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Capítulo 31 - A um passo da verdade

Anne estava curiosa, talvez até um pouco ansiosa para saber se seu amigo virtual lhe mandaria uma foto.

Teria deixado essa história de lado, se Gilbert não tivesse insistido tanto para que o fizesse. Ainda não entendia o interesse dele naquela questão, e Anne se perguntava se era ciúme que o motivava a querer saber mais do que ela quem era o rapaz misterioso.

Esse pensamento a divertia e de certa forma a deixava lisonjeada, pois imaginar que Gilbert Blythe estava tão aos seus pés daquela maneira, massageava seu ego como ninguém. Ela não duvidava do amor de Gilbert, porque ele sempre fora tão sincero desde o princípio sobre o que sentia por ela. Contudo, sua relutância em aceitá-lo de volta nunca fora por falta de amor.

Havia uma conexão perfeita entre eles. Tanto física quanto emocional. Mesmo agora que estavam separados, ela podia sentir em cada fibra de seu ser que aquele homem tinha nascido para ser dela. Porém, tal relação estava fadada ao fracasso, porque a mãe dele nunca os deixaria em paz.

Era o inferno sentir um amor tão grande e ter que reprimi-lo por medo de não conseguir lidar com os problemas que esse mesmo sentimento lhe traria. Cole diria que ela estava sendo uma covarde, e talvez realmente fosse, mas ainda assim se conhecia o suficiente para saber que não tinha mais energia para entrar naquela batalha por Gilbert. Ela o amava sim, mais do que devia. Contudo só voltaria para ele se sentisse que seu coração estava completamente seguro.

Afastou os pensamentos de Gilbert e o amigo virtual que talvez nunca viesse a conhecer, e se concentrou no trabalho que tinha pela frente.

Aquele mês, as vendas pareciam infinitamente melhores do que no início do ano. Entretanto, faltava muito para que conseguisse ganhar a competição que o prefeito lançara, e pelo que podia perceber, a livraria dos Blythe estava bem à frente da sua.

Às vezes, ela se perguntava se não tinha sido ingênua demais ou confiante ao extremo por acreditar que conseguiria vencer aquela competição sem grandes dificuldades.

Ela era inteligente, e também provara ser bastante habilidosa em gerenciar o negócio da família, mas Gilbert era muito mais. Ele vinha de uma família próspera e John já era um homem bem sucedido naquele segmento literário quando seu ex-namorado fora trabalhar com ele, e os negócios só cresceram com o passar dos anos.

Se Anne não vencesse, não iria à falência, mas teria que trabalhar ainda mais duro para manter a livraria funcionando como no passado. Estava ali pelo pai dela que amara aquele lugar como amara sua família, e enquanto a livraria estivesse aberta, Anne sentia que uma parte de seu pai também estaria.

Anne estava terminando um cálculo importante, quando percebeu que uma mensagem havia chegado. Ela abriu sua caixa de e-mail, e verificou que Peter Pan havia lhe enviado uma resposta. Assim que leu o conteúdo, ficou intrigada com ele, sem entender o que ele quisera dizer com aquela mensagem.

Cole e Diana apareceram naquele momento como o levantamento de custos que ela pedira, e ao vê-la com a testa franzida, o rapaz perguntou:

-Tem alguma coisa errada?

-Não sei bem. - Anne respondeu, continuando a olhar para o computador em silêncio por alguns minutos, e depois continuou:- Acho que meu amigo virtual está fazendo uma brincadeira comigo.

-O que ?- Diana perguntou, observando o rosto da amiga mudar de expressão rapidamente.

-Eu pedi uma foto dele, e ele me enviou uma fotografia de um cachorro e um quepe de piloto de avião. O que isso quer dizer? - Anne indagou, mostrando aos amigos as duas coisas das quais acabara de falar.

-Ele não disse mais nada?- Diana perguntou, achando tão estranho quanto Anne aquela situação.

-Não exatamente. Ele apenas disse que era um jogo de adivinhação, e que ele enviou a foto do cachorro porque é algo importante na vida dele, e o quepe de piloto quer dizer a lembrança mais maravilhosa que tem de alguém especial. - Anne respondeu, balançando a cabeça sem entender absolutamente nada.

-Ele pode ser um veterinário ou um piloto de avião. - Cole revelou, tentando ver uma lógica naquela combinação de fotos.

