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07 - Ainda não foi dessa vez...


Tânia voltou a sua mesa de cabeça baixa, pensando em tudo o que havia ouvido na cantina, como as pessoas são engraçadas, a Bruna me chamou de selvagem, mas quem estava atacando era ela mesma... Então quem é a selvagem aqui? Parece que as pessoas pedem silêncio aos berros... Mas isso não importa agora! A promessa do dia era distribuir alegria e energia positiva, então não posso me dar o luxo de ficar triste... Então bora focar no trabalho e ver como termina esse dia, assim que começa a checar os e-mails quando Marcelo se aproxima de sua mesa:

— Tânia, algum problema? Você chegou tão radiante hoje e agora tá com essa cara triste e pensativa... Me fale quem fez isso que eu já vou chegar na voadora! — diz com um leve sorriso tentando descontrair.

— Puxa... Nada passa despercebido de você né??? Por Santa Sara, para que fica me bisbilhotando o tempo todo! Não tem serviço pra fazer não? — brinca Tânia se fazendo de brava.

— Sabe eu tenho muito o que fazer, mas te percebi um pouco triste e resolvi me dedicar ao que realmente importa, que é a sua felicidade! — retrucou com um sorriso sedutor nos lábios...

— Ah, pronto! Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece... — e começa a sorrir... — Só você mesmo pra me fazer rir depois de tudo...

— Tá vendo... Pelo menos te fiz sorrir... E isso já é um grande começo... Que tal me contar o que te aflige? — insiste Marcelo.

— Ah, nada demais... Só as implicâncias e perseguições da Bruna... Na maioria da vezes eu relevo e levo na esportiva... Mas hoje me chateou um pouco, implicou com a minha roupa e ainda debochou da minha origem, me chamando de selvagem... É que eu não consigo entender, eu nunca fiz nada de mal pra ela... Parece que só a minha existência incomoda... — disse com os olhos marejados.

— Concordo, só a sua existência incomoda essa é a explicação mais obvia! — responde com tranquilidade.

— Mas isso não é justo... — Tânia tenta concluir mas é interrompida pelo Marcelo.

— Calma! Deixa eu concluir, ou melhor deixa eu anotar. — e pega um bloco e uma caneta que estava na mesa de Tânia. — Vou anotar tudo aqui, só pra você não esquecer, Você é linda, tem personalidade, um perfil único, inteligente, cativante, porque em menos de seis meses que você está trabalhando aqui e todo mundo gosta de você! Uma pessoa alegre, carismática, batalhadora, dedicada, compromissada, gentil e ainda a melhor amiga da chefe! E ainda tem a coragem de chegar no trabalho em plena segunda feira, dia em que o mau humor impera, distribuindo sorrisos e vestida como uma princesa linda... Você acha que não vai incomodar?

— É... Você tá brincando, né?... — responde meio encabulada enquanto os seus olhos brilham e o sorriso renasce em seus lábios.

— Na verdade estou falando muito sério. E eu poderia ficar a manhã toda aqui, só pra fazer uma lista das suas qualidades... Você é uma mulher incrível, de muita luz. Então compreenda que isso pode trazer uma certa insatisfação em algumas pessoas... Por isso, não se ofenda com esses comentários, como a minha mãe vive dizendo cada um dá o que tem! Então trate de entender que ninguém pode oferecer a bondade e a luz que só você tem! — concluiu com um largo sorriso!

— Nossa muito obrigado! Estou sem palavras pra te agradecer! — respondeu feliz.

— Que bom! Já te devolvi o sorriso! Já ganhei o meudia! E toma guarda esse papel pra nunca mais esquecer da mulher maravilhosa que você é! Agora vou voltar pra minha mesa, antes que a minha chefa chata me chame a atenção... — responde Marcelo sorrindo e entregando o bloco volta para a sua mesa.

