Angel of the nigth! - Pt 2
Olá olá leitor! A pt 2 assim como a 1 é dedicada a você e cada leitor que acompanha essa fic, obrigada novamente pela atenção!
Boa leitura :3
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Pac man
Finalmente voltei para esse lugar, tantos bons momentos que passei aqui, passei a maioria deles sozinho mas talvez seja isso que tenha o tornado eles tão especiais.
Agora posso criar mais momentos bons, dessa vez com meus amigos.
Com minha equipe...
Nada pode dar errado aqui, é restritamente proibido meus problemas entrarem aqui dentro, vão ter que esperar lá fora e sinceramente não pretendo sair tão cedo desse lugar!
- Bem vindos ao Pec Man! - Exclama um jovem de pele escura com seus cabelos cacheados em um coque bem feito nos comprimentando - Me chamo Samuel e estou aqui ao dispôr a todos jogadores! Qualquer coisa que precisar é só me chamar, beleza?
- Olá Samuel, bom te ver - Comprimento o joven olhando aos arredores - Pelo visto loja mudou bastante...
- Fala ae Cohen, sumiu ein? Poisé temos várias novidades, a variedade de jogos se expandiu e agora temos um mural de fichas! - Explica Samuel animado caminhando até o caixa do estabelecimento.
- Fichas? - Pergunta Thiago confuso.
- É, fichas! Algumas coisas mudaram por aqui, agora temos fichas de todas as máquinas de jogos, vocês compram as fichas e jogam avontade! O mural de fichas e preços ficam aqui próximo ao caixa - Explica apontando para uma porta atrás do balcão - Fiquem avontade para apreciar os jogos, temos também a sessão geek agora! Animes, jogos, tudo que um adolescente precisa para viver haha - Brinca o rapaz olhando para mim - Cohen, se eu te falar a relíquia que eu achei tu cai duro nesse chão.
- Zuando? Calma - Coloco minhas mãos sobre o balcão preparado para a notícia, pelo sorriso do atendente já imagino o que seja - Manda a notícia Samuel.
- Nah, não vou estragar a surpresa né meu bom, entra lá e fica avontade. Como eu havia dito, estou ao dispôr rapaziada - Explica Samuel calmamente.
- Será que tem algo relacionado a Pokémon na sessão geek César-Kun? - Pergunta Joui empolgado.
- Só existe uma maneira de saber! - Exclamo tão animado quanto o mesmo, seguro em sua mão caminhando para dentro do local paro ao ouvir Elizabeth comentando.
- Calma lá, esse lugar tá cheio de gente e precisamos de fichas, não podemos nos separar aqui dentro - Explica a morena notando a presença de alguém conhecido - Espera um pouco gente - Ela caminha até uma máquina dando um leve tapa em quem estava a jogar.
- O caralho! - Exclama uma jovem de cabelos curtos nervosa por perder outra partida - Qual o seu problema ein véia? - Excalma a adolescente indgnada.
- Oi pra você também Aghata - Comenta Elizabeth ironicamente.
- A vai se fuder! Tô a horas nessa merda - Exclama Aghata saindo de perto da máquina de Tetris deixando agora outra pessoa jogar - Que bosta, a culpa é sua!
- Minha? Eu não fiz nada garota, credo quanto estresse, isso é coisa de gamer César? - Pergunta Elizabeth se virando para mim.
- Estressada? Olha só quem fala - Comenta Thiago levando como sempre, outra mal resposta da senhorita simpatia.
- Quem te perguntou alguma coisa Thiago? Tá intrometido hoje, não acha? - Reclama Elizabeth, a verdade era que ela que estava grossa hoje mas é claro que ninguém além de Thiago tinha coragem de dizer isso a ela.
- Você que acordou possuída minha querida - Comenta Thiago a provocando.
- Isso ela sempre esteve - Comenta Aghata calmamente.
- Iih, quer ir a merda também pirralha? - Pergunta Elizabeth impaciente.
- Vai você fóssil ambulante! - Reclama Aghata cruzando os braços.
- Já falei que não sou tão velha assim menina! - Exclama Liz indgnada - Você que é uma recém nascida ignoran---
- Foda-se, você tá me devendo uma ficha de Tetris! - Reclama Aghata olhando para a grande fila de pessoas que leva até a máquina de Tetris onde a mesma jogava a pouco tempo atrás.
- Pra quê essa fila enorme? - Pergunta Arthur surpreso.
- Como assim Arthur? A fila sempre foi assim, bom, desde que começou a promoção Pec Man isso se tornou até que normal - Explica Aghata - O dono do estabelecimento disse que quem conseguir quebrar o recorde do melhor jogador de Tetris, o tal Angel of the nigth, ganhará fichas de graça pelo resto do ano, aí todo dia esses cabaços vem aqui gastar todo seu salário em fichas - Comenta a jovem olhando para os jogadores da máquina - Bando de perdedores, estão perdendo o tempo deles.
- E você é um deles não é Aghata? Sabe, você estava na fila então também é um cabaço? - Pergunta Joui com inocência não entendendo o comentário da adolescente que o encara frustada.
- Olha, o dinheiro que gasto nem é meu então não acho que eu seja,e tipo,um ano de fichas é mais do que foda. Eu definitivamente preciso vencer esssa promoção insana - Afirma Aghata segura de si - Não é tão difícil assim, eu consigo quebrar esse recorde desse Angel sei lá o que.
- Cê já falou isso tantas vezes Aghatinha - Brinca Arthur bagunçando os cabelos da menor que em meio a riso explica:
- Cara mas dessa vez é sério! Não posso roubar o Cassiano toda vez que quiser vir no fliperama - Comenta a mais nova olhando para a fila que a cada momento aumentava mais e mais.
- Quem? - Pergunta Elizabeth confusa
- Cassiano, namorado da Eduarda. - Explica Aghata para a morena.
- Quem? - Pergunta Elizabeth novamente.
- Eduarda, amiga do Hugo. - Explica Aghata novamente.
- Quem? - Pergunta a jovem pela terceira vez.
- Vai se fuder Elizabeth! - Exclama Aghata impaciente.
