Sete
Eu e a Yasmin só entrámos em casa, sem cumprimentar os seres humanos sentados no sofá da sala, subimos as escadas, todavia como esperado mandaram-nos parar com milhões de perguntas.
-Onde é que estavam e com quem?-perguntou o vulgo par da minha mãe.
-Na escola e um com o outro-respondeu a Yasmin e de seguida deu um suspiro de irritação.
-E por quê é que demoraram chegar?-perguntou desta vez a minha mãe.
-Tive um teste no último tempo-respondi e puxei a Yasmin para que continuássemos a andar.
-Eu não mandei-vos subir-disse o meu padrasto.
-Sim. Estamos a ir por vontade própria mesmo-respondeu a Yasmin, sem esperas.
Entrámos no meu quarto e deita-mo-nos na minha cama com as cabeças para cima.
-Então, o que é que me querias contar?-começou a quebrar o silêncio.
Respirei fundo. Eu não estava realmente preparado para começar a explicar, mas eu tinha de o fazer.
-Então, como deves já saber eu levei muita porrada hoje com os "donos" da escola. Só que antes disso, uma coisa aconteceu-respirei fundo novamente.
-O quê?-perguntou enquanto se sentava melhor.
-A anja..ou o anjo...sei lá...aquela coisa linda com asas...
-Ok, ok percebi. Salta a coisa.
-Sim-rimos-a tal coisa apareceu e disse que eu tinha de sair de lá o mais rápido possível, eu tentei perguntar o por quê de ela estar tão aflita, mas ela não me respondeu e desapareceu. No mesmo instante aquela gang apareceu. Bateram-me, como sempre e tal. Quando eles saíram ela voltou a aparecer, depois de eu ter chamado por ela, claro. Ela apareceu e digamos que eu exaltei-me demasiado...mas a culpa não foi minha, FOI DELA! Ela prometeu que me protegeria-caiu uma lágrima-mas não é isso que ela está a fazer. Ela disse-me depois que precisava de ir embora e que estava a ser chamada. E deixou-me lá a falar sozinho.
-Uau-foi essa a única reacção da Yasmin.
-POR QUEM? A minha pergunta é essa. Quem é ela? Por quê é que ela só aparece quando algo de mal está para acontecer...eu não entendo-gritei de raiva.
-Mas...tu a perguntaste isso?
-Claro que sim, mas ela vive a dizer que não está na hora de me dizer ou que está a ser chamada. Isso é estranho e chega mesmo a ser irritante.
-Eu...eu não sei...não sei mesmo o que dizer...desculpa-baixou a cabeça e abriu os braços-posso dar-te um abraço?
-Sempre-sorri-tu és a melhor coisa que eu poderia ter. Eu não sei o que seria de mim sem a minha irmã mais nova-apertei-a mais.
-Eu também-falou abafada nos meus ombros e rimos-sabes, eu aindei muito a pensar...
-No pai?-cortei-a.
-Sim. Não achas que se ele cá estivesse muita coisa poderia ser diferente e melhor? Tipo, muita coisa mesmo. Ele sempre foi o nosso único protetor e eu não consigo superar a partida dele. Dói-me imenso mesmo. É como se uma parte de mim tivesse sido cortada...e a outra parte és tu. O que será de mim se um dia tu te fores embora? Eu não me consigo imaginar.
-Yas...por favor...-comecei a chorar junto à ela-sabes que o meu pior medo também é te perder. Nós temos um ao outro e isso nunca vai mudar. Tu não és só minha irmã, és também minha melhor amiga e a razão pela qual estou vivo.
-Eu te amo Brian-abraçou-me mais forte.
-Amo-te lil Yas-dei-lhe um beijo na testa.
-Ok, calma-olhou-me zangada-lil Yas?-arqueeou as sobrancelhas.
-Isso mesmo.
-Está bem então...big Brian.
-Ficou horrível!
-Eu sei-rimo-nos.
(...)
-Boa noite-disse ao chegar na mesa, onde se encontravam a minha mãe e a coisa designada meu padrasto.
-Boa noite-responderam em uníssono.
