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Capítulo 34 - A felicidade lhe cai bem

Anne saiu para o trabalho se sentindo radiante. Faltava uma semana para o seu casamento com Gilbert e ainda parecia que estava vivendo um sonho, do qual acordaria a qualquer momento.

Ela respirou fundo, absorvendo o ar doce das flores tão característico naquela estação, e sorriu ao observar o movimento nas ruas de Nova Iorque e seu colorido intenso.

Nunca tinha percebido o quanto aquela parte da cidade era bonita. Por viver ali desde criança, Anne se acostumara com os turistas chegando, outros partindo, o corre-corre interminável, a sensação de que as horas no relógio eram insuficientes para tudo o que as pessoas tinham que fazer em um único dia.

Ela deixara de enxergar que Nova Iorque ainda era umas das cidades mais bonitas para se visitar, e que seu encanto estava justamente nos mínimos detalhes, se alguém tivesse tempo de prestar atenção.

Anne crescera naquelas ruas,  fizera amigos, se apaixonara e agora ia se casar com o homem de sua vida. Era inacreditável como conseguira tudo o que desejara, mas seus sonhos não terminavam ali.

Ainda queria escrever um livro, ou vários, se tivesse realmente talento para tentar. Construir uma família com Gilbert também estava em sua lista de prioridades, assim como viajar para lugares incríveis, era outro item para sua lista dos sonhos.

Ela sempre deixara suas necessidades de lado, para se preocupar com as necessidades dos outros, mas agora que tinha Gilbert, não precisava mais se preocupar com isso. Estava feliz e sabia que merecia essa felicidade.

Lutara por ela todos os dias e,   mesmo quando pensara que estava longe de alcançá-la, não desistira de encontrá-la, e o resultado viera, melhor que esperara.

Sem deixar de sorrir, Anne caminhou pelas ruas até o trabalho. Ainda tinha tanta coisa para resolver. Gilbert estava ajeitando a livraria dele para que ela pudesse se mudar para lá com Cole e Diana.

Às vezes, seu coração doía quando ela pensava que estava deixando o patrimônio de sua família para trás.   Era como estar traindo a memória de seu pai, e não gostava desta sensação.

Nestes momentos, Anne contava com o bom senso de sua mãe, que sempre lhe mostrava que estava na hora de seguir em frente, pois não importava o lugar em que estivesse, o amor que ela e o pai compartilharam um dia pelos livros  nunca iria mudar.

Era sua vez de escrever   sua própria história e, por isso, precisava fazê-lo em outro lugar. A livraria dos Blythes era um bom começo e Anne esperava que pudesse criar um vínculo afetivo lá, como fizera com a livraria de seu pai.

Anne chegou no trabalho e foi recebida por Cole, que a encarou e lhe disse em seguida:

— Olha a noiva chegando. Parece que está caminhando nas nuvens.

— Não exagere, Cole. — Anne disse sem graça, mas incapaz de parar de sorrir.

— Não estou reclamando, querida. Sabe quanto tempo faz que não te vejo sorrindo assim? Está tão linda. A felicidade realmente lhe faz bem. — Cole comentou, acariciando a lateral do rosto de Anne.

— Eu estou feliz de verdade, Cole.  Custo a acreditar em tudo de bom que está acontecendo na minha vida.— Anne disse, colocando sua bolsa sobre o balcão da livraria.

— Você merece toda essa alegria. Nos últimos anos, sua vida girou em torno de responsabilidades e contas a pagar. Agora chegou a hora da colheita. — Cole profetizou, fazendo Anne olhá-lo carinhosamente.

Cole era sua família.  Eles se conheciam há tanto tempo que Anne não conseguia lembrar nenhum fase de sua vida que o rapaz não estivesse lá. Diana também fazia parte desse seu círculo familiar, e ambos sempre a apoiaram, principalmente quando perdera seu pai.

