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Capítulo 117- Até que a morte nos separe


Olá, pessoal. Aqui está o capítulo tão esperado. Aguardarei os comentários como sempre . Obrigada por tudo. A revisão, eu farei depois. Beijos

GILBERT

De todos os dias importantes de sua vida, aquele era sem dúvida o mais especial de todos e o mais estressante também. Quando acordou naquela manhã, como Anne sempre fazia em momentos cruciais, Gilbert teve que se beliscar para ter certeza de que sua mente não estava lhe pregando uma peça, e que aquele era mesmo o dia de seu casamento. Poucas vezes na vida ele se sentira tão ansioso. A cerimônia somente ocorreria às cinco da tarde naquele dia, mas, porem às seis da manhã, Gilbert descobriu que ficar na cama seria uma tarefa mais árdua do que pensara, por isso, ele se levantou antes de Mary ou Bash, e preparou o café para toda a família. Depois foi até o celeiro, selou um cavalo da fazenda, e saiu em um passeio sem rumo, pois precisava imensamente de um momento só seu à beira de um lago  que pareceu ser o lugar ideal para seu interlúdio consigo mesmo, e foi para lá que cavalgou, Deixando atrás de si uma nuvem de poeira, como se assim deixasse também toda a incerteza ou incapacidade que pudessem impedir daquele dia de ser algo tão magnífico de se viver ou sentir.

O reflexo no lago não lhe dizia muita coisa, mas seu coração exultante estava cheio de uma felicidade espontânea e amor por uma garota que cruzara o destino com o seu um dia, e seguiriam dali em diante sempre juntos.
No passado , ele não fora exatamente cético a respeito desse assunto, mas acreditar que se casaria aos vinte anos de idade com a mulher de sua vida não fora algo na qual pensara intensivamente. No entanto, isso era o que não saía de sua mente naquele momento, e era o sonho que mais desejava realizar e que seria totalmente possível dali a algumas horas. Os preparativos tinham sido todos providenciados por tia Josephine, e tudo estaria pronto na praia que escolheram na hora do casamento para que os noivos se preocupasse apenas consigo mesmos, deixando o resto para os profissionais que ela contratara.
Enfim, ele teria o dia quase todo livre até a hora do casamento, mas, duvidava que conseguiria ficar ocioso até lá.

Ele precisava ter algo que mantivesse seu cérebro ocupado, ou morreria de agonia até ver Anne às cinco horas. Ela lhe dissera que passaria o dia se preparando e por isso não conseguiria falar com ele antes da cerimônia, e a julgar pelo tanto de atividades que uma noiva tinha que fazer no dia do seu próprio casamento, Anne mal teria tempo para respirar. Gilbert só esperava que ela arrumasse um tempo para comer ou descansar, porque ele sabia bem que quando ela estava atarefada com alguma coisa, se esquecia de si mesma completamente, e ele não estaria por perto para lembrá-la que tinha que se cuidar.

Era lógico que ela estava entre amigos, e Marilla com certeza ficaria de olho em Anne por ele, mas ainda assim ele sentia a apreensão aumentar, principalmente quando pensava em sua Rilla. Eles passaram apenas a última noite separados, e Gilbert já sentia a dor da saudade tomar conta de seu coração. A sua vontade era ir até Green Gables ver Anne por apenas cinco minutos que fosse, mas, ela ficaria zangada com ele por causa disso, e não queria incomodá-la em seu dia perfeito de noiva.

Seria realmente difícil para ele ver os minutos se escoando devagar, e tentar imaginar a cada segundo o que Anne estaria fazendo. Gilbert fechou os olhos e fez força para imaginá-la vestida de noiva, mas como não sabia como era o modelo do vestido, teve que elevar sua imaginação até que se formasse uma imagem angelical em sua mente, porque era assim que pensava em Anne vestida de branco no dia do casamento deles.

Obviamente a realidade suplantaria a imaginação, mas ele sentia que assim pelo menos seu coração se acalmava um pouco, e ele sentiria seus dois tesouros mais próximos dele. Ele tornou a abrir os olhos e os fixou dentro do lago. O que viu foi o mesmo garoto de quase dois anos atrás que partira para Nova Iorque com seus sonhos dentro de uma maleta e a boa vontade de vencer na área de medicina, e voltar para casa um doutor como seu pai também o desejara, mas por dentro Gilbert sentia que os espinhos que encontrara nessa longa jornada em busca de suas realizações pessoais lhe dera uma maturidade muito além do que se esperava encontrar em um rapaz de vinte anos.

Ele se sentia um homem no sentido amplo da palavra, porque os tombos que caíra lhe ensinaram a não andar com a cabeça nas nuvens, ter seus pés fincados no chão, e olhar firmemente para frente, pois em cada esquina uma surpresa poderia o estar aguardando, se fosse boa, ele não perderia a oportunidade que o destino estava lhe dando, e se fosse ruim , ele estaria preparado para mais uma batalha, porque era disso que a vida era feita, de bons ou maus momentos, vitórias e derrotas e encontrar seu ponto de equilíbrio era a chave para se manter em constante evolução. Gilbert nunca menosprezara nada em sua vida, pois entendia que todas as experiências pelas quais ele passasse grandes ou pequenas, o fortaleceriam por dentro, e ali estava ele pronto para encarar o maior e melhor desafio que já tivera que enfrentar, e não estava com medo de mergulhar de cabeça, pois ele nascera e vivera por aquele momento em que receberia o amor de sua vida em seus braços diante do altar do Senhor, e a faria sua com todas as benções, e todos os votos de seus amigos e conhecidos de que fossem felizes por toda a vida.

