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Capítulo Dezesseis

Victor Decker:

Dentro dos recônditos da minha mente, eu estava imerso em um sonho, mas rapidamente a paisagem se metamorfoseou, transformando-se em uma densa floresta. Meus olhos percorreram o cenário, onde duas figuras desajeitadas cruzavam um tabuleiro de xadrez no enigmático País das Maravilhas. Eles saltavam desajeitadamente sobre os quadrados pretos e brancos pontiagudos, correndo para escapar de algo sinistro que se aproximava. Focando meu olhar, identifiquei a menina de cabelos ruivos em seu vestido vermelho com avental rendado, claramente desesperada. Ao seu lado, um rapaz cujas feições eram difíceis de discernir, mas cujas asas negras denunciavam sua origem feérica.

Uma sensação penetrante atravessou minha mente, algo distinto das vezes anteriores em que inadvertidamente mergulhei nas mentes alheias. Desta vez, eu estava experimentando as emoções do garoto diretamente. Na corte de Winter, muitos feéricos nutriam pensamentos distorcidos, o que, de alguma forma, me ajudara a sobreviver naquele lugar sombrio e a enganar alguns deles com facilidade.

Entretanto, esses pensamentos perturbadores não provinham da menina; eram emanados diretamente do garoto. Havia uma mistura fervilhante de raiva, ressentimento e mágoa que se espalhava por sua mente. A Rainha Vermelha emitira uma sentença brutal: a cabeça da menina deveria ser degolada e preservada em formol.

Os dois adentraram uma floresta sombria, cortando trepadeiras com uma espada que o rapaz havia roubado do palácio. Um matagal de espinhos surgiu do solo, como garras enfurecidas, agarrando não apenas o avental da menina, mas também minha própria pele. Árvores de dente-de-leão, gigantes em sua diminuta escala, se erguiam ao nosso redor, nos fazendo parecer diminutos como grilos.

Foi então que o rapaz orquestrou uma distração, atraindo a atenção das árvores espinhosas enquanto a menina fugia, desaparecendo rapidamente da minha vista. Em um piscar de olhos, um exército de cartas apareceu, cercando o rapaz. Ele atirou sua espada para longe, mas uma mulher com uma coroa vermelha sobre seus cabelos ruivos habilmente apanhou o objeto no ar.

Seu semblante carregava um sorriso inicialmente triste, que rapidamente se transformou em uma expressão de vingança ardente. O rapaz, impotente diante do exército de cartas, caiu de joelhos aos pés da misteriosa mulher.

Este era um capítulo totalmente novo da minha experiência onírica, uma cena repleta de enigmas e perigos que pareciam se estender até o infinito. Eu estava intrincadamente conectado a essas figuras e aos eventos que se desenrolavam, mas a natureza exata dessa ligação permanecia obscuro e misterioso.

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Acordei subitamente, expulso daquele cenário de sonho. Por um breve momento, vi o rosto do rapaz antes de ser arrastado de volta à realidade. Era o rosto de Morfeu, mas eu estava curioso sobre a identidade da garota e o que a colocara na ira da Rainha Vermelha. E, ainda mais intrigante, como Morfeu conseguira escapar do domínio dela.

Enfiei um bocejo preguiçoso e me esforcei para reorganizar meus pensamentos. Durante a noite, havia me virado na direção de Puck, que agora me mantinha em seus braços, abraçando-me com ternura. Sua respiração pesada acariciava meu cabelo de forma rítmica, e seus braços estavam firmemente enrolados em torno da minha cintura.

Aconcheguei-me sob seu queixo, mantendo meus dedos recolhidos dentro das mangas de sua camisa. Não queria acordá-lo, apenas queria fingir que as coisas eram simples e perfeitas por mais alguns momentos preciosos.

Entretanto, uma batida na porta interrompeu a tranquilidade do momento. Afastei-me lentamente de Puck e me levantei para atender, revelando uma pequena fada do lado de fora.

— Mestre Morfeu deseja falar com você. — Ela disse com urgência. — Agora mesmo.

Suspirei, consciente de que não poderia ignorar uma convocação direta de Morfeu. Segui a fada até o local onde Morfeu estava, no centro da floresta, observando algo no chão.

— Dormiu bem? — Ele perguntou enquanto me aproximei. — Sei que estive em seus sonhos durante a noite.

— Quem era aquela garota ruiva? — Perguntei diretamente, sem rodeios. — Não vou fingir que não aconteceu.

Morfeu se virou para me encarar, segurando uma rosa branca em suas mãos. Senti meu coração acelerar com a menção dela.

— Mirna, ela foi uma velha amiga — Morfeu disse, e sua voz carregava um peso profundo. — Mas para você, ela era apenas sua avó, ou melhor, uma estranha que você nunca conheceu.

Aquela revelação me atingiu como uma pedra, fazendo-me questionar a história que eu pensava conhecer.

