C A P Í T U L O 49
Estava muito ansiosa por este capítulo!
Pov★Ian
— Vocês dormiram juntos duas noites? — ouço a voz de Bonnie quando entro no quarto de Anna.
— Sem se pegar? — agora foi a vez de Mia. Encosto a porta atrás de mim e observo em silêncio Anna conversar com as amigas por Skype pelo celular na varanda do quarto.
Quando ela pretendia responder as perguntas pigarreio a fazendo se assustar.
— O almoço já será servido. — sorrio percebendo seu rosto ruborizar. Aceno em direção a câmera frontal do celular com a intenção de ser visto por suas amigas. Pisco na direção da zangadinha e saio do quarto.
Estava no corredor quando meu celular começou a tocar. Atendo analisando minhas opções.
— Ian Lewis. — soou formal.
— Agenda está lotada, Sr. Lewis? — pergunta minha mãe sarcástica.
— Para você nunca, belle femme*.
— Usando o francês para se livrar? — questiona. — Steven me ligou e contou algumas coisas. — acrescenta fazendo com que eu pare imediatamente de andar fechando os olhos com força.
Fofoqueiro!
— É, coisas desnecessárias. Fofoca é muito feia. — tento descontrair.
—Ian, eu sei o quanto isso é difícil, mas quero que saiba que eu, sua mãe, estou aqui. Sempre estarei. Você é meu bebê! — suas palavras aquecem meu coração.
— Achei que daria um discurso das vinte maneiras de aceitar que Scott ainda é meu pai.
— Não, você sabe das suas escolhas. — Supira do outro lado da linha. — Eu te amo e amo seu irmão.
— Também te amamos.
*Belle femme: bela moça.
Ficamos conversando por mais alguns minutos antes de descer as escadas encontrando todos a caminho da sala de jantar. Meus olhos logo encontram Scott conversando com tio Nolan.
— Tudo bem? — pergunta Ember se aproximando de mim depois de um tempo encarando Scott.
— Sim. — tento sorrir.
— Somos família, Ian. Estaremos sempre juntos. —encoraja-me tocando meu ombro e sorrindo.
— Obrigado. — agradeço retribuindo o sorriso e seguindo para sala de jantar.
Respirei fundo várias vezes antes de qualquer pessoa chegar perto de mim. Eu estava estressado e inquieto, as coisas ainda pareciam fora do lugar.
— Desculpe a demora. — diz Anna ao se aproximar. — Estava conversando com minhas amigas.
— Sem problemas. — respondi seco e sem olhá-la.
—Você está bem?
— Sim, estou perfeitamente bem. — afirmo evitando olhar em sua direção.
— Certo. — concorda desviando seu olhar para meus primos que se sentavam a mesa.
Meus avós sempre foram apaixonados por discursos e naquele almoço não foi diferente. Os papos fluíram e eu permaneci calado diante de todos eles.
Ian Lewis não é calado.
Eu não costumava gostar de ficar sozinho ou me afastar de rodas de conversa, pelo contrário, sempre fui o tipo de pessoa que todos acham agradável ter por perto. Mas eu de um tempo para cá comecei a sentir a necessidade de ficar afastado.
Era sábado e iríamos embora depois do almoço do domingo, parecia que não havia aproveitado quase nada de Los Angeles. Minha cabeça estava a mil e pedia um descanso extra.
— Hey, posso sentar? — pergunta Nike já se sentando ao meu lado em um banco de madeira no jardim da casa. — Não vou nem perguntar se está bem, sua cara já responde. — gosto de Nike ser direto e de poucas palavras. Sorrio o encarando. — Sabe o Ted? Aquele carinha que mora no fim do condomínio. — pergunta mexendo no celular em suas mãos.
— Sei, o que tem ele?
— Ele vai dar uma #superfesta, então eu disse que estávamos em Los Angeles e o cara nos convidou. As festas dele são as melhores e é nossa despedida da Califórnia. — esclarece me exibindo o banner da tal festa. — Perguntei a todos e todos concordaram, só falta você.
— Se a maioria que ir...
— Unanimidade! — corrige.
— Se é unânime por mim tudo bem. — respondo me rendendo a vontade de todos para ir a tal festa, mesmo desanimado.
Pov ★ Anna.
Festas =
Bebidas alcoólicas.
Tumulto.
Música alta.
Corpos suados.
Paquera e muitas outras coisas.
Nunca fui a menina festeira que gosta de dançar com um copo de bebida em mãos, não julgo quem gosta, mas eu não sou assim. O universo das farras ainda não me agradava tanto, porém estava disposta a me divertir.
