Capítulo 15
Jenny
Passei o dia praticamente me escondendo dentro do quarto, Susan veio me trazer o almoço sempre me olhando espantada, mas eu não tive ânimo para conversar, minha vida estava uma bagunça e eu só queria ficar num canto quieta.
Mais tarde fui até a cozinha onde tinha um telefone e liguei para Julie.
-Menina eu te liguei umas trocentas vezes! Você saiu com Mike Angels! Custava ligar para dizer o que estava acontecendo? Como isso aconteceu? E porque você não me contou nada?
-Julie por favor para de fazer tanta pergunta! Nem eu sei como explicar essa história toda. Eu te liguei por que faltei aula ontem e quero saber o que aconteceu.
- Ah, você foi a fofoca da universidade apenas isso, acho que você já virou celebridade. Até eu e Ryan viramos celebridade, todo mundo queria perguntar de você e, por falar em Ryan, ele também tentou falar com você, o coitadinho está muito preocupado, liga para ele também. Você vai para aula hoje, nós não terminamos o trabalho - Nossa como Julie fala.
– Sim eu vou para a aula hoje e a gente conversa melhor lá e não, não vou ligar para Ryan, falo com ele na universidade – quando termino de falar vejo que não estou mais só na cozinha - Julie eu preciso desligar, nos falamos depois - desligo o telefone e olhando para Mike. Ele estava muito sério.
– Nós temos show essa noite e gostaria muito que você fosse.
- Eu tenho aula hoje à noite.
- Não tem problema, vai começar bem quando encerram suas aulas, você pode levar sua amiga Julie se quiser.
- Está bem... – Respondi incerta e ele simplesmente saiu da cozinha.
Vi que ele deixou uma caixa em cima da mesa tinha meu nome escrito, abri e dentro tinha um celular.
*
Cheguei à universidade e a primeira pessoa que vejo é Ryan, ele parecia estar me esperando.
- Oi Ryan! – Eu sorrio ver um rosto conhecido me fez tão bem de repente! Estou desesperada por normalidade.
- Oi Jenny! – Ele fica uns instantes me olhando e diz – Mike Angels, hein? Será que você não poderia me arranjar um concorrente mais do meu nivel?
Eu coro.
– É complicado.
- Eu tenho certeza que é... – ele diz – Sabe Jenny, esses caras famosos, eu sei que deve ser o sonho de qualquer mulher, mas. . .
- Oi gente! – Diz Julie aparecendo! – Meninaaaa! Precisamos conversar! - eu estava constrangida com a conversa com Ryan e precisava escapar dali imediatamente, por isso disse a primeira coisa que pude pensar para Julie.
– Quer ir para o show dos Anjos Caídos hoje?
Ela começou a gritar e nisso consegui desviar sua atenção de mim um pouco, Ryan só me olhava.
*
As aulas terminaram e o motorista já nos esperava.
– Uiii amigaa, tá podendo hein? Até motorista! Ficou ricaaa! Não esquece de mim!
- Ai Julie eu não fiquei rica... – Respondi sem graça.
- Nossa nem acredito que vou a esse show, as entradas são tão caras. Por falar nisso, meninaaa agora você não escapa, você beijou Mike Angels! Ah pior você transou com ele não foi? - Eu a olhei repreendendo - Você perdeu a virgindade com ele! - eu revirei os olhos - Me contaa, me conta tudo, ele é delicioso né? O negócio dele deve ser enorme não? Ai, Deus não ia ser assim tão malvado de fazer ele de pau pequeno.
Eu nem conseguia responder porque ela não parava de falar e ao mesmo tempo eu estava vermelha de vergonha imaginando o motorista ouvindo tudo.
Finalmente chegamos ao local do show e o motorista nos deixou na entrada ao lado que era especial para o staff. Quando saímos do carro fomos recepcionadas pelo que deveria ser a relações públicas do evento, uma jovem muito magra, cabelos curtos, óculos vermelhos e aparência muito ocupada.
– Olá eu sou Janine e vocês são Jennifer e Julie, vou levá-las até o camarote da família, venham!
Julie me olhou como se fosse desmaiar e eu apenas segui. Chegando lá a família já estava e isso quero dizer Mark com seus pais, irmão e cunhada.
– É hoje que eu morro! Mark Anderson amiga! – Julie dizia enlouquecendo ao meu lado.
Entrei no camarote me encolhendo, a cada dia eu queria ser mais invisível.
-Oi Jenny! Você deve ser Julie – Mark nos cumprimentou.
Eu me afastei e deixei Julie curtindo todo o serviço vip, eu não estava com a menor fome. Apenas me acomodei em uma das cadeiras que davam diretamente para o palco e Mark se aproximou de mim.
– Vou te dar uma dica importante, aproveite o show para conhecê-los melhor, preste atenção nas letras, ouça todas as músicas como se fosse a primeira vez. Quase todas elas contam histórias e para quem não sabe, passam despercebidas.
Eu concordei em silêncio, a multidão abaixo de mim fervilhava, milhares de pessoas animadas e ansiosas. O palco era muito grande, com muitas luzes e dois telões enormes. Observei alguns fotógrafos tirando fotos de onde nós estávamos e coloquei a mão no rosto numa tentativa de me resguardar.
