11 - O desejo mais profundo
Eu passei o dia todo no quarto. Satoru bateu na porta, me ligou, mas não atendi. Eu ainda não estava pronta para encarar ele. Que coisa mais ridícula. Tive um sonho extremamente realista com ele. Um sonho erótico.
Senti o celular vibrar em cima da cama e me levantei do chão onde estava e olhei a tela. Tenho a localização da Sakura. Eu levantei, cabisbaixa e abri a porta do quarto e vi Satoru parado na porta.
— Ela não está em Hokkaido. — Ele disse sério. Devia estar constrangido com meu vexame. Que coisas será que eu disse a ele?
— Vamos lá então. Eu vou arrumar as minhas coisas.
— Antes... eu queria que visse sua família.
— Por favor, não.
— Sua mãe está preocupada.
— Ela ligou para você? Por que todo mundo fica agindo pelas minhas costas?
— Eu liguei para ela.
Ele estava sério o tempo todo. Não estava com o sorriso bobo e convencido de sempre. Eu devo ter feito muita merda. Respirei fundo e sem muitas alternativas eu aceitei.
— Tá. — Respondi desanimada. Eu não queria nem tocar nesse assunto, não tinha energia para isso.
Voltar para casa era tudo que eu não queria naquele momento. Rever minha família, meus pais, meus irmãos. E além de tudo ainda tinha a vergonha que eu tinha que enfrentar.
Saímos do hotel e caminhamos pela rua. O silêncio entre nós era ensurdecedor. Estava totalmente sem saída naquele momento. Estar ao lado dele depois de todo o lance estranho, do meu sonho, e além de tudo ver meus pais outra vez.
Passamos em frente a um hospital antigo, que havia sido desativado após a construção de um novo. Eu andava de cabeça baixa lutando para que ele não visse a vergonha que eu sentia.
Foi então que vi de relance. Um gato preto em frente ao hospital. Olhos verdes brilhantes, pelo lustroso. Ele sumiu detrás de uma coluna e depois apareceu em sua forma humana.
Kurogiri
Meu coração acelerou. Eu parei por um instante e encarei ele. Kurogiri sorriu para mim e sussurrou. "Estou te esperando". Eu fiquei olhando para ele. Eu não tinha reação, não sabia o que fazer. Seus olhos pareciam estar olhando direto para minha alma e de repente ouvi sua voz dentro da minha mente.
Ele quer fazer você sofrer.
Quer que você fique perto da sua família.
Eles não querem você lá
Você sabe disso.
Seu professor tem vergonha de você
Sua mãe tem vergonha de você
Seu irmão te odeia
Izumi nunca amou você
Mas eu te amo, Aki. Não há lugar seguro a não ser comigo e você sabe disso.
Eu sabia disso. No meu íntimo eu sabia disso. Era tudo verdade. Não havia lugar para mim. Não havia ninguém que me amasse a não ser Kurogiri.
Ele quer afastar a gente.
Meus olhos começaram a arder. A garganta queimava, eu queria chorar e sair correndo. Para longe de tudo aquilo. Só havia lugar para mim com Kurogiri. Eu virei meus pés na direção dele, eu hesitava. Lembrava das palavras de Satoru. Do momento que tivemos juntos. De um momento que nunca existiu.
— O que está vendo? — Satoru me perguntou desconfiado. Olhei para Kurogiri que negou com a cabeça e disse: "Eu encontro você, me espere"
— Nada.
Continuamos andando e a cada vez que se aproximava da minha casa, o pavor tomava conta de mim. Eles não me queriam lá. O que eu iria fazer? Eu olhei para trás e vi o gato me seguindo. Eu tinha que sair dali.
Se quer me ajuda, peça
Não posso ajudar se não pedir.
Eu parei. Fiquei olhando Satoru se afastar. Quando ele percebeu que não o seguia, ele parou e se virou para mim. Eu abri os lábios para dizer, mas Satoru veio na minha direção e segurou minha mão.