-Será que é isso que quer dizer?- Diana interrogou, olhando para as fotos outra vez.

-Pode ser isso, pois nunca falamos sobre nossas profissões. Mas pode também significar outra coisa, o que me deixa bastante confusa.- Anne declarou.

-Ele te pediu uma foto também?- Cole quis saber, encarando Anne com curiosidade.

-Sim.- A ruivinha confirmou.

-Já que é um jogo de adivinhação, por que não manda para ele algo parecido? Se esse rapaz não quer entregar sua identidade de bandeja, você também não deve fazer o mesmo.- Cole a aconselhou, e Anne logo percebeu que havia bastante lógica na afirmação do amigo.

-Mas o que eu poderia enviar? Não tenho muita criatividade para isso, Cole. Vai ter que me ajudar.

-Você poderia mandar a foto de um gato para representar seu favoritismo por felinos, e a foto de uma livraria como seu trabalho atual ou a foto de uma fantasia de contos infantis para representar seu papel de contadora de histórias. -Cole sugeriu.

-E acha que ele vai entender o que significam todos esses símbolos?- Anne perguntou, pensando consigo mesma se seria uma boa ideia.

-Se não entender, vai fazê-lo pensar um pouco sobre isso, como você está fazendo. Bancar o detetive pode ser bem divertido.

-Ou um fiasco total se o cara não for como Anne pensa.- Diana opinou.

-Na verdade, não estou tão interessada nessa história. Só estou fazendo isso por curiosidade e porque Gilbert me pediu. - Anne explicou, o que fez Diana arregalar os olhos e perguntar:

-Qual o interesse dele nisso?

-Não faço ideia. - Anne respondeu e no fundo era verdade. Apenas suspeitava que era por ciúmes, mas quem poderia realmente saber?

-Acha que ele está com ciúmes?- Diana insistiu no assunto.

-Foi a primeira coisa em que pensei.- Anne concordou.

-Com certeza é isso. Gilbert quer ver como está a concorrência, mas nós três sabemos que ele está na frente com folga.- Cole disse, dando uma piscada para Anne, que não podia discordar do amigo.

Desde que conhecera Gilbert, nunca mais conseguira olhar para outro homem do mesmo jeito que olhava para ele. Era como se o rapaz tivesse realmente roubado o coração dela para si. E lá no fundo sabia que ele sempre seria o único homem que a faria se emocionar, sorrir feito boba, e sentir uma paixão que estava além de tudo o que já tivesse conhecido ou experimentado.

Percebendo que seus amigos esperavam que ela dissesse alguma coisa sobre o que Cole acabara de comentar, Anne apenas apontou para a papelada que Cole e Diana tinham nas mãos e afirmou:

-Acho que precisamos voltar ao trabalho. Temos milhares de coisas para revisar.- Diana e Cole trocaram um olhar divertido, e depois se sentaram nas poltronas disponíveis na sala de Anne, e assim começaram a trabalhar.

A ideia de Anne de sair do trabalho mais cedo naquele dia não deu certo, pois perdera mais tempo em burocracia de negócios do que realmente desejara.

Deste modo, quando fechou a loja, Cole e Diana já tinham ido para casa enquanto Anne tinha ficado mais um pouco, para terminar um relatório. Quando estava guardando a chave da livraria na bolsa, ela viu Charles se aproximar e em seguida, ele disse:

-Oi, Anne. Está indo para casa?

-Estou sim.- ela respondeu, ajeitando o cachecol no pescoço.

O inverno estava quase indo embora, e logo a primavera estaria dando seu colorido à cidade de Nova Iorque que ainda tinha um aspecto gelado. Era uma das estações favoritas de Anne, que esperava ansiosamente por ver o centro todo coberto de flores e todas as espécies, a fazendo se lembrar dos passeios que dava com o pai nos sábados de manhã.

-Eu vim te convidar para jantar comigo.- o rapaz revelou de repente, deixando Anne um pouco desconfortável. Charles ainda não entendera que o que existia entre eles era só amizade.

-Não acho uma boa ideia.- ela respondeu logo em seguida ao convite.

-Por que?- ele perguntou, arqueando a sobrancelha.

-Porque eu acho que não devemos sair mais.- Anne disse. Detestava magoar uma pessoa tão bacana, mas também não achava certo vê-lo alimentar um sentimento por ela que nunca poderia retribuir.

-Eu fiz alguma coisa errada?- ele perguntou novamente, com um olhar confuso na direção dela.

