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08 - Hokkaido

Era um branco total. Um vazio na mente. Havia apenas partes desconexas e isoladas. Como se fossem palavras-chave. Eu olhava para Satoru desesperada, buscando uma resposta.

— Eu não lembro de nada, Satoru.

— Eu imaginei isso. — Ele disse, franzindo o cenho.

— Nada. Eu sei quem é minha família, meus pais, meus irmãos. Meus colegas de classe, mas o resto eu não lembro.

— Calma. Vamos voltar para a escola por enquanto e irei comunicar isso à chefia.

— Como isso pôde acontecer? — Eu estava desesperada. Forçando a mente para lembrar. — Eu não sei qual comida favorita, nem que música eu gostava mais, eu não lembro de absolutamente nada.

— Vamos dar um jeito.

Ele tocou meus ombros tentando me confortar, mas tudo que eu sentia era como se estivesse oca por dentro. Eu acabei voltando para a escola depois disso. Pensando diariamente na minha vida antes dali. Antes do coma. Eu estava sentada na arquibancada olhando os meninos treinarem no horário de almoço.

— Parece distante. — Nobara sentou-se ao meu lado. — Já faz um tempão que você está segurando esse oniguiri aí. Parece até que travou.

— Eu estou pensando na minha vida.

— Se pensar demais, vai ficar careca.

— Verdade, né? — Dei uma mordida no oniguiri e fiquei olhando o Satoru treinando com o Yuji.

— Fiquei sabendo que você estava passeando com o Sensei no fim de semana.

Eu engasguei com o oniguiri. Um grão de arroz que foi por onde não devia. Cobri a boca ainda mastigando e olhei para Nobara.

— Como você sabe disso?

— Todo mundo sabe. — Maki disse, passando por nós. Ela parou e ajeitou os óculos e me olhou por cima dos ombros. — Só toma cuidado porque a fama dele é muito ruim.

Eu só ia entender de que fama ela estava falando muito tempo depois. Mas naquela época eu nem dei muita importância. Achei que era brincadeira. Dei uma piscadinha e apenas respondi um:

— Pode deixar.

Quando ela se afastou, Nobara olhou para mim sorridente. — Você e o sensei? Era um encontro?

— Não! Ele só me levou para comer num Maid café e dar uma volta na Rua Takeshita. Nada de mais. Eu não ia visitar minha família mesmo. Além disso, eu sou uma aluna.

— Para, não vejo problema. Primeiro: você já tem 19 anos e, segundo: ele nem é tão velho. Se não me engano, o Fushiguro disse que ele tem 28 anos. Não é uma diferença tão grande assim. E você é muito bonita.

Eu não tinha pensado nessa possibilidade. Eu juro que não. Tudo ali não passava de uma ideia maluca. Uma olhada que não devia, um gesto mal interpretado da minha parte. Mas quando ela disse esses detalhes que, inconscientemente, eu sabia, mas fingia não saber. Tudo aquilo que eu estava suprimindo começou a aparecer.

— Bobagem, Nobara. Ele deve ter coisa melhor para fazer.

— Eu, no seu lugar, não perdia oportunidade! Até porque, além de bonitão, ele é muito rico.

— Sua interesseira!

— E eu sou boba? Quero um homem rico para me bancar!

— Olha só, que abusada! — Eu disse sorrindo. Eu estava até me acostumando com todo mundo ali. Meu olhar parou em Satoru, sorrindo com o Yuji. Vestindo uma camiseta branca justa que dava para ver os músculos marcados. Eu sentia um calor subindo pelo meu corpo, pelas minhas pernas.

Ele subiu as escadas com os meninos e olhou para mim por cima dos óculos e deu um sorriso envolvente, acompanhado de um discreto mordiscar no lábio inferior, ele exalava um charme irresistível. Enquanto isso, eu tentava voltar ao normal.

— A gente bem que podia fazer compras um dia desses, né, Akira? — A voz de Nobara me tirou do transe e pisquei algumas vezes, desviando o olhar.

— Podia, né? Mas eu estou meio sem grana. Quer dizer, minha família deposita para mim, mas eu não quero esbanjar. — Menti. Minha família não me mandava um centavo. O que só me deixava ainda mais triste. Era como se eu estivesse esquecida. Morta.

— Ah, é verdade. Você ainda não saiu em missões, né? Mas olha, assim que você sair em missão pela primeira vez e receber seu primeiro pagamento, a gente vai dar um rolê.

— Tá bom.

— Sem conversinha, vamos que o horário de vocês já deu. — Satoru disse passando por nós. Eu me levantei da arquibancada e os segui para dentro da escola.

