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01-Trabalho Voluntário

Aquela foi uma sexta-feira onde a única coisa que Mônica queria era que o expediente acabasse logo, mas o relógio ainda marcava meio dia,mostrando que não queria colaborar de forma alguma! Olhando para a sua agenda concluiu que nada de tão importante havia para aquele dia, os relatórios que precisam ser entregues já estão todos prontos, isso graças a Tânia que além de subgerente era a sua melhor amiga Tânia.

Elas se conhecem desde o primeiro período da faculdade; na época, aos olhos de todos, era uma amizade improvável, porque Mônica Monteiro vinha de uma família que possuía uma vida confortável, apesar de toda a sua simplicidade, sempre frequentou os melhores colégios e sempre foi a primeira aluna da classe, era dona de uma beleza  encantadora, com um cabelo cacheado castanho quase loiro, olhos verdes e um corpo bem distribuído em um metro e setenta de altura e mesmo apesar da timidez chamava a atenção por onde passava.

Por outro lado, Tânia Kalitch, bolsista, neta de ciganos, que amava a tradição dos seus antepassados e de origem humilde,a princípio ninguém acreditava muito no seu potencial. Mas ela trazia dentro de si uma energia contagiante, seu cabelo muito longo e negro igual aos seus olhos, a sua pele era escura se vestia de forma descontraída e bastante colorida, com batas e saias, muitas pulseiras e brincos de argolas e não dispensava um batom vermelho.

Mesmo sendo tão diferentes as duas cultivaram uma amizade verdadeira, que ultrapassou o período da faculdade e ainda foi Tânia quem amparou Mônica no fim de seu casamento com o Marco e por uma conspiração do destino, há um ano atrás Tânia foi contratada pela mesma empresa que Mônica trabalha unindo ainda mais as duas. Uma leve batida na porta faz Mônica desperta dos seus pensamentos e logo em seguida, um rosto aparece pela porta entreaberta:

— Mônica bora almoçar, mulher? — pergunta Tânia encarando a amiga.

—Ah, Tânia, eu não estou com fome... — respondi sem muita animação.

—O que está acontecendo? Que desanimo é esse? — pergunta sentando em uma cadeira de frente a mesa de Mônica.

—Oh, minha amiga ciganinha! Hoje faz 6 meses que me separei do Marco. —respondeu com um olhar perdido.

— E isso é motivo pra tristeza? Isso sim é motivo para comemorar, seismeses de liberdade!— pensa bem— E se precisa de uma companhia,sabia que estou aqui! Adoro uma balada boa!

—Ah,talvez você tenha razão, mas eu não estou com ânimo pra balada!Fora que tá difícil superar! —respondeu mexendo nos cabelos,demonstrando uma certa ansiedade.

— Pois,eu acho que você está superando muito bem, ainda não fez luzes no cabelo!— responde Tânia com um tom debochado.

— Luzes no cabelo? Como assim? O que isso tem a ver com divórcio?—Pergunta Mônica não entendendo a piada.

— Ah, mas é muito simples! Toda mulher quando divorcia, já sai dizendo que quer mudanças drásticas na vida e a primeira coisa que faz é ir no salão fazer luzes! E Sai pronunciando o Mantra, daqui pra frente tudo novo!— responde Tânia no mesmo tom de deboche.

—Ah, não! Isso realmente eu não fiz! Mas imagina ciganinha, você se divorcia e vai correndo fazer luzes? Eu juro que vou rir muito da sua cara!— responde Mônica começando a sorrir.

—Nunca! E nem vou deixar você fazer essa besteira! Afinal eu amo meu cabelo preto!— diz Tânia chacoalhando os cabelos.

"Ela é bonita, seus cabelos muito negros...."— cantarolou Mônica caindo na gargalhada.

— Ah, não faz isso comigo! Sidney Magal é muito brega até pra mim...—repreende Tânia fingindo arremessar em Mônica um peso de papel de vidro que estava em cima da Mesa. 