Eles poderiam ter seguido a carreira que desejassem, pois tinham talento e inteligência de sobra.  No entanto, se juntaram a ela, quando Anne não fazia ideia de como gerenciar uma livraria.

Devia muito aos seus dois amigos e os levaria com ela para onde fosse, pois o sucesso de seu trabalho sempre tivera um sabor diferente com eles. Assim, não abriria mão da competência dos dois, agora que estava se mudando para a livraria dos Blythes.

— Eu concordo. — Diana disse, se aproximando com uma caixa na mão,  onde pretendia colocar os livros que estava guardando para a mudança. — Você merece tudo, Anne, pois adiou tempo demais sua independência.

— Obrigada, mas quero agradecer a vocês por terem aceitado a se envolver nesse meu novo projeto. Vocês têm certeza de que não preferem trabalhar em outro lugar? Sabem que teriam uma carreira brilhante se quisessem investir em outra área. — Anne perguntou, ajudando Diana com uma pilha de livros que ainda não tinham sido catalogados.

— Somos uma família, Anne. Acho que não consigo trabalhar em outro lugar que não tenha você.  Vai ter que nos aguentar, chefinha. — Cole disse com um sorriso bem-humorado.

— Acho que também não conseguiria trabalhar sem vocês. Estamos a tanto tempo juntos, que é impensável para mim começar meu dia sem nossas conversas diárias.  Quero vocês ao meu lado para sempre. — Anne afirmou, abraçando os dois amigos com carinho.

— Não faz assim. Me deixa emocionado. — Cole falou, enxugando os olhos com o dorso das mãos, fazendo Anne e Diana rirem. Até naquele momento emotivo, o amigo conseguia ser engraçado.

— Ainda acho que Hollywood está perdendo um enorme talento. — Anne disse sorrindo.

— Ah, quanto a isso, eu tenho uma novidade. — Cole respondeu com ar de segredo.

— Conta logo, antes que eu morra de curiosidade. — Anne pediu, com os olhos arregalados, enquanto encarava o rapaz sem desgrudar os olhos do rosto dele.

— Entrei em um curso de teatro. Não é nada muito grande, mas acho que já é um bom começo. — O rapaz falou um pouco acanhado, pois ainda não se sentia seguro com a escolha que fizera.

— Que maravilha, Cole.  Você vai ser um sucesso. Tenho certeza.— Anne disse, empolgada e feliz pelo rapaz.

Cole merecia tudo de melhor, por seu coração imenso e por sua alma gentil.  Sempre torceria pela felicidade dele, assim como ele torcia pela dela.

— Só espero que quando você ficar famoso, não se esqueça de suas duas amigas. — Diana disse em tom de brincadeira.

— É claro que não.  Vocês terão entrada VIP. — Cole respondeu, entrando na brincadeira de Diana.

— E você, Anne. Não vai sentir falta daqui? — A morena perguntou, fazendo com que Anne ficasse pensativa por dois minutos e depois respondesse:

— Vou sim, principalmente porque sinto a presença de meu pai em cada canto dessa loja.  Mas, acho que chegou a hora de recomeçar. Minha vida está mudando e preciso evoluir emocionalmente com ela. Assim, começar de novo em outro lugar, onde poderei colocar minha energia e dedicação para construir algo que seja a minha cara, é um desafio e tanto.

Na verdade, ela estava pronta para viver aquela aventura, com tudo o que a vida lhe reservasse. Estava realizando um sonho, entre muitos, que ainda ansiava viver.

— Você está certa. Recomeçar não é fácil, mas ao mesmo tempo, é tão empolgante.  E por falar nisso, também tenho algo para contar. — Diana anunciou, com um sorriso misterioso pairando em  seus lábios.

— O que é? — Dessa vez foi Cole quem demonstrou ansiedade com as palavras da amiga.

— Estou grávida. — Ela revelou, com seus olhos brilhando de felicidade.

— Eu vou ganhar uma sobrinha? — Cole perguntou de olhos arregalados de surpresa.

