O que vocês são?
CÉSAR COHEN ON
Ouvir sua voz me trouxe paz, todo o nervosismo que tomava conta do meu ser, todos os pensamentos negativos de que eu havia perdido a grande amizade de Joui jouki se esvai ao ouvir sua voz calma me chamando da mesma forma que antes, antes de termos brigado...
César-Kun...?
Ele ainda me chama dessa forma, talvez eu tenha deixado os pensamentos negativos tomarem conta de mim, ele não parece estar bravo comigo, se estivesse nem se quer teria me atendido...
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César-Kun? É você mesmo?
Oi Joui...
Oi César... você está bem?
Tô...
Desculpa por não ter te respondido antes Joui.
Sem problemas César, o importante é que você está bem.
É, acho que sim...
Joui, queria saber se você tem algum compromisso hoje...
Ah...
Na verdade eu tenho aim, Erin me chamou para acompanhá-la em um jantar na casa de Bea, não sei muito bem quando volto sabe?
Bea? A irmã de Thiago?
Uhum, ela mesmo. Você também vai?
Sim, na verdade queria te chamar para ir, tipo, a equipe E quer se reunir hoje lá na casa do Thiago.
Ah que legal! nos vemos lá então César-Kun.
Ok...
Até...
Até!
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Respiro fundo olhando para o nada, não foi tão difícil... Por que eu achei que seria? Preciso acreditar em um mundo fora da minha mente, se não vou acabar enlouquecendo por completo.
Me sento nos degraus da porta do bar e observo as estrelas que já estavam começando a surgir no céu, Thiago ainda não havia voltado da casa de Elizabeth e Arthur subiu para seu quarto para se arrumar para o jantar. Não faço ideia do que vou vestir, talvez eu só tome um banho e coloque mais um casaco. Seria estranho se eu ficasse com o moletom de Joui no corpo o tempo todo? Talvez eu devesse devolver a peça de roupa para ele,mas seu cheiro é tão bom de sentir...
*Caralho César, pra que tanta boiolice cara? É só uma blusa! * Penso tentando me repreender, enquanto meu cérebro descutia com meus sentimentos minhas narinas simplesmente se afogavam no moletom macio e cheiroso. É doce seu cheiro.
*O QUE EU FALEI SOBRE BOIOLII?! * Paro de cheirar a peça confuso, por eu estou gritando comigo mesmo?
- Eu devo ter algum tipo de distúrbio - Comento comigo mesmo.
- Todos temos - Ouço uma voz feminina se aproximar do bar, olho para o estacionamento e vejo Aghata com um belo vestido preto e All Star vermelhos, o corte v na frente da peça destacava seu corpo esbelto, com seus cabelos bem arrumados jogado para um lado deixava a mostra seus brincos e uma pequena e elegante corrente de prata. Realmente a jovem estava linda.
- Aghata? - Pergunto me levantando.
- Nossa, tô tão diferente assim ao ponto de não me reconhecer cara? - Pergunta a morena sorrindo para mim - Vai ao jantar na casa do Fritz hoje também não vai? - Ela pergunta para mim.
- Vou, você vai? - Pergunto curioso.
- Claro,fui uma das primeiras a ser convidada, apesar de eu ter tentando matar o periquito da Bea eu sei que no fundo, lá no fundo mesmo ela me ama - Explica a jovem se sentando nas escadas do bar.
- Periquito? - Pergunto me lembrando do pássaro que Beatrice possuí, apesar de eu ter quase certeza que a espécie não é de periquito. - Está falando do Orutau dela não está?
- É isso ai mesmo, tem tudo pena então é quase a mesma coisa. - Comenta a jovem - Bom, como você está César? Tipo, depois daquele negócio do primeiro dia de aula - Ela pergunta seriamente - Olha, eu sei que não vai adiantar muito o que vou falar mas ... eu peço desculpas pelo ocorrido com o Gal.
- Você não teve culpa de nada Aghata, essa rivalidade idiota está acontecendo já a muito tempo - Explico me sentando próximo a menor - Eu só queria resolver as coisas mas, sei lá, ele meio que surtou quando eu disse que não iria mais ser como eu era antes, eu quero deixar os problemas para trás entende? Amadurecer de verdade...