— Ah, eu acho linda essa música! Só você mesmo pra me fazer sorrir desse jeito!— concluiu Mônica com um semblante bem mais leve — Então vamos logo almoçar? Porque eu sei que você não vai me deixar em paz se eu não for!

— Ainda bem que você me conhece! — Responde Tânia com um sorriso de vitória nos lábios. — E só pra mostrar toda a minha excessiva bondade, eu deixo você escolher o restaurante, Onde você quer ir? 

— Sendo assim, que tal a gente ir no Fogão a Lenha? Lá a comida é caseira e quero comer um bom bife com batata frita. — responde Mônica já se levantando e pegando a sua bolsa.

— É... Pensei que você ia escolher um restaurante japonês! —Rebate contrariada e fazendo um beicinho.

— Olha foi você que disse que eu podia escolher! Sem contar que está mais perto do escritório e eu estou com uma baita preguiça de andar....Então vamos sem reclamar... Porque não é todos os dias que a sua excessiva bondade aparece! — Disse Mônica provocando Tânia, que não respondeu a provocação, apenas saiu da sala sendo seguida por Mônica.

As duas amigas caminharam em silêncio na direção do restaurante que ficava a poucos metros do local de trabalho, uma bela construção,um casarão antigo, com telhado estilo colonial, fachada branca com imensas janelas de madeira havia uma escada com 3 degraus de pedra polida e ao lado uma rampa acessível; acima da porta de entrada um letreiro chamativo que não se harmonizava com a arquitetura da construção.

O ambiente por dentro era bem aconchegante, piso de tábua corrida,mesas e cadeiras em madeira pesada e escura, toalhas muito brancas,sobre cada mesa além do galheteiro um pequeno vaso com algumas margaridas, nas paredes haviam muitos quadros de natureza morta, o cheiro suave da comida era um convite à parte. Para a surpresa das duas o estabelecimento estava vazio, o que não era comum naquele horário,o que no fundo foi muito bom porque escolhemos uma boa mesa onde além de almoçar poderíamos também conversar a vontade, mal elas se assentaram chegou o garçom com o cardápio, depois de feito o pedido; o garçom rapidamente saiu para atender o pedido, costumeiramente Tânia puxa o assunto:

— Me conta, qual vai ser o seu programa de fim de semana? — pergunta olhando nos olhos de Mônica.

— Então...Estou sem ânimo pra muita coisa. Pensei em passar no salão, dar uma repaginada no visual, sem fazer luzes é lógico. Quer me acompanhar?— Convida sorrindo.

— Eu topo! E que tal logo em seguida a gente ir ao shopping, comprar umas roupas, sapatos e bolsa... — completou Tânia esfregando as mãos, empolgada. — Amiga, que consumismo é esse? Ficar comprando roupas desse jeito e sem necessidade não é legal! — E ela deu uma pausa pra ver a reação da amiga — Mas eu topo!

As duas caíram na gargalhada, mas foram interrompidas pelo garçom que chegava com os pedidos, assim que ele se afastou Tânia lhe dá uma olhada maliciosa e fala:

— Esse garçom me serve... — e sorriu maliciosamente.

— Ah, amiga eu acho que um espírito de pedreiro se apossou do seu corpo, ave! Só falta coçar o saco agora! — e encarrou a com olhar de incredulidade.

— Credo... Desse jeito posso até me ofende, eu só quis dizer que ele é bonitinho... E que mal há nisso? Estou solteira e na pista pra negócio! Então vamos comer, né? Já que o coração está vazio, pelo menos o bucho estará cheio! — respondeu começando a devorar o seu prato.

A comida estava de fato maravilhosa feita no fogão a lenha e com um tempero suave e muito parecido a comida caseira. Assim que terminaram a refeição, pediram de sobremesa uma porção de doce de leite que não decepcionou! Mônica consultando o relógio, assustada pelo adiantado da hora falou:

— Nossa, o tempo passou voando! Vamos pedir a conta logo e vamos que senão agente acaba atrasando... — fez um sinal pro garçom que logo se aproximou com a conta. 

