Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 23

#Pessoal, é sério que vcs estão mais tristes pelo Thor que pelos avós da Laura??? Hahahaha... Morri com os comentários: "Salva o Thor." "Tudo, menos o Thor." "Um milagre pela vida do Thor." Acho que uma pessoa apenas falou dos avós, mas depois falou do Thor tbm. Rsrsrs. Vcs, heim... Coitados dos idosos nas mãos de vcs! kkk


Já havia se passado um mês desde a tragédia e eu não havia superado ou evoluído psicologicamente em nada. Voltei para o meu apartamento no Rio, logicamente. Eu não tinha mais casa ali em Petrópolis... Nem parentes... Nem cachorro... Nada! Nada havia me restado na vida!

Pouco depois da tragédia, fui até o sítio dos meus avós. Não sei porque fiz isso, já que era obvio o que encontraria lá. Apenas destruição e motivos para me deixar ainda mais abalada.

Fiquei um tempo sentada naquele lugar que um dia chamei de lar, na lama, olhando para os destroços do que foi o lugar mais aconchegante e feliz para mim.

Chorei bastante lembrando os momentos com meu avô no estábulo, cuidando dos cavalos dele, ou com vovó no croché. Lembrei também das vezes que brinquei com o Thor, jogando varetinhas para ele apanhar e me trazer. Ele pegava, mas nunca me devolvia facilmente. Burrinho fofo da mamãe!

Afundei meu rosto entre os joelhos e chorei. Chorei com vontade. Eu estava precisando... Saí de lá, cambaleando de volta ao abrigo, onde fiquei um tempo aguardando se haveria notícias de sobreviventes na minha região.

Quando eu não estava ajudando na cozinha, procurava por meus avós nos outros abrigos e hospitais da cidade... Nada! Cada dia em Petrópolis, depois da tragédia, foi mais frustrante que o outro. Até em abrigos de animais eu fui. Quem dera encontrar o Thor...

Esbarrei com Dra. Kíssila em um hospital que visitei e ela fez questão de acertar comigo os dias que ficou me devendo. Estava prestando trabalho voluntário naquele hospital. Até que foi útil para eu voltar para o Rio, já que estava sem documentos e cartões para acessar minha conta bancária.

Quando constatei e aceitei que não encontraria os sobreviventes que estava procurando, comprei a passagem e voltei para o Rio.

Nos primeiros dias na minha cidade, eu apenas dormi e chorei. Pelo menos os cinco quilos que tinha recuperado, haviam se perdido novamente. Eu não sentia a mínima vontade de cozinhar ou comer. Eu não sentia vontade de fazer nada para dizer a verdade. Eu só queria que aquela vida não fosse a minha.

Minha campainha tocou sem que eu fosse avisada pelo porteiro... Lu! Quem mais poderia ser? Ele me ligava umas cinquenta vezes por dia, mas eu não atendia. Eu não queria falar com ele! Não queria falar e nem ver ninguém!

- Eu sei que você está aí, Laura! Fale comigo, por favor. - Era mesmo o Lu.

Virei para o outro lado da cama e cobri os ouvidos com o travesseiro para não escutar o que ele dizia. Quando tudo ficou silencioso, tirei o travesseiro dos ouvidos. Achei que ele tivesse desistido, mas não. Não sei como, mas ele conseguiu uma chave e entrou no meu apartamento.

- Vai embora! - Digo.

- Não vou! Você precisa levantar daí, tomar um banho e comer alguma coisa, Laura. - Ele puxa meu edredom de cima de mim.- Você está muito magra! Vamos, levante daí...

Eu estava fraca demais para brigar com ele, mas não o havia perdoado. Eu nunca o perdoaria por ter impedido que eu levasse meus avós para o Rio antes da tragédia. Mesmo não tendo sido intencional, foi por causa dele que eu não consegui convencê-los a sair de Petrópolis.

Levantei com a ajuda dele e fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal. Quando saí, comi o lanche que ele trouxera para mim. O Lu me olhava com ternura nos olhos. Estava louco para me tocar certamente, mas minha última reação ao seu toque deve tê-lo impedido de tentar.

- Laura, eu sinto muito pelo que aconteceu, mas não tive culpa, eu só...

- Você só impediu que eu tirasse meus avós enquanto ainda tinha tempo. - Eu cortei sua frase, jogando o que sobrara do lanche dentro de um saco plástico.

- Me desculpa. Eu não sabia o que ia acontecer... - Ele pareceu genuinamente triste.

- Olha, Lu, no momento, eu não estou querendo suas desculpas e estou triste o suficiente para ainda ter que ficar vendo sua tristeza também.