— Pode ser um sobrinho. — Diana rebateu.

— Não importa o sexo do bebê.  Vai ser amado por nós do mesmo jeito. — Anne disse, se sentindo emocionada pela morena. — Parabéns, minha amiga. — Ela abraçou Diana e em seguida, perguntou: — Quanto tempo?

— Seis semanas. — Diana disse radiante.

— E o Jerry? O que ele achou da novidade? — Cole perguntou, colocando a mão sobre o abdômen de Diana.

— Ele está feliz. Vamos morar juntos daqui há duas semanas. Quando contei que estava grávida, ele queria que casássemos imediatamente, mas eu pedi para ele esperar mais um pouco. Não quero fazer nada apressado até o bebê nascer. — Diana confidenciou.

Anne não se surpreendeu com a decisão da morena, pois Diana sempre deixara claro que casar não era sua prioridade.  Ela e Jerry estavam juntos a um bom tempo e, por isso, já se considerava casada. Não achava necessário assinar nenhum papel. Mas seu noivo tinha outra opinião.

Por isso, Anne acreditava que eventualmente, a amiga acabaria se casando um dia e especialmente agora, que tinha um bebê a caminho.

— O que decidir, nós te apoiamos. — Ela disse, abraçando a amiga novamente.

— Obrigada. — Diana disse,  com os olhos marejados, porque, naqueles dias, suas emoções estavam inconstantes por conta dos hormônios.

— Bem, chega se choradeira.  Se não continuarmos empacotado esses livros, nunca vamos acabar a tempo para a mudança. — Diana disse, enxugando os olhos com o dorso das mãos.

— Certo, mamãe. — Cole disse, fazendo as duas amigas rirem da brincadeira.

Esse bom humor perdurou durante todo o trabalho que estavam fazendo juntos. Quando Anne estava terminando de lacrar uma caixa, Cole a chamou e disse:

— Anne, chegou uma entrega para você e a deixei em seu escritório.

— Obrigada. — Anne disse, se encaminhando para sua sala.

Quando abriu a porta, uma linda cesta de café da manhã estava sobre sua mesa e antes de ler o cartão, ela sabia quem tinha lhe enviado:

"Bom dia, Chapeuzinho. Espero que essa cesta de café da manhã adoce o seu dia e te faça se lembrar do quanto te amo."

Do seu  Peter Pan.

Ela sorriu feito boba e deixou um beijo sobre o cartão, como se assim Gilbert pudesse saber o quanto ela tinha gostado.

Em seguida, Anne discou o número do seu noivo e esperou ansiosa que ele atendesse. Quando a voz de Gilbert chegou aos seus ouvidos, ela sentiu um arrepio gostoso subir pela sua nuca. Adorava aquela entonação rouca, principalmente se estivessem juntos e no quarto dele.

— Bom dia, meu amor. Queria agradecer a cesta de café da manhã.  Você é sempre encantador. — Anne disse, se sentando na cadeira mais próxima.

— Fico contente que tenha gostado,  mas é só isso que sou, encantador? — Ele disse fingindo indignação.

— Sim, por que? — Anne perguntou rindo.

— Eu esperava por um agradecimento mais elaborado. —. Gilbert reclamou, fazendo Anne rir ainda mais e dizer:

— Ah, entendi.  Está carente hoje.

— Sou carente desde o dia em que te conheci. Nunca quis alguém como quero você. — Ele confessou, fazendo Anne se arrepiar novamente.

— Eu sou completamente sua. Te disse isso tantas vezes. -- Anne o lembrou.

— Eu sei, mas só vou ficar tranquilo quando você estiver casada comigo. — Gilbert afirmou e o coração de Anne se enterneceu.

Como pudera ter tanta sorte por ter encontrado um homem como aquele? Deus! Gilbert Blythe era um sonho.

— Falta pouco agora. — Anne disse, olhando para o cartão que tinha nas mãos.

— Para mim,  parece uma eternidade. —Ele tornou a reclamar.