-Não. Você é uma pessoa ótima, mas eu sei que seus sentimentos por mim nunca serão correspondidos. - Anne explicou, e o rapaz respondeu:

-Gosto de como as coisas estão entre nós agora.

-Aí que está o problema. Você gosta dessa situação agora, mas como será daqui a algum tempo? Eu fui clara com você desde o início. Podemos continuar amigos, mas não quero te magoar, e por isso, acho melhor não sairmos mais juntos. - Anne esclareceu, vendo o rosto do rapaz entristecer.

-Eu entendo, Anne. Você nunca me prometeu nada,e agradeço por sua sinceridade mais uma vez. Independente do que sinto por você, quero continuar seu amigo, e se precisar de mim, sabe onde me encontrar. E diga ao Gilbert que ele é um cara de sorte, embora eu imagine que ele já saiba disso. - Charles disse, antes de ir embora.

Enquanto observava o rapaz se afastar, Anne respirou fundo. Não gostava de deixar as pessoas tristes, mas naquele caso, não tinha como ser diferente. Charles era um bom rapaz, e entendera com as poucas palavras que Anne usara, que o coração dela não era e nunca seria livre.

Assim, a ruivinha caminhou para casa, aproveitando os últimos resquícios do fim de tarde que atingia uma cor adorável no horizonte. Era um tipo de cenário que deveria ser observado em companhia de alguém, e não em completa solidão como ela estava naquele momento.

Gilbert adorava aquele tipo de coisa tanto quanto ela, o que era mais uma prova de como eram compatíveis em tudo. Ela não se lembrava de ter tido muitas coisas em comum com Roy, mas com Gilbert era tão natural quanto respirar.

Em poucos minutos estava em casa, e quando entrou, foi direto para a cozinha onde Bertha alimentava Morgana enquanto preparava um bule de chá.

-Boa tarde, mamãe. - Anne disse, beijando Bertha no rosto.

-Boa tarde, querida. - sua mãe respondeu, sem olhá-la como de costume, e percebendo a expressão séria de Bertha, Anne perguntou:

-O que foi, mamãe? Parece preocupada.

-Não é nada, meu amor. É que fiz uma coisa que não tenho certeza se deveria ter feito.- Bertha confessou, deixando Anne ainda mais intrigada.

-Por que não me conta? Talvez eu possa ajudar.- Anne sugeriu, colocando a bolsa em uma cadeira e se sentando em outra, à espera do que sua mãe tinha a lhe dizer.

-Não sei se consigo te contar isso.- Bertha revelou, se sentando de frente para Anne, mas sem de fato encará-la.

-Sempre contamos tudo uma para a outra.- Anne a lembrou.

-Eu sei, mas isso é algo difícil de te dizer.- Bertha respondeu, parecendo aflita.

-Não pode ser tão terrível assim.- Anne afirmou, apoiando as mãos sobre a mesa.

-Não sei o que você vai pensar disso. - Bertha falou, respirando fundo, brincando com uma mecha solta de seu coque elegante.

-Você está começando a me deixar preocupada.- Anne falou, e Bertha decidiu contar. Não era fácil para ela, pois ainda não conseguia sentir que fizera certo, e também não sabia quais seriam os sentimentos de Anne a respeito daquilo. Sem o apoio da filha, sabia que não se sentiria forte o bastante para continuar o que começara.

-John me pediu em namoro e eu aceitei.- ela disse por fim, fazendo com que Anne segurasse em suas mãos e respondesse:

-Que maravilha, mamãe. E como está se sentindo.

-Estranha, culpada e em pânico. - Bertha confessou, enquanto o alívio libertava a sensação de peso em seu peito por ter finalmente verbalizado o que acontecera.

-Por que?- Anne perguntou, desejando entender o que se passava na cabeça da mãe.

-Seu pai foi o único homem que amei. Antes dele só tive um namorado que não foi nada sério e passamos metade de nossas vidas juntos. Sinto como se estivesse traindo essas memórias e isso não me faz nada bem.- Bertha contou,e Anne podia entender o dilema no qual ela se debatia. Entretanto, não achava justo que ela se punisse daquela forma. Seu pai tinha partido há três anos, e Bertha era ainda jovem e bonita. Merecia ter uma vida melhor do que aquela a qual vinha vivendo desde então.