A grande casa parecia pequena para a multidão de gente que fazia coisas diferentes em lugares diferentes.
Meus olhos analisam a sala de estar que mais parece uma boate com um balcão com vários bancos onde se serviam as bebidas.
Nike para e sorrir em forma de cumprimento para um cara de cabelo verde com um grande alargador em sua orelha direita.
— Os Lawrence! — exclama o garoto entusiasmado recebendo o cumprimento de todos, exceto por Maggie e eu que apenas sorrimos sem exibir os dentes. — Estou muito feliz que tenham aceitado o convite. Fiquem à vontade e bebam até cair. — dito isso ele sai.
Luke agarra a cintura de Maya e diz algo no ouvido do irmão mais velho, Dean, antes de seguir para a multidão.
— Vamos para o jardim. — diz Ember segurando a mão de Desiree, elas eram as mais próximas das meninas. Então, logos elas também somem na multidão.
— Anna e eu ficamos juntas e os três marmanjos circulem por ai. — afirma Maggie praticamente me puxando. Olho para Ian que pareceu querer questionar, mas não o fez, apenas assentiu e seguiu com Dean e Nike. Ele parecia distante e estranho, não haviamos trocado nenhuma palavra desde o almoço e isso fazia uma voz interna querer xingá-lo de todos os nomes possíveis.
Idiota.
Parvo.
Imbecilizado.
Palermo.
Basbaque.
Tantã.
Mentecapto.
Pateta.
Tolo.
Bocó.
Mas que ainda assim queria o ter por perto para me sentir segura.
Caminhamos até outra parte da casa que também tinha bebidas espalhados, mas desta vez em cima de uma mesa de mármore.
O gosto musical dos organizadores da farra era péssimo, a música não agradava meus ouvidos e muito menos acendia a vontade de dançar.
— Vamos beber o que? — pergunta a garota vestindo uma calça jeans praticamente toda rasgada e uma blusa de alça branca. Seus cabelos pretos permaneciam intocáveis em seu rabo-de-cavalo.
— Você só tem dezesseis anos! — a repreendo cruzando os braços.
— Eu gosto de beber socialmente. — retruca pegando uma garrafa e dois copos.
— Vou fingir que acredito. — digo a seguindo para um canto vazio da festa. Nos sentamos ao mesmo tempo no chão e eu respiro fundo.
— Eu peguei uma garrafa de whisky! — comemora despejando nos copos.
Não entendia de bebidas, só sabia o que era um shot, isso porquê havia me embriagado dele.
Tomamos o primeiro copo ao mesmo tempo.
Era muito forte! Foi a primeira coisa que pensei depois da primeira golada no copo.
Tentei ajeitar meu corpo de um modo confortável e discreto, já que o macaquinho preto floral de alça fina parecia curto. Ele tinha um decote bonito e não tão ousado na frente me deixando mais tranquila.
— Mais uma rodada! — exclama Maggie mais eufórica enchendo outra vez o copo. Eu não pretendia beber mais, queria ficar sóbria para mostrar ao Ian que sei me cuidar sozinha, mas de longe observei o mesmo conversando com uma garota loira que parecia bem feliz com a conversa, sei que não tenho o direito de sentir tanta raiva como senti, porém eu não estou nem aí. Puxei a garrafa da mão de Maggie e dei várias goladas tentando ser forte e aguentar o líquido rasgando minha garganta.
Idiota.
Parvo.
Imbecilizado.
Palermo.
Basbaque.
Tantã.
Mentecapto.
Pateta.
Tolo.
Bocó.
Depois de um tempo suspirei derrotada e quase completamente bêbada olhando pessoas sorridentes dançando, queria dançar, a música havia melhorado.
—Eu quero dançar! — birro me levantando do chão gelado.
— Por quê? — questiona exibindo a terceira garrafa ainda cheia. Havíamos bebido duas garrafas de bebidas completamente diferente e vazias.
— Porque eu quero! — respondo tirando a jaqueta jeans clara que me aquecia a amarrando na cintura. Segui para pista de dança um pouco tonta, mas com passos confiantes.
Uma boa música ecoava pela pista de dança improvisada fez meu corpo iniciar movimentos lentos. Eu praticava a porcaria da dança e queria exibir isso, mesmo que sob o total efeito do álcool, em sã consciência nunca me exibiria através da dança, era minha arte principal.
Respirei fundo mais uma vez tentando recuperar minha sanidade, mas não foi possível. Anna Bêbada estava no comando.
Pov ★ Ian.
Meu humor estava excelente para uma festa, sarcasticamente falando.
Nike, Dean e eu desengatamos um papo sobre viagens, resgatando um pouco de risadas que pareciam petrificadas em mim.