— Apenas uma semana, Gil.—.Anne tornou a lembrá-lo.

— Mesmo que fosse um dia, eu ia achar que era tempo demais.

— Sinto sua falta. — Anne declarou, pois fazia dois dias que não o via.

Gilbert estava correndo contra o tempo para resolver as questões do trabalho antes do casamento, pois após a cerimônia, eles iriam viajar em lua de mel.

— Eu também.  Não vejo a hora de ficarmos juntos para sempre. — Gilbert disse, parecendo impaciente do outro lado da linha.

— Eu também. Queria tanto te ver. Não acho uma boa ideia ficarmos separados até do dia do casamento Não sei porque concordei com isso.— Anne comentou, de certa forma, frustrada com a situação.

— Você não sabe o quanto isso me deixa chateado também, mas preciso deixar tudo em ordem antes de viajarmos.

— Eu sei e entendo, mas não quer dizer que eu goste da situação. — Anne respondeu suspirando.

— Prometo que depois terei todo o tempo do mundo para você, Chapeuzinho. Agora preciso desligar, pois tenho uma reunião em quinze minutos. Eu te amo. — Gilbert disse, fazendo com que Anne respondesse.

— Eu também te amo. — Anne falou, desligando o telefone.

Após a conversa que teve com Anne, Gilbert colocou o celular no bolso de sua calça social e suspirou, fechando os olhos por dois segundos e tornando a abri-los para fixar sua atenção na paisagem do lado de fora.

Apesar da visão de tirar o fôlego, a única coisa que tinha em mente era Anne. Estava com tantas saudades que seu coração parecia querer gritar. Uma semana para o casamento e ainda parecia tão longe. Após meses sem Anne na sua vida, Gilbert não queria passar mais nem um minuto sem ela, mesmo que seu trabalho o estivesse sugando até a última gota.

— Parece que está distraído, Blythe. — Jerry disse com um sorriso nos lábios.

— Estava pensando na Anne e contando os dias para o casamento. — Gilbert comentou quase com impaciência.

— Posso perceber o quanto está ansioso. Tem tomado tanto café que não me admira se estiver com insônia. — Jerry comentou bem-humorado.

— Você também parece feliz. — Gilbert comentou, sem deixar de notar a expressão alegre do amigo.

— E estou. Tenho uma novidade. Eu vou ser pai. — Jerry contou com um sorriso maior ainda, iluminando seu rosto.

— É sério, cara? Que coisa boa! — Gilbert disse, se levantando para abraçar o amigo.

— Eu ainda não acredito. — Jerry disse, passando a mão pelos cabelos. —.Diana me contou há duas semanas, mas me pediu para fazer segredo até que o resultados dos exames que fez atestassem que tudo estava bem com ela é o bebê.

— E o casamento de vocês? Quando sai? — Gilbert perguntou, se servindo de uma xícara de café.

— Diana quer esperar até o bebê nascer, mas por mim, eu casava hoje mesmo. Porém, vamos morar juntos, pois quero acompanhar diariamente a evolução do bebê. — Jerry disse com um sorriso.

— Eu faria o mesmo se fosse você. Quero muito ter um filho com a Anne, mas não falamos sobre isso ainda. — Gilbert sorriu ao imaginar um bebê todo ruivo como a mãe.

— Anne adora crianças. Vai chegar a sua vez. — Jerry disse ao encarar o amigo.

— Espero que sim.— Gilbert respondeu pensativo.

Aquela conversa não saiu da cabeça do rapaz o dia todo.  Ele se  pegou em alguns momentos pensando naquilo,  e como desejava ser pai de um filho de Anne.

Nunca tivera esse desejo antes, porque não pensara que encontraria a mulher de sua vida tão de repente. Mas um filho era a conexão perfeita de dois corações que se amavam de verdade, como ele e Anne. Só não sabia o que a ruivinha pensava do assunto.