-Mamãe, você tem que se lembrar que o meu pai se foi a três anos, e que precisa seguir em frente. É o que ele desejaria para você. John é um bom homem, e pode te fazer muito feliz. Não é traição nenhuma priorizar a si mesma. Por que viver sozinha, se pode ter alguém ao seu lado que a valoriza e que te quer bem? O que viveu com meu pai foi lindo, mas agora já é hora de criar novas lembranças. - Anne disse, a incentivando e com os olhos marejados, mas com um imenso sorriso no rosto,Bertha respondeu:

-Obrigada, filha. Tive medo que não aceitasse que eu e John estamos começando a nos relacionar como homem e mulher, e não mais como amigos.

-Eu sempre vou te apoiar, Mamãe. Quero que seja feliz. - Anne disse, enxugando as lágrimas de Bertha que começaram a rolar por seu rosto bonito.

-Você é uma filha maravilhosa, Anne. Obrigada por ter me escolhido para ser sua mãe. - Bertha disse, fazendo Anne quase chorar também. Bertha e ela sempre tiveram uma ligação especial, e justamente por isso, compreendiam os sentimentos uma da outra com facilidade.

-Tem mais uma coisa que preciso te contar. John quer me levar para jantar amanhã na casa dele, e quer que você também vá. O único problema é que Gilbert vai estar lá. Tudo bem para você? - Bertha perguntou, olhando para a filha com preocupação.

-Tudo bem sim. Eu e Gilbert não somos inimigos, mamãe. - Anne respondeu, mas se perguntando intimamente se era mesmo uma boa ideia ela e Gilbert estarem no mesmo ambiente.

-Você ainda o ama, não é?- Bertha sabia aquela resposta muito bem, mas queria ouvir Anne admitir em voz alta seus sentimentos verdadeiros por Gilbert.

-Amo sim. - Anne admitiu sem grande esforço. Não tinha porque mentir para sua mãe, uma vez que ela a conhecia melhor que ninguém.

-Então, por que não volta para ele, querida? - Bertha a encarou, esperando pela resposta.

-Você sabe porque. - Anne afirmou, encarando a mãe de volta.

-Não deixe que Olga atrapalhe sua felicidade, Anne. Você não deve dar esse poder a ela. O que deve importar é o que Gilbert sente por você, e isso nós duas sabemos o que é. - Bertha a lembrou.

-Eu sei, mamãe. Mas ainda não estou convencida de que Gilbert ficaria ao meu lado se tivesse que escolher entre mim e a mãe dele. E sinceramente, não quero pagar para ver - Anne disse, se levantando da cadeira. - Vou para meu quarto. Diga ao John que irei nesse jantar.

Logo em seguida, ela subiu as escadas e foi direto para o quarto, pois queria tomar banho, e mandar uma mensagem para seu amigo virtual. Se ele podia brincar, ela também podia fazer o mesmo.

Em seu apartamento, Gilbert tomava um uísque enquanto tentava relaxar de seu longo dia de trabalho. As vendas estavam no auge, e o movimento em seu caixa estava melhor do que nunca. Sentia-se satisfeito com sua administração e esperava que seu pai também estivesse.

O que não podia dizer sobre sua vida pessoal que continuava um caos, embora tivesse encontrado uma maneira de chegar ao seu objetivo principal que era conquistar Anne de volta.

Estavam em melhores termos do que antes, e também mais próximos. Não via a hora de revelar a ela que era seu amigo virtual. Tinha que ser cuidadoso e refrear sua ansiedade, e esperava que quando Anne descobrisse que ele e Peter Pan eram a mesma pessoa, não o odiasse por isso.

A campainha de seu apartamento tocou, e Zeus foi o primeiro a chegar lá, abanando o rabo para a visita inesperada, mesmo sem saber quem estava do outro lado.

Foi uma surpresa para Gilbert ver que era John que estava ali, pois raramente seu pai aparecia sem ligar antes. Ele achava que a privacidade de Gilbert tinha que ser respeitada a todo custo, bem diferente da mãe que pensava que o apartamento do filho era dela também e vinha até ali a qualquer momento sem se preocupar se estava sendo inconveniente ou não.

-Boa noite, papai. Está tudo bem?

-Está sim, queria conversar alguns minutos com você, prometo não demorar.

-Vamos entrar então. - o rapaz disse, curioso com a visita inesperada do pai.

Logo que John entrou, ele contou:

-Eu pedi a Bertha em namoro.