— Pode deixar que hoje eu pago, sabe tava tudo muito bom, eu estava precisando de um papo descontraído assim, acabou renovando as minhas forças! Obrigado amiga!

— Ah, que isso! Se quiser pagar sempre, prometo que nunca vou reclamar... —responde Tânia com um sorriso debochado.

— Que amiga folgada que eu tenho, meu Deus! Vamos embora que a gente está quase se atrasando! — retruca Mônica, colocando as duas mãos na cabeça!

Depois da conta paga, elas se encaminharam para a saída do restaurante com os passos um pouco apressados. Mal saíram do estabelecimento, foram abordadas por um rapaz, moreno medindo aproximadamente um metro e noventa de altura, um corpo bem trabalhado, olhos castanhos cor de mel e um sorriso bastante simpático: 

— Boa tarde, eu posso falar um instante com vocês? — pergunta estendendo dois folhetos para elas. 

— Boa tarde, sim com certeza! Como podemos te ajudar? —responde sorrindo, Mônica que apesar da pressa, não deixou de ser gentil. 

— Que bom! — E sorriu demonstrando satisfação — Deixa eu me apresentar primeiro, meu César!

— Prazer César, meu nome é Tânia e essa é a minha amiga Mônica! — se adiantou Tânia, demonstrando mais interesse em César do que no ele tinha pra dizer...

— Imagina! O prazer é todo meu! — Retribui apertando a mão de cada uma! —Eu sou preparador físico e professor de educação física e trabalho como voluntário no orfanato "Pingos de Luz". Vocês conhecem? — Mônica e Tânia apenas fizeram um sinal negativo com a cabeça.

— Ah, então, eu convido vocês para conhecerem o trabalho! Hoje a instituição abriga treze crianças que infelizmente não possuem um lar e estão para adoção. Eu sou voluntário há bastante tempo e um dos meus trabalhos é divulgar o nome da instituição, e convidaras pessoas para que contribuam, aceitamos todos os tipos de doação como por exemplo: como alimentos, moveis usados e até mesmo roupas usadas, porque uma vez por ano realizamos um bazar para angariar fundos e na medida do possível oferecer um pouco de conforto para as nossas crianças. Vocês tem vontade de nos ajudar? — pergunta comum sorriso no olhar.

— Olha gostaria de ajudar sim! Vou dar uma olhada no guarda-roupa, sempre tem alguma peça que a gente não usa, não é grande coisa mas acho que pode ajudar... — responde Tânia com um entusiasmo um pouco exagerado.

— Ah, acredito que realmente lá em casa, deve ter alguma coisa com que eu possa contribuir — responde Mônica pensativa.

— Mas isso é muito bom! Ah, me desculpe! Mas, tem uma coisa muito importante que eu acabei me esquecendo de falar! Caso seja do interesse, claro! Vocês também podem contribuir como voluntárias! Afinal, toda a ajuda é bem-vinda! — insiste César com um largo sorriso expondo quase todos os dentes brancos.

— Ah, que maravilhoso! Eu vou adorar, mas só posso nos finais de semana, eu não se é do interesse mas já fiz aulas de dança e posso ensinar as crianças — diz Tânia demonstrando muito empolgação, não sei se pelo trabalho voluntário ou pelo César mesmo...

— Aí até eu vou querer participar dessas aulas! —responde César, olhando por um instante nos olhos negros de Tânia! 

— E você, Mônica? O que acha da ideia? — indaga Tânia, com uma empolgação cada vez maior.

— Olha, eu acho o trabalho muito interessante, porém eu confesso que não sei como poderia ajudar... Eu não sei fazer muita coisa... —responde Mônica bastante séria.

