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Capítulo Dez

Victor Decker:

Nos adiantamos em meio à neblina que se espalhava ao nosso redor, fria e densa, engolindo o caminho à frente. Cada passo era acompanhado por uma sensação crescente de que algo além da nossa compreensão estava acontecendo. O ar parecia vibrar, como se o próprio tecido da realidade estivesse sendo distorcido. Puck, sempre vigilante, guiava o caminho com olhos atentos, movendo-se com uma mistura de cautela e determinação feroz.

Conforme avançávamos, a neblina começou a assumir formas, revelando sombras que dançavam nas bordas da nossa visão. O solo sob nossos pés vibrava com uma energia latente, cada passo ecoando como se o chão estivesse prestes a desabar. A atmosfera ao nosso redor tornou-se sufocante, carregada de uma força misteriosa que me deixava tenso, como se estivéssemos nos aproximando de um lugar onde o próprio tempo se dobrava sobre si.

De repente, um estalo cortou o ar, e antes que eu pudesse reagir, Puck me puxou com força. Onde meus pés estavam há segundos, o solo rachou violentamente, uma fissura imensa se expandindo como se o mundo estivesse se quebrando ao meio. Um cheiro acre e nauseante, uma mistura de petróleo e algo podre, emanava da abertura. Fumaça negra começou a se erguer, densa e sufocante, e meu coração afundou ao reconhecer o que aquilo significava.

— O reino das sombras... está invadindo o véu entre os mundos — murmurei, sem conseguir acreditar no que via. Antes que eu pudesse processar a enormidade da situação, outro estalo ecoou, seguido de um tremor violento. O chão sob nossos pés ergueu-se de repente, e nós fomos jogados no ar.

— Demônios! — gritou Puck, enquanto começávamos a despencar em direção a um abismo negro que se abria à nossa frente. No último segundo, minhas asas se abriram instintivamente. Agarrei a mão de Puck, e juntos conseguimos evitar a queda, pairando sobre o caos crescente.

Enquanto flutuávamos no ar, o cenário abaixo de nós era de puro desespero. Sombras grotescas e criaturas demoníacas emergiam das fendas no solo, seus gritos se misturando aos ecos de uma batalha que já parecia perdida. A fissura que se expandia sem controle parecia devorar tudo em seu caminho, e minha mente girava com a realidade de que estávamos no epicentro dessa invasão devastadora. O glamour do mundo mortal se misturava à escuridão de forma caótica, como se os dois reinos estivessem em colapso.

— O que está acontecendo? — murmurei para mim mesmo, confuso e apavorado ao ver as forças sombrias se movendo com tanta ferocidade.

Puck, ainda segurando minha mão, olhou para mim com uma expressão séria, mas não menos determinada.

— Temos que deter isso. O reino das sombras não pode consumir tudo.

Seu tom era firme, e a determinação em seus olhos me impulsionou. Precisávamos de uma rota segura, um ponto de apoio para lutar. E então, à distância, entre a neblina e as sombras, vi uma casa. Estava perto da borda da fissura, uma construção solitária em meio ao caos. Sem hesitar, bati minhas asas com mais força, voando em sua direção com urgência.

Enquanto nos aproximávamos, os sinais de batalha ficavam evidentes. Marcas de feitiços estavam gravadas nas paredes da casa, e vestígios de lutas brutais se espalhavam pelo chão. A atmosfera estava carregada de tensão e perigo iminente, mas não havia tempo para hesitar. Aterrissamos com rapidez, e imediatamente bati contra a porta da frente, empurrando-a com força para nos lançarmos para dentro.

Caímos na sala de estar, a porta se fechando com um baque quando algo sinistro — um tentáculo de sombras — se ergueu do chão para nos atacar. Rolei no chão, puxando Puck comigo, evitando por pouco o golpe.

A sala estava mergulhada em penumbra, a luz fraca de uma lâmpada quebrada tremeluzia, mal iluminando o caos ao nosso redor. Móveis estavam virados, destroços espalhados por todos os cantos, sinais de uma luta desesperada. Levantei-me rapidamente, encarando o tentáculo sombrio, enquanto Puck assumia uma postura de combate ao meu lado. Foi então que ouvimos vozes e vimos Lea e seus seguidores emergindo das sombras.

Lea estava imaculada, mesmo em meio ao caos, com um vestido cintilante por cima de uma armadura de batalha, seu sorriso venenoso tão afiado quanto uma lâmina.

— Mesmo em meio a uma batalha pela vida, você usa um vestido cheio de glitter? — murmurei com sarcasmo, apontando minha espada na direção dela, sem abaixar a guarda.

Lea riu suavemente, seu olhar carregado de desdém.