Ainda estava com a turma do primeiro ano. Minhas notas não melhoraram. Eu não conseguia me concentrar, por mais que eu tentasse. Quando fui para a sala do Satoru, já no fim do dia, ele já estava me esperando na porta.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei me aproximando, dava para sentir o perfume dele, um perfume suave e levemente refrescante. O que me causava sensações ainda mais estranhas e confusas. Eu tinha que me controlar, ainda martelava na minha mente o que a velha tinha me dito. Eu tinha que controlar os meus desejos.

— Vamos caminhar um pouco pela escola.

— Tá.

Meu rosto queimava só de ficar perto dele. E eu tentei apagar qualquer coisa da minha mente que pudesse indicar outra coisa. Mas era impossível. Eu não podia negar que ele me atraía desde a primeira vez que o vi, que eu ria das piadas dele e do Itadori. Que eu amava o fato dele ser extremamente divertido e alto astral. Contrastava com minha personalidade cinzenta, era como um sol no meio de nuvens cinzentas. Um anjo na escuridão que era minha vida naquele momento.

A gente caminhou por uma varanda que tinha ao redor da escola. O sol já estava quase se pondo. O pôr do sol mais deslumbrante que já vi, o céu começou a se tingir de um laranja vibrante, que lentamente se transformou em tons de rosa e roxo. As nuvens, que antes eram brancas e fofas, ganharam contornos dourados. Enquanto o sol descia no horizonte, senti uma brisa suave acariciar meu rosto. Os sons ao meu redor, o vento sussurrando através das folhas das árvores, produzindo um som relaxante e contínuo.

— Parece feliz. — Ele disse e eu o olhei sentindo as bochechas esquentarem.

— Eu só estava admirando esse pôr do sol. Acho incrível aqui ser uma escola no meio das montanhas.

— Então, você gosta de estar em contato com a natureza? Já é um gosto seu.

— É. Pode se dizer que sim.

— Eu prefiro praia.

— Eu sinto que gosto de praia, mas eu nem lembro da sensação. Agora frio e neve é algo que eu lembro bem.

— Sapporo tem o festival da neve, então é bom também.

— Você vê o lado bom em tudo, sempre?

— Não, mas ser negativo sempre é ruim. Muito deprê.

— Disso você tem razão.

— Eu queria falar sobre duas coisas com você. — Ele disse parando e escorando as costas no pilar do parapeito da varanda, ele colocou as mãos nos bolsos e ficou olhando para baixo antes de olhar para mim.

— Pode falar.

— Sei que sua família não te manda nada. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, não hesite em me falar.

— Não! Por favor, não se preocupe com isso.

— Se quiser fazer compras com a Nobara é só me ligar que passo a quantia para você na hora.

— Satoru... quer dizer, sensei, isso não é obrigação sua. — Eu disse desconcertada. Morria de vergonha dessas coisas. — Não disse aquilo intencionalmente.

— Pode me chamar pelo nome. Já te disse que não ligo para essa formalidade toda, Aki.

— Eu... — Meu coração batia acelerado, eu sentia uma vontade imensa de dizer a ele que queria beijar a boca dele, que toda vez que ele pronunciava meu nome, sentia uma sensação quase elétrica descendo pelo meu ventre e me fazendo sentir coisas que eu não me lembrava de ter sentido. Engoli em seco e olhei para os lábios dele fixamente. A nossa diferença de altura era considerável, eu nem chegava até os ombros dele. — Sou muito grata por sua gentileza, Satoru.

— Não tem que me agradecer.

— E a outra coisa que você queria me dizer?

— Ah! Verdade, já ia esquecendo, teremos que ir para Hokkaido.

— Mas por quê? — Perguntei, franzindo o cenho.

— Eu tinha uma suspeita de que seja lá o que for que te amaldiçoou também roubou parte de suas memórias. Por isso pedi que repassasse pelas matérias do primeiro e do segundo ano. Mesmo que ficou em coma, você era uma menina estudiosa. Tinha troféus no seu quarto, livros, violão. Você era ativa, então mesmo com tudo que te aconteceu, você responderia com facilidade as questões que colocamos nas provas para você.

— Observou isso no meu quarto na única vez que esteve lá?

— Sim. Além de outros fatores. Se não me falha a memória, vocês moravam em Tokyo. Estava olhando para tudo em Shibuya como se fosse a primeira vez.

— Isso faz sentido. Eu acho que não tinha muito tempo que a gente morava em Hokkaido. Mas não tenho noção de quanto tempo.

— Por isso iremos a Hokkaido tentar recuperar sua memória para que a gente consiga achar o que te amaldiçoou.

— Não tem nenhum Feiticeiro que consiga acessar essas memórias?

— Nós já tentamos. No dia que você arremessou uma tigela em mim.

— Me perdoe por isso. — Eu disse colocando a mão atrás do pescoço e olhando para baixo.