- Você disse não para Gal, eu já previa que isso iria acontecer uma hora ou outra, sabe César, você é um emo legal e isso é bom, você querer evoluir como ser humano é muito bom - Explica a morena observando o céu - Eu sei que um dia Gal também vai evoluir, ainda há esperanças de dias melhores para ele, eu sei que tem...
- Ele sempre agiu assim quando recebia um não? - Pergunto interessado no assunto, talvez eu possa ajudar o jovem de alguma forma.
- Ele não foi muito de receber não, sempre teve tudo o que precisava e até o que não precisava, entende? - Explica Aghata - Na real tudo o que ele realmente queria, possivelmente ainda quer ele não tem, infelizmente ele vai fazer o que for preciso para ter...
- O que ele tanto quer? - Pergunto curioso, o que alguém como Gal quer e não poder ter? Talvez não seja algo material...
- Não sei bem o que é, mas eu não o julgo, eu também já fui bastante babaca com os outros...eu necessitava da atenção da minha mãe, fazia de tudo para ter isso... - Noto a tristreza no olhar da menor, toco no ombro da mesma já sabendo o que aconteceu com sua mãe. Todos na época soube da prisão de sua mãe, uma mulher jovem que acabou matando várias pessoas em um surto psicótico, imagino como foi duro para a mesma ter que ver sua mãe aos poucos perder sua sanidade e cometer vários assasinatos em série.
- Tudo bem...? - Petgunto notando que a menor havia parado de falar, um silêncio estranho se expaplha pelo ar. - Aghata?
- hammm... o que quero dizer é que, todos merecemos uma segunda chance e se realmente estivermos dispostos a mudar nós conseguimos mudar, ai fica tudo bem e tals. - Explica a morena encerrando o assunto rapidamente - Olha, se Gal continuar te pertubando não pense duas vezes em me avisar, ok?
- Não é necessário isso Aghata, não se envolva em problemas por conta disso - Digo a acalmando.
- De forma alguma César, me conte sobre qualquer coisa a qualquer hora ok? Gal tem que aprender a lidar com as coisas sem fazer birra, eu vou ajudá-lo nisso, ele gostando ou não haha.
- Ele tem sorte de ter uma irmã que se importa tanto com ele - Digo sorrindo para a menor que me encara confuso.
- Somos primos cara. - Ela responde de forma seca - Crus credo se eu tivesse saído do pinto do Kian, eu me matava em meus primeiros dias de vida - Reclama a jovem fingindo ânsia de vomito, talvez ela não estivesse realmente fingindo.
Entramos no bar e a morena é bem recebida por Arthur e Ivete, os dois sobem novamente para cima já que o gaudério ainda tinha dúvidas do que vestir.
- Não entendo pra que se arrumar tanto só para um jantar - Questiona Ivete limpando alguns copos - Vai usar um terno também Cesinha? - Ela pergunta olhando para mim.
- Com certeza não Ivete - Digo virando o drink que a mesma havia acabado de me servir.
- Calma lá guri, vai se embebedar logo cedo é? A noite ainda mal começou hahaha - Brinca a gaúcha tirando o copo de meu alcance.
Vejo Aghata descer junto a Arthur, nesse exato momento Elizabeth e Thiago também chegam, após uns minutos de diálogo nos despedimos de Ivete que informa a Arthur que o mesmo não deve chegar tarde já que o gaudério teria que ajudar sua mãe a arrumar as coisas no bar para um show que se aproxima. Finalmente veria um show exclusivo dos Gaudérios Abutres! Todos eles, a gangue tão bem falada por Arthur viria para cá conhecer a cidade e fazer o show inaugurando oficialmente o novo bar suvaco seco.
Esse show vai ser incrível, Arthur está muito animado para voltar a ver sua família e matar a saudade, eu fico mais do que feliz por ele...
Após alguns minutos chegamos a casa do Fritiz, ao contrário de todos que adentraram na grande casa sendo recebidos calorosamente por Bea, eu vou até a minha casa tomar um banho e finalmente me arrumar para o jantar. Passo pela porta de casa e vejo meu pai vestido de pijamas estamos de carrinho?
- Pai...? - Pergunto curioso - Por que está vestido de Relâmpago Marquinhos?
- Hoje vai acontecer uma boa e velha sessão de rpg! Eu já até montei meu personagem hahaha - Comenta Cristopher me mostrando uma folha que mostrava suas habilidades, classe, pontos de vidas e de energias dentre outros atributos.