O rapaz passou a mão pelo rosto, ajeitou sua boina vermelha ,  da qual nunca se separava desde que a ganhara, salvo aquela vez em que a esquecera na casa de Cole, e Anne a guardara para ele por quase três meses nos quais ficaram separados, olhou para o céu e percebeu que seria um dia ensolarado, o que tornaria o casamento na praia no fim de tarde ainda mais belo, exatamente como Anne desejava. Ela temera tanto que chovesse e tivessem que transferir toda a festa para Green Gables, mas ao que tudo indicava a mãe natureza resolvera dar uma mãozinha e as tempestades passariam bem longe de Avonlea. Após o casamento, no dia seguinte, eles viajariam para a casa de praia de Muddy, onde se hospedaram da outra vez, e ficariam por lá pelo menos por quinze dias, e assim retornariam para Nova Iorque, pois teriam apenas alguns dias para se preparem para a volta à faculdade.

Desta forma, Gilbert ficaria devendo a viagem a Paris que prometera a Anne antes da gravidez dela, porém já estava planejando que pudessem ir no ano seguinte, talvez como aniversário de casamento, pois tudo ele faria pela sua Sra. Blythe, o céu era o limite, e Anne teria tudo o que lhe fora negado em sua infância. Gilbert se levantou, limpou a grama de suas mãos na parte traseira de seu jeans, e pensou que já estava na hora de retornar. Em seguida, ele subiu no cavalo, e o direcionou para a estrada que o levaria a sua fazenda, porém, quando estava no meio do caminho, uma ideia insistente começou a perturbá-lo, e por isso, o rapaz mudou seu itinerário seguindo por uma trilha estreita que logo o levou para onde queria chegar.

Ele não vinha ali fazia tanto tempo, e nada mudara naquele lugar sombrio e triste. Em um relance, Gilbert viu a si próprio no enterro de seu pai, onde se sentia tão sozinho que nem mesmo todo o carinho e compaixão das pessoas conseguiam tirá-lo da sua tristeza amarga. Anne estava lá naquele dia, mas, não se aproximara dele, por sua própria culpa que decidira colocar uma barreira entre ele e as outras pessoas. Gilbert não suportava o olhar de pena, e de todas as palavras que o lembravam que ele tinha perdido seu melhor amigo e seu maior apoio para toda vida. Anne falara com ele depois, e de seu jeito peculiar , sua noiva tentara consolá-lo, mas, a dor de Gilbert era tanta que ele levou como ofensa o que ela lhe dissera, simplesmente porque ela usara a palavra "órfão", que era a única palavra na qual ele não queria pensar. No entanto, Anne não mentira, ele se tornara órfão naquele dia, e fugira para longe para não ter que lidar com sua nova e dura realidade. Contudo, enquanto viajava pelo mundo tentando encontrar uma explicação pelo revés que mudara tudo o que ele conhecia, Gilbert percebeu que mesmo odiando o que Anne dissera, ele nunca passara pelo que a ruivinha vivera. Ele tivera o amor de seu pai por quase quinze anos, e Anne só foi saber o que era uma família aos treze. Então, o remorso bateu tão forte que ele quase não podia aguentar a ardência em seu peito, e foi ai que um novo sentimento começara a nascer em seu coração, e o que era admiração se transformou naquele amor tão preciso e tão imenso que não morreria nunca.

Por fim, ele estava diante do tumulo de seu pai, onde algumas flores secas jaziam sobre ele. Gilbert tinha quase certeza de que era Marilla Cuthbert que cuidava tão bem da última morada de John Blythe, junto com seu irmão Matthew que nunca deixava que ervas daninhas crescessem por ali, ou que a pintura na pedra do túmulo ficasse velha e arranhada. Gilbert se sentia tão grato por aquilo, o que o fazia se sentir um pouco culpado por ele mesmo não cuidar daquilo pessoalmente, contudo, ele nunca suportara a ideia de que John Blythe tivesse sido enterrado ali, e se mantivera afastado por muito tempo.

Entretanto, ele estava ali em uma missão mais feliz dessa vez, e queria compartilhá-la com a única pessoa que não estava ali fisicamente, e cuja memória Gilbert respeitava demais. Assim, ele fixou o olhar no nome escrito em alto relevo e sorriu ao se lembrar do sorriso enorme de seu pai, e assim começou a falar.

- Bom dia, papai. Acho que o senhor sabe o que me traz aqui. Hoje é o dia do meu casamento com a ruivinha mais linda que já tive o prazer de conhecer. Se lembra dela, papai? Anne Shirley Cuthbert? Aquela com quem o senhor falou só uma vez quando ela foi até nossa casa me levar a matéria da escola? O senhor se lembra do que me disse quando soube que ela fazia parte da família Cuthbert? Que com aqueles olhos e cabelos ruivos ela era muito parecida com Marilla na juventude, e me disse que eu tinha cara de apaixonado quando estava falando com ela? Eu sei que fiquei aborrecido com o senhor naquele dia, me desculpe, porém não queria admitir que ela não saía da minha cabeça. Mas, como vê, o senhor estava certo, e ela vai ser minha esposa hoje. E daqui a alguns meses teremos uma filhinha linda. Rilla é o nome dela. Dá para acreditar papai, que a família Blythe vai aumentar? É uma pena que o senhor não esteja aqui. Rilla iria adorar conhecer o avô dela, mas, eu prometo que vou falar do senhor para ela, e minha filhinha vai saber o grande homem que o senhor foi, o mais gentil e o mais sábio. Me dê a sua benção, papai – naquele instante em que o rapaz fechou os olhos e se lembrou do rosto bondoso de seu pai, uma brisa suave começou a soprar, e Gilbert sentiu como se uma mão invisível o tocasse, e soube que era o amor de seu pai trazido pelo vento como forma da benção que ele havia pedido. Então, ele sorriu e uma lágrima escorreu, mas Gilbert estava contente, e aquela gota solitária que brilhava em sua face representava aquele momento único e inesquecível. Assim, o rapaz abriu os olhos e disse:

- Obrigado, papai. Eu te amo.

E assim, ele correu de volta para o seu cavalo, e tomou o rumo de casa como o coração leve, e os olhos brilhando de felicidade.