— Queridos, que desprazer vê-los novamente. Estilo e luxo nunca são supérfluos, mesmo quando estamos em meio ao caos. — Ela estreitou os olhos, seus lábios se curvando em um sorriso enigmático. — Vejo que vocês vieram por algo, mas pelo jeito como este mortal me olha, diria que estão desconfiados de mim.

Puck, mantendo sua postura defensiva, respondeu com cuidado:

— O reino das sombras está se espalhando, e parece que sua casa foi afetada. Estamos aqui para entender o que está acontecendo e, se possível, colaborar para conter essa ameaça.

Lea inclinou a cabeça ligeiramente, avaliando-nos com um olhar astuto.

— Ah, a invasão das sombras. Uma situação inconveniente, sem dúvida. Mas não se enganem, queridos, eu sempre sei como sair por cima. — Seus olhos brilharam com malícia, e minha desconfiança aumentou. — Eles atacaram minha adorável casa, e isso me prendeu aqui. Mas... talvez vocês possam ser úteis.

— Precisamos de uma passagem para Nevernever — disse Puck com firmeza.

O sorriso de Lea se alargou perigosamente.

— E o que acham que podem me oferecer em troca da minha ajuda? — Sua voz era como o sibilo de uma serpente, prometendo perigo a cada palavra.

A tensão no ar era palpável, e eu sabia que estávamos entrando em um jogo perigoso com alguém que sempre tinha um truque escondido.

A tensão no ar era densa, quase sufocante. Os olhos de Lea, brilhando com uma astúcia fria, me fizeram perceber que qualquer resposta errada poderia ser fatal. Eu sabia que estávamos pisando em terreno delicado, e qualquer erro nos colocaria nas mãos dela de forma irreversível.

Puck manteve sua postura firme, mas podia sentir o leve tremor em sua mão. Estávamos encurralados e, ao mesmo tempo, precisávamos da ajuda dela. Como barganhar com alguém como Lea, que sempre parecia três passos à frente de todos?

Respirei fundo, tentando manter a calma. Precisávamos de algo que a cativasse, algo que ela quisesse tanto quanto nós precisávamos da passagem. No entanto, antes que eu pudesse falar, Lea deu um passo à frente, seu sorriso se tornando ainda mais perigoso.

— Ah, queridos, eu vejo o conflito em seus olhos — sussurrou ela, quase como se saboreasse a tensão que pairava no ar. — Vocês querem a passagem para Nevernever, mas o que vocês podem me dar em troca? Tudo tem um preço. E vocês estão aqui, no meu território. Não pensem que podem escapar sem pagar o tributo adequado.

Puck apertou minha mão, como se me alertasse para ser cauteloso, mas, naquele momento, algo se acendeu dentro de mim. Não podíamos mostrar medo. Lea alimentava-se do medo dos outros, como um predador à espreita. Ergui meu queixo, encarando-a diretamente.

— Você quer sair daqui tanto quanto nós queremos passar para Nevernever. — Minha voz soou mais firme do que eu esperava, e Lea estreitou os olhos, avaliando cada palavra. — Não estamos pedindo uma troca justa. Estamos propondo um pacto. Você nos ajuda a conter essa invasão, a parar o avanço do reino das sombras, e nós garantimos que você sairá daqui com poder e glória.

Lea riu, um som afiado e cruel que ecoou pelas paredes.

— Poder e glória? — zombou, cruzando os braços. — Querido, você não sabe com quem está falando. Eu já tenho poder, e a glória... bem, essa é efêmera. — Ela se aproximou lentamente, seus olhos me perfurando. — O que eu quero é controle. Quero saber que, ao final disso tudo, eu estarei no comando. Você me daria isso?

Meu coração acelerou. Sabia que não podíamos dar-lhe o controle total. Lea era imprevisível, e o que ela poderia fazer com o controle da situação poderia ser ainda pior do que a invasão das sombras. No entanto, precisava jogar com sua ambição.

— Não posso te prometer controle absoluto, Lea — disse com cautela, escolhendo cuidadosamente minhas palavras. — Mas posso prometer que, ao final dessa invasão, você será mais poderosa do que já foi. — Fiz uma pausa, sabendo que precisava ir além para convencê-la. — E, além disso, posso lhe oferecer algo que ninguém mais pode: um segredo que te dará vantagem sobre qualquer um que ouse desafiá-la.

Os olhos de Lea se arregalaram por um breve momento, e pude ver o brilho de curiosidade e cobiça acendendo-se em sua expressão. Ela sempre foi movida por poder e mistério.

— Um segredo? — Ela se aproximou ainda mais, agora praticamente frente a frente comigo. — E que segredo seria esse?