— Não precisa ir se não quer. — Ele disse me levando para longe da minha casa.
— Que está fazendo?
— Vamos para outro lugar.
— Para onde?
— Onde você quiser.
— Não quero ir para lugar nenhum! — Retruquei, sentindo as bochechas queimando.
— Que tal Karaokê? — Ele disse sorrindo. — Gosta de Karaokê?
— S-sim...
— Então vamos.
Eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo empolgada. Satoru me convidou para ir ao karaokê. Nunca imaginei que ele faria isso. Caminhamos juntos pelas ruas iluminadas de Sapporo, até chegarmos ao Karaokekan Susukino Honkan, um dos lugares mais populares da cidade.
Entramos e fomos recebidos por um ambiente acolhedor, com luzes neon e uma recepção calorosa. Satoru escolheu uma sala privada para nós. Era pequena, mas confortável, com sofás macios e uma mesa cheia de petiscos e bebidas. As paredes eram decoradas com pôsteres de bandas famosas e havia uma grande tela de TV na frente. Ele me entregou o controle remoto e me incentivou a escolher a primeira música.
— Vai lá. Escolhe alguma coisa.
— Não sou boa nisso.
— Confio no seu talento.
Minhas mãos tremiam um pouco, mas consegui selecionar uma música que eu me lembrava. Quando a música começou, senti meu coração bater mais rápido. Satoru sorriu e começou a cantar junto comigo. Sua voz era suave e melodiosa, e eu me perdi no momento, cantando com todo o meu coração.
Depois de algumas músicas, ele escolheu uma canção romântica. Quando a melodia começou, ele se aproximou de mim e pegou minha mão. Cantamos juntos, nossos olhos se encontrando de vez em quando. Foi um momento mágico, como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois e a música.
— Desse jeito vou ficar mal acostumada. — Eu disse sentando no sofá e comendo um petisco.
— Por que?
— A gente está se divertindo.
— Isso não é bom?
— É, mas eu tenho medo de me acostumar e depois tudo se acabar.
— Você se preocupa demais com o amanhã, que tal viver só o hoje?
— O meu hoje está tão confuso... — Eu disse com lágrimas nos olhos.
— Vai passar rápido, você vai ver.
Estar com ele fazia eu me esquecer se tudo. De cada problema, de cada angústia, de cada medo. Quando saímos do karaokê, a noite estava fresca e as luzes de Sapporo brilhavam ao nosso redor. Satoru e eu caminhávamos lado a lado, ainda sorrindo e conversando sobre as músicas que cantamos. De repente, senti uma gota de chuva cair no meu rosto. Olhei para cima e vi que o céu estava começando a se cobrir de nuvens escuras.
— Ah, parece que vai chover. — disse ele, olhando para o céu.
— Vamos correr para aquele café ali na esquina!
— Espera. — Ele tocou meu ombro e me puxou para mais perto dele. A chuva começou de forma torrencial, mas não caia uma única gota em nós.
— Que isso? — Eu perguntei surpresa.
— É difícil explicar, mas tem a ver com meus olhos. Eu desacelero as coisas ao meu redor. Tudo fica mais lento. Tipo... Aquiles e a Tartaruga?
— Eu não lembro disso. Sinto muito. — Eu disse sorrindo.
— Depois eu te explico com mais calma.
— E agora? Como vamos para o hotel?
— Nós podemos ir andando abraçadinhos ou... — Ele colocou as mãos atrás das minhas costas e num piscar de olhos estávamos na varanda no meu quarto.
— Que doideira! É um teletransporte?
— É. Legal né?
— Você é incrível!
— Eu sei.
Eu me soltei do seu abraço, ainda envergonhada. Queria dizer tanta coisa para ele. Que eu estava afim dele, queria que ele me dissesse que não era coisa da minha cabeça. Tiramos os sapatos e entramos dentro do quarto.
— Acho melhor eu ir... Amanhã a gente vai atrás da Sakura. — Ele começou a dizer e meu coração acelerou.
— Satoru?
— Hum?
