C A P Í T U L O 45
Pov ★ Anna
Meu pai descia minha mala esverdeada com cuidado pelos degraus da escada. Meus olhos apenas acompanhavam sua facilidade em carregar as trouxas que eu levaria para a casa dos avós de Ian.
— Lembrem-se nada de dormirem na mesma cama. — adverte minha mãe ao meu lado. — Eu coloquei um remédio na bolsa, caso não consiga fazer o todas as suas necessidades fisiológicas. — arregalo meus olhos incrédula com sua fala.
— Mãe! — a repreendo.
— Você nunca viajou para tão longe assim e muito menos sozinha. Sou mãe e fico preocupada. — admitiu com pesar em suas palavras. Seus olhos brilhantes me encaravam esperando que algo saísse da minha boca.
— Eu amo vocês e vou ficar bem. — disse pegando a mala da mão de James e suspirando fundo.
— O passarinho precisa conhecer outros ninhos, querida. — James toca meu ombro. Sorrio para meu pai e lhe dou um abraço apertado, nós podíamos não ter o mesmo sangue, mas éramos pai e filha. — Cuida do meu amigo Ian sei que ele fará o mesmo por você. — pede e eu assinto conseguindo respirar.
— Agora tenho que ir! — declaro olhando para minha família que parecia feliz, mas receosa com minha ida para Califórnia. — E ficará tudo bem. Amo muito vocês. — abraço um por um e logo após pego minha mala seguindo em direção a porta.
Parecia que eu estava indo para faculdade que tanto queria em Nova Iorque.
Andar com uma mala pela rua me fez sentir independente e poderosa.
Vou viajar! Era o que se repetia em minha mente agitada por está saindo da rotina.
Olhei para o outro lado da rua tentando manter minha expressão amena e tranquila quando reparei no carro de Jess nos esperando.
Ian saiu da sua casa com seu celular e um fone de ouvidos em mãos.
Já eram eram quase 4:30p.m, nosso vôo sairia lá pelas cinco e o mais impressionante sempre foi a casualidade que ele lidou com as coisas, a expressão não me parecia tão satisfeita com a ida para Los Angeles. O meletom e calça jeans preta refletiam seu humor do dia, boné branco cobria seus cabelos deixando tudo com mais mistério.
Fiquei o observando até ser notada.
— Oi. — cumprimenta me encarando.
—Oi. — continuo a analisar suas feições. — Tudo bem?
— Sim. — ele se aproxima depositando um beijo em minha testa e pegando minha mala para colocar no porta-malas.
— Não me parece muito animado.
— Talvez eu não esteja. — atento para a maneira que coloca minha mala esverdeada no carro. Era uma mala bonita, mas não merecia tanta atenção quanto a que ele insistia em dar.
— Eu nunca sai do Texas, o mais longe que fui foi para Austin, que nem deve ser dita como " o mais longe". Essa será minha primeira viagem. — explico pondo as mãos no bolso traseiro da calça jeans escura que apertava meu corpo. — E eu quero me divertir. Me promete que tentará aproveitar? É importante, principalmente para sua família.
— Dias de ações de graça são difíceis, Anna. — suspirou frustado fechando o porta - malas.
— Então faça esse ser fácil. — pisco para ele e entro dentro do carro.
Jess e Steven conversavam sobre como o garoto deve se comportar e obedecer ao irmão mais velho.
— Oi. — cumprimento colocando o cinto de segurança.
— Oi! Está animada para se aventurar na Califórnia? — pergunta Jess eufórica enquanto Ian entra e se senta no banco ao seu lado.
— Ainda estou pensando nas possibilidades de aventuras. — respondo arrancando uma risada engraçada de Jess.
— Acredite você não irá querer nem pensar, nessa viagem.
★ ★ ★
Assim que descemos do carro um medo repentino surgiu me deixando receosa em relação ao avião, porém logo fui tranquilizada através da presença do quarterback. Entrelaçamos nossas mãos por todo caminho em direção ao chek-in do aeroporto.
Jess Lewis abraçou cada um de nós e demorou mais dizendo algo para Ian. Eu entendia como ela se sentia, agora que finalmente conseguiu seguir em frente merecia passar o tempo que for preciso com quem ama, só que isso não excluiria Ian e Steven, isso apenas acrescentaria mais alguém.
Sob o olhar da mãe abatida seguimos para o embarque. Steven ficou na poltrona do meio, entre Ian e eu. Tentei relaxar o máximo possível naquele metal voador focando no ligeiro fato que em menos de três horas estaríamos no lugar mais longe que tenha ido até agora.