Engoli em seco. Sabia que estava arriscando, mas havia algo que Lea não sabia sobre o reino das sombras, algo que eu tinha aprendido ao longo de minhas jornadas. Inclinei-me levemente para ela, abaixando minha voz para um sussurro.

— A origem da fissura... não foi um acidente. Há alguém puxando os fios dessa invasão, alguém que quer controlar o reino das sombras e o seu. — Olhei nos olhos dela, deixando o impacto da revelação reverberar. — E eu posso te ajudar a encontrá-lo antes que ele chegue até você.

Por um momento, o silêncio dominou a sala. Puck, ao meu lado, permaneceu imóvel, mas senti sua tensão. Lea nos observava com intensidade, seu sorriso lentamente desaparecendo enquanto ela processava minhas palavras. O brilho malicioso deu lugar a algo mais calculado, mais sério.

— Interessante... — Ela recuou, seus olhos agora distantes, como se estivesse considerando as possibilidades. — Um inimigo oculto. Uma oportunidade.

Ela olhou para mim de volta, seus lábios se curvando em um sorriso mais discreto, mas não menos perigoso.

— Muito bem. Farei um pacto com vocês. Ajudarei a conter essa invasão, mas — seus olhos brilharam perigosamente — se me trair, se esconder de mim o que prometeu, vai desejar ter ficado no reino das sombras.

Assenti, sabendo que estávamos em terreno instável, mas pelo menos tínhamos um acordo. Puck respirou fundo ao meu lado, claramente aliviado.

— Temos um acordo, então — disse Puck, soltando minha mão e dando um passo à frente. — Agora, vamos até Nevernever. Precisamos agir rápido antes que tudo seja consumido.

Lea riu suavemente, balançando a cabeça.

— Oh, apressados como sempre... — Ela ergueu a mão, e uma chave prateada apareceu magicamente em seus dedos. — Aqui está sua passagem. Mas lembrem-se... — Ela parou, com o sorriso venenoso de sempre voltando a seu rosto. — Eu sempre cobro o que me devem.

Com a chave nas mãos, Puck e eu trocamos um último olhar antes de nos dirigirmos à porta. Sabíamos que essa era apenas a primeira de muitas batalhas, e que o verdadeiro perigo ainda estava por vir.

Antes que eu pudesse sequer abrir a boca para responder, um estrondo ensurdecedor reverberou pelo ambiente. O chão sob meus pés estremeceu com uma força brutal, e as paredes ao nosso redor começaram a rachar violentamente. Fissuras profundas se abriram, serpenteando pelas paredes como se a própria casa estivesse sendo dilacerada por uma força invisível e indomável.

Minha respiração ficou presa na garganta enquanto o pânico tomava conta do meu corpo. O barulho era ensurdecedor, como se o próprio mundo estivesse prestes a se partir ao meio. Os pedaços do teto começaram a cair, e eu instintivamente puxei Puck para mais perto, protegendo-o de um dos destroços que desabou a poucos centímetros de nós.

— Cuidado! — gritei, enquanto a sala se desintegrava ao nosso redor.

Lea, no entanto, permaneceu surpreendentemente calma, sua expressão carregada de uma curiosidade inquietante, como se ela soubesse mais do que estava disposta a admitir. Seus olhos, no entanto, estavam fixos nas rachaduras que se expandiam rapidamente, observando com uma mistura de fascínio e leve apreensão.

— O que está acontecendo? — Puck perguntou, ofegante, tentando manter o equilíbrio enquanto o chão se despedaçava sob nossos pés.

Mas antes que alguém pudesse responder, uma onda de energia negra, fria e palpável, começou a emanar das fissuras. O ar se tornou pesado, carregado de uma energia sombria que fazia cada fibra do meu ser gritar de alerta. Um vento gélido atravessou a sala, fazendo com que os cacos de vidro e madeira flutuassem por alguns segundos antes de serem lançados violentamente contra as paredes.

Lea deu um passo para trás, seus olhos agora alarmados, enquanto sombras começavam a emergir das rachaduras no chão, tomando forma diante de nós. Elas se contorciam e se moldavam em figuras esqueléticas e grotescas, com olhos vazios e bocas que pareciam prontas para devorar tudo em seu caminho.

— Isso... isso não deveria estar acontecendo! — murmurou Lea, sua voz, pela primeira vez, traindo uma ponta de medo.

As sombras avançavam, e senti meu coração disparar ao ver que elas estavam nos cercando. Puck segurou minha mão com força, e olhei para ele, tentando manter a calma em meio ao caos.

— Temos que sair daqui! — gritei, minha voz quase abafada pelo barulho da destruição ao nosso redor.

