06 - Procurando Patrocínio
E no seu coração aumentou ainda mais a certeza de que a Mônica precisava conhecer aquele orfanato... Mas isso não vai acontecer se eu ficar aqui parada, então vamos pensar em algo. Eu preciso de um pretexto para levar a Mônica naquele orfanato, se convidar pra algum evento, eu sei que ela não vai, até porque ela já recusou o convite uma vez... Então não vai ter jeito vou apelar! Sim e será um baita golpe baixo... Até porque ela tem a maior dificuldade de dizer não...
— Pronto, Senhora! Chegamos no seu destino. — diz o taxista despertando Tânia de seus pesnsamentos.
— Muito obrigada! Estava tão distraída em meus pensamentos! — Agradece pagando-lhe a corrida e saindo do veículo. — Pode ficar com o troco! Etenha um bom dia!
E sai caminhando sem pressa em direção ao escritório, apreciando o conforto daquele salto alto e pesando consigo mesma: "Pelo preço que esse sapato é vendido, deveria até caminhar em meu lugar!" Assim que entrou pela porta todos os olhares vieram em sua direção. E o primeiro a se aproximar foi Marcelo, um dos colegas de trabalho mais proximno e que nunca escondeu o carinho que sentia por Tânia:
— Moça, a agência de modelos é no segundo andar! — brincou — Mas se quiser posso te acompanhar até lá!
— Deixe de bobagem... — responde meio sem graça.
— Linda desse jeito, você mora em meu coração sem pagar aluguél! — insiste Marcelo.
— Ah, pare! Me respeite! Você diz isso pra todas! E cuidado! Posso te processar por assédio! — responde Tânia seguindo em direção a sala da Mônica e qause tromba com Bruna.
— Eu queria ser protegida da chefe igual você! Chega com um atraso de duas horas, como se estive chegando de uma festa e ainda vai fofocar na sala da gerente. — Implica Bruna.
— Oh, Bruna... Fica tranquila que eu vou justificar o meu atraso agora mesmo com a gerente... — e segue o seu caminho quase ignorando a colega, entrando na sala de Mônica.
— Bom dia, Mônica! Tá aqui os papéis do banco — sorri entregando-lhe um envelope.
— Bom dia, Como você está elegante! Parece uma modelo! Não demorou nada no banco! — responde Mônica.
— Graças a Deus, o banco estava vazio, o que é um milagre em plena segunda feira! — responde sentando em uma cadeira.
— Agora me responde uma coisa... César deve ter enfartado te vendo desse jeito! — responde com um sorriso zombeteiro.
— O César nem estava lá, sua chata! Mas o Pedro ficou tão feliz! Valeu tanto! O rpoblema é que mal chego aqui e já dou de cara com a jararaca da Bruna que sempre implica comigo... Deve ser inveja! Só pode! — responde pensativa.
— Ah, você chega aqui, com esse vestido lindo, toda trabalhada no salto e ainda não quer despertar falatório? Ignore! Você é bem maior que isso! Não se chateie com tão pouco! — conforta a amiga.
— Mas sabe o que realmente me incomoda é que ela sempre fica insinuando que sou sua protegida! Isso é um saco! — responde com uma certa contrariedade.
— Já te falei, ignora! Não deixe que isso estrague o seu dia! — insiste Mônica. — A Bruna é assim mesmo, é muito chata porém uma excelente profissional!
— Deixa, o que é dela tá guardado! Mas sabe, Mônica, eu queria te pedir uma ajuda... Eu sei que você já faz tanto por mim... Que eu fico até sem jeito de te pedir... — responde abaixando os olhos.
— Ah, vá! Deixe de coisa! Desembucha, porque você me conhece! Se eu não puder digo... O que você quer? — pergunta curiosa.
— É porque no próximo sábado, eu combinei com as crianças la'do orfanato pra gente assistir um filme e eu pensei em levar algumas guloseimas, sabe? Só que eu estou meio sem verba... Tem como você me patrocinar??? — pergunta uma Tânia ansiosa.
— Ah, que isso amiga! Isso é mole pra nós! O que você quer que eu compre? — pergunta sorrindo.
— Sério??? Então você vai me ajudar? — insiste com os olhos brilhando de alegria — Eu pensei em algumas balas e bombons, milho pra pipoca, produtos para cachgorro quente e alguns refrigerantes... Eu até compraria, mas a grana anda tão curta!
— Então não se fala mais nisso! Faz a lista e me manda por e-mail... Vai ser um prazer, ajudar um pouco aquelas crianças! — diz Mônica com animação na voz!
— É... Mas é que só tem mais um pequeno porém... — responde Tãnia meio sem jeito.
— E qual é???? — pergunta Mônica desconfiada — Olha se for pra eu participar... Esquece!
— Olha, se você quiser ir, lógico que será bem vinda... Mas o problema é outro! Talvez seja pedir um pouco demais... Mas é que eu não tenho carro é muita coisa pra levar no ônibus... Então você pode levar também? — pergunta com uma cara de coitada.