- Olha a língua menina! - Exclama Joui chamando a atenção da jovem.
- Por que sempre me manda olhar a língua asiático? Ela tá limpa, olha só! - Questiona Aghata colocando a língua para fora - Viu? Eu escovo ela todos os dais.
- Haha meu Deus Aghata - Rio da atitude da menor - Ela tá brincando, não é? - Pergunto olhando para Elizabeth que possívelmente tem mais convívio com a Aghata.
Ela parece legal, nem dá pra acreditar que ela é prima de Gal Sal. Por que ele tem que ser tão babaca?
- Não, ela é burra mesmo - Explica Elizabeth tirando o sorriso que estava no rosto da jovem.
- Nossa tchau. Odeio a Liz, sério - Comenta Aghata voltando a entrar na instensa fila.
- Eu vou comprar as fichas! Guarda fila pra a gente Aghatinha! - Comenta Arthur correndo até o caixa onde Samuel atendia alguns jovens.
- Tá, tá, vai logo Arthur - Resmunga Aghata cruzando os braços.
- Bora jogar um jogo bem competitivo Thiagão - Comenta Liz puxando o braço do mesmo.
- Tá afim de perder Webber?- Brinca Thiago a provocando.
- Coitadinho de você Fritiz. - Provoca Elizabeth andando até uma máquina próxima do caixa.
- Eles ainda casam - Comento observando Thiago e Elizabeth sendo naturalmente a dupla dinâmica. Ou até mais que isso...
- Sim! - Exclama Joui prestes a bater palmas até perceber que minha mão ainda se encontrava entrelaçada na canhota dele.
O encaro nervoso e solto sua mão
- Foi mal joui... - Murmuro sentindo o rubor em meu rosto.
- Pelo o que? - Pergunta Joui voltando a segurar minha mão - Tá tudo bem, vamos procurar algo para jogar enquanto Arthur-San não compra as fichas! - Exclama Joui animado olhando aos arredores, afirmo com a cabeça o acompanhando.
Belas luzes de led destacavam máquinas de diversos jogos, vejo nos fundos uma porta com uma placa escrito "sessão Geek!" paro de andar e a encaro, não tinha isso da última vez que estive aqui.
As coisas realmente mudaram, essa tal promoção ainda vai dar no que falar.
- Quer ir lá? - Ouço Joui perguntar apontando para a porta nos fundos da loja.
- Vamos? - Pergunto animado, sem dizermos mais nada entramos rapidamente no cômodo. Entro no lugar encarando detalhadamente os pôsters de animes e mangás como se fosse uma das sete maravilhas do mundo, itens de colecionador se encontravam naquele corredor, o que mais se destacou foi uma vitrine no fim do corredor com diversos quadrinhos de uma história que eu melhor do que ninguém conheço.
As vezes acho que sou muito nerdola com jogos e coisas Geek, e outras vezes eu tenho certeza disso.
- Não creio - Caminho devagar até o fim do corredor, se isso for um sonho pelo amor de tudo que é mais sagrado pai, não me acorde com sua cantoria desafinada.
Joui me acompanhava olhando para a vitrine repleta de quadrinhos, curioso o mesmo pergunta:
- O que é força G?
Olho para ele mais do que emocionado, finalmente alguém me perguntou sobre meu maior hiperfoco de toda minha existência. Ele literalmente deu a chance que eu precisava para militar tudo que eu mais queria nesse mundo.
É esse o momento...
- Força G? Meu caro Joui - Coloco minha mão em seu ombro respirando fundo - É SIMPLESMENTE O MELHOR GIBI DE TODOS OS GIBIS DO UNIVERSO! - Exclamo o balançando energicamente - É tipo, MUITO foda Joui! Joui nem te conto o quão foda é cara ... - Comento recuperando o fôlego - MINTIRA, CONTO SIM!
- Hahaha! Deve ser legal mesmo pela forma que está empolgado César-Kun - Comenta Joui observando as capas, cada capa única e perfeita, exibindo seus personagens com títulos chamativos.
- É claro que é Jojo, tipo, é tipo liga da justiça só que vamos ser sinceros. É MUITO MAIS FODA! - Exclamo procurando desesperadamente meu celular - Eu vou tirar uma foto dessas relíquias mano, é tipo impossível encontrar uma dessas com tanta facilidade! - Explico tirando algumas fotos sorrindo bobo para a vitrine.
Não faço ideia de como Samuel conseguiu esses gibis colecionáveis mas ele é incrível.
- Sério? Acho que já vi essa aqui em uma loja Cartoon - Comenta Joui apontando para a primeira edição de força G.
- Ah sim, a primeira, segunda e terceira edição estão a venda até hoje, mas da quarta pra frente é quase impossível conseguir cara, aposto que o dono da Pec Man vendeu seu cu por essas aqui - Aponto para a quarta e quinta edição boquiaberto.
- Nossa... - Joui encara a vitrine incrédulo.
- Hahaha eu só acho Joui, relaxa, é uma maneira de dizer que é muito difícil de se achar, entende? - Explico tranquilizando o asiático.
- Hm, qual seu personagem favorito de força G? - Pergunta Joui me dando brechas novamente para continuar falando sobre força G, ele realmente parece interessado no assunto.
Eu consegui, trouxe mais uma alma para o lado da luz, o lado Geek...
Em uma pose clássica de super herói, colocando uma mão na cintura e outra com punho fechado ao ar eu digo animadamente - Angel of the nigth! É o melhor personagem de todos, é meu favorito! - Aponto para para a terceira edição do quadrinho, onde na capa se destacava um personagem vestido de roupas pretas e com asas enormes, sua grande cicatriz e detalhes em roxo decoravam suas asas. Joui o encara curioso o admirando.
- Ele é descoladissimo César-Kun! Qual é seu papel?
- Ele é tipo, um anti-herói. Um mocinho mal interpretado eu diria, mas ele é incrível! Vive sozinho e só surge na calada da noite. Na primeira edição todo mundo disse que ele era o vilão mais cruel de todos os tempos, e que seus planos seriam perversos - Explico fazendo mistério contando a história do personagem que eu sei de có.