— Eu tenho medo de ficar longe da minha família. — admitiu Dean bebericando sua garrafa de cerveja. — Outro Estado não é moleza.
— Parece que a Maggie é tão irresponsável que não irá conseguir sobreviver sem mim. — zomba Nike sorridente.
Eu tinha esse medo, isso acabava comigo, pensar que teria que deixar as duas pessoas mais importantes da minha vida para trás.
Respiro fundo olhando por todo lugar mais uma vez, algo me dizia para ficar preocupado com o ser humano chamado Anna. Mas nada, ela parecia ter sumido da minha visão.
— Oi! — uma voz conhecida faz com que vire meu rosto para trás, estávamos sentados nas banquetas do bar improvisado. — Você se lembra de mim? — a dona da voz fina pergunta, seus cabelos loiros estavam jogados para trás, ela era bonita. Porém eu não me lembrava e não fazia nenhuma diferença lembrar ou não.
— Desculpe...
— Eu sou Debbie, irmã do Ted. — parece querer a todo custo que me lembre.
— Ah, sim! — finjo recordação e olho para meus primos que seguram o riso.
— Você continua muito bonito, claro que está muito mais. — elogia passando as mãos pelo cabelo. Sorrio em agradecimento. Volto a bebericar minha bebida desejando que ela se vá. Mas isso não acontece, a garota se senta ao lado de Dean, já que eu estava no meio e começa a tagarelar sem parar não percebendo nosso desconforto.
—Você viu alguma das meninas? — pergunto discretamente para Nike que saiu com a desculpa de querer ar e retornou a sentar ao meu lado direito.
— Ember e Desiree ainda estão lá fora e é só isso que sei. — dá de ombros. Passo as duas mãos pelo rosto começando a me preocupar.
Droga!
— Tem mais bebida aí? — esbraveja Luke irritado se aproximando de nós. Seu rosto estava vermelho de pura raiva.
— Amigo, o que houve? — pergunta Nike corajoso.
— Vocês já olharam para a pista de dança dessa merda? — sua resposta em forma de pergunta desperta nossa curiosidade. Olhamos ao mesmo tempo para a tal pista de dança e logo minhas perguntas sobre o paradeiro de Anna são respondidos.
Maggie, Maya e Anna dançam recebendo a atenção de todos. Os passos pareciam lentos e sensuais. Mas era só ela que me interessava. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado por conta de seus braços que se movimentam para o alto.
Fecho rapidamente os olhos controlando sentimentos descontrolados.
Ela só está dançando. Tudo bem, tudo bem.
Ficará tudo bem até ninguém se aproximar dela.
—Elas estão bem! — ameniza Nike.
Respirei fundo outra vez tomando uma golada maior da cerveja e estava conseguindo me controlar, mas não durou muito tempo. Alguns caras se aproximam das três e falam alguma coisa que em segundos fazem elas pararem de dançar.
Me levanto rapidamente ajeitando a manga da jaqueta de couro marrom.
— Ian! — tenta me acalmar Dean.
— Quem são? — a loira chata ao seu lado pergunta. Ignoro a conversa e caminho sendo seguido por Nike e Luke.
O cara carrancudo que estava muito próximo delas sorriu de uma maneira estranha sendo acompanhado de seus amigos.
— Algum problema? — pergunta Luke chamando atenção.
— Eu é quem pergunto. — retruca o carrancudo cruzando os braços. Suspirei fundo de novo.
— Só vou repetir a pergunta, algum problema? — questiono encarando o cara.
— Só queríamos bater um papo. — responde tentando manter sua pose.
— Mas nós não queríamos! — grita Maya chamando atenção. Eu era pacífico, queria resolver as coisas numa boa, mas quando dei por mim Luke já estava socando o cara e o baque havia levado ele ao chão ocasionando as tentativas de Luke em tentar descontar sua ira no cara debruçado. Os amigos dele se meteram fazendo com que Nike e eu também, logo Dean apareceu e aliviou a barra. Depois de segundos consegui separar Luke e o carrancudo que tinham literalmente se atracado.
— Ian... — tenta ir para cima do garoto.
— Já chega! — esbravejo em alto e bom tom. Aquela pequena confusão havia chamado a atenção de todos presentes. Olho para os dois e mantenho meu olhar sob o ensanguentado cara que tirou minha paciência. — Peça desculpas! — exijo o encarando. Ele rir e cospe sangue.
Autocontrole. Repito me aproximando do mesmo.
— Pede a merda das desculpas! — eu estava com raiva, muita raiva. — Agora!