Apesar de achar que era exagero de sua cabeça, o rapaz não conseguiu se impedir de ir até a casa de sua noiva depois do trabalho. Ela estaria sozinha, pois seu pai lhe dissera que sairia com Bertha para jantar,  e aquele era o momento perfeito para ir até lá e perguntar o que desejava.

Quando Gilbert chegou na casa de Anne já eram sete da noite. Ele tinha passado em seu apartamento apenas para tomar banho e trocar de roupa, e depois foi direto para lá.

Assim que Anne abriu a porta, ela o olhou surpresa e perguntou:

— Oi, querido. Aconteceu alguma coisa?

— O  que você acha de termos um filho? — Ele perguntou à queima-roupa, sem sequer respirar.

— Agora? — Ela perguntou com os olhos arregalados.

— Não neste exato momento. O que quero dizer é, podemos ter um filho depois que nos casarmos? — O rapaz perguntou.

— Bem, não quer entrar e me ajudar a colocar a mesa? Estou terminando o jantar.—Anne perguntou, ainda intrigada com o comportamento do noivo naquela noite. Que diabos tinha acontecido para ele vir até ali e lhe fazer aquela pergunta?— Além do mais, não mereço um beijo depois de uma semana sem te ver?—.Ela acrescentou.

— Claro, meu amor. Te dou todos os beijos que quiser.— Gilbert respondeu, dando um passo para frente e envolvendo Anne em seus braços.

Quando seus lábios se tocaram, a velha faísca entre eles se acendeu, fazendo-os aprofundar o beijo ao mesmo tempo.

O sabor da saudade encheu a corrente sanguínea de ambos e, logo, Anne se viu quase sem fôlego.  Não percebeu quando Gilbert a carregou para o sofá, posicionando o próprio corpo em cima do dela e suspirou ao sentir as mãos dele deslizando pelo seu corpo.

Assim que ele moveu os lábios para seu pescoço, ela disse:

— Achei que queria conversar.

— E quero. Mas assim está muito melhor. — Gilbert disse, mordiscando o lóbulo de sua orelha delicadamente, fazendo o corpo de Anne reagir no mesmo instante.— Estou com tantas saudades.

— Eu também.  — Anne afirmou, deslizando as mãos pelas costas do rapaz cobertas pela camisa Polo de algodão. Era uma pena que não conseguisse tocá-lo pele a pele, pois aqueles músculos torneados a faziam perder a cabeça.

— Você veio aqui me fazer uma pergunta e quero saber do que se trata.— Anne falou, mordendo o lábio com força ao sentir os lábios dele no seu colo, exibido pelo decote do vestido que estava usando

— Já te disse. Quero ter um filho com você. — Gilbert respondeu, meio embriagado pelo aroma dela.

— E decidiu começar a treinar agora.— Anne disse, fechando os olhos, quando sentiu o hálito quente de Gilbert em seu busto,  que ainda não fora descoberto.

— Não.  Estou apenas matando a saudades.  Essa semana foi difícil ficar longe de você, Chapeuzinho.

— Bem, está  parecendo que sim —.Anne disse com ar de riso, tocando a ereção de Gilbert sobre a calça jeans.

— Desculpe. Devo estar parecendo um tarado.— Gilbert disse, envergonhado.  Não viera ali para isso, mas Anne era irresistível. O que podia fazer?

— Não se preocupe. Estou animada para fazer o que quiser, mas não para engravidar nesse exato momento.— Anne respondeu ainda rindo.

— Certo. Eu fui impulsivo. Vim aqui apenas para saber sua opinião sobre termos um filho um dia. —  Ele disse, se deitando ao lado dela.

— Entendi. É  tão importante assim, você saber sobre isso agora?— Anne perguntou, acariciando o rosto do rapaz.

— É que vamos nos casar em uma semana, e me ocorreu que nunca conversamos sobre isso. — Gilbert respondeu, afastando uma mecha de cabelo que tinha caído sobre o rosto de Anne.