Não querendo me gabar mas se existe algum fã que sabe abslutamente tudo sobre força G. Esse alguém sou eu.
- Ooo, e o que ele fez? Qual foram seus planos? Ele dominou o mundo?? - Pergunta joui entusiasmado.
- Haha nada. Ele literalmente não fez nada pra ninguém, ele só aparece novamente na terceira edição - Aponto para a capa explicando ao jovem calmamente.
- Mas o que ele tava fazendo na segunda? Tipo, e seus planos maléficos? - Pergunta Joui curioso.
- Olha, eu acho assim - Dou uma pausa me virando novamente para a vitrine - Não é só porque todo mundo fala algo que esse algo acontece ou é verdade, sabe? As pessoas adoram julgar pela aparência e eu aposto que se você tivesse visto alguém como ele em uma fila do pão acharia que ele iria torturar o padeiro, não é? - Pergunto honestamente ao asiático, o mesmo concorda com a cabeça dando leves risadas e eu continuo meu discurso - Mas isso sempre acontece! Todos julgaram Angel of the nigth sem conhecê-lo! Sem saber quem ele realmente era, ele não é um herói, não precisa de uma capa para se mostrar ao público. Ele também não é um vilão, enquanto todos espalhavam seus "planos maléficos" ele possívelmente estava regando suas flores - Explico adimirando a capa - Ele adora cinerarias, gosta de ler e ... ah sei lá, ele é muito foda cara. - Explico não tendo mais palavras para descrever o quão esse personagem é incrível.
Sinto Joui tocar meu ombro, olhando pra mim gentilmente ele toca na vidraça encarando a capa do quadrinho.
- Ele parece contigo César-Kun...
- Eu? Pera comigo? Hahaha nada haver Joui! Ele é tão foda, quem me dera se isso fosse verdade - Comento rindo frouxo.
- Claro que parece, não digo só de estética mas vocês são iguais, são meigos e sinceros consigo mesmo, aceitar quem realmente é é algo tão complicado... - Explica Joui sorrindo para mim - Te admiro tanto quanto você admira esse herói César-Kun!
Penso sobre suas palavras não comentando nada sobre, eu tento o meu máximo a não ligar para o que dizem sobre mim mas não significa "aceitar" quem eu sou, quem eu sou afinal? Um gamer sedentário? Um jovem totalmente despreparado para a vida adulta? Ora, não sei nem em que quero me formar, como vou saber qualquer coisa sobre mim mesmo?
Saio de meus pensamentos negativos, ganho mais gastando minhas energias jogando Tetris ou algo mais divertido.
- Eu disse algo de errado César-Kun? - Pergunta Joui preocupado notando meu silêncio.
- Hm? Ah não Joui, eu só...quero ver o resto da sessão! - Exclamo o puxando para outra parte do corredor - Vamos deixar o santuário de Força G e irmos para...hmmm o que é aquilo? - Pergunto curioso caminhando até uma parede repleta de pôster únicos dos mais antigos animes, dentre eles o favorito do asiático.
- Pokémon! - Exclama o asiático animado - Eu já assisti e reassisti umas quatro vezes! Aí não... QUATRO?! meu Deus isso tá errado, César-Kun tenho que assistir de novo, tenho que sair do número quatro! - Exclama Joui desesperado, nunca vou entender essa supertição dos números pares.
- Haha relaxa Joui, podemos assistir depois se quiser - Explico tentando o acalmar.
- Sério? Tipo, hoje?? - Ele Pergunta animado, eu seria um monstro se não cedesse a essa carinha pidona.
- Claro que sim - Digo sorrindo para o jovem, apesar que nunca fui muito fã de pokémon mas pela companhia vale apena assistir.
- Yatta! Ei César-Kun, sabia que esse aqui foi o primeiro anime a lançar no Japão? Ele é um dos mais antigos! - Explica Joui apontando para um pôster de espadachins samurais, era notável pela qualidade baixa que era bastante antigo.
- Nakamura Katana, nunca ouvi falar - Digo observando o pôster.
- É da época do meu pai, ele me disse que passava todas as tardes assistindo o anime, os samurais são descoladissimo César-Kun!
- As armas são realmente bonitas, e afiadas - Digo notando a animação de Joui - Haha já se imaginou como samurai Joui?
- Claro que sim César-Kun! Depois de colecionador de Pokémon samurai era meu segundo sonho de criança! Haha minha mãe não deixava eu chegar nem perto da bainha da Katana de meu avô - Explica o asiático sorridente ao lembrar dos bons tempos - Era tão legal...eu sempre quis ter uma Katana, mas não saberia bem o que fazer se tivesse uma...
Escuto Arthur nos chamando no fim do corredor, seguro na mão de Joui novamente caminhando até o gaudério.
- Consegui as fichas Arthur? - Pergunto ao menor empolgado.
- Sim! Bora derrotar esse Angel of the nigth! - Exclama Arthur animado caminhando até a fila de jogadores.
- Espera, Angel of the nigth não é o... - Joui para sua frase e me encara ligando os pontos - César-Kun! Você é o---
- Shiii! - Digo colocando meu indicador em frente ao rosto do asiático - É segredo! - Pisco para Joui voltando a acompanhar Arthur até a fila.
- Hmmm, e essas risadinhas aí ein - Brinca Arthur nos encarando - Vai dar namoro ein - Brinca Arthur fazendo Joui ficar tão vermelho quanto um tomate, não estou em posição de falar muita coisa mas enfim.
- É bom ver vocês se divertindo em harmonia! Bom, alguém tem que estar hahaha - Explica Arthur apontando para uma máquina onde Liz e Thiago descutiam, nenhuma novidade até aí.
- ENFIA ESSE ATAQUE ESPECIAL NO SEU CU THIAGÃO! - Exclama a morena revoltada.
- Aprende a perder mulher! - Exclama Thiago em meio a crises de risos - Hahahaha que birrenta! - Brinca Thiago levando um pisão de Elizabeth - AÍ! Que isso Liz!
- Não jogo mais com esse bosta, trapaceiro do caralho - Reclama Elizabeth entrando na fila junto a mim, Arthur e Joui. Thiago caminha atrás da jovem nos acompanhando.