ANNE

Diferente de seu noivo, Anne tivera uma ótima noite de sono. Isso era uma das vantagens de se estar grávida. Dormia-se feito uma pedra mesmo quando a situação era por demais estressante, além é claro, de deixar a sensibilidade à flor da pele, pois assim que abriu os olhos naquela manhã esplendorosa, ela já sentia vontade de chorar. Era o dia do seu casamento e era demais acreditar que se tornaria Anne Shirley Cuthbert Blythe, logo ela que dissera tantas vezes que se casaria apenas com suas aventuras, e agora estava prestes a se unir ao ser mais iluminado que a vida lhe dera de presente, e a ruivinha não podia imaginar um final mais perfeito para sua princesa Cordélia.

Ela se levantou e foi até a janela, e para sua alegria, sua cerejeira estava toda florida. Era uma alegria ver tantas cores brilhando ao sol, como um arco-íris ao alcance das mãos, e Anne sentia como se sua velha amiga estivesse celebrando com ela esse dia incrível.

- Bom dia, Rainha das Neves. Não é um dia maravilhoso para se casar? - ela passou a mão pela barriga e disse:- Quero te apresentar minha filha que em breve irá nascer, e espero que vocês seja amigas como nós duas sempre fomos.

Naquele instante, a porta de seu quarto se abriu e Marilla entrou com uma bandeja de café da manhã, e ao ver Anne na janela falando com a cerejeira, a boa senhora fez a sua melhor cara de brava e disse:

- Falando sozinha. Anne Shirley? Certas coisas nunca mudam. - Ela balançou a cabeça e a ruivinha riu indo em direção a ela, deu-lhe um beijo na bochecha e respondeu:

- A princesa Cordélia nunca deixou de existir Marilla. - Os lábios de Marilla desmancharam sua carranca fingida em um sorriso, e disse:

- Fico muito feliz, minha querida. Senti tanta falta dessa sua imaginação maluca.

- Também estou muito feliz em estar aqui. Viver em Nova Iorque tem as suas vantagens, mas, não se compara a vida que se tem aqui. Eu e Gilbert vamos voltar assim que ele se formar. Quero que Rilla cresça junto dos avós dela. - Marilla fez cara de choro, e embora tentasse disfarçar, seus olhos marejaram e ela disse abraçando Anne.

- Você não sabe o quanto eu esperei para ouvir isso. Eu tive tanto medo que você nunca mais voltasse. - Anne a olhou com espanto perguntou:

- Por que pensou isso, Marilla?

- Porque você é tão inteligente e Nova Iorque tem tudo o que você poderia desejar, e também as oportunidades de trabalho são maiores para um médico. - Ela disse enxugando seus olhos na ponta do seu avental muito bem engomado.

- Você tem razão, Marilla. Nova Iorque é uma cidade fantástica, e Gilbert teria muito mais oportunidades de trabalho por lá, mas, não é isso que queremos. Nosso lugar é aqui, onde nossos amigos estão, e nossa família também. Nós desejamos que Rilla saiba o que é ser parte de uma comunidade onde uns se importam com os outros. Isso são valores que aprendemos em um lar de verdade e isso é o que Green Gables significa para mim, meu único e verdadeiro lar. – Ainda abraçando Marilla, ela continuou:- Eu quero te agradecer por ter me feito parte dessa família. Eu sei que não foi fácil para você me receber aqui, e que transformei sua rotina em uma bagunça no primeiro ano em que convivi com vocês. Eu te amo, Marilla como a mãe que nunca tive.

-Ah, minha querida. Eu também amo você, e te considero como a filha que nunca tive. Você fez dessa casa um lar de verdade, pois antes de você, eu e Matthew erámos apenas dois velhos solitários, e você trouxe tanta alegria para essa casa, e eu não veja hora de ter essa belezinha nos braços.- Marilla tocou a barriga de Anne muito emocionada, e terminou dizendo:- Seus pais ficariam orgulhosos da mulher forte que está se tornando.

- Obrigada, Marilla. Eu queria que eles estivessem aqui também. - Anne disse chorando feito criança.

- Eles estão, minha querida. Em seu coração.

As duas ficaram abraçadas ainda por um bom tempo. Duas gerações completamente diferentes, mas, tão iguais em sua força de caráter, e princípios morais. Duas mulheres que tinham seus espíritos livres, mesmo que uma delas o ocultasse por trás de um comportamento sério e austero.

- Acho melhor comer seu café de manhã, Anne. Seu dia vai ser cheio, e temos que pensar no bebê. - Marilla disse em seu tom maternal.

- Está bem. - Anne respondeu obediente, e Marilla só a deixou sozinha no quarto quando viu ela comer a última torrada com geleia.

Cole, Diana e Josie apareceram um pouco depois para começarem a ajudar Anne a se arrumar para o casamento. Cole ficaria responsável pelo cabelo da noiva, Josie pelas unhas e Diana pela maquiagem. Logo estavam tagarelando como nos velhos tempos, e Anne nunca se sentira tão feliz por ter todos os seus amigos mais queridos presentes em seu dia mais do que especial.

- Está nervosa? - Cole perguntou ao segurar nas mãos geladas de Anne.

- Um pouco, mas, acho que é normal, não é? - Anne disse com um sorriso.

- É claro que sim, se levarmos em conta que está se casando com seu príncipe encantado.

- E pensar que tentei ajudar Ruby a estragar seu namoro com o Gilbert. Me desculpe por isso, Anne. Hoje eu consigo ver que a melhor pessoa para ele sempre foi você. - Josie disse com uma careta.

- Esquece isso, Josie. Nós éramos todos imaturos, e no fim das contas, tudo terminou como deve ser.- Anne disse segurando nas mãos da amiga.

- E se lembre que logo será sua vez de se casar. - Diana disse, e Josie cruzou os dedos dizendo:

- Deus te ouça. - E todos riram da expressão engraçada que ela fez.

- Eu tenho certeza que logo você e Muddy subirão ao altar. Não falta tanto tempo assim para ele se formar, e vocês dois merecem ser felizes depois da decepção amorosa que tiveram no passado. - Anne disse segurando as mãos de Josie.