De repente o palco todo escureceu e o som da música "Love is forever" começou a toda, as luzes piscaram mostrando Dan na bateria, Jim no baixo, logo depois Azze num belíssimo piano de calda e o mundo veio abaixo quando a luz iluminou Mike cantando os primeiros acordes da música, que falava sobre um amor eterno, da saudade, da paixão, da perda e que ele iria ficar na eternidade provando que o amor era para sempre.
Muitas vezes, enquanto cantava trechos específicos das músicas, ele olhava diretamente para mim. Algumas performances no palco eram muito sensuais, inclusive entre Azze e Mike o que definitivamente nesse momento não agiam como irmãos. Quando não aguento olho para Mark.
– Isso não te incomoda um pouco? - perguntei sem entender esse sentimento que me deu.
– Sim, incomoda, mas é apenas um show.
Me virei e continuo assistindo, logo uma música especialmente sensual começa e vejo Mike e uma das dançarinas numa cena, parecia que ele iria transar com ela no palco. Foi me subindo uma raiva, um ódio, o jeito que ele olhava para ela, que tocava nela, estava ficando um pouco demais.
Me levantei, avisei que iria ao banheiro e fui, joguei uma água no rosto, mas não estava adiantando muito, a raiva ainda persistia. Ouvi gritos altos vindo da plateia o que me indicou que o show estava no fim, pensei em esperar na anti-sala do backstage por Julie e o restante do pessoal, a dançarina semi nua passou por mim com a maior cara de satisfação, quando Mike veio logo atrás ainda sorrindo e cumprimentando a todos, até que se detém quando me vê.
- Ei... – Ele me diz – Gostou do show?
-Gostei, muito bom e para você foi muito divertido pelo que pude ver..
-Algo errado? Você parece chateada.
- Não! Nada errado, tudo bem – fui saindo, ele me pegou pelo braço.
– Venha aqui, você vai me dizer o que está te incomodando – falando isso me puxou para o seu camarim e trancou a porta - Fale!
- Eu não tenho o que falar e não quero ficar aqui te atrapalhando, eu pude ver que você está ocupado.
- Ocupado com o que? Seja mais específica.
- Olha me deixe em paz! Eu quero ir embora, você tem muitas mulheres querendo você. A dançarina mesmo deve estar te aguardando.
- Você está com ciúmes? – ele falou sorrindo.
- Ciúmes? Porque? Eu não tenho nada com você! – Mas, quando terminei de dizer essa frase fiz algo que nunca na vida pensei que faria e comecei a atirar coisas nele, não sei dizer o que me deu e nem o que estava atirando, porque eu nem olhava o que era. Ele se desviava e sorria, chegava a gargalhar e isso me deixava com mais ódio ainda.
- Já chega! – e prendeu minhas mãos – Você quer quebrar coisas Jennifer? Então vamos quebrar! – e começou a me beijar selvagemente.
Fomos nos batendo nas coisas e quebrando tudo que tinha no camarim, entre beijos, carícias, mordidas, arranhões e chupões, ele me penetrou e nós continuamos nesse embalo.
Do lado de fora alguém começou a bater e perguntar se estávamos bem, mas não ouvíamos e gritamos alto quando chegamos ao orgasmo. Enquanto várias pessoas escutavam o barulho, Jim e Dan chegaram e dispensaram a plateia.
*
Depois que recuperamos o fôlego, ficamos deitados na cama do camarim observando a destruição em volta de nós.
- Eu. . . Me desculpe por isso. . . Não sei o que deu em mim. . . - comecei a falar constrangida.
- Te desculpar pelo que exatamente? Por me deixar cada dia ainda mais louco por você? Como se isso fosse possível. Talvez eu te perdoe – ele falou sorrindo.
Não resisti e falei sem poder conter minha boca:
– Você já transou com ela? - ele me olhou longamente.
– Com ela quem? Vivian, a dançarina? - eu assenti sem responder - Jennifer, ao longo da minha vida eu transei com muitas mulheres - eu levantei de um salto.
– Seu canalha, cretino... – Gritei.
- Mas – ele me segurou firme em seus braços – com ela eu não transei.
- Não me importa mais.
- Jennifer, eu estou vivo há 367 anos... – eu me sacudia em seus braços tentando escapar – Sim, todo esse tempo, apesar de você estar sob minha pele, tive meus momentos de solidão.
- Eu não quero ouvir – falei sacudindo a cabeça, de novo eu só queria escapar e disse algo sem pensar só para tentar me livrar – Pena que não tenho tanta experiência como você, mas gostaria de ter tido mais.
Senti até o vento parar de soprar nesse momento, meu vampiro aborrecido sabia fazer até mesmo o mundo parar de girar.
- O que você quer dizer com isso? – ele falou me encarando com o olhar escurecendo e muito sério.
- Estou dizendo que gostaria de ter tido mais que beijos e amassos antes de te conhecer!
Acho que nesse momento consegui deixar o homem sem fala, ele estava possesso quando finalmente falou.
– O quanto você andou beijando e se agarrando por aí? Quem tocou em você? E onde?
- Colegas de escola e... Ryan... – nossa, assim que acabei de falar me arrependi amargamente.
Ele apenas ficou olhando para mim e eu para ele, durante um espaço de tempo que pareceu muito grande, apesar de ter sido apenas minutos, então me soltou.
– Vá para casa Jennifer, o motorista provavelmente já está lá em baixo te esperando.
- Mike. . . – eu ainda tentei falar, mas ele se virou e saiu do camarim.
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