- Tem gente que não sabe perder, não é cesinha? - Comenta Thiago me colocando no meio dessa guerra.
- Sei de nada Thiagão haha - Comento desviando do olhar assustador da morena que resmungava alguma coisa com ela mesma.
Alguns minutos se passam e o mesmo funcionário aparece novamente checando se todos possuem as fichas e dando um aviso importante.
- Pessoal, um segundo! Eu sei que todos estão animados com a promoção mas temos que ter consideração a toda essa enorme fila, quem está a jogar na máquina tente apenas uma vez por favor, pois todos querem jogar um pouco! Fiquem tranquilos que a proposta irá permanecer até o fim do mês, boa sorte e lembrem que o ranking é o seguinte : Angel of the nigth em primeiro lugar! E Anônimo 001 em segundo! E temos também o Hugo em terceiro lugar! - Explica Samuel alegremente voltando para o balcão do lugar - Boa sorte a todos os jogadores!
- Fala sério, que nick mas estranho - Comenta um jovem de camisa listrada e cabelos pretos esperando na fila.
- Qual? Angel of the nigth? - Pergunta uma jovem estilo e-girl próximo a ele - Ah para Cassiano, se o Hugo escuta você falando do ídolo dele a amizade acaba na hora haha - Brinca a jovem com o adolescente que dá de ombros sem importância.
- Só digo verdades, tanto nome pra colocar e o cara escolhe justo esse? Que falta de criatividade.
*Nossa, que mau educado* Penso escutando o atentamente as ofensas gratuitas contra Angel Of The Nigth.
- Pode ser uma garota também - Explica Aghata próximo aos dois jovens.
- Claro que não - Comenta Cassiano novamente - Cê acha que uma garota seria tão desocupada ao ponto de passar horas na frente de uma máquina de Tetris? Olha, eu acho que tem que ser um cara solteiro e desempregado pra gostar tanto assim de Tetris. - Reclama o rapaz levando um pisão de Aghata - O caralho! Olha aonde pisa Aghata!
- Eu olhei e pisei - Comenta Aghata de forma ríspida - Arthur me segura antes que eu mate esse emo do caralh - Comenta a jovem colocando o gaúcho no meio da discussão, estávamos logo atrás de Aghata observando a situação sem entender muita coisa.
- Haha eu prefiro não opinar Aghata - Brinca Arthur sem jeito - Então, vai me apresentar para seus amigos Aghata?
- Amigos? Nhee eu só gosto do Hugo mesmo, quando ele chegar eu te apresento Tutu - Comenta Aghata calmamente.
- Nossa Aghata isso doeu,tipo, doeu mesmo, tipo, de verdade - Choraminga a adolescente cabisbaixa.
- Aí menos Eduarda, sabe que falei zuando, não é? - Brinca Aghata finalmente nos apresentando - Gente, esses são Eduarda e Cassiano, tem também o Hugo mas ele tá lá na frente jogando Tetris. - Explica a adolescente olhando para todos nós - Duda e Emo, esses são Arthur, Liz, aquele ali é o homem dela o Thiago, e esses são César e...Joui certo? - Pergunta a morena olhando para o asiático confusa.
- Sim! Prazer em conhecê-los - Exclama Joui sorridente comprimentando todos os jovens da fila.
- Oi, é um prazer também tipo, igualmente - Comenta Eduarda sorridente.
- Então você tem amigos e não me disse? Não sabia que você conseguia ser sociável - Comenta Elizabeth com seu jeitinho meigo de ser com Aghata.
- Mas eu não sei. Sinceramente não entendo por que eles gostam de mim - Explica Aghata dando de ombros.
- Ah você é o que faltava no grupo Aghata! Tipo, o Cassiano é um saco as vezes, o Hugo é um nerd. Eu precisava de uma parceria pra dividir os fones! - Comenta Eduarda sorridente.
Arthur me encara com seu clássico sorriso de quem irá criar uma fanfic das duas jovens. O gaudério assim como eu sabe o significado de emprestar algo tão único quanto o fone para outra pessoa.
*Elas dividem o fone? Hmmm* Olho para Arthur com o mesmo sorriso.
- Ah que legal saber que meu xuxu tem seu grupo! - Exclama Arthur abraçando fortemente a adolescente.
- Tá me esmagando Arthur, meu Deus, certeza que você não malha cara? - Comenta Aghata perdendo o ar.
- E você? Tipo, o que é dela? - Pergunta Eduarda curiosa para Arthur.
- Ah eu sou amigo dela! Conheço ela a sei lá quanto tempo haha - Exclama Arthur voltando a apertar a morena que me encarava com certo desespero, talvez ela queira ajuda. Talvez...
- Que legal! Espero um dia poder ser melhor amiga dela também - Comenta Eduarda animada.
- Ah vai sim, vocês dividem até fones! Aghata é meio na dela mesmo mas se você continuar pertubando ela todo dia uma hora ela se solta haha - Explica Arthur a jovem.
- Arthur tem razão, por mais estranha e insuportável que ela seja, uma hora você se acostuma com ela - Comenta Elizbeth.
- Não foi isso que ele quis dizer Liz - Explica Thiago notando que sua amiga disse o contrário que Arthur havia dito.
- Eu estou aqui sabia? - Comenta Aghata encarando todos nós.
- É pra você ouvir mesmo pirralha - Brinca Elizbeth.
- Essa fila nunca vai sair do lugar - Reclama Cassiano bufando impaciente.
- A ideia de vir aqui foi sua emo. Agora é só esperar um pouco - Explica Aghata olhando para a fila - Já estamos chegando, relaxa.
- É Cassiano relaxa, mesmo se você jogar não vai mudar muita coisa - Comenta Eduarda dando de ombros.
- O que quer dizer com isso Duda? - Pergunta Cassiano cruzando os braços.
- Tipo, se temos mesmo chance de ganhar fichas com essa promoção essa chance tá nas mãos do Hugo, só ele sabe jogar Tetris melhor entre nós - Explica Eduarda suspirando fundo - Espero que ele consiga logo, tô cansada de esperar!