-Sério? E o que ela disse?- Gilbert perguntou,animado com aquela boa notícia.

-Ela aceitou. - John respondeu, sorrindo.

-Fico muito feliz por vocês, papai. Sempre achei que você e Bertha iriam acabar namorando uma hora ou outra.- Gilbert afirmou, batendo nas costas do pai de forma amistosa.

-Obrigado, filho. Eu vim até aqui para te contar isso e te convidar para jantar comigo e Bertha amanhã lá em casa. A Anne também foi convidada.

-Acha que ela vai?- Gilbert perguntou, totalmente interessado naquele convite.

-A Bertha acabou de me confirmar que ela vai.- John disse, fazendo Gilbert rir e pensar que a sorte estava mesmo a seu favor.

-Então, eu também vou.- ele respondeu enquanto John ria e afirmava:

-Sabia que diria isso. Está tão apaixonado por aquela garota que não esconde mais de ninguém.

-E por que deveria? Não importo que todo mundo saiba. Anne vai ser minha esposa, papai. Vou trazê-la de volta para mim. - Gilbert respondeu, e tanta convicção fez John dizer:

-Eu também acredito nisso, filho, e saiba que estou torcendo por você.

-Obrigado, papai. - Gilbert falou com um sorriso enorme. Só de pensar que estaria com Anne na noite do dia seguinte, já lhe dava uma motivação imensa.

-Te vejo amanhã, Gil. Preciso resolver algumas coisas pessoais e montar o cardápio do jantar. - John o informou, caminhando para a porta.

-Vai cozinhar?

-Sim. Você sabe que é um dos passatempos favoritos. - John disse com satisfação.

-Vai conquistar a namorada pelo estômago. - Gilbert falou de forma divertida.

-Espero já ter conquistado.- John disse ao se despedir de Gilbert, e enquanto o rapaz o observava partir tudo no que conseguia pensar era em como parecia que a vida agia sempre para o melhor. Seu pai seria muito feliz com Bertha, disso ele tinha certeza, porém isso também o deixava ainda mais próximo de Anne, e era disso que precisava para o sucesso de seu plano.

Quando ligou o computador naquela noite, o rapaz percebeu que havia mais uma mensagem da gata ruiva, e sorriu ao ler as pistas da personalidade dela que Anne enviara, e entendeu que ela ainda não matara a charada das duas fotos que ele mandara para ela naquela semana. Estava louco para revelar tudo a ela, e esperaria só mais alguns dias até que preparasse o cenário perfeito para então deixar que ela soubesse da enorme coincidência que juntou os dois de forma surpreendente.

Na manhã do dia seguinte, Anne decidiu que não iria trabalhar na loja. Era sábado, portanto, poderia realizar o que precisava em casa mesmo com a ajuda de um computador.

Assim, ela se levantou, se vestiu e caminhou até a padaria onde costumava comprar seus pães favoritos. Quando estava observando com certa gula alguns cupcakes de morango, uma mão em sua cintura a fez se virar e Anne quase perdeu o fôlego ao ver que era Gilbert.

-Bom dia, Chapeuzinho. - ele lhe disse de seu jeito mais charmoso.

Não era justo, Anne pensou. Por que ele sempre parecia ter saído da capa de uma revista, enquanto ela estava se sentindo tão sem graça em seu moletom azul, que já tinha bons anos de uso?

-Pensei que estaria no escritório hoje.- ela disse para disfarçar.

-Eu dificilmente trabalho aos sábados. Tiro o dia para relaxar e fazer as coisas que me dão prazer.- Gilbert disse, descendo o olhar pelo corpo dela, fazendo Anne entender, enquanto engolia em seco, o que a palavra prazer significava naquela frase.

-Você ficou sabendo de nossos pais?- Anne perguntou quase correndo, mudando de assunto deliberadamente antes que desse espaço para sua imaginação seguir por outro caminho. Maldito seja! Ela pensou, por que Gilbert tinha que desafiá-la daquela maneira? Era completamente louca por ele, e por isso, manter uma conversa neutra enquanto ele não parava de olhá-la de um jeito sugestivo era a coisa mais difícil de fazer.

-Fiquei sim, e achei ótimo. Meu pai e Bertha sempre se deram tão bem. - Gilbert respondeu, observando o rosto de Anne sem nenhum tipo de maquiagem. Aquela versão era a que mais gostava nela. As bochechas rosadas pelo ar da manhã, os cabelos soltos e se ondulando até as pontas, e aquela boca linda que ele tinha tanta saudade de beijar.

