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Quatro

*Boa leitura :)

*****

-Acorda, miúdo, vamos atrasar-nos! WAKE UP!

-Deixa-me Yas, por favor, só mais 15 minutos.

-Ah, meu filho, essa desculpa para mim já não pega, levanta esse rabo da cama antes que a mãe e o marido saíam de casa e se deparem com o trabalho que tu fizeste com o carro e...

-Calma, calma, calma, o trabalho que NÓS fizemos, né minha filha-sorri sarcástico e levantei-me.

-Como seja, vai tomar banho, eu arrumo a tua mochila.

-Obrigada-dei-lhe um beijo na testa.

Tomei um banho rápido, pois sabia que deveríamos sair antes da minha mãe...com o seu marido. Assim que saí, coloquei o meu uniforme da escola e desci para a sala onde encontrei a Yas, a minha mãe e o designado meu padrasto.

-Bom dia-não esperei uma resposta e logo continuei-Yasmin, vamos logo. Não podemos nos atrasar hoje, tu sabes...

-Oh sim...-reparei que ela tentou segurar o riso-vamos maninho.

Saímos de casa a correr. Eu e a Yasmin íamos à pé para a escola, no início a minha mãe ficava sempre com medo, depois que o nosso pai morreu, mas nós sempre dizíamos que seria um desperdício de dinheiro se nós fôssemos todos os dias de carro, sendo que vivíamos perto da escola. O medo dela foi passando com o tempo...e a atenção que ela dava para nós também.

Assim que chegamos à escola, a Yasmin foi logo abraçar a sua amiga Kelly e eu fui ter também com os meus amigos, mas antes disso...precisei de ir à casa de banho.
Enquanto lavava as mãos, senti um vulto atrás de mim e tentei não ligar para aquilo até que vi uma espécie de fumo, pelo espelho, e virei-me...ela era...linda! Tinhas asas, vestia uma roupa preta, tinha cabelos pretos e estava descalça...parecia um anjo?! Ou posso dizer...uma anja?!
Eu acho que a palavra "anja" nem sequer consta no dicionário português...aah Brian, tem algum ser estranho à tua frente e tu pensas no dicionário.

-Brian....-sussurrou.

-Q....quem és tu? O q....que queres de mim? Eu fiz-te algo? De...mau?

-Não. Eu estou contigo-depois de pronunciar estas palavras aquela coisa bela desapareceu da minha vista.

Mas o que foi aquilo? Eu preciso já de contar à Yasmin! Não, não, ela deve estar na aula agora, não ficaria muito bem. Falando nisso, preciso de ir para a aula.
Uau, devo de estar mesmo a ficar maluco...

(...)

Passou-se o dia e eu, literalmente, não prestei atenção às aulas e não consegui falar com a Yasmin, prefiro fazer isso em casa, mesmo sabendo o que nos espera lá.

-BRIAAAN-ouvi alguém gritar por mim e quando olhei para trás vi a pessoa mais chata do universo, a Yasmin.

-Vamos para casa...temos muita coisa pela frente e eu preciso de te contar algo. E antes que me julgues, sim, é muito sério-falei.

-Ok então. Vamos logo-e puxou-me.

O nosso caminho foi feito em silêncio, o clima não estava normal, e a Yas não parecia também estar muito bem.
Chegamos à porta da nossa casa. Avistamos o carro na garagem, provavelmente a minha mãe e o Leandro devem de estar sentados no sofá, de pernas cruzadas, prontos para darem-nos a maior bronca. Mas eu não ligo para isso, ele merecia pior para ser sincero.

-Yas?-peguei na mão dela-preparada?

-Sinceramente? Não-e gargalhamos.

-Vamos-dissemos ambos e abrimos a porta principal.

Como eu já previa, a minha mãe estava sentada no sofá com as pernas e os braços cruzados e o Leandro sentado do lado dela com a cara mais feia que o normal.

-Boa tarde...-falou a Yas e não obteve nenhuma resposta.

-Bom...estão a espera de nós para almoçar? O normal seria...

