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18 - Labirinto da mente


Acordei em um lugar estranho, um labirinto de sombras e luzes difusas. Tudo parecia irreal, como se eu estivesse presa em um sonho. A sensação de estar perdida era esmagadora, e comecei a achar que talvez tivesse morrido. O desespero e a confusão me dominavam, e eu não sabia o que fazer.

De repente, Kageba apareceu diante de mim, em sua forma de velha. Ela parecia tão cansada quanto eu me sentia.

— Não sei ao certo se você está viva ou não — disse ela, sua voz carregada de tristeza.

As palavras dela me atingiram com força. Eu comecei a lamentar pela vida que tive, pelas memórias que perdi. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas eu mal conseguia chorar direito. Tudo parecia tão distante, tão irreal.

— Talvez seja melhor eu estar morta mesmo — murmurei, cheia de amargura. — Daria menos trabalho.

Kageba se aproximou, sua expressão suave e compreensiva.

— As pessoas ao seu redor amam muito você. Eu gostaria de ajudar com suas memórias, mas parte das minhas também se foram junto com as suas.

A tristeza em seus olhos refletia a minha própria. Eu sabia que ela estava tentando me confortar, mas a sensação de perda era grande. As memórias que eu tinha, ou que achava que tinha, estavam fragmentadas, como pedaços de um quebra-cabeça que nunca se encaixariam novamente.

— Eu sinto falta de quem eu era — sussurrei, minha voz quebrada. — Sinto falta das pessoas que amava, das coisas que fazia. Mas agora, tudo parece tão distante.

Kageba assentiu, segurando minha mão com firmeza.

— Mesmo que as memórias estejam perdidas, o que importa é o que fazemos daqui para frente.

As palavras dela trouxeram um pequeno conforto, uma faísca de esperança em meio à escuridão. Eu olhei para Kageba, sentindo uma mistura de tristeza e resignação.

— Satoru foi a melhor memória da minha mente sem lembranças — disse, minha voz carregada de melancolia. — Mesmo que no fundo eu soubesse que talvez fosse só o meu poder de desejos e que ele nunca me amaria de verdade.

Kageba suspirou, sua expressão cheia de compaixão.

— Quem realizava seus desejos era Kurogiri — explicou ela. — Ele simplesmente ouvia seus pensamentos obscuros enquanto tinha acesso total a eles e usava seus poderes para fazer o que você queria. Mas ele não conseguiu fazer mais nada quando Satoru se manteve perto de você, Akira.

As palavras de Kageba me atingiram como um golpe. Eu nunca imaginei que Kurogiri estivesse manipulando meus desejos dessa forma. A revelação me mostrava que eu era mesmo uma marionete nas mãos dele.

— Talvez os sentimentos que Satoru sentiu por você não tenham sido influenciados por Kurogiri — continuou Kageba. — Seria melhor você perguntar a ele.

Eu balancei a cabeça, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— É tarde demais — sussurrei. — Tudo está perdido agora.

Kageba segurou minha mão com firmeza, sua presença reconfortante.

— Nunca é tarde demais para buscar a verdade e lutar pelo que você acredita — disse ela. — Você ainda tem a chance de descobrir o que é real e o que não é.

Eu olhei para Kageba, sorrindo.

— Acho irônico que, no fim, meu maior pesadelo tenha sido minha aliada 

Ela assentiu, e deu uma gargalhada alta.

— Tinha que ver sua cara! Você se borrando de medo!

— Eu não tenho culpa!

— Você não sabia quem eu era, e Kurogiri havia roubado partes importantes de você, moldando tudo ao seu desejo.

A revelação era dolorosa, mas também trazia uma clareza que eu não tinha antes. Kageba, que eu inicialmente via como uma ameaça, estava ao meu lado, lutando para me proteger e ajudar a recuperar o que foi perdido.

— É difícil aceitar tudo isso — murmurei, sentindo as memórias fragmentadas e as verdades distorcidas.

— Você pode reconstruir o que foi perdido — disse ela. — Pode não ser fácil, mas você não está sozinha. 

Eu olhei para Kageba, sentindo um aperto no coração.

— Sinto tanta falta da minha família, da minha mãe — disse, minha voz embargada. — Queria pedir desculpas a ela por tudo.

Kageba me olhou com compreensão e carinho.

— Sua mãe vai entender — disse ela suavemente. — O amor de uma mãe é incondicional. Ela sabe que você fez o melhor que podia nas circunstâncias em que se encontrava.

Talvez houvesse uma chance de encontrar um novo começo e, quem sabe, a reconciliação com minha família.

— Droga... — Vi uma luz de longe. Eu me levantei devagar e fui caminhando na direção da luz. — O que é aquilo? 

— Eu teria medo de caminhar na direção da luz.