-Confesso que fiquei um pouco surpresa por minha mãe ter aceitado, mas fiquei contente por ela, pois seu pai tem todos os requisitos para fazê-la muito feliz.- Anne comentou, tentando não deixar que o perfume dele que ela conhecia tão bem, seduzisse seus sentidos.

-E eu? - Gilbert perguntou repentinamente.

-Você o que? - Anne respondeu com outra pergunta.

-Não tenho todos os requisitos para te fazer feliz?

-Gilbert, estamos falando de nossos pais e não de nós. - Anne respondeu na defensiva. Era claro que ele podia fazê-la muito feliz, mas a que preço? Precisava que ele parasse de torturar a ambos com aquelas perguntas indevidas.

-Tem razão. Desculpe, me exaltei.

-Tudo bem.- Anne respondeu, encarando-o com carinho, mas também amor, embora tentasse não deixar tão explícito daquela maneira. - E o jantar? Você vai?

-Vou sim. Quer que eu passe para te pegar?- Gilbert perguntou, louco para que ela aceitasse sua oferta.

-Não precisa. Seu pai vai passar para pegar minha mãe e eu.- Anne explicou.

-Está certo. Nos vemos lá então.- Gilbert disse. Em seguida, se aproximou de Anne, se inclinou e falou no ouvido dela com uma voz aveludada:

-Você está linda.

E depois foi embora, deixando a ruivinha com as pernas bombas.

Naquela noite, Anne travava uma grande batalha consigo mesma sobre o que vestir, dizendo a si mesma a todo instante que aquela indecisão não tinha nada a ver com Gilbert, mas no fundo sabia que estava mentindo.

Por fim, acabou por se decidir por um vestido cinza no estilo tubinho, de mangas longas e justo que chegava até seus joelhos. Ele tinha um decote redondo que favorecia seu colo alvo, e seu corte simples destacava suas curvas de forma discreta.

Como não fazia muito frio, ela não precisaria de nenhum casaco, e seus cabelos ruivos foram escovados até brilharem como se fossem cobre polido. Seus lábios e olhos foram destacados com uma maquiagem suave, e para completar, um par de brincos de pérolas lhe deu o ar elegante que desejava.

Quando John veio buscá-las, ele disse com um sorriso muito parecido com o de Gilbert:

-Vocês estão lindas. Que sorte a minha estar acompanhado de duas mulheres tão atraentes.

-Obrigada, querido. Você é sempre tão gentil. - Bertha respondeu, corando feito uma colegial.

-Eu só disse a verdade. Vamos?- ele perguntou, oferecendo um braço a cada uma. E assim as guiou até o carro.

Pelo tempo que durou a viagem, Anne se sentiu ansiosa e sabia porque. Iria ver Gilbert, e seu coração parecia até bater de forma diferente. Quando John estacionou o carro, ela viu que Gilbert já havia chegado, e se sentiu ainda mais nervosa.

No momento em que ele apareceu na porta para recepcioná-los, Anne pensou que teria um colapso. Ele estava tão bonito em uma camisa social verde escuro com os dois primeiros botões abertos, e calça jeans desbotada que ela se perguntou como conseguiria resistir passar as próximas horas apenas em conversas informais, quando tudo o que queria era se envolver naqueles braços tão confortáveis.

Era vergonhosa aquela necessidade absurda que tinha dele. Como se precisasse desesperadamente de ar e ele fosse seu oxigênio. Se não fosse por sua força de vontade, já teria se rendido aquele homem que assombrava seus pensamentos noite e dia.

-Que bom que chegaram. Eu já arrumei a mesa, papai.- Gilbert disse, sem tirar os olhos de Anne.

Ela estava maravilhosa como sempre, e parecia que seus cabelos ruivos combinavam com praticamente qualquer cor, embora soubesse que ela discordaria dele se dissesse o que acabara de pensar em voz alta.

-Obrigado, filho. Se estiver bem para todo mundo, creio que podemos jantar. Eu sei que Bertha costuma se recolher cedo, e não quero que ela se canse demais.- John disse, e Anne ficou encantada com todo o cuidado que ele demonstrava com sua mãe.Ele era realmente o homem certo para estar ao lado dela, e ficava feliz por Bertha ter decidido aceitá-lo em sua vida.