— Certo. Que tal se jantarmos e aí, podemos conversar sobre esse assunto tão importante para você?

— Não é importante para você? – Gilbert perguntou apreensivo. Não queria pressionar Anne, mas ficaria arrasado se ela não quisesse ter um bebê com ele.

—Claro que sim. Quero muito ter um bebê, mas não logo depois de casar. Acho que sou jovem e quero viver a vida um pouco. —Anne respondeu, se levantando do sofá.

— É claro, querida. Não quis dizer que tem que engravidar logo depois de nos casarmos. Eu também quero aproveitar a vida com você antes de ser pai.

—Então, vamos até a cozinha e conversaremos sobre isso. — Anne disse, segurando na mão de Gilbert e o puxando para a cozinha.

— Tudo bem. —Gilbert respondeu, a seguindo sem hesitar.

Anne colocou os pratos na mesa e serviu Gilbert com uma das massas que sua mãe tinha lhe ensinado e em seguida, perguntou:

— Então, você quer saber se quero ter filhos?

— E você já me respondeu que sim. — Gilbert disse, comendo um pouco da massa com prazer.

— Eu quero muito ter filhos. Gil. Um casal talvez ou mais. Quero nossa casa cheia de garotinhos ou garotinhas como você e eu. Contudo, quero um tempo para curtir nossa vida de casados,  podemos viajar como você me prometeu um dia, lembra? — O rapaz balançou a cabeça concordando. —— E depois, podemos pensar em nossos filhos lindos. — Ela concluiu sorrindo.

— Concordo com você. Tive medo que não quisesse ter um bebê. É lógico que eu nunca te pressionaria, mas de repente, sinto que quero muito isso com você. — Gilbert disse, olhando para Anne daquele jeito que fazia seu coração encher de calor.

— Como pensou que eu não iria desejar ter um filho com você, Gil? Você é o homem que eu amo. — Anne falou, segurando a mão de seu noivo sobre a mesa.

— Eu te amo, Anne, com todo o meu coração, e no dia em que me der um filho, vou ser o homem mais feliz do mundo. — Gilbert falou, sorrindo para a garota ruiva que dali há uma semana seria sua esposa.

— No dia em que eu tiver um filho nosso, vai ser a realização de uma vida. — Anne respondeu, deixando um beijo no rosto do rapaz, fazendo com que ele pensasse que ali estava o tipo de coisa que sempre desejara, ser feliz com o amor de sua vida.

Após o jantar, Gilbert ajudou Anne com a louça suja e quando estava se preparando para ir embora, ela disse:

— Por que não passa a noite aqui? Tenho uma cama bem confortável no meu quarto, se você não se lembra.

— Lembro-me muito bem daquela cama e daquele quarto. — Gilbert respondeu com um sorriso malicioso.

— Boas lembrança, espero. — Anne falou, deslizando as mãos pelo peito do rapaz.

— Lembranças excelentes. Mas, detesto estragar suas expectativas. Se eu ficar, vamos apenas dormir juntos, pois, preciso descansar. Amanhã tenho uma reunião bem cedo e sei que quando estou com você entre quatro paredes, não raciocino direito. — Ele a avisou, segurando em sua cintura.

— Tudo bem, amor. Prometo me comportar. Vamos para o quarto então. Podemos ver um filme. — Ela sugeriu.

— Vai ser ótimo. — Gilbert respondeu, aceitando a sugestão dela, enquanto caminhavam para a escada.

 No quarto de Anne, eles trocaram  de roupa e se deitaram na cama, onde Morgana se juntou a eles. Observando a gata se aconchegar ao  peito de Gilbert,  Anne disse:

— Já vi que vou ter que dividir você com Morgana.

— Tem lugar para vocês duas. — Gilbert respondeu, ajeitando Anne em seu peito também.

Aconchegada  ao peito de Gilbert, após uma hora de filme, Anne acabou adormecendo,  e nem sentiu o beijo do rapaz em sua testa, ou viu o sorriso  terno desenhado no rosto dele  antes de também adormecer ao lado dela.