- Quem é Luis? - Pergunto olhando o quadro de características físicas.
- É o meu personagem! Vai jogar também né meninow? - Petgunta o mais velho animado.
- Ah, pode ser - Digo subindo as escadas - Só vou me arrumar e a gente se vê lá então ok?
- Tudo bem meninow! E não demora ok? - Comenta meu pai se despedindo de mim.
Caminho pelo corredor já avistando uma iluminação diferente vindo do quarto de meu pai, como sempre o mesmo esqueceu a TV ligada. Entro no cômodo caminhando até o aparelho para desligalo.
- Sempre esquece de desligar ... - Resmungo comigo mesmo saindo do quarto do mais velho adentrando em meu quarto.
Não pensando muito no que vestir apenas pego uma calça jeans preta e uma regata branca, decido usar novamente o moletom vermelho de Joui, não acho que ele vá reclamar de sobre isso. Entro no banheiro e tomo um breve banho morno. Ao sair do cômodo me troco rapidamente, procuro debaixo de minha cama meu par de tênis.
- Tá aonde? - Pergunto esperando a resposta do próprio tênis que diria um "tô aqui César!". Ok, isso foi estranho.
* Tô passando tempo demais comigo mesmo, isso não tá me fazendo nada bem*
- Ahá! - Pego os tênis que estavam próximo a mesa de desenhos. - Já sabia que estavam ai, tava só testando... a mim mesmo. - Paro para pensar o por que ainda estou a falar sozinho.
Calço os sapatos e desço as escadas da minha casa, fecho a porta e vejo um carro estacionar em frente a casa dos Fritz, vejo descendo dele Joui e Erin, a ruiva caminha até Bea e Aghata que a esperavam na porta.
Encaro atentamente o asiático que parecia fazer o mesmo, nos encamos durante um tempo até eu finalmente caminhar até o outro lado da rua, vejo Erin falar algo para a mesmo e assim os dois entram na casa. Passo por Bea a comprimentando.
- Oi César! Bom te ver - Exclama Bea animada - Fique avontade ok?
- Ok, obrigada Beatrice. - Digo entrando na casa, vejo Arnaldo conversando com Elizabeth que ajudava a criar algumas fichas, a morena olha para mim e me entrega uma ficha de D&D.
- Preenche a ficha aí César, se tiver dúvidas é só me perguntar ok? - Explica Elizabeth ajudando Arnaldo a arrumar a mesa.
- Eu com dúvidas sobre rpg? Tá. - Comento com sarcasmo me sentando em um sofá próximo da mesa.
- Ih, metido a besta - Resmunga Elizabeth me olhando torto, pelo menos sei que das palavras não passam, ela não pode me agredir, não na frente de seu futuro sogro.
Começo a pensar em uma boa história para meu personagem, preciso de um nome...nada muito difícil, um legal, um divertido. Pego uma caneta rapidamente anotando várias ideias no papel, olho para o lado e vejo Thiago bisbilhotando minha ficha.
- Ei, isso não pode Thiago! - Exclamo escondendo minha ficha.
- Haha eu só não entendi o nome, por que Calango? - Pergunta Thiago segurando a risada.
- Qual o problema? É um nome criativo - Comento dando de ombros.
- Não mais do que Rakin! - Exclama Thiago mostrando sua ficha.
- Thiago cê não pode mostrar sua ficha para os outros! As informações nelas só são suas - Comenta Elizabeth.
- Ah mas o nome pode mostrar não pode? Qual é o seu minha querida? - Pergunta Thiago curioso.
- Ah sei lá, um simples tipo, Gabi. - Comenta Elizabeth anotando o primeiro nome que vem em mente.
- Ei, Arthur! Qual vai ser teu nome? - Exclama Thiago olhando para o outro lado da sala onde Arthur e Dante não paravam de conversar.
- Rafael! - Exclama Arthur.
- Que nome paia - Digo com deboche.
- Teu nome é Calango cara, cê não tem direito a nada não rapaz - Comenta Elizabeth cruzando os braços.
- Calangos são legais! - Digo indgnado, como podem achar meu personagem estranho? Pelo menos o nome dele não é padrão como os outros.
- Espera, pode ter nome de animal?? - Pergunta Arthur mudando de ideia - Então eu também quero nome de animal, aaah coloca guaxinim!