Anne e Bertha assentiram e quando estavam sendo levadas à sala de jantar, Gilbert disse apenas para que ela ouvisse:

-Esse vestido te deixou tão sexy. O que eu não daria para tirá-lo de seu corpo.

Anne sentiu cada parte dela ficar em chamas. Maldito homem! Iria provocá-la a noite inteira, e seria uma prova de fogo fingir que não se sentia afetada por isso.

Eles se sentaram à mesa, e logo estavam provando uma massa deliciosa feita por John. Bertha lhe contara que ele era um excelente cozinheiro, mas Anne não imaginara o quanto ele era realmente bom.

Após alguns goles de vinho, e uma sobremesa divina feita de damasco, eles foram para a sala de estar, onde continuaram conversando por mais algum tempo. Quando Gilbert percebeu que seu pai e Bertha estavam entretidos um com o outro, ele pegou Anne pela mão e disse:

-Venha comigo. Quero te mostrar algo.

Anne o seguiu e assim que chegaram na varanda, ela perguntou:

-O que quer me mostrar?

-Olhe para cima.- Gilbert pediu, e ela obedeceu, ficando extasiada com a visão acima deles.

Uma lua imensa e circulada por uma luz alaranjada em volta brilhava com toda sua beleza, enquanto estrelas que estavam próximas dela pareciam lhe prestar referência como uma rainha que comandava o céu inteiro.

-Isso é lindo.- Anne murmurou, ouvindo Gilbert comentar:

-Eu sabia que iria gostar.

Eles permaneceram em silêncio por alguns minutos, observando aquele espetáculo natural, até que Anne disse:

-Meu amigo virtual me mandou uma mensagem.

-É mesmo? E como ele é?- Gilbert perguntou, fingindo interesse.

-Não sei. Ele me enviou uma foto de um cachorro e um quepe de piloto.

-Que tipo de pessoa, manda uma foto assim para a garota que supostamente quer conhecer?- ele disse como se estivesse realmente indignado. - Acho que está escondendo alguma coisa.

-Cole acha que ele é veterinário ou piloto. - Anne contou.

-E você o que acha?- Gilbert perguntou, dessa vez interessado de verdade na opinião dela.

-Não faço ideia, e também não estou tão interessada assim. Na verdade, você parece mais interessado que eu, por que?- ela quis saber, passando as mãos pelas laterais do vestido.

-Acho que é natural eu querer conhecer meu rival em potencial.- Gilbert respondeu, não permitindo que Anne desviasse o olhar do seu.

-Não estamos em uma disputa aqui, Gil.- Anne o lembrou.

-Na verdade, estamos sim, e é pelo seu coração.- Gilbert respondeu, olhando-a intensamente.

-Por que você faz tanta questão de me deixar sem jeito? - ela perguntou, balançando a cabeça, e se sentindo vulnerável. Aquilo nunca ia acabar. Era como um círculo vicioso, e um ataque ao seu bom senso e saúde mental.

-Porque eu te amo. Já te disse isso milhares de vezes. Quando vai acreditar em mim?- ele respondeu, quase como se implorasse para que Anne olhasse para dentro de seu coração e enxergasse o sentimento lá dentro, firme e pulsante.

-Eu acredito, só não acho que vai dar certo.- mais uma declaração para deixá-la maluca.

-Então não acredita o bastante.- o rapaz disse com os olhos entristecidos.

-Gilbert, temos que discutir isso hoje? Nossos pais estão tão felizes. É o dia deles, não nosso. Não vamos estragar isso.- Anne falou, apelando para o bom senso dele.

-Tudo bem. Não vou insistir nisso. Mas ainda vou fazer algo que vai te surpreender.- ele disse, e em seguida pediu: -Posso te pedir uma coisa?

-O que é?- Anne disse, com o coração batendo forte, já imaginando o que ele desejava.

-Me deixa te abraçar? Estou com muita saudades disso.

-Pode sim.- pois acabara de perceber que precisava daquilo também.

Gilbert a enlaçou pela cintura, e a trouxe para mais perto, e enquanto Anne se aconchegava em seus braços, ele decidiu que contaria a ela a verdade no dia seguinte.

Olá. Mais uma capítulo atualizado. Desculpem a demora. Espero que possam me deixar suas opiniões sobre ele. Beijos e obrigada por lerem.



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