- Obrigada, Anne. Muddy foi uma benção na minha vida. Depois de Billy Andrews, eu pensei que nunca mais me apaixonaria de novo. Felizmente eu estava enganada, e mal posso esperar para começar minha vida com ele. - Josie disse com os olhos brilhando, e Anne pôde ver que ali também havia uma garota apaixonada por seu noivo.

- Nunca mais toque no nome desse diabo. Pode dar azar- Cole disse se referindo ao antigo e desprezível namorado de Josie, bateu na madeira três vezes, e todas as outras amigas imitaram-lhe o gesto.

- Tem razão, Cole. Eu tinha até esquecido que ele existia. - Diana disse com desdém.

- Eu espero nunca mais encontrá-lo na vida. - Anne comentou, sentindo um calafrio na nuca ao se lembrar do seu último encontro com aquele crápula.

- Acho melhor mudarmos de assunto. Não vamos estragar o dia de noiva de Anne, nos lembrando de alguém tão desprezível. - Josie sugeriu e Anne concordou dizendo:

- Josie está certa. Que tal você nos contar como anda o seu romance com Pierre, Cole Mackenzie? E nem adianta fazer essa cara porque não vai fugir do assunto. - Cole fez uma careta e respondeu.

- Ele me mandou um recado, dizendo que vira ao casamento e deixou em aberto a possiblidade de conversarmos.

- Você acha que tem volta? - Diana perguntou começando a cuidar da pele de Anne com loção de limpeza que a deixaria mais suave, e pronta para receber a maquiagem que ela pretendia fazer na amiga.

- Pierre me magoou muito com suas palavras e atitudes, mas, eu ainda o amo, então, talvez eu consiga perdoá-lo.- o rapaz respondeu desembaraçando os cabelos de Anne que tinham acabado de ser lavados com xampu de ervas e condicionador.

- Ele tem sido um bom companheiro para você, e acha que deveria pensar bem no que fazer. Relacionamentos são difíceis como deve saber. - Anne disse com conhecimento de causa. Ela podia se lembrar bem quantas vezes ela e Gilbert tinham se desentendido e se magoado, mas, o amor que sentiam sempre fora a chave para a solução de tudo, pois eles podiam se perder um do outro, mas, sempre se encontrariam em seus corações .

- Sim, eu sei. Meu relacionamento com ele não foi fácil no início, pois só você e Diana sabem como relutei em aceitar meus sentimentos por ele, também não foi fácil durante o tempo em que vivemos em Paris e em Nova Iorque juntos, porque temos pensamentos e opiniões diferentes sobre determinadas coisas, mas, sempre nos entendemos de um jeito e de outro. Não acho que nosso romance deva terminar assim, entretanto, se não pudermos mais continuar, acho que pelo menos nossa amizade deva permanecer. - Anne sabia que Cole estava tentando amenizar o impacto que um término com Pierre poderia causar em sua vida. Ele nunca se apaixonara antes, e o rapaz francês fora seu único e verdadeiro amor, e sensível como seu amigo era, com certeza ficaria arrasado. Sinceramente, Anne esperava que aquilo não acontecesse, pois Cole demorara tanto para encontrar a felicidade, que vê-lo atirado na tristeza novamente faria sangrar seu coração. Ela o amava tanto quanto amava Diana e aprendera a amar Josie, e a dor deles sempre seriam a sua também.

- Estaremos aqui para te apoiar, caso precise. Sabe disso, não é? - Anne disse encarando o semblante entristecido de Cole, no que Diana e Josie concordaram abraçando ao rapaz com carinho.

- Eu sei. Vocês são as melhores amigas que alguém poderia ter, me aceitam como eu sou, e nunca me julgaram. Eu me sinto abençoado por tê-las conhecidos.

- Nós é que temos sorte de ter você em nossas vidas. O que seria de mim sem seus conselhos? - Anne disse olhando para o rapaz com amor.

- E eu sem o seu apoio quando minha mãe foi contra o meu relacionamento com Jerry? - Diana disse com um sorriso.

- E eu sem suas puxadas de orelha? Eu não consigo acreditar no quanto fui horrível com todos vocês. Mas, felizmente tive uma segunda chance de me despir da pele da Josie azeda do passado, e vestir uma nova que é a Josie que sou hoje, e estou muito contente com ela.- menina disse com seu semblante suave de quem se perdera, sofrera e encontrara seu caminho de volta.

- Você é parte da nossa matilha agora. Seja bem vinda., Josie Pye. - Cole disse abraçando a garota que um dia quisera beijá-lo, e ele tinha recusado na cara dura, e ainda zombado de sua pretensão. Josie devia tê-lo odiado na época, pois rancorosa como era, ela nunca deixaria algo assim passar. Felizmente, ela aprendera da pior maneira que sua arrogância não a levaria a nenhum lugar, e mudara completamente seu jeito de ser, e por isso, ela merecia estar ali entre eles, celebrando a consagração do amor de Anne e Gilbert.

- Será que tem um lugar a mais nessa matilha para mim? - Matthew perguntou com humor, entrando no quarto de Anne naquele momento.

- Claro. Junte-se a nós Matthew Cuthbert. - Cole usou um tom tão solene para dizer isso que todos acabaram gargalhando com a brincadeira.

- Obrigado, Cole. Eu só vim dar um beijo na minha filha, querida. - Matthew disse sorrindo do seu jeito acanhado que todos conheciam bem. - Como está você e minha netinha? - ele perguntou logo em seguida.

- Nós estamos bem, e morrendo de saudades do Gilbert. Acho que nunca ficamos tanto tempo longe dele nos últimos meses. - Anne disse com um suspiro que fez Matthew responder:

- Se está com tantas saudades, por que não olha pela janela?

- Gilbert está aqui? - Anne perguntou ansiosa.