— Ah, deixa disso! Muita gente pensava assim como você, mas quando chegou lá acabou descobrindo que podia fazer muita coisa, basta apenas se envolver com o projeto! Só a presença e um pouco de dedicação pode fazer uma grande diferença na vida das nossas crianças! —Insiste César.

— Prometo pensar no assunto... — responde Mônica bastante indecisa.

— Vamos combinar uma coisa. Amanhã é o último sábado do mês e como é de costume a gente faz uma festinha para os aniversariantes da casa! Eu convido vocês porque assim conhecem as crianças, a nossa instituição, topam? — pergunta César de forma bastante insistente.

— Claro que a gente topa! Pode contar com a gente! — Adiantou Tânia mais uma vez, impedindo a amiga de falar. 

— Então combinado! Muito obrigado! Será amanhã as quatorze horas, o endereço está escrito no folheto, e eu posso deixar mais alguns folhetos com vocês? Assim me ajudam na divulgação! — pede César entregando mais alguns folhetos para Tânia.

— Com certeza! — confirma rapidamente Tânia pegando os folhetos. 

— Agora, eu preciso ir, perdão por ter tomado tanto de vocês e mais uma vez obrigado por tudo! Espero vocês amanhã! — agradece e sem despede apertando a mão de cada uma.

Assim que César se afasta, Mônica começa a protestar:

— Olha o que você fez? Decidindo por mim? Ainda mais que a gente já tinha combinado o nosso programa de sábado... Que amiga você é, hein? —reclamou de cara fechada.

—Oh, Mônica! Custa nada ajudar... Eu pensei que você não ia se importar... Pensa na felicidade das crianças! — diz com uma leve expressão de deboche no rosto.

— Ah, tá boa né, santa? Eu sei que você está muito interessada na felicidade das crianças... — Mônica para de falar e passa a mão no canto dos lábios de Tânia. 

— O que isso? O que você está fazendo? — Pergunta Tânia assutada com o gesto da amiga.

— Só te limpei porque você está toda babada! — responde retribuindo o sarcasmo.

— Ah, vai ver se eu estou na esquina... Vamos embora antes que a gente se atrase! — adverte Tânia fingindo estar chateada.

— Vamos sim, mas eu apenas queria te dar apenas mais uma informação, acho que o César não está disponível para adoção! — e cai na gargalhada caminhando em direção do trabalho.

— Você adora jogar areia na minha farofa, né dona Mônica? — pergunta seguindo a amiga.

Mal colocaram o pé na empresa elas são abordadas pela contadora, Bruna, pessoa com quem a Tânia não se simpatizava nem um pouco, ela se aproxima e pergunta:

— A fila do restaurante estava grande? Porque vocês demoraram um pouco e eu preciso ir almoçar. Vocês me entendem, né? Agora estou comendo por dois... — falou encarando Mônica.

— Você está grávida, Bruna? Poxa meus parabéns! E desculpa pelo atraso!Semana que vem você almoça primeiro que eu pode ser?— responde Mônica em um claro esforço para esconder o seu desconforto e ainda ser gentil! 

— Obrigada! Ah, gente! Vocês não imagina a emoção que é estar grávida! è algo único que precisam experimentar! — Responde Bruna com uma certa arrogância.

— Meus parabéns, Bruna! De quantos meses de gestação você está? —Pergunta Tânia com um falso interesse.

— Obrigada, estou no meu segundo mês de gestação! — Responde Bruna com a mão na barriga.

— Sério? Pelo tamanho de sua barriga achei que já estava com uns cinco meses ou mais... —provoca Tânia, olhando para Mônica que abaixou os olhos sentindo que o tempo ia fechar.

— Você está me chamando de gorda? — se irrita Bruna.

— Não de forma alguma! Eu só achei que a sua gravidez estava mais adiantada, mas em momento algum eu quis te ofender... — responde Tânia sem esconder o sarcasmo.

— Pois me ofendeu! — insiste Bruna com a cara fechada.