O dia do casamento chegou e,  quando Anne acordou bem cedo, Cole e Diana  já tinham chegado para ajudá-la a se arrumar.  A ruivinha decidiu que se casaria apenas no civil, pois não conseguia mais se ver em um vestido de noiva, com toda a pompa que muitas garotas da sua idade gostavam.

Sua mãe acatara sua decisão e Gilbert também. Ele lhe dissera que se casaria como ela quisesse, e Anne preferia assim.

Não precisava de uma igreja cheia de gente para dizer o tão esperado sim. Ela estava feliz e a simplicidade fazia parte do seu estilo de vida, mesmo que estivesse indo morar em lugar luxuoso.

O status não importava, o que desejava era o homem que vivia naquele apartamento, e isso ela já tinha, com toda a  certeza.

— Amei seu vestido.— Diana disse, enquanto Anne observava sua aparência no espelho de corpo inteiro.

O vestido que escolhera era branco, de decote simples em V.  A cintura era bem marcada, expondo o quão delgada ela era, e a saia rodada chegava até seus tornozelos. O buquê era de orquídeas brancas, cuja cor representava a eternidade, e era isso que seu amor por Gilbert também significava para ela: eterno.

Cole fizera uma trança única em seu cabelos ruivos, entrelaçando os fios com uma fita creme. Ela não usaria véu por opção, e a maquiagem que Diana lhe fizera realçava lindamente seus olhos azuis.

— Você está linda. Só fiquei decepcionado, porque não vou te ver entrando numa igreja.— Cole disse, enxugando os olhos.

— Não sabia que era tão tradicional, Cole Mackenzie. — Anne disse, sorrindo para o amigo.

—  Não sou, mas adoro cerimônias.— O rapaz confessou.

— E vamos ter uma, só que não na igreja. — A ruivinha falou, tocando o rosto do rapaz com a ponta dos dedos.

— Chega de cena, Cole. Anne precisa ir.— Diana disse, abrindo a porta do quarto para que a ruivinha pudesse passar.

Quando chegaram no andar de baixo, Bertha e John a esperavam, e o Blythe mais velho disse:

— Gilbert vai ficar ainda mais apaixonado quando te ver assim.

— Estou  tão emocionada , filha. Quero que seja muito feliz.— Bertha disse, com seus olhos marejados.

— Eu já sou, mamãe. — Anne disse, abraçando Bertha e John.

— Acho melhor irmos. Posso imaginar o quanto Gilbert deve estar ansioso. Ele sonha com isso há muito tempo. — John lhe contou, fazendo Anne sorrir.

Logo chegaram ao cartório, e para a surpresa de Anne, Gilbert estava do lado de fora e parecia bem nervoso. O rapaz ia reclamar da demora, mas quando ele viu Anne, sua voz morreu.

Ela estava maravilhosa em seu vestido simples de noiva. Tinha tentado imaginá-la de todas as formas, mas ali, à sua frente, ela estava mais linda do que todas as suas fantasias.

— Deus, você está incrível. Não consigo nem descrever o quanto.— Ele disse, se aproximando dela.

— Você também. — Anne disse, admirando seu futuro marido em uma camisa social azul claro e calça no  mesmo  estilo , mas preta.

— Estava ansioso por sua chegada. Vamos entrar? — Ele perguntou, oferecendo o braço a Anne.

Uma vez lá  dentro, o juiz de paz fez todo um discurso sobre a importância do casamento, da cumplicidade do casal ao conduzir o relacionamento e a criação dos filhos. Todo o tempo, Anne e Gilbert se olhavam e o sorriso em seus rostos indicava o quanto estavam felizes.

As únicas pessoas que estavam presentes  no casamento era Diana e Cole como testemunhas, John e Bertha como pai e mãe dos noivos..