- Eu também sei jogar, só que não quero gastar todo meu talento nessa máquina aí - Comenta Cassiano tentando parecer convincente.
- Sei, olha o Hugo chegando! - Exclama Eduarda notando que seu amigo voltava para a direção que estávamos.
Um jovem loiro de aparelhos se aproxima de nós cabisbaixo suspirando pesadamente - Eae Hugo? Conseguiu as fichas? - Pergunta Eduarda ansiosa.
- Cheguei tão perto, fala sério como foi que o Angel Of The Nigth conseguiu alcançar uma pontuação tão alta? Ah...nunca vamos conseguir ganhar isso galera... - Comenta o jovem desesperançoso.
- Ah que isso Hugo, é claro que vamos conseguir, agente pode sequestrar esse muleque também, aí só soltamos ele se ganharmos as fichas! Que tal? - Pergunta Aghata com seu plano brilhante, o que mais me assusta é sua entonação de voz.
Calma e tranquila. Ela realmente sequestraria alguém por fichas?
*Nossa senhora eu sou esse alguém...* Olho para a jovem contendo meu desespero.
- Acho que não seria uma boa ideia - Aconcelho Aghata a não fazer nada que viole alguma lei.
- Nossa, ele sabe falar? - Pergunta Cassiano me encarando intrigado. O encaro seriamente voltando a me concentrar no plano de Aghata contra minha pessoa.
Se eu falasse que sou o dono das fichas a jovem colocaria seu plano em ação nesse momento? Acho que não quero pagar pra ver.
- Olha quem fala né Cas? Você é um cara de muitas palavras - Brinca Eduarda dando fila para seu amigo - Quer tentar de novo amigo? - Pergunta a jovem olhando para Hugo.
- Pra quê? É muito difícil! As peças aparecem de forma tão rápida e... Ah, eu não acho que vou conseguir... - Explica Hugo cabisbaixo, encaro o jovem por alguns segundos até o mesmo olhar para minha direção- Quem são eles? - Pergunta o loiro notando nossa presença.
- Alguns amigos meus - Explica Aghata - Liz, Thiago, César, Arthur e... - A morena para a frase esquecendo novamente o nome do asiático.
- É Joui! - Exclama Elizabeth.
- Isso aí que a véia disse, você vai tentar de novo né Hugo? Só mais uma vez cara, vai que conseguimos! - Exclama Aghata esperançosa.
- Conseguimos? Eu que tô tentando pela terceira vez! - Exclama Hugo olhando para suas mãos indignado - Meus dedos estão doloridos, sinceramente eu desisto! Ninguém é pário para quebrar o record desse cara...
- Que isso meu bom, estamos aqui te dando apoio emocional! - Brinca Aghata junto a Eduarda.
- Ela tem razão Hugo, vai só mais uma vez, amigo. Na quarta vez sempre dá certo! - Pede Eduarda a seu amigo que apenas concorda com a cabeça.
- Quarta ve--- Interrompo o desespero se Joui o acalmando rapidamente.
- Relaxa Jojo, é só um número, relaxa - Aperto levemente sua mão o consolando.
Um tempo se passa e a conversa continua entre os dois grupos, não consigo prestar muita atenção nos assuntos que os jovens falavam, minha mente estava focada na máquina de Tetris que estava a poucos metros de mim, talvez eu não devesse jogar...
- César-Kun? - Joui me chama tirando minha atenção dos jogadores que tentavam quebrar o recorde a qualquer custo.
- Oi? - Pergunto o encarando.
- Você tá legal? Tá suando. - Comenta Joui levantando nossas mãos que ainda estavam entrelaçadas.
- Ah foi mal Joui, tô meio estranho - Comento separando nossas mãos voltando a encarar a máquina contendo minha tensão.
- Sem problema nisso César-Kun, eu só perguntei mesmo porque você parece meio nervoso... - Explica Joui preocupado - Está tudo bem?
- Não é nada...eu só acho que não vou jogar Tetris...não é uma boa ideia - Comento parando de seguir a fila.
- Por que César-Kun? Você estava tão animado pra jogar, todos estamos! - Exclama Joui olhando para fila - Já estamos chegando, não precisamos esperar muito. - Explica o jovem me encarando confuso - Por que não quer mais jogar?
- Olha só o tamanho dessa fila Joui, todo mundo está aqui só pra quebrar essa pontuação, eu não gosto de competições... sempre vai ter um perdedor e, ah sei lá...não quero ver ninguém mal ou frustado por conta de um jogo - Explico olhando para Hugo que encarava a máquina fixamente.
Sinto o esforço de cada jogador sobre meus ombros, passei tanto tempo sem visitar a loja de jogos Pac Man que não me dei conta das novidades. Eu não acho que essa promoção seja realmente boa, todos compram fichas e depositam todas as espectativas nelas e poucos, realmente poucos têm sucesso em suas jogadas.
*Qual a graça de jogar Tetris assim?* Penso com desânimo a cada passo que me aproximo da máquina.
- César-Kun mas essa é a graça de competir! Está tudo bem se eles perderem, até porque eles vieram aqui com isso em mente, são possibilidades, sabe? O importante é você se divertir jogando e dando o melhor de si! Cada jogador está dando seu melhor e isso faz cada ficha valer a pena - Explica Joui me tranquilizando, suas palavras sempre tão dóceis e positivas, parece impossível algo dar errado quando Joui está por perto...como se fosse realmente um herói de quadrinhos...
Fico mais aliviado com isso,mas não consigo deixar de pensar que talvez não seja uma boa ideia isso, receoso eu pergunto:
- Acha que eles odeiam esse tal Angel of the nigth?
- O que? Odiar? Fala sério cara! Angel of the nigth é um muito foda! Tipo, muuuito foda!!! - Exclama Hugo empolgada - Ele é tipo, um crack no Tetris! Por que alguém odiaria ele?
- Acho que o que alguns sentem por ele é admiração mesmo - Comenta Eduarda se aproximando da máquina.