Tânia olha para o papel e sorrindo guarda na gaveta, gostava muito do Marcelo, mas de fato não esperava que ele fosse um homem tão sensível... E com mais ânimo, antes de se debruçar no trabalho, pega o telefone e liga para o orfanato e combinando com a Ana Paula os detalhes do sábado, com a sua ajuda faz uma lista de tudo o que ela ia precisar para o lanche e na mesma hora envia por e-mail para a Mônica, na esperança de que ela além de comprar os itens leve também ao orfanato... E só assim se concentra no trabalho até ser interrompida novamente por Mônica:

— E aí, mulher? Não tá com fome? — pergunta com um sorriso.

— Ah, nossa fiquei tão concentrada que nem me liguei que já está na hora do almoço. — responde um pouco espantada.

— Então vamos logo! Pega a bolsa e vem logo que estou morrendo de fome! — convida Mônica.

— É pra já! — responde pegando a bolsa e acompanha a amiga.

E sairam as duas em direção ao mesmo restaurante que servia a comida caseira de que tanto Mônica gostava, foi uma caminhada tranquila e silenciosa. Mas assim que chegam ao restaurante e econtram uma mesa livre Mônica ouxa assunto:

— Tânia, desculpa mas eu preciso te falar! VOCÊ ESTÁ UM ARRASO USANDO ESSE VESTIDO! — fala com uma voz empostada.

— Ah, que isso... Obrigada! — agradece constrangida.

— Mas você está proibida de vir trabalhar vestida desse jeito. —fala tentando parecer séria.

— Nâo??? — pergunta sem entender.

— Não mesmo! Porque atrapalha a produção dois funcionários, os homens ficam babandop e as mulheres espumando o canto da boca de inveja! — explica caindo na gargalhada!

— É dificil agradar viu... Se uso as minhas roupas de brechó, me chama de cafona, mas se uso um vestido chique só pra variar um pouquinho atrapalho a produção da empresa... Prometo, amanhã venho trabalhar pelada! Porque o problema for a roupa pelada o problema acaba! — responde entrando na brincadeira...

— Misericórdia, não precisa exagerar... — repreende Mônica. — Se não sabe brincar, não desce pro play!

— O melhor foi a sua cara de espanto... — disse Tânia revidando o deboche

— É que eu fiquei pesando aqui... Se vestida desse jeito, o Marcelo já quase infartou, imagina se você for trabalhar vestida de eva? Você mata o coleguinha... — responde.

A conversa foi interrompida com a chegada do garçom que trouxe os pedidos, assim que ele se afastou Mônica continua:

— Estou imaginando o conflito em que você está vivendo de um lado um professor de educação física e de outro o bonitão e intelectual do Marcelo... É muito sofrimento para uma mulher só... — zomba mônica depois de uma garfada.

— Ai, Mônica! Você não existe! Deve me achar uma tonta que vive esperando um principe encantado! Mas não... Já desencanei do César e o Marcelo sempre foi um grande colega de trabalho... — responde pensativa.

— Você deve estar é cega mesmo... Ou você acha que eu não ví o Marcelo, todo cheio de atenção na sua mesa? — insiste.

— Mas como tú é fofoqueira mulher! Vou te dar um felino de presente que aí você cuida das sete vidas dele e me deixa em paz... — responde fingindo indignação — E outra, você como gerente deveria proibir relacionamento entre colegas de trabalho!

— Eu??? Imagina! Nem morta! A vida pessoal da equipe não é o meu foco! Imagina se eu vou empatar o prazer dos outros... Fora do expediente ninguém é de ninguém e cada um que se cuide! — retruca Mônica terminado o seu prato. — Eu cobro produção e empenho, não acho correto interferir na vida pessoal, a não ser que isso esteja prejudicando o trabalho da pessoa e mesmo assim, a minha postura vai ser pra ajudar e nunca proibir.

— Isso sim é que é uma "chefa" de valor! Quando eu crescer quero ser igual a senhora! — zomba mais uma vez Tânia.

— Para de puxar o meu saco, só pra desviar o assunto... E me responda agora, já que você desencanou do César que tal dar uma chance pro Marcelo? Estou te perguntando como amiga antes que você diga que eu sou gerente e não devo me intrometer em sua vida pessoal... — desafia Mônica.