— Eu já morri mesmo. Nem vai fazer diferença.

— Se você diz...

— Se tá com medo, fica aí.

— Sou parte de você também, temos um pacto. Se ainda não foi desfeito talvez ainda esteja viva.

— Eu preciso ver aquela luz. Parece tão... quente... — Era uma esfera brilhante e era quente. Do tamanho de uma bola de futebol. Eu abri as mãos e ela veio na minha direção. Dava para ouvir vozes e ver pequenos reflexos dentro dela.

— Isso... — Kageba se aproximou devagar. — Uma fagulha de lembrança.

— Sério? — Perguntei empolgada. 

— Segure e olhe dentro dela.

Eu segurei a esfera firmemente em minhas mãos. Era leve e pesada ao mesmo tempo. Olhei para a esfera amarelada e o clarão me levou para outro lugar. 

Eu estava na beira do rio, havia uma cachoeira que caía com uma força quase sobrenatural, criando uma névoa que dançava no ar frio da manhã. As árvores ao redor estavam caídas, como se uma força invisível as tivesse arrancado do chão. O cenário era desolador, envolto em um silêncio inquietante. Havia uma carroça velha virada com as rodas para cima.

De repente, uma visão tomou conta de mim. Era uma memória. Eu me vi mais jovem, rindo e brincando perto da água. O sol brilhava intensamente, refletindo nas ondas do rio. As árvores cheias de vida. A felicidade daquele momento parecia quase irreal, como um sonho prestes a se desfazer. Havia um garoto ao meu lado. O mesmo das fotos que vi na minha casa.

As imagens pareciam afetadas. Eram apenas flashs, uma fagulha de memória. Então, um som ensurdecedor rasgou o ar. Houve uma explosão. A terra tremeu sob meus pés e meu eu criança foi lançada para trás. As árvores que antes estavam de pé agora jaziam no chão, algumas ainda fumegando. O cheiro de fumaça e terra queimada enchia o ar, denso e sufocante. A sensação de perda e desespero tomou conta de mim, como uma sombra fria. 

Eu estava caída no chão, devia ter uns 9 anos. Havia sangue para todo lado. Eu fiquei lá por muito tempo, quase a ponto de morrer. De repente ouvi vozes. Uma voz familiar. Um jovem de cabelos brancos e óculos. Satoru? Era aquela visão?

Ele desceu pelo ar literalmente flutuando e se aproximou de mim, pelo menos minha versão criança. Ele se ajoelhou ao meu lado e testou pulso. Havia mais a frente o que parecia uma terceira vítima, mas não conseguia identificar, parecia um borrão.

— Suguru! Ela tá viva!

A versão mais jovem de Suguru se aproximou de Satoru. Ele olhou ao redor e viu o garoto ensanguentado um pouco mais a frente e se aproximou dele.

— Esse não teve tanta sorte. 

Satoru tocou no ombro de minha versão criança e me deu um sorriso gentil. — Vai ficar tudo bem, tá? E aquel-

A imagem parecia falhar. Ele disse mais alguma coisa apontando para a direção do borrão, mas não consegui ouvir e nem ver nada.

Com delicadeza, ele me pegou no colo e me carregou até a parte mais alta. Suguru carregou o menino com um tipo de arraia voadora. Deu para ver onde estávamos. Parecia uma montanha. A mesma em que Kurogiri havia me levado. 

Satoru me colocou no chão e tirou o casaco de seu uniforme e me cobriu. — Se eu usasse a reversão de feitiço ajudaria bastante. Ela não tá parecendo que vai sobreviver. Embora ela pareça acordada.

— Como isso aconteceu? — Suguru perguntou olhando o corpo do garoto. O menino tinha a pele queimada.

— E-e... — A voz de Satoru falou como uma falha na imagem. Como se fosse um filme danificado ou alguma coisa do tipo.

A imagem se desfez e quando vi estava segurando a esfera novamente só que dessa vez ela se apagou e depois desapareceu. Quando percebi meu rosto estava molhado. 

— O que foi isso? — Eu toquei meu rosto e olhando as lágrimas.

— Uma memória. Falhada, mas era uma memória.

— Achei que tinha sido um sonho qualquer... Mas por que essa tristeza? Eu sinto que perdi alguém de forma muito trágica. Quem era aquele menino?

— Não faço ideia. Mas se descobrir provavelmente vai ser a chave para toda essa bagunça. — Kageba disse virando-se e seguindo para onde estava sentada anteriormente.

— Você bem que podia me ajudar a me lembrar!

— As lembranças são suas. Isso eu não posso interferir.

— Droga! — Eu sentei no chão e fiquei vendo a carroça do sonho naquele dia. Durante o coma. — Tudo aqui parece me lembrar do acidente. Raízes, árvores, carroça. Só não tem o rio. Talvez seja... um quebra cabeça?