-E tu Yasmin-começou o Leandro-o teu pai antes de morrer não te ensinou a cumprimentar às pessoas?
-REPETE!-bati com as mãos na mesa e deixei cair um copo que acabou por se partir-QUEM JULGAS QUE ÉS?
-Acalma-te, filho-levantou a minha mãe.
-Acalmar-me não! Tira as mãos de mim. Tu mesma ages como se eu não fosse teu filho e agora ousas a abrir a tua madilta boca para chamar-me de "filho"?-olhei para a Yasmin e notei que ela estava a chorar mais do que uma criança de 5 anos quando lhe é tirada um doce.
-Brian...-soluçou alto.
-E tu-apontei para o Leandro-nunca mais, NUNCA MAIS, te atrevas em falar connosco, muito menos se for para mencionar o nome ou algo relacionado ao nosso pai.
O homem à minha frente começou a rir feito um psicopata. Peguei na Yasmin pelo braço e levei-a para o meu quarto, onde ela dormiria.
-Queres comer?-acariciei os seus cabelos, depois de a ter ficado mais calma.
-Não tenho fome-virou-se.
-Mas tens de comer, sabes disso. Lembras-te de que já tiveste graves problemas de anémia?! Vou preparar algo para ti-dei um beijo na sua testa e desci.
Passei pela sala e os pombos estavam aos beijos em frente à televisão. Acreditem, aquilo não foi uma linda coisa de se ver. Pararam assim que me viram, mas eu não parei o meu trageto. Fui para a cozinha e coloquei leite fresco em dois copos, peguei em uma tigela média e coloquei os biscoitos favoritos da Yasmin e do lado um pouco de morango e duas barras de chocolate. Passei pela sala com a bandeja nas mãos:
-Para onde vai isso?-ouvi a minha mãe perguntar.
-Para o inferno-respondi de uma maneira que ninguém percebesse.
-O quê?-questionou o Leandro.
Simplesmente continuei o meu caminho até o quarto e fechei a porta com força, propositalmente.
-Eles falaram contigo, não é?-virou-se para mim a limpar algumas lágrimas.
-Sim...andaste a chorar-automaticamente uma lágrima também escorreu-me, mas rapidamente limpei-a-toma, vamos comer.
-Isso tudo é para mim?-abriu um sorriso de orelha à orelha, a olhar para os biscoitos.
-Mas eu aceito que dividas comigo também-rimos.
-Fica só a aceitar mesmo.
-Ah, tu não disseste isso-fiz uma cara de zangado, que não resultou muito.
-Ah, disse sim-riu.
-Ah, isso vamos ver-comecei a dar-lhe cocégas.
Eu amava ver a minha irmã feliz. E eu ficava muito mais feliz quando eu a fazia ficar feliz. Ela é tudo para mim. Ela é a única coisa que me resta e que eu realmente amo. E dói-me imenso saber que aquela felicidade a seguir, transformar-se em tristeza. Eu odeio vê-la triste. Muitos "amigos" meus perguntam-me o por quê de eu não ter namorada. É simples: eu tenho a minha irmã. Eu consigo sobreviver sem uma namorada, porém não consigo viver sem a Yasmin.
Comemos enquanto contávamos algumas piadas sem graça, porém engraçadas. Assim que acabamos de comer tive de descer novamente para devolver a louça e desta vez os pombos já não estavam lá. Estava tudo escuro. Devem ter ido dormir. Continuei o meu percurso até à cozinha, até que vi uma espécie de vulto de cor branca.
-Brian....-susurrou
Ah não, outra vez ela.
* * * * * * * *
Olá olá meu povo! Tudo bem?
Bom, aqui têm mais um capítulo...confesso que praticamente chorei enquanto o escrevia..mais de 1000 palavras uaauuu!!! Me amem ahahaha <3
Eu espero imenso que tenham gostado. Não se esqueçam de fazer essa estrelinha brilhar e de deixar comentários e téorias sobre o que poderá acontecer no próximo capítulo...prometo tentar responder a todos!
Fiquem bem,,
Daniela.
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