— Sinceramente, eu não descarto a possibilidade não... Ele é bonito, sensível e muito gentil... Ah deixa a coisa acontecer... — responde pensativa... — Mas ainda acho que você deveria cuidar da sua vida!

— Eu prometo cuidar da minha vida... Mas deixar de cuidar da sua, iiso nunca! Que graça tem ser sua amiga e não me intrometer? — conclui sorrindo.

— Então tá combinado... Vamos que a nossa hora está passando e não podemos atrsar porque temos muita coisa pra fazer hoje! — respondeu fazendo uym sinal pro garçom pedindo a conta.

As duas saíram do restaurante ainda conversando animadamente, afinal assim era a amizade das duas o assunto nunca acabava, era nítido a admiração e o carinho que uma nutria pela outra, foi um encontro de almas contruindo uma amizade muito rara.

Assim que chegam ao escritório cada uma via para a sua mesa, e mal Tânia se aproxima da mesa o seu telefone toca, ela corre para atender e ouve do outro lado da linha uma voz bastante familiar:

—Alô, é Tânia? Aqui quem fala é o César! Tudo bem com você? — pergunta com o sorriso na voz.

—Oi, César! Estou bem e você? A que devo o prazer da sua ligação? — pergunta curiosa.

— Em primeiro lugar, eu liguei pra te agradecer pelo que você fez pelo Pedro! Você não imagina a felicidade do garoto, passou o dia todo mostrando pra todso mundo o presente que ele ganhou e agora tá lá no quarto te desenhando! E já me falou que não vê a hora de te entregar... A casa inteira está comemorando com ele! Muito obrigado! Ah, e quero muito te agradecer pelas guloseimas que você enviou chegou tanta coisa! Bala, bombom, chocolate, pipoca e fora os produtos para o cachorro quente! Pelo jeito, o nosso cinema no sábado vai bombar... Mais uma vez te agradeço, por tanta coisa boa que você tem feito pelas crianças... — agradece com muita empolgação na voz.

— Ah, eu fico muito feliz, eu nunca imaginei que um gesto tão simples pudesse significar tanto! É uma honra poder ajudar! Mas eu preciso te dizer que os doces e os ingredientes do cachorro quente foi a Mônica que fez a doação! E eu estou até espantada, porque nunca pensei que ela fosse fazer essa doação hoje... — havia um tom de decepção na sua voz.

— Ah, entendo, o serviço de entregas acaba sendo mais prático! Mas muito obrigado pela disponibilidade em conseguir a doação e agradece muito a Mônica! Agora eu estava aqui pensando, já que você vai passar a tarde do sábado, que tal almoçarmos juntos? — pergunta com uma certa ansiedade na voz.

— Posso te dar a resposta depois, porque eu tenho umas coisas pra adiantar aqui no trabalho e vou trabalhar um pouco sábado de manhã, então vou tentar ajeitar tudo por aqui e depois te dou uma resposta. Pode ser? — pergunta ainda assustada com o convite tão repentino.

— Ok! Tranquilo! Eu aguardo o seu retorno, eu preciso desligar agora, depois a gente se fala! Beijo grande e tchau! — responde com um tom de decepção na voz.

— Combinado, a gente vai se falando... Beijos... — Tânia se despede encerrando a ligação.

Ainda concentrada em seus pesnamentos Tânia diz em voz alta:

— Ainda não foi dessa vez! Mas foca tranquila dona Mônica, que você ainda vai conhecer o orfanato nem que seja amarrada, mas vai! Ou eu não me chamo Tânia Kalitch...

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E ai, gente? Tudo bem com vocês?

Pelo jeito o coração de Tânia está disputado, quem será que ela vai escolher? O Professor de educação física? Ou o Nerd bonitão?

Espero que gostem dos novos capitulos e perdão porque essa semana não tive tempo para fazer uma boa revisão, mas semana que vem, prometo fazer tudo direitinho!


Fiquem com Deus e até a próxima!

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