o tecido, e beijando-a no ombro, indo em direção aos seios dela que ele provocou sobre o tecido. Anne correspondia às carícias com a intensidade de sempre, sentindo que sua pele se incendiava a cada toque e a cada beijo, mas quando Gilbert tirou-lhe a camisola, se despiu e ficaram grudados pele contra pele, a lembrança de Rilla e tudo o que teria que enfrentar com o nascimento prematuro dela naquele mesmo mês fez Anne congelar seus movimentos no mesmo instante. Gilbert sentindo-lhe a resistência as suas carícias, olhou para ela preocupado e perguntou:

- Amor, eu te machuquei?- o que fez Anne segurar em sua mão e dizer:

- Não, você nunca me machucaria assim. Só acho que essa noite eu não estou muito animada para isso. Você ficaria zangado se a gente só dormisse abraçado?

- É claro que não. Eu só faço o que quiser, amor.- Gilbert respondeu, deitando sua cabeça no travesseiro, e entrelaçando suas pernas nas de Anne. – Está bom assim?- ele perguntou sentindo que tudo que ela precisava era da presença dele a seu lado.

- Está perfeito.- ela respondeu, dando-lhe um último beijo e se aconchegando ao corpo dele, porque o calor que vinha dele dava-lhe um tremendo conforto.

Deste modo, ela se concentrou em apenas acalmar os seu nervosismo, afastando todos os medos que poderiam assombrar seu sono naquela noite, deixando que apenas a respiração de seu marido, e o bater cadenciado do coração dele a guiasse pelo mundo do sono, e quando seus olhos finalmente foram vencidos pelo cansaço, a última coisa que sentiu foi o beijo quente de Gilbert em sua testa, fazendo-a se sentir tão protegida como nunca se sentira antes.

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