- Sim, está no jardim, em cima de um cavalo. Ele me disse que queria apenas vê-la por cinco minutos, e que você não precisava ir até lá, e que deve apenas colocar a cabeça na janela.- Anne nem esperou Matthew terminar de falar, e correu até o parapeito da janela de seu quarto, e lá estava ele, em cima de um cavalo como se tivesse saído de um conto de fadas e tivesse vindo ali confessar o seu amor pela bela donzela presa em uma torre. Gilbert acenou, e depois lhe enviou um beijo pelo ar, o que fez Anne rir e imitar o gesto dele.

- Isso é tão romântico. - Josie disse com os olhos cheios de encantamento.

- Sim, é extremamente romântico. - Cole disse com um sorriso. - Agora, mãos à obra e vamos deixar a princesa aqui absolutamente perfeita para o príncipe lá fora.

- Agora sim vamos ver o artista Cole Mackenzie em ação. - Diana disse e seus três amigos riram. Logo, todos eles começaram a trabalhar, colocando todo seu empenho para que aquele dia fosse tudo o que Anne sonhara.

GILBERT E ANNE

Gilbert ajeitou seu terno, refez o nó da gravata, amassou seus cachinhos com gel para que ficassem mais alinhados, e ainda assim não tinha certeza se estava o noivo perfeito que Anne esperava que ele fosse naquele altar. O rapaz riu da própria insegurança, pois nunca fora de se importar com a própria aparência de maneira exagerada, mas, naquele dia, Gilbert queria ser o príncipe que Anne dissera um dia que ele era, assim como ele tinha certeza que sua ruivinha estaria vestida como a própria Cinderela no dia do baile. Tais pensamentos aumentavam seu nervosismo, mas, não de maneira ruim, pois ele sabia que o que fosse, ele e Anne terminaram o dia finalmente casados e prontos para darem a Rilla a família que ela merecia.

- Posso entrar? - ele ouviu a voz de Mary na porta de seu quarto, e respondeu:

- É claro que sim. Estou precisando mesmo de uma opinião feminina. - Diante da permissão do rapaz, Mary entrou no quarto, e seu rosto simpático se iluminou em um grande sorriso ao olhar para Gilbert todo vestido para o casamento. Ela se aproximou, colocou as mãos nos ombros do rapaz e disse:

- Querido, você está lindo. Anne vai morrer de amores por você naquele altar.

- Acha mesmo, Mary? Fiquei com receio de ter exagerado, ou estar simples demais. Anne tem grandes expectativas para esse casamento e não quero decepcioná-la. - O rapaz disse com ar de dúvida, olhou mais uma vez no espelho, e limpou uma poeira inexistente em seu terno.

- A única maneira de decepcioná-la é não estando naquele altar quando ela chegar. Acha mesmo que depois que ela te ver lá, vai se importar em como está vestido? Ela ama você, independentemente da cor de seu terno.- Gilbert sorriu ao pensar que também não se importaria nem um pouco em como Anne estaria vestida, desde que dissesse sim para uma vida inteira ao lado dele, mas, ao mesmo tempo, ele também sabia que ela vestida de noiva seria uma visão e tanto.

- Só está faltando uma coisa. - Mary disse, e o rapaz a olhou preocupado ao perguntar:

- O que?

- Espere um instante. - Mary saiu e voltou rapidamente com um cravo branco nas mãos e disse:- Todo noivo que se preze usa um cravo na lapela no dia do casamento.

- Obrigado, Mary. Eu quase ia me esquecendo. – O rapaz disse, beijando a esposa de Sebastian no rosto.

- É para isso que servem as mães. - Ela disse segurando o rosto nas mãos. - Pronto para ir? - ela perguntou dando-lhe o braço.

- Sim. - Gilbert respondeu segurando no braço de Mary, e ambos desceram as escadas juntos.

- Olha só o menino Blythe. Todo enfeitado para o casamento. - Sebastian disse em uma ironia engraçada.

- Não sou mais um menino, Bash. E logo serei um pai de família como você. - Gilbert disse sério, o que fez Sebastian comentar:

- Quanto orgulho, futuro doutor. Espero que tenha aprendido algumas coisas comigo.

- E você comigo. - Gilbert disse também sorrindo.

- Alá, Mary. O garoto pensa que virou, meu professor. – Ele disse continuando a brincar:- Você ainda tem que viver muito para ganhar minha sabedoria, garoto. - Bash deu uma tapinha no ombro de Gilbert que ia retrucar, mas, Mary os interrompeu dizendo:

- Já chega vocês dois. Vamos logo para a cerimônia antes que a noiva chegue primeiro que o noivo, o que seria um tremendo desastre.

- Tem razão, Mary. Vamos logo, pois não quero chegar atrasado. - Gilbert disse se encaminhando para o carro seguido de Sebastian, e Mary que trazia Shirley nos braços.

Enquanto isso em Green Gables, Anne estava quase pronta, faltava apenas caçar os sapatos, e colocar o véu que estava preso em uma coroa de flores tão artificialmente perfeitas, que ninguém diria que não eram de verdade. Cole ajeitou seus cabelos que caiam por seus ombros em cachos perfeitos, colocou a coroa com o véu na cabeça de Anne, e disse:

- Agora, deixe-me dar uma olhada em minha obra prima. - Seus olhos percorreram Anne de cima embaixo, e depois ele disse com um sorriso feliz. – Até a princesa Cordélia ficaria com inveja de você, querida. Dê uma olhada.

Anne se virou para o espelho, e viu refletido neles seus olhos muito azuis lindamente torneados. O batom era cor de pêssego e suas bochechas estavam suavemente coradas. Diana não quisera encobrir sus sardas, pois ela disse que lhe daria um charme a mais, e o vestido era deslumbrante e tudo o que uma noiva poderia sonhar. Era um modelo de renda de decote redondo e profundo que evidenciava o início dos seios, mas de uma maneira recatada, era justo acima da cintura e depois caía solto até o chão, cujas mangas eram transparente, deixando as costas à amostra de um jeito delicado, e evidenciando sua barriga de grávida suavemente.

Ela sorriu para sua imagem sem acreditar que aquela moça de porte elegante fosse ela mesma, e só quando viu o olhar de admiração de suas amigas, Matthew e Marilla que chorava sem parar ao ver-lhe a figura tão bela, foi que a ruivinha acreditou que pelo menos naquele dia era a princesa de sua própria história.