- Sem falar da puta curiosidade sobre ele, não me entra na mente que esse cara existe, ainda acho que é um racker ou sei lá o que - Comenta Cassiano dando sua opinião - Cê não acha o mesmo Duda? Né não Duda? - Pergunta Cassiano pertubando a jovem que tentava jogar uma partida em frente a máquina de Tetris.
- Cassiano, para de me atrapalhar caralho! - Exclama Eduarda tirando sua concentração por segundos da máquina, o que resultou em sua derrota. - Ô BOSTA! - A jovem se vira rapidamente para o garoto ao seu lado o encarando torto.
- Iiih perdeu, pena né? Enfim vamos emb---
- VOLTA AQUI SEU MERDA! - Exclama Eduarda segurando o jovem pela gola de sua camisa - Ainda falta a Aghata e o Hugo mais uma vez! E não seja estraga prazeres dessa vez! - Reclama a jovem cruzando os braços.
- Eu? Não fiz nada demais Duda - Comenta Cassiano dando de ombros.
- Haha eu irei massacrar todos vocês! - Exclama Elizbeth com seu espírito competitivo.
- Cê não vence nem em Mortal Kombat Liz, quem dirá em Tetris - Comenta Thiago zombando da morena.
- Mas Tetris é muito mais fácil e simples do que Mortal Kombat Thiagão - Explico ao Fritz não entendendo seu comentário.
- Hahaha não duvide da capacidade de perder que Elizabeth Webber tem Cesinha - Explica Thiago provocando a jovem que o acerta novamente em uma de suas costelas - AÍ, LIZ!
- Hahahaha perder para o Thiago é doideira Liz. Logo ele que tem a coordenação motora pior que a minha hahaha - Exclama Arthur brincando com Thiago e Elizabeth.
Observo as provocações direcionadas para Elizabeth, é incrível a capacidade que Thiago tem de tirá-la do sério. Em poucos segundos de diálogo a mesma já estava a discutir com o Fritiz que sem a menor noção a provocava alegremente. Arthur pelo visto também perdeu a noção já que estava a jogar lenha na discussão dos dois. Joui se assusta assim como eu com os gritos próximo a máquina de Tetris.
- MÁQUINA SATÂNICA! - Exclama Aghata perdendo outra partida, a jovem encara a máquina indgnada prestes a fazer o pior contra o pobre eletrodoméstico.
- Haha calma Agh--- Arthur é bruscamente interrompido pelos surtos de Aghata que graças a Eduarda e Hugo a jovem não perde a paciência que possivelmente nunca teve
- CALMA O CARALHO EU VOU--- a adolescente é impedida por Eduarda e Hugo que a seguram firmimente a afastando da máquina de jogos - ME SOLTA, EU VOU MATAR ESSA LATA VELHA DO CARA---AÍ ME SOLTA!
- Aghata pelo amor hahaha, deixa o Hugo jogar primeiro depois você espanca a máquina, que tal? - Pergunta Eduarda tentando acalmar a jovem.
- AFF! Anda logo Hugo, tenho assuntos pendentes com essa bagaça! - Exclama Aghata mais estressada que Elizbeth. Não sabia que isso era possível.
Chego mais perto para observar Hugo jogar, ele parece ser o típico adolescente otaku fedido. Eu respeito isso, já tive essa fase e não me arrependo.
- Ok... - Suspira Hugo estalando os seus dedos.
- Não pode fazer isso menino! Prejudica suas cartilagens, no futuro você pode desenvolver problemas nos ossos por estalar as juntas dessa for--- Interrompo Joui que comentava o quão isso era perigoso para a saúde de Hugo. Apenas Joui sendo Joui.
- Joui, eu sei mas é costume, sabe? - Explica Hugo ao asiático.
- Pare com esse costume! Futuramente isso te fará muito mal - Explica Joui o aconcelhando.
Assim uma nova partida se inicia, agora com Hugo a jogar frente a máquina. Ele joga bem, tem bons reflexos e conhece alguns truques, acho que só falta um pouco mais de prática mas é um excelente jogador, merece de fato um lugar no ranking.
Vejo algumas pessoas se aproximarem da máquina notando a habilidade do jovem que não tirava os olhos da máquina por nada, ouço torcidas de Aghata, Eduarda e Cassiano ajudando o loiro. Thiago e Arthur também se aproximam, Elizabeth tentava ir para perto da máquina mas muitos jovens estavam rodeados em sua frente.
Olho para a morena de realance dando risadas ao ver a mesma dando pequenos pulinhos para ver o que estava acontecendo em volta de Hugo e a máquina de Tetris.
Por poucos segundos de distração ouço murmúrios de todos em volta de Hugo, vejo que o mesmo perdeu a partida, noto a decepção no rosto do loiro que fecha os punhos frustado.
- Ah tava tão perto! - Exclama Eduarda com certa frustração.
- Nossa, essa foi quase Hugo! Parabéns de qualquer forma cara - Comenta Aghata bagunçando os cabelos de seu amigo que ainda em silêncio suspira fundo.
- Você foi ótimo Hugo, uma hora você consegue, não duvide disso - Comento ao jovem com sinceridade.
- É...talvez na próxima - Comenta Hugo dando ee ombros.
- Não entendi como funciona esse jogo, Arthur disse que o objetivo era fazer a torre mais alta e bonita, o Hugo deveria ter ganhado! Onde estão as fichas dele?! - Pergunta Joui indgnado, o encaro confuso até ouvir Arthur gargalhar do comentário do asiático.
- Haha Joui, não acredite em tudo que esse mongolóide falar, tá bom? - Explico contendo minhas risadas da inocência do maior - O objetivo é totalmente ao contrário do que ele disse, você deve encaixar as peças que aparecem na tela de forma rápida e organizada, não pode deixar elas encostarem no topo da tela se não você zera tudo de novo - Explico para Joui que ouve atentamente as regras do jogo.
- Zerar seria perder, não é? - Pergunta Joui ainda com dúvidas.
- Sim - Afirmo me aproximando da máquina. - Vou jogar uma vez, aí você observa e tenta depois, ok? - Pergunto logo vendo Elizabeth, Thiago e Arthur se aproximando de mim, Joui concorda com a cabeça e assim eu começo a jogar.