-CALEM-SE!-ordenou a minha mãe-vocês sabem muito bem o que fizeram! Meninos, vocês foram longe de mais desta vez. O que vos deu na cabeça? Que tipo de bicho mordeu-vos? O que é que nós fizemos de errado? Onde é que nós falhamos? RESPONDAM-ME!-e bateu com o pé no chão enquanto se levantava.

-Tu sabes muito bem, mãe...-sussurrou a Yasmin.

-Eu sei muito bem? EU SEI MUITO BEM O QUÊ? EU NÃO POSSO SER FELIZ? É isso?-perguntou já com lágrimas nos olhos.

-Não mãe-foi a minha vez de começar a falar-ninguém te impediu de ser feliz, pelo contrário, sempre quisemos a tua felicidade. Mas e tu, mãe? Porquê é que TU não te importas com a nossa felicidade? Desde que o pai morreu, tu afastaste-te de nós e tudo piorou quando te casaste com esse senhor aí-olhei para ele que me olhava indignado-mãe, tu sabes quantas vezes eu e a Yasmin choramos entre nós, por medo de dizer-te que tínhamos saudades do pai? SABES? NÃO! Tu não sabes. E sabes porquê? Por que tu não te importas connosco. E sempre que esse teu marido fala algo ofensivo para a minha irmã e eu tento defender, o que acontece? TU ficas contra mim...o teu próprio filho. O mesmo que tu carregaste nove meses no ventre, o mesmo que tu viste crescer e o mesmo que hoje tu já nem sequer ligas para a sua existência. E quanto à Yasmin? Desde que o pai morreu tu nunca mais a levaste para passear, nem para fazer compras nem nada...EU é que compro as roupas da Yasmin, não a mãe dela, como deveria ser. Olha mãe, vais desculpar-me, mas o que nós fizemos foi pouco para aquilo que vocês mereceriam-terminei e não esperei por nenhuma resposta, peguei a Yasmin pelo braço e puxei-a em direcção às escadas.

-Filhos-ouvimos a voz da nossa mãe e ambos viramo-nos para ela-eu e o vosso pai não...

-O nosso pai está morto-repreendeu a Yasmin.

-Que seja-suspirou a mãe-como eu dizia, nós não fomos trabalhar hoje por que queríamos dar-vos uma notícia...eu...bom...vocês terão um irmão ou irmã...eu estou grávida.

Ficamos um tempo em silêncio, até que a Yasmin finalmente falou:

-Ótimo! Espero que essa criança consiga ter aquilo que nós não tivemos: amor!

Viramos e continuamos o nosso trajeto para o quarto.

-Aaaaah que ódio!!!!-gritou a Yasmin com a cabeça enterrada na almofada.

-Calma, maninha...tudo vai se resolver-abracei-a-pelo menos é o que eu espero.

-Tudo ficará bem, sim-aquela voz ecoou novamente na minha cabeça.

Fiquei pasmo por um tempo até que ouvi a Yasmin:

-Bri, está tudo bem?

-Não-abanei a cabeça-não está nada bem, eu acho mesmo que a minha loucura está a chegar a um nível extremo-reparei que a Yasmin ficou sem perceber e então continuei-hoje quando chegamos na escola, eu tive de ir à casa de banho e enquanto lavei as mãos...eu vi-a, bem a minha frente...era linda, tinha um estilo gótico assim como o seu cabelo, estava descalça....e tinha...asas...e ela parecia um anjo...uma anja-ela sorriu- e... então ela pronunciou o meu nome. Eu perguntei para ela o por quê de aquilo tudo e ela apenas disse que estava comigo e desapareceu. E agora, eu acabei de ouví-la a dizer que tudo iria sim ficar bem. Eu tenho a certeza de que não estava a alucinar, Yasmin. Eu juro...acredita em mim por f...

-Hey, calma. Eu acredito sim em ti. E sabes porquê? Por que tu és o meu irmão e eu amo-te.

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Olá povo! Capítulo Bónuuuuusssss!!!!!

Tudo bem??

Eu espero mesmo que vocês tenham gostado...não se esqueçam de votar e sempre deixar um comentário bonito (tento responder a todos)

Obrigada,,

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