- Que? - Olho para Arthur confuso.
- Rafael...o guaxinim! - Exclama Arthur enfatizando a frase - Ficou foda não é Dante? - Vejo Dante concordar com o comentário do gaudério.
- Pessoal se aproximam mais da mesa por favor - Explica Arnaldo - Bom, vamos preencher a ficha, sem pressa ok? Usem a criatividade e façam o que acharem melhor! Depois do jantar iniciaremos a nossa chamada ok? - Explica o mais velho.
- Qual vai ser o nome da sua persogem Bea? - Pergunta Tristan próximo a Bea que sem pensar muito responde o rapaz.
- Triz, é bonito né?
- É perfeito Bea! - Comenta Erin - É claro que não chega nem perto do nome da minha mas enfim, Triz é legal também.
- Fala ai o nome da sua incrível personagem então Erin. - Comenta Bea.
- Falo sim, é Kalera! E quem achar um nome estranho é claramente broxa, falei mesmo. - Explica Erin anotando algumas coisas em sua ficha.
- Hmm acho que eu vou ser um garoto, pode isso não é? - Pergunta Aghata para Arnaldo.
- Claro que pode Aghata, fique avontade. - Explica o mais velho sorridente.
- Ok, vai ser Celbit então. - Comenta Aghata animada.
Todos param de montar suas fichas e olham confusos para a jovem que se encontrava concentrado em como montar sua ficha, ao notar que estava sendo obsevada ela pergunta.
- O que foi...? - Ela pergunta
- Celbit? - Pergunto confuso, posso jurar que já ouvi esse nome em algum lugar - Tirou esse nome de onde Aghata.
- Ah sei lá, veio na minha cabeça agora. - Comenta a menor com simplicidade - Preciso de dados, cadê eles?
- Eu tenho! - Exclama Cristopher animado - Aqui está mocinha. - Ele entrega uma pequena caixas repleta de diversos dados de todos os tipos. Meu pai definitivamente é um nerdola, não podem me culpar, isso é genética.
*Tá no sangue ser nerd* penso olhando para os outros, todos reunidos brincando e montando suas fichas, me levanto ao notar que Joui não estava ali no meio de todos.
- Posso usar seu banheiro Arnaldo? - Pergunto para o mais velho.
- Claro César, já sabe onde é certo?
- Sei sim, obrigada - Digo caminhando para fora da sala de estar, olho de relance para a cozinha e não vejo o asiático. Passo por alguns corredores e nenhum sinal dele.
Finalmente chegando no banheiro noto que a porta estava fechado, alguém estava ali dentro,possivelmente Joui. Me encosto na parede do corredor a espera do mesmo sair de lá para usar o banheiro.
*Eu deveria pedir desculpas por ter o preucupado...* Vejo a porta se abrir e Joui sair do banheiro.
- Ah, oi César... - O asiático me comprimenta.
- Oi... - Digo desviando o olhar, o que eu tenho?
- Tudo bem? - Pergunta Joui tocando em meu ombro, lembro das palavras de meu pai, deveria falar sobre isso com Joui?
- Tô... - Respiro fundo decidindo falar a verdade - Na real não, não tô muito bem não Joui ...
- Quer falar sobre isso? - Pergunta o asiático olhando nos meus olhos, como um simples olhar pode despertar tantas emoções em mim ao mesmo tempo?
- Eu...eu queria te pedir desculpas Joui, pela aquela conversa que tivemos... naquela noite eu, eu tinha tido um dia horrível e... quando você começou falar aquilo eu, sei lá, eu fiquei preucapado...eu ainda estou preucupado... não quero te ver mal, principalmente por minha causa... - Digo encarando seus olhos que me observavam atentamente - Eu fiquei tão preucupado com a escolha que você tomou...mas o importante é que partiu de você isso. Eu fico feliz, de verdade por estar tomando suas próprias escolhas.
- Tudo bem César, eu tenho muitos motivos para ficar aqui, eu sinto que é a melhor escolha que estou fazendo... não vai ser fácil, mas eu vou lutar pela minha paz - Comenta Joui firmemente - Eu sei que meu lar não é no Japão...eu nunca fui tão feliz quanto sou aqui e preciso pensar mais em mim, meu pai não vai fazer isso por mim então... É isso, eu vou ficar aqui, ele gostando ou não.