As luzes e sons repetitivos do jogo já não me encomodam a muito tempo, lembro da época que todos só falavam desse jogo e minha mãe me presenteou com um mini game, eu passei semanas apenas falando o quão o jogo era incrível e como eu havia amado Tetris, da partir daí ela gostava de me observar jogando e até tentava jogar algums vezes, lembro que ficava aniamdo para mostrar minhas pontuações para meu pai que sempre chegava tarde do trabalho. Eu nunca tive muitos assuntos com meu pai, Tetris era a oportunidade certa para iniciar uma conversa com o mais velho, nem que fosse por poucos minutos...
Talvez seja por isso que afirmo que Tetris seja o melhor jogo de todos, não importa quanto tempo se passe, quantos jogos eu jogue...Tetris sempre vai ter o título de melhor jogo de todos ao meu ver.
Vejo atentamente as peças aparecerem e as encaixo em sobras que outras peças deixaram, tenho em mente que cada espaço e valioso e uso truques que descobri com o passar do tempo a meu favor, minutos se passam e uma parede de peças vai se formando na tela da máquina, a graça do jogo é que ninguém nunca vence de fato. Uma hora as peças vão cobrir a tela por inteiro, o que te caracteriza como bom ou não é sua pontuação, particularmente não gosto de olhar minha pontuação no canto superior da tela, além de tirar a concentração eu gosto de ver até onde consigo ir não ligando muito para os números.
As cores vibrantes azul, vermelho e verde se destacam me fazendo soltar um sorriso largo, lembro-me quando as peças eram preto e branco, esse jogo é tão antigo, talvez eu esteja ficando velho...
- Nossa ele é muito foda! - Exclama Hugo me observando de longe assim chamando atenção de outras pessoas.
*Puts*penso deixando a última peça encostar no topo, fim de jogo para mim.
Joui teve tem razão, eu tentei e foi divertido. Foi muito legal ...
- Bom, eu tentei - Dou ombros me virando para minha equipe - Que foi? - Pergunto notando a reação de todos em minha volta. Estavam surpresos...isso é algo bom?
- Nossa tentou mesmo, e tentou pra caralho ein Cesinha - Comenta Thiago me observando incrédulo.
- Cê não me falou que era o rei do Tetris cara - Brinca Arthur fazendo reverência a mim - Oh mestre! Ensine-me seus truques majestosos.
- Ei, que isso Arthur. Não precisa disso haha - Seguro no ombro do gaudério o levantando novamente.
- Nossa, que pontuação insana Cohen! - Comenta Aghata olhando para a tela da máquina imprecionada - Cassiano, faz algo de útil e chama lá o Samuel, acho que alguém quebrou algum recorde ein? - A jovem olha para mim tão empolgada quanto o resto das pessoas em minha volta.
- Ae Cesinha! Boa cara! - Comemora Thiago junto a todos do lugar.
Vejo Samuel se aproximando da máquina checando algo em sua caderneta, sinto meu estômago se revirar dentro de mim rapidamente. Entendo a comemoração e alegria de todos da loja mas...
*O que está acontecendo?* Olho ao meu redor me sentindo desnorteado no meio de tantas pessoas falando e até gritando ao mesmo tempo.
- Olha só quantos números César-Kun! - Exclama Joui olhando animado para mim apontando para o papel que Samuel tem em mãos.
- Quem estava jogando aqui? - Pergunta Samuel olhando aos arredores. Mais pessoas se aproximam do centro do estabelecimento olhando uns para os outros, alguns confusos e curiosos olhando para Samuel a espera de alguma resposta.
Olho para a máquina aflito dando alguns passos para trás, ouço a voz de Joui me chamando dentre os clientes do lugar, sua voz está tão distante e por mais que eu o procure não o acho no meio de tantos rostos desconhecidos...
Quem são esses rostos? O que eles querem? Por que me sinto tão nervoso ao velos?
Essa sensação é agonizante, ela precisa ir embora de mim, do meu pai, está me sufocando...
Ela precisa ir embora, eu preciso ir embora...
- Cesinha? Tudo bem aí cara?
- Migo? O Samuel acabou de perguntar quem foi que---
- César-Kun? César, espere!
Em um ato de desespero entro na sessão Geek novamente. Não sei exatamente o por que saí dali mas não estava gostando daquela situação, eu bati o recorde de Angel of the nigth. Eu sei que quebrei e não é a primeira vez que quebro meu próprio recorde, mas sempre tive minhas vitórias sozinho, não havia tantas pessoas me observando, elas estavam lá. Talvez me julgando. Com certeza me julgando...por qual outro motivo estaria lá? Eu não posso voltar. Elas ainda estão lá...
- César-Kun? - Ouço a voz de Joui do outro lado da porta. - Está trancada, pode abrir? - Pergunta Joui dando leves batidas na porta - César-Kun deixe-me entrar, por favor...
*Se ele entrar as pessoas vão...elas vão entrar e eu estarei sem saída* Olho para o final do corredor sentindo o desespero tomar conta de mim, a dúvida e confusão em minha mente se mescla com ele... *Por que estou fugindo...?* Olho aos arredores assustado com tudo aquilo.
Eu nunca achei que sentiria tantas coisas dentro de mim ao mesmo tempo, se pelo menos uma delas fosse boa...apenas uma...eu não sei o que sinto, não consigo discernir mas é tão ruim.
Me sufoca tirando meu ar completamente...me faz querer gritar e temer o silêncio...me faz abominar os gritos e me calar completamente.
*O que está acontecendo...?* Encaro a marçaneta por segundos, minutos, horas? Eu não sei, o tempo parece passar, mas as pessoas ainda estão lá fora, eu consigo ouvir seus passos, suas vozes...o túmulo nunca vai passar...
Eu estou preso aqui...
- César-Kun...? Você está aí??? César o que aconteceu conti--- Abro a porta rapidamente o puxando para dentro, fecho a porta a trancando novamente.
Joui me encara seriamente tocando em meu rosto. Seu toque me deixa atordoado de certa forma, tiro sua mão de minha testa rapidamente.