— Não quero problemas. Desculpem aí! — diz me encarando fixamente sem sinceridade alguma.
Pretendia voltar a questioná-lo, mas um toque em meu ombro surge.
— Vamos embora! — ordena Ember aparecendo do nada.
Todos começam a segui - lá enquanto eu bufo na inconveniente presença daquele ser.
— Acho melhor ir e levar essa princesinha aí atrás. — viro lentamente e vejo Anna nos encarando. Sorrio sarcasticamente para o cara e toco seu ombro.
— Nunca chame a minha namorada de princesinha. — repreendo próximo ao seu ouvido.
Olho novamente para trás na intenção de que ela percebesse a deixa para irmos embora e pelos céus ela entende acelerando seus passos para me seguir.
Eu ficava distante não por querer e sim por precisar. Nunca fui muito bom em controlar minhas ações impulsivas.
Quando finalmente conseguimos chegar onde o carro estava estacionado encaro Anna pela primeira vez na noite. Ela parecia nervosa.
— Me diz que não está bêbada. — peço encostando meu rosto na porta do carro do vovô.
— Só um pouquinho. — responde com a voz arrastada. Ela cambaleia em minha direção e consigo sentir o cheiro forte de Whisky.
— Vamos fazer o seguinte, você entra no carro, vamos para casa dos meus avós para tomar banho e amanhã eu brigo com você. — explico tocando suas bochechas, ela concorda mesmo nem tendo raciocinado sobre o que falei.
Tranco a porta do meu quarto tentando fazer silêncio, mas Anna parecia querer dar risadas.
Tento desamarrar a jaqueta jeans de sua cintura para fazê-la tomar banho. Mas ela sai correndo apenas de meia para cima da cama se jogando em seguida, não poderia a deixar dormir sem ao menos ter lavado um pouco do álcool presente em seu corpo.
— Linda, coopera comigo. — peço me aproximando da garota que encara o teto. — Chuveiro! — tento a convencer, porém só ganho um puxão que faz com que nossos corpos fiquem próximos. Suas mãos acariciam meus braços que me mantinham sob ela, sem a jaqueta de couro, estava apenas com a camisa preta e a calça jeans azul.
— Promete que nunca vai me abandonar! — seu pedido me pega desprevenido. Encaro seus olhos e tiro algumas mechas de cabelo do seu rosto. — Me promete que vamos envelhecer juntos sentados em cadeiras de balanço. Seus cabelos serão brancos e só as fotos nos permitirão lembrar que foi loiro, mas os seus olhos e seu sorriso não mudarão, sua essência não mudará! Eu quero estar ao seu lado para exibir o quanto sou orgulhosa de você. Me promete que vamos realizar todos nossos sonhos juntos e que vai estar lá quando me sentir insegura a ponto de querer desistir. Me promete que quando estiver triste você estará lá! — seus olhos se fecharam e lágrimas desciam molhando o travesseiro.
Minha visão estava turva por conta de todas as lágrimas que prendi ali, mas elas foram involuntárias e caiam sem meu consentimento.
— Me promete?!
— Eu quero envelhecer ao seu lado, eu quero tudo com você, os momentos bons e ruins, mas não posso te prometer isso, quero primeiro resolver as coisas da maneira certa, porém sou muito covarde para correr o risco de perder você, de deixá-la partir. — admito encostando nossas testas e fechando os olhos com força.
— Eu espero tudo se resolver, nunca vou te deixar. — afirma limpando minhas lágrimas involuntárias e abraçando meu corpo sob o seu.
Era para ser fácil, eu queria que fosse fácil, só que não é!
Senti sua respiração tranquila contra meu rosto e a encarei percebendo que dormia de uma forma serena. Me levantei com todo cuidado e tirei a camisa me rendendo ao fato que estava precisando de um banho.
— Ian. — olho em direção da cama a vendo um pouco inquieta. Caminho novamente em sua direção depositando um beijo em sua testa.
— Estou aqui. — declaro acariciando seus cabelos.
— Eu amo você. — admitiu virando para o outro lado e me deixando paralisado com a confissão.
Ela estava bêbada!
Tentava encontrar uma razão boa para aquelas três palavras terem saído de seus lábios, mas eu queria muito que fosse verdade.
— Por que você nunca está consciente para dizer essas coisas, seria mais fácil. — sussurro baixinho ainda a encarando. — Talvez eu também respondesse com as mesmas palavras. — suspiro derrotado e voltando a pensar o quanto preciso de um banho.
Bjs♥
Esse capítulo marca o início do fim kkkkk
Estamos na reta final!!!!
Não sei quantos capítulos mais teremos antes do fim💔 Mas será tenso!
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