- Entendo que quer lutar por sua felicidade, isso é ótimo Joui... - Digo respirando fundo - É que... eu queria conversar sobre aquela pergunta que você tinha feito, eu não queria ter te magoado com aquilo Joui...eu não sabia o que responder mas não foi por mal...
- Tudo bem César, é sério, você não é obrigado a sentir o mesmo que eu sinto por você - Explica o Joui.
- Eu não quero de forma alguma perder sua amizade por algum erro meu Jojo... - Digo cabisbaixo, nunca achei que me apegaria a alguém tão rápido depois de tanto tempo. Joui é tão diferente, ele não é um amigo...eu sinto mais que isso, por que tenho tanto medo disso?
- Você não perdeu nada César-Kun, ainda somos amigos! - Comenta Joui com um sorriso meigo em seu rosto, ele não está magoado com nada do que aconteceu? Isso é bom... não é?
- Não está chateado comigo...? - Pergunto o encarando com receio, não estou sentindo confiança em seu sorriso, conheço esse sorriso,eu sei bem o que é mentir para não preocupar os outros.
- Não, tudo bem César - Comenta Joui novamente sorrindo para mim. O encaro por um tempo até sentir seus braços me envolvendo. Seu abraço... tão reconfortante...
- Joui. - Ouço uma voz feminina chamar o asiático, abro os olhos e vejo Erin parada no fim do corredor - Não vai criar sua ficha para jogar? - Pergunta a ruiva se aproximando, em nenhum momento ela olhou em meus olhos, me sinto ignorado de certa forma. - Vem, eu te ajudo - Ela pega o braço do rapaz o puxando para a sala, o asiático olha para mim e eu apenas sorrio entrando no banheiro ao meu lado.
Uso o sanitário e lavo minhas mãos, ouço risadas vindo do cômodo ao lado, reconheço a risada estridente de Arthur. Desde que ele e Dante se conheceram os dois não param de rir e conversar. Isso é bom, eu acho. As vezes me pergunto se eles tem algo, possível não já que Dante possuí um relacionamento duradouro com uma garota a alguns anos.
*Como ela se chama mesmo?* Tento me lembrar do nome da grande empresa que seus pais lideram... *Jasmim..?* Penso tendo uma vaga lembrança da jovem, nunca conversei muito com ela, assim como nunca conversei muito com Dante. Mas já faz alguns meses que não a vejo visitar Dante ou até mesmo na Nostradamus.
Passo pelo quarto do loiro não deixando de olhar dentro do lugar. Sim, eu sou curioso e nem disfarço isso. Vejo Arthur e Dante conversarem sobre alguma franquia de livro, o loiro segura um livro de capa dura repleto de detalhes em dourado.
*Divina comédia, é um bom livro* penso vendo o título na capa, já li um pouco sobre, não é ruim mas não é meu gênero favorito de leitura, passo pela cozinha e vejo Bea a Tristan arrumando os talheres na mesa, finalmente chego a sala de estar onde os jovens terminavam de preparar as coisas.
- César-Kun! Olha só, eu sou um samurai! Eu tenho uma katana hahaha - Exclama Joui empolgado me mostrando sua ficha.
- Que legal Joui, Lucas é um belo nome - Comento vendo o nome do personagem do asiático.
- É sim, mas o apelido dele é Luba! Ele vai ser ruivo,acho ruivos bonitos - Comenta Joui s sentando novamente no sofá.
- Hmmm gosta de ruivas é? - Pergunta Aghata olhando para Erin que fica um pouco envergonhado com o comentário.
- Haha para com isso Aghata! - Exclama a jovem ao lado de Joui.
*Ele disse ruivo,no masculino. Claramente não é de você que ele está falando Erin* penso revirando os olhos. *Palhaçada*
- Cesinha, me ajuda aqui com as classes, eu quero ser um guerreiro mas não tô achando a parte que explica o que eles fazem - Explica Thiago foleando um grande livro de regras de D&D.
Caminho até o Fritiz achando rapidamente a parte onde explica sobre a classe falada por Thiago. Observo Joui e os outros criarem seus personagens, vejo Arnaldo se aproximar novamente informando que o jantar já está pronto.
- Vamos comer família! - Exclama o mais velho caminhando até a cozinha, vejo Thiago puxar a cadeira para Elizabeth sentar assim como Tristan fez com Bea.
Meu pai se senta ao lado de Arthur e Dante, Aghata se senta ao lado do loiro e de Erin. Vejo uma cadeira a meu lado, Joui empurra ela para trás me dando espaço para sentar.
- Obrigada Joui - Digo me sentando a seu lado. O jantar começa e todos conversamos diversos assuntos, desde o quanto os preparativos do jantar estavam caros a grande carreia de Arnaldo Fritiz. Os jovens ouviam atentamente as histórias de ação de Eric Tufão, o melhor papel que Arnaldo Fritiz fez em sua carreira no cinema, meu pai também contou algumas de suas experiências arriscadas como dublê de ação. Noto que as histórias de Cristopher deixavam Joui animado, ele parece se interessar bastante por acrobacias e coisas do gênero.
Permaneço calado, apenas comendo e ouvindo os diálogos de todos da mesa, Aghata acaba fazendo um trocadilho idiota, fazendo Elizabeth se engasgar com a comida, tento segurar minha risada mas não tive tanto sucesso.
- Licença Liz,mas pode me passar o molho fazendo um favor minha querida - Comenta Thiago apontando para uma tigela de molho que estava fora de seu alcance.
A morena passa o molho para o Fritiz, todos da mesa olham para Aghata que segurava uma risada entre os dentes, Arthur por mais que não soubesse o por que ela estava rindo ria também.
Erin encarava Aghata sem entender nada, a menor deixou o prato de lado pois não conseguia comer já que não parava de rir.
- Cê tá doida Aghata? - Pergunta Elizabeth sem entender nada.
- Não - Ela responde ainda segurando a risada.
- Tá rindo por que então o maluca?
- É que ele falou, Liz-cença. Tendeu? Hahahahaha - A menor solta a gargalhada que estava presa em sua garganta.
- Hahahaha entendi! - Comenta meu pai rindo do trocadilho.
- Meus Deus Aghata que trocadilho horrível haha! - Exclama Arthur rindo junto a Cristopher.
- Hahahaha mas ele adorou - Comenta Aghata apontando para Arnaldo que do outro lado da mesa tentava recuperar o fôlego.
Arnaldo estava vermelho feito um pimentão, não conseguia parar de rir, Thiago começou a rir de seu o que desencadeou em uma crise de riso em todos da mesa.
É sempre assim, quando alguém começa rir sem motivo algum sempre vai ter um retardado que vai rir. Não pela piada mas pela risada do outro, no caso todos nós somos os retardados. As risadas eram contagiante, Elizabeth era a única que não estava rindo já que piada com o nome alheio são as piores de se ouvir.
- Você é estranha Aghata, nosso Deus - Resmunga Elizabeth revirando os olhos.
- Hahaha, Liz-cença. Adorei! - Exclama Arnaldo finalmente conseguindo parar de rir - Esses jovens de hoje em dia hahaha.
- Eles estão terríveis hahaha! - Exclama Cristopher dando mais uma garfada em seu jantar.
Consigo finalmente parar de rir, olho para o lado e vejo Joui tentando recuperar o fôlego por conta de suas risadas constantes, ele estava vermelho e com seus olhos lacrimejados, suas covinhas a mostra são sem dúvida umas das melhores coisas de se observar.
- Hahaha o coreano tá mais vermelho que o suéter do César - Comenta Aghata observa Joui.
- É japonês Aghata, japonês. - Elizabeth corrige a menor que dá de ombros.
- Hm - Noto que Erin me encarava com certo desprezo - Vermelho não combina muito com você César, esse moletom não cai bem em você - Comenta a ruiva, sinto uma certa provocação em seu olhar. Era só o que me faltava, a garota vai me alfinetar agora por sabe se lá por que.
Por que ela está fazendo isso? O que ela quer? É por causa do Joui? Com certeza é.
* Não me lembro de ter pedido dicas de moda para ela, se eu falar isso ela vai me acertar com garfo e eu ainda vou sair como errado da história*
- Erin, para de falar coisas desnecessárias - Joui chama a atenção da ruiva que se faz de desentendida.
- Que coisas? Eu só estou comentando, dando dicas sobre o que vestir, só isso - Comenta Erin bebendo um pouco de vinho. - Não falei por mal, ok César?
- Ok. - Digo a encarando pensando se levar uma garfada vale ou não apena. Como eu quero cortar o atrevimento dela pela raíz, eu tenho paciência pra tudo, menos para birra de garota possessiva.
Sinto a mão de Joui tocar a minha, olho para o mesmo que cochicha para mim.
- Desculpa por isso César... - Comenta o asiático. Por que ele está se sentindo culpado? Quem fez o comentário imbecil foi a Erin e não ele.
- De boa - Digo me levantando - Thiago posso usar sua varanda? - Pergunto tirando meu maço de cigarro do bolso.
- Claro, vou contigo cesinha - Explica o Fritiz colocando um cigarro entre os dentes - Já volto família.
- Volta logo, vamos preparar tudo para sessão agora mesmo - Comenta Arnaldo se levantando.
Caminho junto a Thiago até a varanda, vejo Dante levantar rapidamente subindo as escadas,olho para Bea que sem entender chama seu irmão:
- Dante? Por que tá indo embora? - Pergunta a mais nova se levantando.
- Porque você não sabe quando calar a boca Bea - Reclama Dante seriamente dando as costas para sua irmã.
Olho para Thiago confuso, não entendi o que exatamente aconteceu, estava tão concentrado nas provocações da ruiva que não prestei atenção nos outros diálogos da mesa.
- O que aconteceu? - Pergunta Bea confusa - O que eu falei de errado...?
- Nada Bea, você não fez nada - Comenta Tristan confortando a jovem.
Thiago olha para as escadas, provavelmente pensando se deve ou não ir falar com seu irmão. O jantar está ficando tenso, não entendi muito bem o motivo dessa briga. Sinceramente acho que não quero entender também.
- Vai falar com ele Arthur - Digo olhando para o gaudério que me encara confuso - Vocês são amigos não são?
- Sim mas, ele parece bravo... - Comenta Arthur se levantando - Será que eu deva ir falar com ele?
- Por que ele está bravo? Foi por que falaram da Jasmim? - Pergunta Elizabeth confusa.
- Falaram da Jasmim? - Pergunto confuso.
- Cê não prestou atenção na conversa não César, é surdo? - Questiona Elizabeth.
- Não estava prestando atenção, meu foco estava para as dicas de moda - Digo sarcasticamente olhando para Erin - Dicas que eu não pedi. - Digo indo para a varanda ignorando o que a ruiva começou a falar.
Vejo Arthur subindo as escadas e Elizabeth me acompanhar para a varanda junto a Thiago. O Fritiz tragava seu cigarro olhando para o nada, um clima estranho estava no ar.
- O que foi aquilo? - Pergunta Elizabeth pegando um cigarro de meu maço.
- Eu não sei, como disse não estava atento - Explico para a morena - Eu só vi Dante levantando e...
- Não cara, aquilo sobre a Erin. - Comenta Elizabeth me encarando.
- Ah, você notou? Achei que estava com paranóia. - Digo tragando meu cigarro.
- Não é paranóia, ela realmente meteu uma indireta pra você, esse moletom é do Joui não é? - Pergunta Elizabeth.
- Uhum, por que ela ficou tão emcomodada com isso? O Joui que é dono da roupa não se importa com isso. - Comento notando a presença de mais um na varanda - Ah, oi Joui.
- Ela está com ciúmes - Comenta Joui - Acha que você magoou meus sentimentos, eu disse que as coisas não foram assim mas ela e meio - Elizabeth Interrompe o asiático.
- Meio louca? Ciumenta? Possessiva? Vingativa? Sem noção? Imatura-- o asiático Interrompe Elizabeth e sua lista de ofensas para Erin.
- Teimosa Liz, ela é só meio teimosa - Explica Joui - Eu não sabia que ela iria te provocar com isso César, me desculpa...
- Contou pra ela sobre nossa conversa Joui? - Pergunto emcomodado com a situação.
- Ela é paga para cuidar da minha carreira então... eu tive que contar. - Explica Joui.
- Carreira? Eu faço parte da sua carreira ou da sua vida pessoal? O que ela tem haver com quem você se relaciona Joui? - Pergunto terminando de tragar meu cigarro, decido acender outro para aliviar essa dor de cabeça.
- Eu não posso mentir pra ela César...ela é minha melhor amiga... - Comenta Joui cabisbaixo.