Me levantei e fui até o banheiro jogar o lixo fora e escovar os dentes. Quando retornei, ele não estava mais no meu quarto. Escutei a porta da sala sendo fechada. Que bom que ele foi embora!

Voltei para minha cama. Tive pesadelos. Acordei assustada com o celular tocando.

- Pare de me ligar, Lu! - Falo assim que atendo.

Ele era o único que me ligava, não cogitei a ideia de ser outra pessoa.

- Que isso, amiga!? - Que bom ouvir a voz a Lise.

- Desculpa, eu achei que fosse...

- O Lu, eu ouvi. O que ele te fez, coitado? Teve aqui na padaria ontem e parecia bem preocupado com você e eu também tô, amiga.

Não consegui responder nada. Comecei a chorar antes que minha voz saísse.

- Não fique assim, Laura. Eu não sabia que você tava de volta, se não tinha ido aí. Dá uma passadinha aqui na padaria um pouco. Eu só saio mais tarde, senão ia aí agora. Não gosto de te ver assim...

- Urum... eu vou. - Respondi, limpando o rosto.

Desliguei o celular e fui tomar um banho.

Fiquei um tempo lá com a Lise e até que aquele jeitão espontâneo dela acabou me alegrando um pouco. Seu Manoel interrompeu nossa conversa me chamando para voltar a trabalhar com eles. Eu disse que ia pensar. Talvez fosse melhor mesmo. Certamente era melhor que dormir o dia todo, mas eu teria ânimo para trabalhar?

- Menina, o Lu gosta mesmo de você. - Diz a Lise quando Seu Manoel volta ao caixa.- Por que tá tão brava com ele?

- Eu não sei, Lise... Só não quero ver ele na minha frente por enquanto.

- Já sei... Vamos sair um pouco a noite? Vai te alegrar!

- Você sabe que não gosto de sair, Lise... Talvez eu volte a trabalhar aqui, aí a gente conversa mais sobre isso, tá bom?

Ela me abraçou, feliz com a possibilidade.

- Nossa, amiga, se continuar assim, vô abraçar só sua pele em cima do osso daqui a pouco. - Ela gargalha, me fazendo rir.

Me entregou um salgado e um suco.

- Por conta do Seu Manoel. - Ela pisca para mim.

- Não precisava, Lise.

Comi para não fazer desfeita, mas não estava com a mínima vontade. Saí de lá e fui a pé para casa. Era pertinho.


°Ponto de vista do Lu

A segui pela rua, cuidando para que ela não me visse. Mesmo com o mundo parecendo pesar em suas costas, ela ainda era linda! A vi entrando em seu prédio. A imagem dela correndo ao meu encontro, feliz com minha chegada, no dia que fui visita-la em Petrópolis me veio à mente. O que eu fiz com a única pessoa que conseguiu me despertar sentimentos bons em milênios!?

Eu estava tão mal comigo mesmo. Não dormia e nem comia direito. Isso era se sentir culpado? Eu não gostava nem um pouco daquele sentimento, mas não podia evitar. Eu estava péssimo em vê-la péssima! E saber que a culpa era minha só piorava as coisas.

Só conseguia pensar nela o tempo todo. Eu só queria que as coisas voltassem a ser como eram antes. Estávamos felizes... Não suportava minha vida sem ela!

Apanhei o telefone e olhei conferindo se não havia mensagem perdida. Nada! Eu conferia aquele celular a cada segundo e nada! Será que ela não vai, nunca mais, querer falar comigo? E Ela nem sabia a metade da verdade sobre mim. Se soubesse então, me odiaria por toda eternidade.

Fui para casa me ancorando nos muros para não cair na rua mesmo. Minha tristeza era incalculável. Eu nunca havia sentido nada parecido antes. Aquele sentimento desagradável de culpa estava me torturando e me destruindo por dentro.


*Ponto de vista da Laura

Aproveitei meu "ânimo" para ir à igreja. Uma hora e meia passou em segundos, só pode. Eu não queria que o culto acabasse, estava tão agradável. E também, eu não desejava voltar para casa. O que eu faria lá? O que eu faria no dia seguinte? E no outro? O que eu faria da minha vida?

Saí de lá e fui até a praia sentir a brisa gelada no rosto. Sentei na areia e fiquei olhando o mar. Estava sozinha e era noite, mas não me importei. Não havia como as coisas ficarem pior. Eu estava no fundo do poço e a única coisa que eu almejava era que meu Rafa viesse me buscar para me levar embora dali.

Tirei as sandálias e entrei no mar, sentindo o gelo da água subindo em meu corpo...

Se mata... É o melhor a fazer... Acabe com esse sofrimento, Laura... Há tempos eu não escutava as "vozes". De repente elas ficaram tão sedutoras em meus ouvidos.

Continua...



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro