Rolê
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Passei toda a tarde com a equipe E até minha bateria social se esgotar e decidir voltar para casa, na mesma noite Elizabeth mandou um convite no grupo chamando todos para dar um rolê, eu decidi recusar, quero ficar em casa um pouco.
Preciso aproveitar o máximo da minha privacidade até o fim das férias, as volta as aulas vão ser difíceis pra mim...durante anos fui alvo do grupo estúpido de Gal mas agora vai ser diferente, eu vou fazer ser diferente esse ano.
*Tem que ser diferente esse ano, preciso de paz..*
Paro de pensar nas aulas me levantando de minha cama na tentativa de desenhar um pouco, faz um tempo que não prático meus desenhos.
Ainda estou na procura de meu traço, até lá, o que me resta e estudar e praticar bastante, para isso preciso de meu caderno.
*Cadê ele? Estava aqui, não estava?* Penso procurando o caderno sobre minha mesa de estudos que estava estranhamente organizada.
Procuro meu caderno no meio de minhas coisas, não o acho em lugar nenhum, penso por alguns minutos tentando me lembrar de onde eu possa ter guardado até chegar em uma conclusão bem óbvia:
- Pai,cê bisbilhotou nas minhas coisas? - Pergunto já esperando sua negação.
- Meninow! Que bom que já desceu, o jantar está pronto! Come um pouco depois eu procuro seu caderno de desenho, tá bom? - Explica o mais velho servindo a refeição sobre a mesa de jantar.
- Aé? Cê vai procurar o caderno ou colocar no lugar que não dívia ter saído? Eu nem falei o que tinha sumido e você já sabe, por que será? - Comento de forma ríspida, como eu odeio isso.
São minhas coisas que estão no meu quarto, qual o problema em entender isso?
- Meu filho calma, eu estava arrumando seu quarto e achei os seus desenhos, eu achei muito bonito seu talento filho! Agora pode se sentar e comer, sim? - Explica o mais velho com normalidade já que Infelizmente não é a primeira vez que ele faz isso.
*Talento?...Talento?...Talento?!* O encaro seriamente esperando que o mesmo retirasse o que disse mas é claro que isso não aconteceria, ele é um completo sem noção que nunca mede suas palavras.
- Como é? Primeiro, você tá ouvindo o que cê tá falando? Você tava arrumando o MEU quarto e pegou MEUS desenhos e outra, não é talento, é esforço, você saberia o esforço que eu tive se tivesse acompanhado minha infância! - Exclamo indgnado perdendo a cabeça.
De novo...
- Meu filho, acho que a gente tem que conversar sobre a maneira que você tem me tratado ultimamente, então senta aí e come seu jantar. - Cristopher me repreende apontando para cadeira a frente do mesmo.
- Tô sem fome--- Sou interrompido bruscamente pelo mais velho que comenta novamente.
- Senta aí filho, por favor...vamos conversar - Explica o maior inssistindo em conversar comigo.
Me sento olhando para os talheres acima da grande mesa.
- Olha filho... - O maior para suspirando pensando em como usar as palavras - Eu sei que não fui um pai presente na sua vida, eu sinto muito por isso, de verdade... - Comenta o mais velho com pesar. Eu entendo seu arrependimento mas o que isso muda? Infelizmente não muda nada ouvir suas desculpas e muito menos dizer que o desculpo.
Isso seria mentira, eu não estou pronto para perdoar meu pai ainda, nem se quer entendo o porquê esse simplesmente escolheu o trabalho do que sua família.
Seu filho...
Sua esposa...
Por que o trabalho?
- Você não precisa jogar isso na minha cara, não precisa me lembrar todo santo dia o tempo que eu perdi com você e com sua mãe...eu sinto muito César...de verdade... - Explica o maior com sua voz embargada, desvio o olhar não suportando ver essa cena, vi meu pai chorar poucas vezes. Me sinto mal por isso.
Não é como se eu gostasse de tratar meu pai dessa maneira mas eu não consigo olhar para ele e saber que talvez...se ele estivesse lá ela estaria ao meu lado hoje...talvez ela me ajudaria com meus problemas...talvez eu pudesse suportar tudo isso sabendo que ao anoitecer ela estaria ao lado, sentada em minha cama esperando eu cair no sono enquanto cantava pra mim ou contava história sobre sua juventude.
Talvez eu esteja grande demais para isso,mas pelo me menos se ela estivesse aqui...já seria o bastante. Não consigo evitar em descontar a culpa nele, por mais que seja meu pai, a culpa é dele. Ele merece senti-la, assim como eu também senti...
Como também sinto...
*Quando passei a guardar tanto remorso? Faz tanto tempo que não me lembro mais...culpa-lo não irá resolver nada...não irá mudar nada* Penso comigo mesmo, o clima está estranho na mesa e eu não sei exatamente o que dizer.
- Olha, as coisas não serão perfeitas eu sei, mas...mas você precisa tentar filho...eu quero estar com você e quero que saiba que seu pai te amo...eu só quero o seu bem meu filho,mas eu não posso fazer isso sabendo que não me quer por perto, entende? - Explica o mais velho deixando algumas lágrimas caírem sobre a mesa.
- Pai, não é que eu não queira, eu...eu me senti sozinho depois que ela se foi...eu já havia até me acostumado com isso, estar sozinho...mas aí você apareceu e sei lá,senti que só depois que ela se foi você tentou ser mais presente...como se você se sentisse obrigado a ser meu pai, e eu não quero isso...você não precisa fingir nada. - Comento sentindo minha voz estremecida, eu odeio chorar na frente dos outros, normalmente tenho que inventar qualquer mentira para evitar falar a verdade mas agora não tenho escapatória pra isso.
Talvez seja melhor assim, não fugir da conversa, e resolver logo tudo isso...
- Filho...as vezes nós cometemos erros que... - O mais velho não contém suas lágrimas e para por alguns segundos para se recompor - Eu quero dizer que... as vezes agente tem que perder pra perceber o valor que tinha o que se perdeu...eu perdi a Cláudia, e nunca mais terei ela comigo novamente,eu sinto tanta falta dela César, se eu te perder eu não sei o que faço...você é tão jovem e já passou por tanta coisa, coisas que poderiam ser evitadas se eu estivesse lá. Eu sinto muito César, eu não preciso te perder pra saber o quanto você é importante meu filho... me desculpa...
- Você não... não quer me perder? - Pergunto pensativo.
- Eu não posso te perder filho...já cometi muitos erros... - Explica Cristopher cabisbaixo - Me desculpa César... - O mais velho murmura.
Me levanto e paro em frente a meu pai, o mais velho chorava incessavelmente, não conseguia me olhar nos olhos, sem dizer nada me aproximo e o abraço fortemente, eu sei como é a sensação de arrependimento, me privei de tantas coisas por medo mas não posso ter medo de conhecer novas pessoas.
Eu preciso conhecer meu pai...
- Tá tudo bem pai, compartilhamos a mesma dor, eu também sinto falta dela... - Digo tentando o confortar.
Sinto lágrimas sobre meu ombro e seus braços me acolhendo, esse momento vai ficar eternizado em minha memória, sempre foi tão difícil conversar com meu pai sobre isso e agora conversamos e choramos sobre esse assunto, e como minha mãe diria...
"Tá tudo bem, se não estiver vai ficar..."
Como a sua voz me tranquilizava, me dói só de pensar que nunca mais vou ouvir seu canto, suas histórias e seus concelhos de novo...
Mas está tudo bem...
Saio dos meus pensamentos ao ouvir batidas na porta, meu pai se levanta e secando as lágrimas abre a porta vagarosamente.
- Eita tio Cris, tá tudo bem? - ouço uma voz famíliar no lado de fora.
- Tá sim Thiago, vem entre. - O mais velho convida Thiago a entrar a casa.
- Desculpa atrapalhar mas meu pai tá te chamando lá em casa pra jogar xadrez, ele cansou de perder para o Dante, sabe? - Explica o Fritiz olhando para mim, dou um leve sorriso fraco para o mesmo - Tá tudo bem mesmo rapaziada?
- Está sim - Afirma Cristopher - Meninow, você ajuda seu pai a jogar? Eu nunca fui tão bom com estratégias, sabe? - Explica o mais velho me convidando a...
Fazer alguma coisa? Juntos?
Penso um pouco e subo as escadas descendo rapidamente com meu casaco em mãos - Vamos massacrar a família Fritz pai - Digo atravessando a rua com determinação junto ao mais velho.
Fomos até a casa de Arnaldo acompanhado de meu pai e Thiago, entrando lá fui abordado por Bea e seu jeito espontâneo de ser.
- Oi Cris! Oi César! Bem vindos! - Exclama a jovem de sardas abrindo a porta - Entrem, o pai--- digo,digo, o Arnaldo está na sala a espera de vocês - Explica a jovem um pouco sem jeito, Thiago acaricia os cabelos da mais nova a tranquilizando.
- Tranquilo minha querida. - comenta o Fritiz acariciando os cabelos de sua irmã.
Adentramos na casa e fomos até a sala ao encontro de Arnaldo Fritiz que como sempre nos recebe muito bem, uma breve partida de xadrez começa e como eu mesmo havia comentando com meu pai iríamos acabar com a família Fritz.
Dito e feito.
- Três a um! - Exclama Beatrice marcando os pontos - Caramba Thiago, você disse que sabia jogar - Brinca a jovem olhando para o Fritiz, Arnaldo retruca o jovem.
- Ele claramente mentiu, não te eduquei assim garoto - Brinca Arnaldo com seu filho.
- Então Cesinha, Dante quer bater um papo contigo, né não Dante! - Exclama Thiago mudando de assunto, o jovem caminha gritando pela casa a procura de seu irmão que aparece na porta da sala de estar.
- Eu quero? - Pergunta o loiro - Eu chamei você pra me ajudar Thiago, você que teve a ideia de levar ele também. - Explica Dante calmamente.
- Coitadinho - Brinca Bea - Que bom que nesse dia eu vou estar doente,coff,coff ! - A jovem finge tocidas com um semblante de dor.
- Preguiçosa - Comenta Dante de forma seca.
- Haha olha só a cara do Cesinha - Thiago tira sarro da minha expressão, devo estar com a quela cara de morto sem entender nada. Realmente não faço ideia do que estão falando.
- Olha César, eu sou o presidente do concelho e acho que já sabe disso, bom como em algumas semanas as aulas vão voltar o diretor achou melhor que eu arrumasse algumas coisas como a biblioteca pois chegou novos livros de daticos e outros para leitura--- Explicava Dante seriamente até ser interrompido por sua irmã Beatrice.
- Resumindo, diretor abusando da boa vontade do Dante, caixas são pesadas e meu irmão é um magrelo anêmico. - Comenta a jovem.
- Sei como é - Digo sabendo que sou tão fraco quanto Dante, talvez até mais fraco que o loiro.
- E como eu sou um irmão legal, e também tô devendo uma para o Dante já que ele me deu carona semana passada, e outras coisas que Dante faz para mim e eu sempre digo---
- Te devo essa maninho! - Exclama Beatrice imitando Thiago, solto uma pequena risada ao notar a expressão do Fritiz.
- Enfim, eu vou ajudar ele com o descarregamento dos livros! - Explica Thiago com determinação.
- Você quer que eu vou com contigo? - Pergunto já entendendo que o Diretor está abusando do Dante, o Dante do Thiago e eu entrei na dança.
- Si si - Diz Thiago sabe se lá porque com um sotaque fajuto, acho que o álcool ainda está em seu corpo.
- E por que eu? A Liz não pode fazer isso não tipo, o tio é diretor do lugar então... - Comento tentando me escapar do trabalho.
Sem sucesso.
- Isso não é trabalho para damas Cesinha, sem falar q--- Beatrice interrompe novamente o Fritz com suas imitações.
Até que elas são engraçadas.
- Ela disse não. Tipo " Vai infernizar outro Thiagão!" - Exclama Bea imitando a morena.
- Haha típico de Elizabeth Webber - Comenta Thiago sem jeito - Mas eae? Topa ou não Cesinha? - Pergunta Thiago olhando para mim.
Afirmo com a cabeça já sentindo um grande arrependimento do que acabei de fazer.
- Valeu Cesinha! - Exclama Thiago comemorando, é claro que ele está feliz. Não por minha companhia, mas pelo fato de que ele não será o único a passar o fia inteiro em plenas férias tralhando para Veríssimo.
Detalhe, um trabalho que não resultará em salário nenhum.
- Te devo uma meu querido!
- Puff, eu vou cobrar. - Resmungo para o moreno.
A noite se passou, e Thiago teve que sair com o grupo como já havia combinado, recusei novamente o convite continuei a jogar partidas de xadrez com meu pai e Arnaldo, conversei um pouco com Dante também e descobri que apesar do jeito misterioso ele é apenas introvertido mesmo.
Não o julgo.
Começamos a desanimar no Xadrez, na verdade Arnaldo estava perdendo e por isso não queria mais jogar, ele e meu pai parecem duas crianças brincando e se divertindo.
O tempo se passou e eu e meu pai fomos para casa, tomei um banho morno para descansar até que recebi mensagens de Joui, fico surpreso pelo fato de ele nunca ter mandado mensagem pelo meu número privado.
Temos o grupo para conversar, talvez essa conversa não seja para o resto do grupo.
Só para mim? Ele quer conversar... comigo?
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Jouki
César, oi.
Joui aqui!
César?
Tá aí?
:^
Oi
Foi mal Joui, tava no banho.
Ah, desculpa eu ent
Tá ocupado agr?
Não
Do que precisa?
Hmm na verdade nada
Só queria conversar mesmo
Todos da equipe estão bêbados então acho que já foram dormir
Kskskk
Como foi a noite?
Foi legal
Liz e Thiago dançaram no meio da rua, achei tão romântico...
Erin quase explodiu um hidrante , acredita?
Mds ksskk
Ela também foi?
Foi sim
Ela quis garantir que hoje eu não beberia nada wwkwwq
Então dessa vez está sóbrio?
Sim
Dessa vez, hum.
Sempre estive.
Sei
Kskkk
Faltou você hoje...
Por que veio com a gente César?
Preferi ficar com o véio hoje
Conversamos um pouco e jogamos xadrez
Foi legal..
Xadrez parece ser legal!
Me ensina a jogar um dia?
Claro, quando quiser agnt joga
Legal!
A gente marca um dia então
Quando quiser
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Joui com sua animação me fez perder meu sono rapidamente, fui para minha mesa de estudos e lá desenhei o que veio em mente, fiquei em chamada com o asiático enquanto desenhava, por algum motivo sua voz me inspirava com ideias malucas de desenhos que pipocavam em minha mente a mil por hora, o desenho estava estranhamente bonito ao meu ver, vou mostrar a ele quando puder e ouvir sua opinião sobre.
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Olá olá rapaziada do watpedd!
Tudo bem? Espero que sim!
Capítulo pequeno, mas ele ainda merece uma estrela não acha? Votem e comentem, aguardem o próximo capítulo em breve!
Não esqueçam! Bebam água:)
Baey baey!
⚠️✒️ Capítulo revisado mas pode conter erros na escrita!
Total de palavras: 2.461
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