Senti uma mão balançar meu corpo fazendo com que despertasse do sono aparentemente profundo do qual estava.
— Chegamos! — a voz de Ian me traz a realidade. Cocei meus olhos observando ele tirar meu cinto de segurança enquanto o piloto falava coisas que meu subconsciente exausto não entendia.
Me levantei ainda sentindo o mundo girar e sorrir ao perceber que Steven estava na mesma.
—Que horas são? — pergunto caminhando com eles para fora do avião.
— Quase 07:00 p.m. — Ian responde colocando o moletom preto sobre o ombro, apenas a camisa branca básica cobria seu abdômen.
Suspirei. Não um suspiro de insatisfação, mas aquele de emoção. Caramba, eu simplesmente havia aguentado aproximadamente três horas dentro de um avião! Tudo bem que passei a maior parte das horas dormindo, só que ainda é emocionante!
Já andávamos pelo saguão do aeroporto quando uma placa com nossos nomes apareceu no meio da multidão que andava contrária ao homem mais velho parado sorridente.
Como ele sabia meu nome?
Steven assim que leu seu nome saiu correndo e se jogou contra o senhor. Ian ao meu lado entrelaçou nossos dedos durante nossos passos em direção ao cara desconhecido.
— Você fazia isso sempre que me via. — brinca o senhor assim que nos aproximamos. Ele se referia a ação de Steven.
— Qual é, vô? Já sou grandinho. — o sorriso de Ian estava iluminado e então percebi a semelhança entre os três, os olhos.
— Já sou grandinho, blá blá blá. — imita o avô do loiro me fazendo rir. — Mas ainda pode me abraçar? — seus braços foram abertos e Ian nem pensou antes de abraçar o avô. Steven e eu ficamos os observando, existia uma conexão intensa entre os dois, aquele abraço mostrou isso.
Quando eles enfim se separaram os olhos brilhantes do velhinho pararam sob mim. O sorriso se alargou.
— Vô, essa aqui é a Anna, minha namorada. — suas duas últimas palavras ainda faziam meu corpo se arrepiar e seu toque em minhas costas ajudou isso.
— Muito prazer! — exibi meu melhor sorriso estendendo a mão.
— Olá, me chamo Martin Lawrence. — o sorriso do avô de Ian era a réplica do seu, o sorriso genuíno que aquece seu peito. — E você já é muito famosa no grupo da família Lawrence. — ele soltou uma risada ao dizer isso. Encarei Ian sem entender nada, o mesmo apenas deu de ombros. — Saiba que já faz parte da família. — sua última frase antes de segurar a mão de Steven e caminhar para a Saída. Aquela frase que mexeu com tudo em mim, principalmente o medo, eu não podia me apegar a pessoas que só estariam na minha vida por causa de Ian, nós ainda éramos uma mentira, mas para ser sincera eu nem sabia o que era falso e o que era verdade na minha vida.
— Tudo bem? — um toque em meu ombro me traz a realidade, de novo.
— Sim, acho melhor corrermos senão perderemos o seu avô. — respondo ainda encarando Sr. Martin se afastar.
Ian agarrou minha mão novamente e caminhamos o mesmo caminho que os dois.
Quando finalmente toco o solo de Los Angeles (não que o aeroporto não seja) sinto a brisa da noite recém chegada sob meu rosto e de cara percebendo o quão lindo era tudo por aqui.
—É possível se apaixonar à primeira vista por uma cidade? — pergunto para o quarterback ao meu lado. Ele sorrir.
—É, mas ela costuma ser traiçoeira, te envolve e faz com que nem queira sair. — zomba sorridente, bato no seu ombro acompanhando sua risada.
— Então, vamos crianças? — Sr. Martin surge em um Mustang cinza. Sorrio para ele entrando no carro e seguimos para o meu lar por quatro dias.
★ ★ ★
O sobrenome Lawrence me parecia ser importante, mas ainda eram hipóteses criadas por mim, só que quando entramos em um jardim, que mais parecia o jardim botânico de Middleton, fiquei boquiaberta. Uma grande placa prateada dizia que estávamos na casa da família Lawrence, porém "casa" não definia aquele lugar, estava mais para mansão.
Meus olhos pareciam se iluminar com o ar moderno do local, algumas paredes eram de vidro e outras tinham um tom neutro.
Desci do carro ainda um pouco deslumbrada com tudo ali.
—Vamos, entrem! — Sr. Martin seguiu pelo caminho rumo a grande porta branca e Steven se disparou em direção ao avô.
Ian tirou nossas malas do carro colocando na pequena passagem feita com pedras, segurei a minha firmemente temerosa com que havia do outro lado da porta principal.