O caminho até a praia foi feito quase totalmente em silêncio. Anne tinha medo de dizer alguma coisa, começar a chorar e borrar toda a maquiagem, e Matthew não parava de olhá-la, sorrindo todo o tempo como se não coubesse em si de felicidade de estar casando sua filha adotiva tão adorada. Marilla seguiu atrás com Cole e a mãe dele em um carro alugado pelo rapaz, e Diana e Josie foram em outro carro com seus respectivos companheiros, pois seriam as madrinhas do casamento e tinham que chegar antes da noiva, por isso, foram na frente enquanto o carro onde Matthew e Anne estavam ficava a uma certa distância do carro de ambas.

A estrada para a praia estava toda iluminada, assim como o local onde o casamento se realizaria. Havia barracas de bebidas e comidas por toda parte, onde garçons esperavam pacientemente a cerimônia se realizar para que pudessem finalmente começar a servir os convidados. Assim que o carro alcançou a entrada da praia, Anne olhou para o mar e percebeu que ele estava calmo naquela tarde de sábado, com o sol quase se despedindo, deixando que seus raios se refletissem nas ondas do mar que de tão suaves mal chegavam na margem, e ela agradeceu mentalmente pelo clima ter colaborado e nenhuma nuvem carregada surgiu no céu anunciando uma tempestade ou daquelas chuvas rápidas de primavera que poderiam ter estragado facilmente todos os arranjos providenciados por tia Josephine. O cenário estava lindo, todo enfeitado de flores, e um caminho de pétalas de rosas que a levaria até onde seu noivo a estaria esperando. Logo, Anne desceu do carro acompanhada de Matthew, e Cole que veio correndo ajeitar-lhe o véu e o vestido, e depois andou rapidamente para o altar onde sua mãe o esperava junto com os padrinhos da noiva.

A marcha nupcial começou a tocar, e Anne segurou no braço de Matthew sentindo a si mesma tremer, enquanto sua outra mão segurava um buquê de lírios maravilhosos e perfumados. Seu velho amigo e pai adotivo a olhou com carinho e perguntou:

- Está feliz, minha querida?

- Como nunca estive em toda minha vida. - Anne respondeu começando a caminhar em direção ao altar vagarosamente.

Durante todo o caminho, ela via os rostos de seus amigos e conhecidos e ao mesmo tempo que sorria, ela sentia seu coração se acelerar. Anne viu Gilbert no altar e o olhar dele lhe dizia todas as coisas que sonhara ouvir dele em um momento como aquele, mas, que já sabia de cor, pois estavam eternizadas em seu coração. Ela sorriu, e ele também, e a cada passo que dava , ela sentia que estava próxima de realizar seu grande sonho, pois, lá estava seu príncipe com quem tantas vezes sonhara por trás dos muros do orfanato, mas, que ela nunca imaginara que seria tão lindo, tão completamente perfeito e tão somente seu.

Enquanto Anne caminhava de braços dados com Matthew Cuthbert até o altar, Gilbert não pôde deixar de pensar no quanto ela parecia uma rainha, pois chamá-la de princesa seria pouco para a beleza de mulher que lhe sorria como se ele fosse a única pessoa presente naquela praia. Ela mais parecia uma visão, dessas que montamos em nossas mentes, mas que desapareceria com uma simples tentativa de tocá-la. No entanto, a garota envolta em um vestido de renda era tão real quanto a bebezinha que ela carregava, e seu sorriso tinha uma paz que ele gostaria de guardar para toda vida em sua mente. Assim, todos os momentos que vivera com ela lhe vieram a mente, e por pouco ele não chorou ali mesmo no altar, mas se controlou a tempo, pois logo pensou que cena absurda aquela seria de um noivo chorando mais do que a noiva.

Então, ela se aproximou dele, e Matthew a entregou a seus braços com um último beijo na testa, e foi se juntar a Marilia que estava sentada perto do altar e a tudo assistia, enxugando os olhos com um lencinho todo bordado com suas iniciais. acompanhada de Rachel que também não conseguia conter as lágrimas.

- Adorei o seu terno. - Anne disse baixinho, e Gilbert riu ao responder:

- Ainda bem que gostou. Fiquei com medo de te deixar decepcionada.

- Você nunca me decepciona. É lindo de qualquer jeito. - Ela disse acariciando-o com o olhar.

- Você está deslumbrante. Vai deixar com inveja toda as garotas dessa praia. - Ele disse beijando a mão dela com carinho, e Anne apenas sorriu com seus olhos brilhando feito duas estrelas acesas.

Então, eles se ajoelharam e o Cerimonialista começou a dizer as palavras sagradas do matrimônio, exaltando o papel do marido e da mulher na vida um do outro, e a importância de sua união na educação dos filhos que teriam e criariam juntos. Antes da tradicional troca de alianças, os votos deveriam ser ditos pelos noivos, e como Gilbert não havia escrito nada previamente, ele decidiu que falaria o que viesse de seu coração. Assim, ele segurou nas mãos de sua noiva e disse:

- Anne, poucas vezes na minha vida fui tão feliz como agora, quando recebo nela meu único e verdadeiro amor com quem espero viver até quando me for concedida a dádiva de estar nesse mundo. Quero dormir e acordar com você, vendo esse sorriso que me faz sentir o quanto vale a pena estar a seu lado, quero ver nossa filha crescer e ser tão incrível quanto a mãe dela, quero ter mais sonhos e realiza-los todos com você , e quero acima de tudo, te amar e te respeitar como minha esposa e mãe dos meus filhos. Por isso, receba essa aliança como sinal do meu amor e de toda minha fidelidade. - Ele colocou a aliança no dedo de Anne, e logo foi a vez da ruivinha falar os seus votos.