- Amiga? É isso mesmo Joui? Por que sinceramente esse ciúmes que ela sente é estranho demais. - Comenta Elizabeth cruzando os braços.
- Liz para de pressionar o garoto - Comenta Thiago saindo de seus pensamentos. - Deixa ele quieto.
- Só tô comentando, não tem problema se eles se pegarem no off - Explica Elizabeth dando de ombros.
- A gente não se pega Liz. - Responde Joui automaticamente. - Isso é passado...
- Passado? - Pergunto confuso, Joui não me encara nos olhos, penso em suas palavras. Agora muita coisa faz sentido.
A "preucupação" que Erin tinha sempre que Joui se divertia com a equipe...
*Ciúmes* penso tragando mais um cigarro.
- Espera, oi? Anão Joui - Reclama Elizabeth - Me fala que você não mesclou profissionalismo com a tua vida pessoal cara, Joui fala sério!
- Liz deixa ele se relacionar com quem ele quer - Comenta Thiago tentando acalmar os ânimos.
- Mas ele quer se relacionar com o César! Fala sério isso tá na cara, os dois já demoram para se abrir um com o outro e logo agora vai ter um empasse! Quem é ela na fila do pão mano? - Reclama Elizabeth.
- Quem é você na fila do pão? - Pergunta Thiago - A vida é dele, deixa ele fazer o que quiser com quem quiser.
- Não deixo! Ele é menor de idade ainda. - Exclama Elizabeth.
- Mas não é seu filho! Deixa ele pelo amor de Deus, olha ele sabe muito bem o que faz, sendo menor ou não. - Comenta Thiago seriamente.
- Mas --
- Parem de brigar! Por favor,parem... - Comenta Joui com seus olhos lacrimejados - Não briguem, por favor...
- Joui...relaxa - Digo tentando o acalmar mesmo que por dentro eu esteja sentindo vários sentimentos ao mesmo tempo, alguns me fazem sentir raiva...mas raiva do que?
- Gente...? - Vejo Aghata abrindo a porta da varanda - O rpg vai começar...ainda vão jogar né?
Todos entramos na sala, um clima mais do que pesado tomou conta da sala, tão pesado que conseguia sentir sobre meus ombros, já estava me esmagando.
Depois que a sessão começou com Arnaldo mestrando as coisas foram melhorando, mesmo com Dante e Arthur não jogando conosco a chamada foi até agradável. Por um segundo eu esqueci de tudo isso, decidi focar na grande história de aventura e drama que todos os jogadores estavam vivendo.
Éramos um grupo, um enorme grupo formado por heróis em busca de cumprir seu papel, caçadores de recompensa em busca de dinheiro, magos em busca de poder absoluto e até simples elfos sem objetivo de vida, sim esse era eu.
Passamos um tempo jogando, nos divertimos bastante. Infelizmente o rpg não teve final já que o personagem de Aghata surtou e matou todos os seus "amigos" na verdade ela era o verdadeiro vilão, o impostor entre nós. Eu já suspeitava disso.
- Como sua última palavra, seu último suspiro... - Comenta Arnaldo tentando segurar o choro - Calango, o mundo apaga.
Olho para o mapa onde havia dados e anotações, eu fui o último a morrer, mas me sacrifiquei para salvar a cidade, assim como meus amigos fizeram.
- MUAHAHAHAHAHA! - Exclama Aghata com sua risada maléfica - O caos é inevitável! - Ele interpreta o maldito Celbit, deveria ter o jogado na vala quando tive a oportunidade.
- Fim da história! - Comenta Arnaldo - obrigada pela participação de todos.
....
E obrigada a você por ter lido!
De verdade, obrigada! Vote e comente se tiverem gostado do capítulo!
Perguntinha básica: Vocês acreditam no shipp do Joui e Erin? Eu até que gostava da interação dos dois em Desconjuração! Ksskk
Aguardem o próximo capítulo semana que vem, ou até antes disso ;)
Não esqueçam de cumprir a lista abaixo viu!
Passo um - Beber água!
Passo dois - Se alimentar e colocar o sono em dia!
Passo três - Beber mais um pouquinho de água!
É isso, Baey baey!
⚠️ CAPÍTULO REVISADO MAS PODE CONTER ERROS DE ESCRITA!
total de palavras: 5.359.
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