    Eles tinham decidido assim, pois preferiram algo mais íntimo, mas a recepção seria na casa de John onde alguns parentes e amigos de ambos estariam presentes. Anne estava tendo o casamento  que sonhara, e nada poderia ser mais perfeito do que aquela cerimônia com as pessoas que amava presentes.

           No final da celebração, o casal trocou o beijo tradicional dos noivos e partiram para a casa de John, transbordando de um sentimento tão sublime que não saberiam explicar em palavras.

  Ao chegarem à festa, uma chuva de arroz os esperava, e Anne sorriu para Gilbert aos ouvir todos gritarem:

— Felicidade aos noivos!

— Enfim, casado, Gil. Pensei que não veria nunca isso acontecer.— Moody disse, abraçando o rapaz com carinho.

   — Eu encontrei a mulher da minha vida. — Gilbert respondeu , beijando Anne de leve nos lábios, fazendo-a sorrir ainda mais.

Eles caminharam pela festa de mãos dadas, parando em alguns momentos para falarem com alguns conhecidos. Quando puderam ter um instante a sós, Gilbert levou Anne para dançar  junto a outros casais ao som de uma banda ao vivo contratada por John.

Nos braços do marido, Anne disse:

— Sua mãe não veio.

— Não.  Eu a convidei, mas parece que ela optou por não estar aqui.— Gilbert respondeu sem nenhum ressentimento.

— Eu sinto muito. —.Anne disse, sentindo em seu coração a mágoa do marido, pois imaginava como ele estava se sentindo.

Olga decidira pelo rancor e deixou o amor que sentia pelo filho de lado, para cultivar o ódio que tornava seu coração mesquinho. Anne apenas lamentava, por ela não perceber o homem que Gilbert era e, por isso, acabara perdendo o momento mais feliz da vida dele.

— Não sinta. Está  tudo bem. Não achei que ela viesse e, de certa forma, é melhor assim.— O rapaz disse, abraçando Anne mais forte ainda.

Ela era tudo o que lhe importava e, se sua mãe não podia ficar feliz por ele, era melhor  que se mantivesse afastada.

— Talvez ela mude de ideia um dia.— Anne o consolou.

— Talvez. — Gilbert concordou, mas nenhum dos dois acreditava nisso.

A festa continuou por muitas horas e,  quando Gilbert olhou no relógio,  já era hora de irem para o aeroporto.

Eles trocaram de roupa em um dos quartos na casa de John, onde Gilbert deixara as malas se ambos mais cedo, e quando Anne terminou de se arrumar, Gilbert perguntou:

— Pronta?

— Sim.

— Então, vamos.— Gilbert falou, segurando na mão dela.

Eles voltaram para a festa a fim de se despedirem dos amigos e parentes, e antes de sair, Anne jogou o buquê, que foi pego por Diana e comemorado por Cole.

— Se prepare minha amiga, pois você é a próxima. — Ele disse, deixando um beijo na bochecha da morena.

Já  do lado de fora da casa, Gilbert e Anne se despediram de John e Bertha que lhes disse:

— Me liguem, assim que desembarcarem do avião.

— Pode deixar, mamãe. —.Anne respondeu, antes de entrar no táxi.

A caminho do aeroporto, Gilbert perguntou:

— Está pronta para viver a maior aventura da sua vida?

—Com você, estou pronta para tudo, meu amor.—.Anne respondeu, se sentindo a mulher mais feliz do mundo.

Assim, eles se beijaram, partilhando aquele momento, que era o início de muitos dias felizes  que os seguiriam dali para frente.

Naquela viagem, não tinham um rumo certo, pois Gilbert lhe prometera que a levaria para os melhores lugares  que ele tinha conhecido na Europa, mas em seu coração, Anne estava pronta  para viver e ser feliz ao lado do homem que roubara seu coração para sempre.

 
Olá, pessoal. Boa noite.   Esse é o último capítulo  da fic. Logo estarei postando o epílogo  me digam o que acharamBeijos
 

Vestido da Anne


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