- Gilbert, eu espero que não se importe, mas, escrevi meus votos como um poema. - O rapaz apenas sorriu, sabendo que se emocionaria, pois não havia ninguém que soubesse usar tão bem as palavras quanto Anne. E assim, ela disse:

"Prometo amar-te quando nenhuma estrela no céu brilhar, e eu só puder me guiar pela luz dos olhos teus.

Prometo amar-te quando o sol de um novo dia nascer, me dando a chance de viver mais um instante incrível a seu lado.

Prometo amar-te nos dias mais lindos da primavera, mas lá também estarei nos dias mais cinzentos do inverno.

Prometo amar-te quando seu sorriso for a minha inspiração, mas também segurarei em sua mão quando lágrimas de tristeza marcarem seu lindo rosto.

Prometo amar-te em dias ensolarados quando a felicidade for possível, e em noites sem lua quando a chuva fria for a nossa única companhia.

Prometo amar-te a cada olhar que te faz meu cúmplice de vida, e naqueles momentos em que as palavras não encontram o caminho certo.

Prometo amar-te a cada fim de tarde, e renovar esse amor a cada manhã partilhada com nossas mãos e corações entrelaçados.

Prometo amar-te agora e sempre, muito mais amanhã do que hoje, e ainda mais no futuro dos nossos dias."

- Por isso, meu amado eu aceito a sua aliança assim como desejo que aceite a minha em sinal de todo o meu amor, respeito e fidelidade.- ela colocou a aliança no dedo de Gilbert, e em seguida, o cerimonialista deu a eles suas bençãos finais, as quais eles selaram com um beijo.

Depois disso, uma chuva de arroz caiu sobre eles, enquanto Cole gritava:

- Viva os noivos! – e todos da festa repetiram essa frase em uníssimo.

Então, a festa começou e todos puderam se deliciar com as iguarias francesas que tia Josephine fez serem preparadas nas melhores casa de festa que pudera encontrar. As bebidas também eram deliciosas, e a maioria tinha pouco teor alcoólico, a pedido de Anne que não queria que nenhum convidado mais ousado acabasse se entupindo de bebida, e estragasse a festa como ela vira muitas vezes acontecer. Todos pareciam estar se divertindo, e tanto Anne quanto Gilbert foram cumprimentados pelo casamento durante a festa. Em um desses momentos, os amigos de faculdade de Gilbert se aproximaram e foram falar com os noivos.

- Anne, como você está linda. Desejo-lhe toda felicidade do mundo. - Sharon disse.

- Obrigada, minha querida. Fico feliz que esteja aqui. - Anne disse abraçando a amiga.

- Gilbert, meu chapa. Não pense que vai fugir de nos dar uma festa em seu apartamento quando voltar de lua de mel. - Patrick disse com uma mão no ombro do rapaz.

- Isso mesmo. Nós merecemos depois de ter aguentado todas as suas lamentações quando estava separado da Anne. - Carlos disse em tom de deboche

- Eu assino embaixo dessa ideia. Eu também quero uma festa, principalmente para comemorarmos o fato de que o menino Gil agora é um homem sério e pai de família. - Jonas disse abraçando Gilbert pelo ombro.

- Será que eu também posso participar? Prometo que levo os salgadinhos. - Dora disse um tanto tímida.

- Claro, Dora. Você com certeza será convidada. - Anne disse sorrindo para a garota, que fez Gilbert olhar para Anne com estranheza, assim que todos se afastaram para dançar:

- Quando foi que você e a Dora ficaram amigas?

- Depois eu te conto. Agora não vai dar, pois Marilla está nos chamando para cortar o bolo. - Anne disse puxando Gilbert pela mão.

Após metade do bolo ter sido cortado e distribuído pelos convidados, Anne e Gilbert dançaram a valsa dos noivos, e depois foi a vez da ruivinha jogar o buquê. Sem grandes surpresas, Josie foi a contemplada com o lindo buquê de lírios, pois todos logo imaginavam que ela seria a próxima a se casar. Aquilo soou a Anne como um incentivo para que Muddy se animasse, e acertasse logo as coisas do casamento. Assim, a festa foi rolando até que o relógio marcava onze horas, e todos os convidados começaram a se despedir cansados demais para fazerem qualquer outra coisa. Anne também estava exausta, pois pouco conseguira sentar e relaxar, apesar da vigilância explicita de seu marido.

Assim que Matthew, Sebastian, Marilla e Mary se despediram dos noivos, Anne e Gilbert resolveram também voltar para a fazenda, pois somente viajariam no dia seguinte, mas então Diana os interrompeu e disse:

- Quem falou que a noite de vocês terminou? Temos uma surpresa com todas as saudações de tia Josephine.

- Venham conosco- Cole disse sorrindo para Anne.

- Sim, vocês não vão se arrepender. - Josie incentivou arrastando Muddy com ela naquela pequena aventura.

Um tanto intrigados, os noivos seguiram seus amigos de longa data, se perguntando todo o tempo o que eles estariam planejando. Deste modo, eles caminharam por alguns minutos até chegarem a um ponto mais deserto da praia onde Anne viu boquiaberta uma enorme tenda armada na areia.

- O que é isso? - Gilbert perguntou espantado.

- Seu ninho de amor por esta noite. Achamos que vocês mereciam algo romântico e preparamos essa pequena surpresa. Fiquem tranquilos, que assim que entrarem na tenda há um zíper por dentro que vocês podem fechar como se fosse uma tranca, pois assim não correm o risco de serem incomodados. - Diana disse cheia de animação.

- Mas, não é grande demais para duas pessoas? - Anne perguntou encantada com a ideia de passar a noite com Gilbert ali, pois se sentia a própria Sherazade em um conto das mil e uma noites.

- Não, querida. Quando entrar lá, vai ver porque vão precisar de todo o espaço disponível. - Cole disse com um sorrisinho que fez Anne corar.

- Muito bem, vamos deixar os pombinhos a sós. Amanhã vocês nos contam o que acharam da surpresa. - Josie disse, e assim eles se despediram e deixaram marido e mulher sozinhos.

- Que maluquice, tia Josephine inventou dessa vez? - Gilbert perguntou olhando para Anne.