— Tá tudo bem. Arrume suas malas, vamos partir amanhã cedo.

— Eu... não queria ver minha família. Meu pai disse que era melhor eu descansar e quando eu melhorasse era para falar com eles.

Satoru ficou em silêncio por um tempo me olhando e depois ele cruzou os braços. — Seu pai?

— É. Quando liguei para casa ontem.

— Entendi.... Tá bom. A gente fica num hotel até você se sentir à vontade para falar com eles.

— Hotel?

— Pode ser que demore.

— Certo.

— Até amanhã.

Eu me despedi dele já ansiosa pelo dia seguinte. Voltar para casa não estava nos meus planos. Mas eu teria que ir fundo nisso. Tinha muita coisa que eu precisava entender.

Satoru optou por ir de avião. Era estranho viajar com ele. Na verdade, a convivência com ele se tornou rotineira. Passávamos muito tempo juntos, mesmo que muitos diziam que ele era ocupado demais. Eu era a missão dele, descobrir a maldição especial que estava aterrorizando minha vida.

Eu sabia que depois dessa missão eu iria voltar para casa, ele seguiria a vida dele e nunca mais nos veríamos. Ele me esqueceria para sempre e eu seria apenas mais um número em sua enorme lista de missões concluídas.

Pouco mais de uma hora e meia já estávamos em Sapporo, no aeroporto de Okadama. Quando entrei no táxi ao lado de Satoru, senti meu coração acelerar. A proximidade dele fazia meu estômago revirar de nervosismo. O sol da manhã iluminava seu rosto, destacando seus traços fortes e o brilho nos olhos. Cada vez que ele se movia ou falava, eu sentia uma onda de calor subir pelo meu corpo.

Tentei me concentrar na paisagem que passava pela janela, mas minha atenção sempre voltava para ele. O perfume suave que ele usava preenchia o carro, impossibilitando ignorar sua presença. Cada palavra que ele dizia parecia carregada de significado, e eu me pegava sorrindo involuntariamente.

Estar tão perto dele, fazia tudo parecer ainda mais mágico. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois naquele momento.

De longe, avistei o hotel. Nunca tinha estado tão perto de um hotel tão luxuoso. As luzes do Premier Hotel Nakajima Park Sapporo brilhavam sob o sol da manhã, refletindo nas janelas do carro e criando um espetáculo de cores. Olhei para cima e vi a estrutura imponente se estendendo até o céu, cada andar parecia mais elegante que o anterior.

Enquanto o táxi se aproximava da entrada, observei os detalhes sofisticados da fachada, as portas giratórias de vidro e o porteiro uniformizado que aguardava os hóspedes.

— Não precisava ser um hotel tão caro. — Eu disse sussurrando.

— Não se preocupe com isso.

O motorista parou suavemente e eu desci, ainda maravilhada com a grandiosidade do lugar. Nunca imaginei que um dia estaria ali, mesmo sendo de Sapporo. Eu já nem sabia ao certo. Vai ver eu tinha estado ali e não me lembrava. Queria recuperar essa parte da minha vida. Não, eu queria minha vida de volta.

— O meu quarto é esse de frente para o seu. — Ele disse apontando sorridente. — Eu vou fazer umas ligações, enquanto isso você descansa um pouco. Quando eu terminar eu te chamo.

— Tá.

Eu destranquei a porta e dei uma olhada no local. O quarto era um verdadeiro luxo. Ao entrar, a primeira coisa que notei foi a ampla janela que oferecia uma vista deslumbrante do Parque Nakajima. O quarto era decorado em tons suaves de creme e marrom. A cama king-size, com lençois brancos impecáveis e travesseiros macios. Ao lado, uma poltrona confortável e uma mesa de trabalho de madeira escura.

No canto, um mini bar bem abastecido e uma cafeteira de última geração estavam à disposição, com uma seleção de chás e cafés gourmet. O banheiro era um verdadeiro spa, com uma banheira profunda, chuveiro com efeito de chuva. As toalhas felpudas e os roupões macios.

Eu me perguntava se ele estava fazendo isso porque sabia que eu ia morrer. No fim eu respirei fundo e me joguei sobre a cama. Eu ainda estava tentando entender meus sentimentos. Eu nem devia pensar neles para falar a verdade.

Senti o celular vibrar e olhei para a tela. Era uma mensagem da Nobara me desejando boa sorte. Ela tinha um jeito estranho e às vezes barulhento, mas ela era uma pessoa muito divertida. Depois de um tempo ouvi alguém bater na porta.

— Satoru? Já vamos?

— Sim.

— Eu vou pegar meu celular. Aonde vamos primeiro?

— Pensei em falar com o seu ex.

É claro que tinha que ser ele...

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