No entanto, antes que eu pudesse mover um músculo, uma das figuras sombrias se lançou contra nós, suas garras escuras cortando o ar com uma velocidade assustadora. Minha reação foi instantânea. Estendi a mão livre, invocando um escudo de luz ao nosso redor. A criatura colidiu com a barreira mágica, soltando um grito agudo e grotesco antes de ser repelida.

Mas isso não iria durar. Eu podia sentir o peso da escuridão pressionando contra minha magia, ameaçando quebrar a proteção a qualquer momento. As sombras eram muitas, e mais surgiam a cada segundo, rastejando para fora das fissuras como uma maré crescente de terror.

Lea, sua expressão agora séria e sem o habitual ar de superioridade, olhou para nós. Havia algo novo em seu olhar — uma urgência que nunca vi antes.

— Vocês querem sair daqui com vida? — Sua voz era baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma força inegável. — Então escutem com atenção. Eu posso abrir uma passagem, mas vocês terão que me proteger enquanto faço isso.

Assenti rapidamente, sem tempo para questionar suas intenções. Estávamos sem opções, e a maré de sombras estava se aproximando rapidamente. As paredes estavam prestes a ceder completamente, e o chão já começava a ruir sob nossos pés.

— Faça rápido! — gritei de volta, posicionando-me ao lado de Puck enquanto mais criaturas se lançavam contra nós.

Lea ergueu as mãos, murmurando palavras em uma língua antiga e poderosa, enquanto faíscas de luz começaram a surgir ao redor dela. O ar ao nosso redor parecia ondular com a força da magia que ela invocava, mas as sombras não iriam esperar pacientemente. Elas avançavam, famintas, e eu sabia que não tínhamos muito tempo.

Puck e eu nos posicionamos lado a lado, nossas mãos ainda unidas, e juntos conjuramos tudo o que tínhamos. Raios de luz explodiram de nossas mãos, repelindo as criaturas temporariamente, mas elas continuavam a vir, incansáveis, como se a própria escuridão estivesse viva e determinada a nos consumir.

O estrondo ao nosso redor crescia a cada segundo. O chão estava cedendo, o teto caía em pedaços, e eu podia sentir o desespero apertando meu peito. Tudo estava desmoronando.

A chave brilhou intensamente em minha mão, sua luz cortando a escuridão como uma lâmina. O brilho prateado refletia nos olhos de Lea, que me lançou um último olhar carregado de expectativa e urgência. Sem hesitar, agarrei a chave com força, sentindo seu poder pulsar sob minha pele.

— Agora! — gritei para Puck, meu coração batendo acelerado.

Com a chave em mãos, corri com todas as minhas forças, a adrenalina tomando conta de cada músculo. O chão sob nossos pés continuava a rachar, as sombras ainda nos perseguindo, enquanto o caos ao nosso redor parecia à beira de nos engolir. Cada passo era uma corrida contra o tempo, contra o inevitável colapso.

E então, como por mágica, uma porta surgiu à nossa frente. Era antiga e imponente, com inscrições que brilhavam fracamente à luz da chave. Parecia flutuar no ar, um portal entre dois mundos prestes a se fechar. Sem pensar duas vezes, pulei em direção à porta, puxando Puck comigo.

— Vamos! — gritei, enquanto nos lançávamos pelo portal, o som ensurdecedor das sombras nos alcançando.

Assim que cruzamos a porta, um estrondo ecoou atrás de nós, alto e poderoso, como se o mundo estivesse desmoronando. Virei a cabeça por um breve momento e vi a sala de Lea sendo consumida pela escuridão, as sombras colidindo contra o portal que se fechava com um último brilho ofuscante.

Atravessamos a porta e caímos com força no outro lado, rolando pelo chão de pedra fria. Minha respiração estava pesada, meu corpo exausto da corrida e da luta. Puck se levantou ao meu lado, também ofegante, mas ileso.

Olhei ao redor, ainda tentando processar o que havia acabado de acontecer. Estávamos em um lugar completamente diferente. O ar era mais fresco, menos denso, e as estrelas brilhavam no céu, visíveis através de uma abertura rochosa que parecia se estender por quilômetros. Estávamos a salvo... por enquanto.

Soltei a chave, que agora estava sem brilho, apenas um objeto inerte em minhas mãos. O peso da tensão começou a se dissipar, mas o estrondo que ouvimos atrás de nós, momentos antes, ecoava na minha mente. A casa de Lea, o caos, as sombras... algo muito maior estava em andamento.

Puck me lançou um olhar sério, mas aliviado.

— Conseguimos... mas não por muito tempo, não é? — ele perguntou, a voz baixa, mas carregada de uma preocupação latente.

Assenti, ainda ofegante, enquanto meus olhos se perdiam no céu estrelado acima.

— Não. Isso é só o começo.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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