— É como diz a minha mãe... Quer transar e ainda exige depilação em dia... — Responde Mônica com as mãos na cabeça fingindo estar brava — Oh, povo folgado! Mas tá bom... Eu compro e levo sem problemas... Não quer mais nada, não??? De repente eu posso lavar uma rapadura até perder o doce, ou quem sabe posso serrar umas madeiras com perna de barata. Que tál?
— Não... Você é um anjo e já me ajudou muito! — responde Tânia ignorando a ironia da amiga e ainda comemorando por dentro, porque o seu plano estava dando certo! — Muito obrigado mesmo, de coração! Agora deixa eu cuidar da vida! Mas antes vou na cantina pegar um café... Você aceita?
— Não, muito obrigada, inclusive pela força que você me deu indo ao banco! E me mespere pra almoçar, porque vestida para matar como você está é bem capaz do garçom oferecer o almoço de graça pra gente! — respondeu gargalhando!
— Ah, deixa de ser chata! — responde Tânia, se levantando da cadeira.
— "Ela não anda, ela desfila! Ela é top, capa de revista..." — Cantarolou provocando a amiga.
Tânia nem responde, apenas mostra a língua antes de sair da sala e fechar a porta, sai em direção da copa sorrindo, porque a primeira parte de seu plano estava dando muito certo, mas assim que se aproxima da cantina ouve a Bruna falando seu nome e dando muita gargalhada, então sorrateiramente se aproxima devagar da porta para poder ouvir o que ela falava:
— Olha, você viu Márcia? A Tânia tentando parecer elegante com aquele vestido? — pergunta num tom de deboche.
— Mas realmente, ela é muito bonita e aquele vestido só realçou ainda mais a beleza que naturalmente ela possui! — rebate Márcia.
— Do que adianta? Ela é uma cigana! Entenda, não combinada em nada com ela! A pobreza e a cafonice estão no dna dela! Agora até imaginei a cena, ela no meio do mato com aquele sapato atolando no barro, ou dançando perto de uma fogueira com aquele vestido... — conclui a frase chorando de tanto rir.
Uma lágrima começa a brotar do seu rosto, a princípio Tânia pensa em voltar para a sua mesa, as suas mãos começam a tremer e num impeto ela decide não deixar passar em branco tamanha maldade, e de forma rápida e silenciosa entra na cantina e começa a falar:
— Bom dia, Bruna! Deixa apenas eu te falar uma coisa, andar no meio do mato de salto alto não é dificil, complicado mesmo é desviar das antas que atravessam o meu caminho! E tem mais, eu sou cigana, cresci no meio mato, minha vó deu a luz a minha mãe com a ajuda de uma parteira, dentro de uma barraca, eu sei que pra muitos eu sou uma selvagem e não me envergonho das minhas origens porque foi vivendo no meio do mato que eu aprendi a lidar com veneno de cobra! — e a encara com os olhos brilhando de raiva, deixando Bruna totalmente sem reação.
— Calma, Tânia! Foi apenas uma brincadeira... — diz tentando se desculpar. — Eu não quis te ofender!
— Calma? Brincadeira? Pelas costas, da forma mais traiçoeira, você zomba das minhas roupas, da minha origem e ainda diz que não teve a intenção? É sério? Em respeito a sua gestação, eu vou te pedir uma coisa, por favor me deixe em paz! Viva como se eu não existisse! Porque o que eu menos preciso é de gente ruim e preconceituosa perto de mim! Para um pouco, pensa! Você vai ter um filho e é com essas atitudes que você quer educar a criança? Pensa e se tudo o que você disse fosse com o teu filho? — questiona ainda a encarando.
— Tânia me perdoa, por favor! — Pede Márcia, quase sem voz.
— Tá tranquilo... Eu vou pra minha mesa... — responde Tânia com indiferença saindo da cantina.
— Se essa maluca, pensa que vai me passar um sermão e tudo vai ficar em brancas nuvens, ela está muito enganada! Quem é essa vira-lata pra falar assim comigo... — reclama Bruna assim que teve a certeza de que Tânia realmente havia se afastado do lugar onde elas estavam...
— Que perseguição é essa? Deixa ela em paz... Ela nunca te fez nada! — pede Márcia.
— Ah... Mas isso não vai ficar assim... Só porque é a queridinha da gerente pensa que pode sair por aí humilhando as pessoas... Pois está muito enganada! Eu vou colocar aquela esquisita no lugar dela... Me aguarde! — ameaça Bruna.
— Mas, Bruna! Foi você que começou... Ela apenas se defendeu... — rebate Márcia.
— Ficou com peninha? Vai lá dar um abraço nela... E tomara que pegue sarna... — responde com um tom de deboche.
— Tá bom... Eu vou voltar pro meu trabalho... — responde Márcia que se levanta e sai.
Márcia sentou-se a sua mesa, bastante preocupada, no fundo ela se sentia péssima porque viu que todas as palavras da Bruna ofenderam Tânia que sempre foi uma pessoa do bem; se sentiu conivente com todo aquele ódio gratuito. E com o coração apertado intuiu que Bruna ainda poderia prejudicá-la; então depois de muito pensar, decidiu dar um tempo e ficar vigiando de longe a Bruna...
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