- Não faço a menor ideia, mas, não acha incrível passarmos nossa primeira noite de casados aqui? – ela perguntou, tocando o rosto de Gilbert com a ponta dos dedos.

- É claro que sim, amor. Tudo com você é incrível.

- Então, vamos entrar e ver o que nos aguarda? - Anne perguntou segurando a mão dele.

- Vamos lá. - Gilbert concordou.

Eles caminharam até a tenda de mãos dadas e quando a abriram, se depararam com um mundo de surpresas. Um colchão macio havia sido colocado no meio da tenda, coberto com lençóis de seda e do teto pendiam véus transparentes que circulavam totalmente o local onde o colchão estava. Havia também uma garrafa de champanhe no gelo, uma cesta de piquenique cheia de guloseimas e uma enorme garrafa de água. Em cima do colchão havia um bilhete com a letra floreada de tia Josephine que dizia:

Olá meus queridos. Foi uma pena eu não poder assistir ao casamento de vocês, mas, espero que me presentem com uma visita em minha casa em Paris tão logo possam fazê-lo. E Anne, meu amor. Espero que aproveite bastante a noite de princesa que te preparei com a ajuda providencial de seus amigos, junto com seu príncipe tão galante e charmoso. Com amor, Tia Josephine.

- Ela pensou em tudo. - Anne disse com um sorriso.

- É verdade. - Gilbert concordou. Depois, ele puxou Anne para seus braços e disse; - Então, minha rainha, o que acha de começarmos nossa lua de mel? - ele perguntou, tocando o rosto de Anne com carinho.

- Tudo o que quiser, meu amor. - Ela respondeu, se deixando envolver pelos braços dele.

Por alguns minutos, nenhum dos dois se moveu, pois queriam aproveitar cada segundo daquele momento em que estavam vivendo a maior emoção das suas vidas. Devagar, Gilbert estendeu sua mão e tirou a coroa de flores com o véu que Anne ainda usava, enquanto ela abria cada botão do terno dele, fazendo-o deslizar para o chão. O próximo item foi o vestido de noiva, que Gilbert não teve problema nenhum para tirar, pois ele não tinha botões, apenas um zíper que ele abriu com habilidade, e logo a renda delicada se juntou ao seu terno dele e foi logo esquecida. Em seguida, Anne fez com que Gilbert despisse as próprias calças, ao mesmo tempo em que ela cuidava da camisa branca dele que se amontoou com o restante das peças assim como suas roupas íntimas. Com cuidado, Gilbert deitou Anne sobre os lençóis que ela quase não sentiu porque o corpo quente dele já mandava mensagens excitantes para o seu, acariciou o rosto dela, e antes de beijá-la, ele disse:

- Você não sabe o quanto senti falta de você ontem a noite. Eu juro que essa é a última vez que dormimos separados.

- Eu também senti saudades, e não quero repetir essa experiência de novo. - Anne respondeu deslizando os lábios por todo o rosto de Gilbert.

Ele, por sua vez lhe tomou os lábios, e a beijou com tanto desejo que Anne sentiu sua pele vibrar, assim, ela entrelaçou suas pernas nas dele, porque desta forma seus corpos ficavam mais juntos, e ela conseguiria sentir Gilbert por inteiro. Desta maneira, muitos toques fizeram suas peles ganharem vida naquela noite, enquanto os lábios ardentes de ambos traçavam uma nova história que começava naquele instante em que suas vidas tinham sido coroadas com os laços do casamento, e Anne se mostrou tão intensa que Gilbert sentiu seu sangue se inflamar naquele calor que vinha dela como se cada parte sua estivesse em contato com brasa quente. O suor escorria por todos os seus poros, e o coração batia mais forte que um tambor. As unhas de Anne arranhando-lhe a pele, faziam com que as sensações no íntimo de Gilbert se intensificassem cada vez mais até que ele sentiu que estava no seu limite, mas ainda assim, ele explorou cada recanto daquele corpo de mulher que abrigava sua filha, e o qual sabia lhe dar um prazer que ele nunca conhecera antes dela. Eles eram assim, tão sincronizados com suas emoções, tão verdadeiros com cada sentimento, e tão apaixonados em cada toque, que nenhuma noite na qual se entregavam um ao outro superava a outra, pois cada vez era diferente, cada boca colada tinha um significado, cada carinho tinha uma nova emoção, e cada entrelaçar de corpos era como um poema de paixão e loucura que nunca se extinguiria.

E assim, Gilbert tomou Anne como sua mulher, mas, antes que começassem a se mover naquele ritmo tão bem conhecido, ele a olhou nos olhos azuis escurecidos pelo desejo e disse:

- Bem vinda a família, Sra., Blythe.- e em seguida o movimento se intensificou, Anne se agarrou no pescoço de Gilbert e se deixou levar para aquela onda no meio do mar que a fazia sua refém , escrava de seus sentidos e totalmente dominada pelo amor daquele homem que a arrastava com ele pelas raias da insanidade, até que tudo se acalmasse e ela pudesse voltar a se sentir inteira outra vez. Um vulcão explodiu em seus corpos antes que esperarem, e foram tragados por ele, mergulhando totalmente no seu calor, e de dois eram novamente um, e de cheios de saudades quase desfaleceram de desejo, e quando por fim tudo voltou a ser calmo naquele sábado que foi o casamento deles, Anne dormiu satisfeita sobre o peito quente de seu marido.

Havia muitas estrelas brilhando naquele céu límpido sem nuvens, e um vai e vem das ondas que mais pareciam estar em um bale secreto cheio de surpresas e fascinação, mas, quem observasse bem, veria que esse cenário apesar de encantador não era o que mais chamava atenção ali, e sim a história de amor que acontecia mais adiante, em uma tenda dos sonhos e entre lençóis de seda, uma princesa e um príncipe dormiam, enquanto a lua soberana emprestava ao céu seu encanto, fazendo daquela noite mais uma para ser lembrada no álbum de memórias de suas vidas.

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