— Você está bem? — pergunta acariciando minhas bochechas. — Parece assustada.
—Assustada? Ah, não! Estou bem. — minto coçando a orelha e forçando um sorriso. Ele me analisa e sorrir de lado.
— Tudo bem. Mas vamos entrar. — eu congelei quando seus pés deram pequenos passos e consegui ouvir o barulho das rodas da sua mala e da de Steven.
— Ian! — chamo seu nome. — Eu quero voltar para Houston. — suplico me aproximando. Seu olhar se aprofunda aos meus e suas mãos tocam novamente meu rosto arrastando algumas mechas de cabelo para trás da orelha.
— Certo, acalme-se!
— E se seus avós não gostarem de mim? E se todos me odiarem? — pergunto transtornada.
— Ei. Ninguém vai te odiar, isso não é possível. Você conquista todos a sua volta e nem se esforça para isso. — nossas testas permaneciam grudadas. — Eu vou estar lá com você, segurando sua mão.
Suas palavras aqueceram meu coração, assim como o sorriso sincero que sempre carregava no rosto.
— Certo, me sinto melhor. — digo entrelaçando nossas mãos. — Agora temos que entrar.
— Olhem, eles estão aqui! — uma voz feminina parece cantarolar. Me afasto de Ian observando uma senhora de vestido tubinho de cor azul se aproximando. — Achamos que haviam fugido. — Ian a encara e abre um sorriso. — Como meu menino cresceu! — se emociona.
— Ah, não, vó! — exclama o loiro abraçando a bonita senhora.
Alguns minutos se passaram com os dois daquela forma, porém o sorriso alegre preencheu novamente o rosto da mulher.
— Ah, você deve ser a Anna! — me surpreendeu com um abraço apertado tentei retribuir sem tanta força.
— Muito prazer.
— Eu me chamo Kate, sou avó desses seres. — tenta limpar sua maquiagem um pouco borrada. — Vocês devem está com fome. Bem, temos umas guloseimas já que foram os primeiros a chegarem, todos irão vir somente amanhã. Mas vocês são muito bem vindos hoje. Entrem. — Kate diz puxando minha mala um pouco pesada. Mas não pareceu com tanta dificuldade de continuar.
Já eram quase meia noite quando novamente rolei pela cama exageradamente grande. Por mais que tentasse o sono não vinha e me frustrava cada vez mais.
O jantar havia sido pizza e pela primeira vez em tempos não conseguir fazer minha mistura favorita. Os avós de Ian são legais, só que não me senti bem para deixá-los apavorados com meu costume.
Quando fui vencida pela falta de sono levantei buscando minhas pantufas de gatinho para poder descer em busca de um copo d'água.
Fiz silêncio quando desci pelas grandes escadas e fui mais silenciosa ainda quando tirei uma garrafinha com água gelada. Mas uma voz rouca me assusta quase fazendo um grito de banshee sair por minha garganta.
— Está devendo? — zomba Ian tirando a garrafinha de minha mão. Reviro os olhos.
— Você me assustou!
— Achei que já estivesse dormindo. — dá uma golada.
— Também achei que conseguiria depois de enviar uma mensagem para minha mãe. Mas não conseguir. — suspirei.
— É porquê é um lugar estranho? — pergunta me encarando.
— Provavelmente. — nos encaramos até um sorriso iluminar seu rosto a luz da lua.
—O que acha de dormir comigo? — arregalo os olhos surpresa com sua proposta. — Só vamos dormir. — ergue as mãos em claro sinal de rendição.
Talvez eu não devesse aceitar, mas perder uma noite de sono poderia me privar de aproveitar o máximo Los Angeles. Não iríamos fazer nada de errado, apenas dormir. Então caminhei lado a lado com o loiro, sua porta ficava próxima a minha e acabei percebendo isso quando entramos no seu quarto. O cheiro dele já impregnava o ambiente.
Ian tirou as sandálias brancas e se esticou na cama, timidamente fiz o mesmo, nunca havia dividido um ambiente tão próximo com alguém.
Engatinhei até finalmente consegui me pôr debaixo das cobertas, ficamos nos encarando e aflitos para dizer algo, algo profundo. Mas que nunca conseguia sair.
— Boa noite, Ian. — analisei um pouco mais sua íris.
— Boa noite, zangadinha. — me viro lentamente ficando de costas para ele, aquela posição era perigosa e eu sabia disso, porém relaxei quando seus braços rodearam minha cintura fazendo com que seu corpo se aninhasse ao meu trazendo conforto naquela noite.
Bjs♥
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