— Olha me perdoa, foi por inexperiência, que eu falei afinal nunca fiquei grávida... — responde Tânia se fazendo de boba. 

— Tá certo! Deixa isso pra lá! — responde Bruna com os olhos verdes fuzilando Tânia, compreendendo o sarcasmo. — Já vou pro meu almoço, Mônica. 

— Tudo bem! Bom apetite! — responde Mônica bastante sem jeito.

— Obrigada.— diz Bruna e sai pisando duro.

Depois de um silêncio constrangedor Mônica resolve falar.

— O que é que te deu? Como assim que você provoca a Bruna? No estado em que ela está, você acabou deixando ela nervosa e isso pode fazer mal pro bebê! — Mônica repreende Tânia com bastante seriedade.

— Sinto muito! Mas não posso fazer nada! Ela chegou te dando ordem, cobrando horário, afinal quem é a gerente? Fora que esse papinho de gravidez, na minha opinião foi só pra te provocar e te magoar. Não gostei da atitude dela. Não gosto dela! E não disse nada de mais... Ela está gorda mesmo...—responde Tânia com muita tranquilidade.

— Tânia, às vezes penso que você é louca... — Mônica zomba da amiga. 

— Olha! Você ainda acha? Eu no teu lugar teria a mais "absoluta certeza"... — Olha pela janela e reconsiderando — Não sou louca não, nunca rasguei dinheiro... 

— Tá bem... Bora lá que a gente precisa vencer o segundo tempo. — diz Mônica encerrando o assunto. 

— Tá certo, chefa! Tú quem manda! Já estou indo para a minha mesa! Mas agora falando sério, me ajuda? Me mandaram aquele monte de planilhas, pra fazer o relatório e eu não estou entendendo patavinas, você sempre foi melhor em números do que eu; me ajuda, por favor? Pediu com um tom quase suplicante em sua voz.

— Claro que sim... Mé dá só meia hora que eu preciso resolver algumas coisas — responde prontamente Mônica e caminhando em direção a sua sala completa: —Eu te chamo assim que terminar. 

— Muito obrigado! Fico te esperando! — agradece Tânia caminhando em direção a sua mesa.

Na verdade, Mônica não tinha muita coisa pra fazer e apenas inventou essa desculpa, porque queria permanecer por um tempo sozinha. Sentia vontade de pensar um pouco em sua vida... Há dez anos que morava na mesma cidade e nem sequer tinha ouvido falar que existia um orfanato e com mais de dez crianças abandonadas... Pensou o quanto a vida era injusta, sempre sonhou ser mãe e ainda não havia conseguido realizar esse sonho, enquanto tantas mães abandonam os próprios filhos.

— Eu sei que não tenho esse direito de julgar, mas como uma mulher consegue gerar um filho e depois o abandonar? — Pensou em voz alta enquanto se espreguiçava em sua cadeira, pegou o telefone e discou o ramal de Tânia avisando que já estava disponível.

E em poucos minutos Tânia abre a porta com um notebook em suas mãos,estranhando a postura meio largada da amiga pergunta:

— Que cara é essa? Estava pensando na morte da bezerra? — pergunta mantendo o bom humor.

— Sabe, eu tava pensando que esse mundo é bastante injusto, eu sou louca pra ser mãe e quem pode ser mãe tá aí abandonando os seus filhos em um orfanato... — respondeu contemplativa.

— Olha, infelizmente justiça nunca foi o forte da humanidade... O fato é que as coisas podem ser um pouco mais complicadas do que parece...Pode ser que exista uma razão e na verdade ela não seja tão absurda... É difícil julgar sem conhecer os fatos! —falou de forma bastante convicta.

— Mas... Me fala quais são os motivos que justificam o abandono de uma criança pela própria mãe? Porque eu realmente acredito que não exista! —falou com, uma certa convicção na voz.