— Eu... queria me desculpar pela noite passada. Eu não sei o que estava pensando. Prometo que nunca mais vai se repetir. Não faz ideia do quanto eu me arrependo.
Ele ficou em silêncio com as mãos nos bolsos olhando para baixo. Em seguida ele tirou os óculos e coçou a sobrancelha com o polegar.
— Tá tudo bem. Não tem que se desculpar. Se... foi tão ruim para você assim. A ponto de se arrepender. — Ele olhou para mim por cima dos ombros. Eu estava confusa, não sabia mais o que pensar.
— Eu estou envergonhada! Eu...
— Não precisa dizer nada, Akira. Vai ficar pior.
— Eu te ofendi? Foi isso? Porque se foi, me desculpe! Poxa! Eu levanto no meio da noite e vou até seu quarto, faço coisas esquisitas e depois eu tenho um sonho erótico com você! Caramba, eu tô morrendo de vergonha!
A expressão dele mudou naquele instante e depois ele deu dois passos na minha direção e deu uma risada que ecoou pelo quarto inteiro.
— Acha que foi um sonho?
Eu fiquei sem reação, meus ombros tensos se soltaram aos poucos e fiquei olhando para ele com os lábios abertos buscando as palavras para aquele momento.
— Não... foi?
— Então é por isso que está me evitando?
— Eu... pensei que...
Ele se aproximou de mim e tocou meus queixo com delicadeza. — Primeiro pensei que não se lembrava, depois que tinha sentido culpa por sermos aluna e professor... teoricamente, e por enquanto. Depois achei que tinha achado ruim, o que era praticamente impossível.
— Foi maravilhoso! Quer dizer... foi incrível! E eu não quero nunca me esquecer disso... eu... — Ele calou a minha falação desenfreada com um beijo.
— Eu te lembro se for preciso.
— Eu achei que estava pensando coisas absurdas.
— Não. Você não estava.
— Preciso ativar o selo para ver se tô sonhando.
— Eu posso te mostrar de várias maneiras... — Ele me deu um beijo intenso. O simples toque dele estremecia meu corpo todo. Eu o queria sobre mim, o queria dentro de mim. Enquanto ele me beijava eu tirei sua jaqueta. — Temos que ir devagar...
— Por favor, não.
Eu me deitei na cama e o puxei para cima de mim. Ele colocou a mão por baixo da minha blusa. Senti ele tocar meu seio e depois foi até as minhas costas e desabotoou meu sutiã. Depois ele se ajoelhou na cama e puxou minhas pernas para mais perto de seu corpo e tirou a minha camiseta junto o sutiã e com a mesma habilidade tirou minha calça e a calcinha e em questão de segundos estava completamente nua diante dele.
Eu senti meu rosto esquentar quando ele começou a se despir. Ele desabotoava a camisa olhando intensamente em meus olhos, vendo a minha reação ao ver seu corpo perfeito. O peitoral definido, os braços fortes, pude ver o corpo dele completamente nu e o quanto ele me desejava. Ele se pôs sobre mim e continuou a me beijar intensamente, ele mordia meu pescoço, sugava meus seios, apertava minha coxa, meu bumbum.
Sentia sua respiração quente e ofegante na minha orelha fazendo meu corpo arrepiar, a barba começando a crescer roçando no meu pescoço.
— Aki... eu quero você só para mim. — Eu senti a pressão da sua ereção, quente, pulsante.
— Eu sou sua, completamente sua.
— Não tô aguentando mais. Eu quero estar dentro de você... — A voz rouca e ofegante dele me deixava ainda mais excitada. Ele pediu a permissão por algo que eu já estava implorando. Eu toquei seu peito e parei por um instante e olhei nos olhos dele.
— Eu quero muito você dentro de mim. Não precisa nem pedir.
— Aki, eu acho que você é virgem.
A revelação me pegou um pouco de surpresa. Parece estranho, mas quando você perde a memória, esses detalhes passam despercebidos.
— Eu sou? Como você sabe?