Eu me levantei e segui andando pelo labirinto devagar. Cada lugar que eu ia havia algo que me lembrava a cena que tinha visto. Das minhas memórias. Os óculos redondos de Satoru, a arraia voadora, árvores, raízes. No chão no centro do labirinto, havia várias coisas importantes. A foto da minha família, a versão em miniatura da casa em que morava, um pôster da minha banda favorita que não era nenhuma das que estavam naquelas paredes. 

— Rammstein? — Essa me surpreendeu, eu confesso. Mais a frente a camiseta que eu mais gostava. Eu tinha ganhado de presente do meu pai quando fomos ao show do Avenged Sevenfold.

Mais a frente, em cima de um tronco, um boné com as iniciais D F. Um boné infantil do pokemon. Uma peça vermelha e branca. Eu toquei a peça e senti uma sensação estranha que misturava medo, angústia, tristeza e arrependimento.

Você prometeu!

O grito me fez soltar o boné rapidamente e um clarão surgiu acima de mim. Depois silêncio. 

Alguns segundos depois abri os olhos e eu ainda estava no mesmo lugar de antes. Encostada numa árvore depois de ter caído ladeira abaixo. O fogo havia se alastrado e estava quase chegando até mim. Ouvi de longe as sirenes dos bombeiros.

Eu sentia dor, cansaço, exaustão. Mas tinha que sair dali antes que eu fosse consumida pelas chamas. Comecei a me arrastar pelo chão até conseguir me agarrar a uma árvore.

— Kageba... — Chamei pela velha que apareceu logo em seguida.

— Não tenho muita energia.

— Só me ajuda a sair daqui.

Kageba ergueu as duas mãos segurando a bengala que sempre usava e me entregou — Se apoie nela, não vai adiantar muita coisa, mas talvez você consiga ao menos chegar onde tem ajuda. Os bombeiros não devem demorar a chegar.

— Não! Eu preciso chegar à cidade. Dar um jeito de achar...

— Nem pensa naquele namorado agora! Manter você viva é a prioridade. 

— Mas Kageba, ele pode estar em perigo! — insisti, tentando me levantar com a ajuda da bengala. Cada movimento era uma luta contra a dor e o cansaço.

— Ele vai entender que você precisa se salvar primeiro — respondeu Kageba, com um olhar firme, mas preocupado. — Agora, vamos. Eu vou te ajudar o máximo que puder.

Com muito esforço, comecei a me mover, apoiada na bengala e na força de vontade. Uma bengala e um sonho. O calor das chamas se intensificava, e o som das sirenes parecia mais próximo, mas ainda distante o suficiente para me preocupar.

— Kageba, e se não conseguirmos? — perguntei, a voz trêmula.

— Não pense assim. Vamos conseguir. Você é forte, mais forte do que imagina — disse ela ainda ao meu lado, mas seus pés haviam sumido e ela apenas um rastro de espectro preso a minha sombra.

Continuamos a avançar, o fogo estava ao nosso redor, cada vez mais próximo. Finalmente, avistamos uma clareira onde os bombeiros chegaram.

— Ali! Estamos quase lá!

Com um último esforço, chegamos à clareira. Os bombeiros me viram e correram em nossa direção, prontos para nos ajudar. Senti um alívio imenso.

— Vamos cuidar de você agora — disse um dos bombeiros — Você fez um ótimo trabalho em chegar até aqui.

Enquanto recebia os primeiros socorros. Os bombeiros agiram rapidamente e com muita eficiência para garantir nossa segurança. Assim que me avistaram, correram em minha direção, trazendo equipamentos de primeiros socorros e máscaras de oxigênio. 

Primeiro, um dos bombeiros me ajudou a sentar em uma maca portátil, enquanto outro verificava meus sinais vitais. Eles foram muito cuidadosos ao examinar minhas feridas e queimaduras, aplicando pomadas e cobrindo as áreas afetadas com bandagens esterilizadas para evitar infecções. 

Depois de estabilizarem minha condição, eles me colocaram em uma maca e me levaram para uma área segura, onde uma ambulância já estava à espera para me transportar ao hospital mais próximo. 

Ouvi um dos socorristas conversando com o outro, enquanto minha mente começava a apagar. — Um incêndio no monte Odake? 

— Pois é... parece até amaldiçoado...

— Por que você diz isso?

— Não foi lá que aquele menino morreu num acidente misterioso? 

— Daisuke Fushi? Eu me lembro dele. Sabe o que é engraçado? A família inteira morreu de causas desconhecidas.

Daisuke Fushi.

Eu me lembrava desse nome. Minha mãe havia me dito naquele dia. O menino das fotos. Daisuke Fushi... DF. 

Mas que merda...

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