— Pra variar eu serei bem sincera com você! Sabe você veio de uma boa família, seus pais te deram educação e você nunca passou necessidade. Mas existem pessoas, como eu, que passaram muita necessidade, E isso faz a gente amadurecer um pouco mais depressa, eu com 13 anos já trabalhava de babá pra trazer dinheiro para casa. E aprendi da pior maneira que eu deveria esconder as minhas origens, porque na visão de muitos, os ciganos são feiticeiros ou ladrões. — o seu tom de voz demonstrava uma certa tristeza.

— Nossa! Isso é sério? — Pergunta Mônica não escondendo o espanto.

— Muito sério! Na escola então... Lembra que as mães assustavam os filhos falando que se eles não obedecessem, o cigano ia roubar e levar em um saco? Pois é isso é muito errado. Na escola todas as crianças perguntavam se o meu pai ia roubar as crianças... Mas enfim, tudo isso me ensinou a ter orgulho da minha origem! E ter a oportunidade de mostrar que tudo isso não passa de puro preconceito! — E terminou a frase com os olhos brilhando.

— Poxa a gente nunca conversou sobre isso! Nunca que eu ia imaginar que já passou por tanta coisa na vida... —retrucou Mônica ainda espantada.

— E é por isso que eu te digo, não podemos ficar olhando as outras pessoas apenas pelo nosso ponto de vista! Cada caso é um caso, como por exemplo, muitas vezes a mãe não tem o que comer, ou está muito doente que mal pode cuidar de si mesma, talvez os pais morreram e não há quem cuide da criança; Mas como tem também aquelas crianças que sofrem maus-tratos e abusos e dessa forma o orfanato acaba sendo um bom lugar pra eles... —Tânia demonstra muita empolgação com seu discurso.

— Agora eu nem sei o que dizer... —Mônica fica de cabeça baixa e pensativa.

— Mas me irrita muito na sociedade é essa obrigação de casar e ter filhos, sem falar dessa romantização da maternidade! Nem todo mundo quer casar, nem todo mundo quer ter filho e isso tá tudo bem! Mas aí chega a sociedade impõe e acaba dando muito errado e quem mais sobre são as crianças que sofrem com o abandono ou com uma educação equivocada e cheia de abusos. Mas isso graças a Deus tive sorte, meus pais eram muito amorosos, e a minha mãe já deixou de comer só pra meus irmãos e eu comerem! —disse a última frase com a voz embargada pela emoção.

Mônica permaneceu calada, um pouco emocionada pela emoção da Tânia que pra encerrar o assunto emendou:

—Bora lá me ajudar com esse relatório. Porque eu quero chegar cedo em casa para descansar, porque amanhã quero ver as crianças e pra isso quero estar bem descansada!

—Sei... Tá bom! A gente fica combinado assim! Você vai ver as crianças...—respondeu Mônica sendo bastante sarcástica.

— Que maldade, mulher! Você vai comigo, né? —Insistiu Tânia.

— Vou pensar, amanhã eu decido! Mas vamos deixar de enrolar, me mostra aí essas planilhas e esse relatório —respondeu desviando o assunto.

Assim que o relatório ficou pronto, já se passava das vinte horas, elas se despediram e cada uma foi para a sua casa. Mônica só queria descansar, porque para ela o dia foi intenso; enquanto Tânia pensava em mil maneiras de convencer a amiga a comparecer no orfanato, apesar de que no fundo a sua intuição lhe dizia que mais cedo ou mais tarde esse momento chegaria.

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Sejam todos bem vindos para mais uma leitura! Quem conhece o meu primeiro livro sabe que eu gosto muito de um drama! Mas dessa vez a proposta é um pouco diferente, com essa história além da emoção quero muito me reinventar e trazer coisas novas, com um pouco de comédia e trazer novos assuntos. 

Espero muito que todos gostem e fiquem a vontade para ler e comentar! Críticas e sugestões serão sempre bem apreciadas. Até o próximo capítulo! 

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