— É um palpite.
— Mas... tá tudo bem. Eu não me importo com isso. Tipo... eu ficaria feliz se fosse você.
Ele encostou a testa na minha e fechou os olhos. — Você me complica desse jeito.
— Eu não quero outro se não for você.
— Eu vou me arrepender disso, Aki.
— Por favor... Minha mente tá uma bagunça. Talvez eu nem saia viva disso tudo e você sabe.
— Então espera só um pouquinho, tá?
Naquela altura, no calor do momento, eu tinha me deixado levar e colocado de lado todos os meus questionamentos e minhas dúvidas e incertezas. Tudo que eu queria era estar com Satoru. Queria que o mundo inteiro explodisse lá fora. Eu queria aquele homem acima de qualquer coisa. Me esqueci da minha família, da escola, do Kurogiri, da velha costurada, do coma, do Izumi, dos meus medos, dos meus desejos sendo realizados a todo custo. Esqueci tudo. Queria apenas ficar com ele o resto da minha vida.
Quando ele voltou já com o preservativo, voltou a se deitar sobre mim e aí não havia mais nada que impedisse a minha decisão. E mesmo depois de tudo que veio depois, eu nunca me arrependi. Porque eu estava apaixonada, ele era meu príncipe, meu anjo.
Ele me beijava com intensidade, sua língua dentro da minha boca, e o toque firme na minha pele, extraindo de mim meu lado mais devasso. Quando me dei conta ele já estava entrando em mim, arfei com a dor que senti o que confirmava sua suspeita. Eu era mesmo virgem.
— Aki, eu vou começar, se ficar muito dolorido eu paro.
— Tá.
— Está suando frio. Se acalme... eu prometo que vai ser muito bom depois.
Eu confiava nele. Por alguma razão que nunca entendi, eu confiava nele cegamente. Ele poderia fazer qualquer coisa comigo que eu aceitaria. Ele continuou a me penetrar, eu senti a dor intensa e num movimento rápido ele estava completamente dentro de mim, me preenchendo.
— Tudo bem? — Ele me perguntou beijando minha testa.
— Sim... — Eu respondi trêmula. Minhas unhas firmes nas costas dele, haviam leves sardas pelos ombros que deixava ele ainda mais charmoso.
— Calma. Tá tensa demais.
— Eu tô muito nervosa.
— Só relaxa, o resto eu faço, tá?
Soltei o ar dos pulmões de forma tensa e ele começou a se movimentar. O desconforto durou pouco e logo eu senti meu interior se aquecer e percorrer por meu corpo. Ele aumentou a intensidade, eu estava entregue aquele momento. Acho que até hoje não encontrei palavras para descrever o que senti. Eu me entreguei completamente. Eu olhava a expressão de satisfação dele e isso me deixava em êxtase.
Ele me beijava enquanto se movia cada vez mais rápido. Depois me ergueu e deitou-se com as costas no colchão e me colocou montada sobre ele. Seu rosto estava levemente vermelho, e a sua pele cada vez mais quente, ele segurou meus quadris e pressionou levemente para baixo entrando cada vez mais em mim.
— Agora, Aki... mexa seus quadris. — Me conduziu mostrando como ele queria que eu fizesse. Eu me deixei levar por aquele momento deixando escapar um gemido mais alto do que eu queria.
Ele se levantou abraçando meu corpo e com a boca no meu peito. Senti sua língua subir pelo meu corpo, meu pescoço, até minha orelha que ele deu uma leve mordida e depois encontrou meus lábios onde me beijou intensamente.
Eu sentia vergonha, mas naquele momento não havia pudores. Eu estava completamente nua, dando para um cara que era para ser meu professor, um que eu mal conhecia e isso não me importava. Demorou um tempo para eu entender isso e confesso que muitas vezes pesquisei a respeito. Disso eu me lembro. A gente tem boas lembranças para coisas levianas.
— Quero sentir sem preservativo. — Eu disse sussurrando em seu ouvido.