— O que ela fez para enfurecer a Rainha Vermelha e como você conseguiu escapar dela? — Perguntei com urgência.

Morfeu pareceu ponderar minhas perguntas por um momento antes de responder.

— Há muitas coisas que não posso revelar, mas você precisa entender que o passado deve permanecer esquecido. Você tem apenas alguns dias para enfrentar a Rainha Vermelha e salvar todos nós. Ela detém um poder que perturba nosso mundo, e só você pode consertar o que ela quebrou. — Ele esmagou a rosa branca em suas mãos enquanto falava.

Fiquei em silêncio, absorvendo as palavras de Morfeu. Ele tocou minha testa, e uma corrente elétrica percorreu todo o meu corpo.

— O que você fez agora? — Perguntei, perplexo.

— Para salvar os outros, você precisará de todos os seus poderes. — Morfeu explicou. — Eu removi a restrição que a Rainha Mab colocou sobre eles.

Senti o glamour ao meu redor, desejando fluir através de mim e me dar total controle. O glamour era alimentado por emoções, especialmente as mais primárias e intensas, como raiva, luxúria e amor. Eu ainda podia acessá-lo como antes, e isso me fez admirar o quão poderoso Morfeu era para desfazer a restrição.

— O que fiz foi um gesto de boa vontade, para mostrar que desejo ser seu aliado. Peço que confie em mim, assim como Mirna e Edward fizeram no passado. — Morfeu falou, mas seus olhos ainda carregavam um pesar.

Minha mente ainda estava cheia de curiosidade sobre a relação de meus avós com ele, mas antes que eu pudesse perguntar, uma lembrança antiga surgiu. Era uma memória nebulosa, como se eu estivesse olhando através de vidro manchado, mas reconheci as lágrimas em meu avô enquanto olhava para um porta-retratos em seu quarto.

Tentei não fazer barulho, mas minha presença foi notada, e meu avô rapidamente enxugou as lágrimas. Me aproximei dele e o abracei com delicadeza, sem dizer uma palavra. Ele permaneceu em silêncio, mas senti a tristeza que o envolvia.

Minha mãe sempre dizia que, desde que minha avó morreu, meu avô parecia ter perdido uma parte de si mesmo. Agora, eu me perguntava se isso tinha algo a ver com o País das Maravilhas, a Rainha Vermelha e o que minha avó havia feito para desencadear sua ira.

Se eu quisesse respostas, teria que jogar o jogo de Morfeu e buscar o cetro.

— Como já disse, vou ajudá-lo em sua vingança contra a Rainha Vermelha, mas quero que trate Puck com o mesmo respeito que tem por mim. Ele também será útil na recuperação do cetro e na salvação do seu mundo. — Finalmente, rompi o silêncio, olhando diretamente para Morfeu.

Ele suspirou e concordou a contragosto.

— Farei o que puder. — Morfeu disse, com um ar de relutância.

— Sei que você tem espiões relacionados ao cetro no palácio. — Falei, franzindo a testa. — Precisarei de um disfarce se quisermos passar por lá sem sermos notados.

Morfeu me analisou com cuidado.

— Neste momento, você não parece alguém deste lugar, mesmo com suas orelhas pontudas. A magia de sua avó para ocultar sua verdadeira natureza está se desfazendo lentamente. — Morfeu puxou um fio do meu cabelo, e eu vi a cor mudar gradualmente para um tom mais claro.

— Encontrei você! — A voz de Puck soou repentinamente, e ele apareceu ao nosso lado, batendo na mão de Mor

feu. — Mantenha-se afastado dele.

Puck me puxou para mais perto, mantendo-se alerta em relação a Morfeu. Meu estômago roncou naquele momento, quebrando a tensão no ar. Peguei minha mochila, que surgiu misteriosamente, e peguei algumas barrinhas de comida.

— Venham. — Morfeu nos convidou, convocando fadas para nos acompanhar. — Sentem-se. Comam. E por favor, não pensem que a comida está enfeitiçada ou impregnada com glamour. Que tipo de anfitrião acham que sou? — Ele fez um som de nojo, como se a ideia o incomodasse profundamente, e nos olhou de dentro das sombras. — Tenho convidados, e vocês estão me fazendo parecer rude. Não ficarei satisfeito se minha reputação for manchada.

Seguimos Morfeu até onde a refeição nos aguardava.

O ambiente era mágico, com as fadas dançando no ar e as cores do entardecer criando um cenário deslumbrante. Sentamo-nos, e eu finalmente pude comer algo, enquanto a conversa com Morfeu continuava a girar em minha mente. Tantas perguntas sem resposta, mas eu sabia que, para desvendar os mistérios do País das Maravilhas e recuperar o cetro, eu teria que confiar em Morfeu e seguir adiante. Este era o começo de um novo capítulo em nossa jornada, cheio de desafios e perigos, mas também de revelações e esperança.

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Até a próxima 😘.














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