— Não podemos...
— Por favor... Quero sentir o calor da sua pele.
Tudo que eu pedisse a ele naquele momento ele ia fazer. Disso eu tenho certeza. Parando para pensar, sei que fui imprudente, mas eu queria mesmo sentir sua pele. Ele saiu de mim e jogou de lado o preservativo. Me deitou de novo no colchão e se encaixou entre minhas pernas, ele me penetrou com ainda mais vontade. Minhas pernas envolta de seu corpo, minhas unhas nas suas costas, os dentes dele no meu pescoço, sugando levemente minha pele. Eu senti uma das melhores sensações do mundo, uma sensação de não conseguir controlar os gemidos.
Eu senti dentro de mim algo quente. Ele parou com as duas mãos ao lado da minha cabeça. Parecia... arrependimento?
— Droga... tinha que ter tirado antes. — Ele deitou ao meu lado suado e levou a mão à cabeça. — Vou à farmácia comprar uma pílula para você. Pode ficar tranquila, apesar que você foi culpada... Não me tente desta maneira.
— Eu?
Ele virou o rosto para mim sorrindo e pude ver os vários tons de azul em seus olhos. Ele era tão perfeito. — Comigo dentro se você, tendo uma transa tão gostosa, qualquer coisa que você me pedir eu farei.
— Foi tão bom assim?
— Foi sim. — ele me puxou para cima dele e ficou abraçado comigo. Eu podia ouvir o coração acelerado dele, sua respiração irregular. — E para você?
— Foi maravilhoso... — Eu disse me ajeitando em seu peito.
— Da próxima vez vai ser ainda melhor. Mas temos que prevenir, quando essa missão toda acabar vou levar você ao ginecologista. Você não vai querer ter um filho tão cedo.
— Filho? — Ergui a cabeça já desesperada. — Merda! Eu... Ah, meu Deus!
— Calma. Toma a pílula do dia seguinte e depois vamos nos prevenir, ou eu tento tirar antes.
— Eu sou tão imprudente!
— Tá tudo bem, vem cá! — Ele me envolveu em seus braços de uma forma carinhosa e senti como se ele me protegesse do mundo inteiro.
— E se eu engravidar?
— Eu cuido de tudo. Não vai faltar nada para vocês. Mas não preocupa com isso.
— Queria ficar aqui para sempre...
Eu adormeci nos braços dele e dormi como nunca tinha dormido antes. Um sono profundo. Mas como sempre, eu tinha que sonhar. Mas desta vez foi diferente.
...
Eu estava deitada, podia ver o sangue escorrendo no chão. Ouvi som de rio, eu não conseguia me mexer, eu estava desesperada, de longe era possível ver o corpo de um garoto todo ensanguentado. Um menino de cabelos castanhos escuro. Eu tentava gritar, mas minha voz parecia não sair.
Depois de muito tempo ouvi passos. Alguém se ajoelhou ao meu lado. Cabelos brancos, óculos pretos redondos, com o uniforme da escola jujutsu. Satoru? Era ele, eu tinha certeza, mas estava bem mais jovem. Ele tocou no meu pescoço.
— Está viva? Suguru! — Ele se virou para mim. — Calma, vamos te ajudar. Você vai ficar bem.
— Ela está viva? — O homem de cabelos pretos presos no coque. Ele tinha uma franja, um olhar sereno e uma voz suave.
— Sim. E o garoto?
— Não sobreviveu.
Depois disso não me lembro de mais nada. Apenas de uma voz, de um par de olhos avermelhados e um grito:
VOCÊ PROMETEU!
Acordei num salto, desesperada. Meu corpo suado, eu estava trêmula. Olhei a palma da mão e sussurrei: Sensei Bonitão. A imagem do selo apareceu na palma da minha mão. Senti os braços de Satoru me envolver e depois senti um alívio.
— Calma. Foi só um sonho.
— Me abraça forte...
— Vai ficar tudo bem...
Eu queria acreditar nisso. Queria do fundo do meu coração.
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