- Joui...por favor não me toca... - Peço ao jovem desviando o olhar, sei que o mesmo não entende o que está acontecendo. Eu me conheço, infelizmente me conheço e tenho certa noção do que está acontecendo...isso é tão difícil de lidar e saber que mesmo depois de anos de terapia esse pânico repentino ainda existe em mim me deixa mais tenso em situações como essas.
Afinal o que eu estou fazendo aqui...?
- Me desculpe César-Kun mas você está pálido e...o que você tem? Por que saiu de lá? - Pergunta Joui preocupado notando minha respiração ofegante - César...tá tudo bem...?
- Não tá nada bem Joui...tem...tem m-muita gente lá fora - Coloco minhas costas contra a parede olhando para o teto, isso tem que passar. É só me acalmar e...ah droga por que justo agora? Era um momento tão legal a minutos atrás...Por que aqui? Eu sempre me senti tão confortável nesse lugar...
- César-Kun mas todos sempre estiveram aqui e você nunca se importou com isso... - Explica Joui com receio de tocar em meu ombro, o jovem me olha preocupado me fazendo mais perguntas. Perguntas que não faço ideia de como respondê-las...
- É diferente Joui, agora eles olham pra mim, eles sabem que eu existo e isso é...é tão estranho, é ruim Joui, eles não gostam de mim... - Tento explicar ao jovem mas me desespero ao sentir minha voz trêmula, não vejo nexo em minhas próprias palavras.
Meu peito arde incessavelmente,
não sei o que é isso mas não quero sentir, não aguento sentir, alguém tem que arrancar isso de mim, eu não tenho forças...
Eu nunca tive...
- César-Kun fica calmo, o que te faz pensar que eles não gostam de você? - Pergunta Joui acariciando meu ombro - César...? César-Kun o que você tem? O que está sentindo César? - Pergunta Joui novamente a mim, não consigo responder, sinto pingos caindo em meu moletom e não consigo discernir se são lágrimas ou gotas de suor que escorrem por meu rosto.
- Joui eles me odeiam, todos me odeiam...e-eu não posso ficar aqui eles me odeiam...Joui...todo mundo me odeia Joui... - Repito as mesmas palavras em meio a soluços.
- César não diga isso por favor, você precisa de ajuda? Tem crises dessas frequentemente...? - Pergunta o maior preocupado.
- Não! E-eu não tenho nada, eu não quero nada Joui...eu só não quero ser odiado...eu não sei o que eu fiz, não sei porque todos me odeiam...Joui não me odeie por favor - Me sento no chão não sentindo minhas pernas, Joui se abaixa junto a mim me abraçando fortemente.
- Joui...por favor não me odeie...
- Está tudo bem César-Kun, isso é momentâneo apenas fique calmo... - Explica a asiático acariciando meus cabelos - Nem eu e nem ninguém te odeia...não existe possibilidade disso, você é tão incrível e sabe disso, não sabe? - O jovem me encara nos olhos me tranquilizando com um simples olhar, um simples sorriso...
Permaneço em silêncio controlando minha respiração, após alguns minutos ouço batidas na porta, Joui me aconchega em seus braços ignorando o bater, noto a calmaria no olhar do asiático e faço o mesmo. As batidas sessam e um tempo se passa, finalmente consigo me acalmar e reestabelizar minha respiração.
Não sei o que acabou de acontecer mas me sinto horrível por colocar Joui em tudo isso...
- Joui... - Chamo o mesmo envergonhado - Me desculpa por...te fazer passar por isso... - Murmuro ainda em seus braços.
- Tá tudo bem César-Kun...você não é culpado de nada, não peça desculpas... - Sussurra o jovem próximo a meu ombro voltando a me abraçar.
Permaneço em seu abraço durante um tempo, seu calor é tão acolhedor, tão sincero mas ao menos tempo tão errado. Por que ainda acho isso tão errado?
Esse sentimento é estranho, a esse ponto me pergunto o que não é estranho na minha vida...
- Gente? Tem alguém aí? - Escuto a voz de Thiago tentando abrir a porta. Joui olha para mim e sem sair do lugar pergunta ao Fritiz.
- Precisa de algo Thiago sensei?
- Então...é que tem uma galera aqui fora querendo falar com o Angel of the nigth. - Comenta o moreno tentando abrir a porta - Por que tá trancada? Tá tudo bem aí rapaziada? - Pergunta Thiago preocupado.
- Desculpa mesmo Joui mas...eu acho que já vou indo... - Explico coçando meus braços - Preciso sair daqui e...sei lá... - Me levanto respirando pesadamente. Quais são as chances de magicamente todos os curiosos terem desaparecidos?
- A gente vai junto! Não vamos Thiago sensei? - Comenta Joui abrindo a porta, Thiago me encara preocupado concordando com o asiático.
- Claro que sim. Não dá pra ficar aqui, Elizabeth não sabe perder mesmo - Comenta Thiago orgulhoso de sua vitória. - Pra onde vamos? - Pergunta o Fritiz olhando para mim.
- Vamos escolher isso depois - Explica Joui estendendo sua mão para mim, sem pensar duas vezes a seguro firmimente.
Respiro fundo e passos por todos do estabelecimento, Thiago vinha atrás de mim chamando Elizabeth e Arthur, é claro que outras pessoas também vinham curiosas para saber quem era Angel of the nigth. Tudo que eu queria que não acontecesse aconteceu. Nunca mais vou poder jogar em paz sem pessoas me rodeando.
*Eu definitivamente não nasci para ser famoso* penso ironicamente atravessando a rua. Alguns jovens que me acompanhavam gritam do outro lado da rua chamando minha atenção.
- Ei! Angel of the nigth! Me ensina como passar da primeira fase?
- Ei, pode me dar algumas fichas? Por favor Angel of the nigth!
- César! Espera! Espera aí! - Exclama Hugo atravessando a rua eufórico, ainda recuperando o fôlego o adolescente comenta:
- Você...você é o Angel of the nigth! Você disse que eu jogo bem, e me deu dicas! Eu não acredito nisso, eu te acho tão foda César! - Exclama o loiro animado, atrás deles se aproximam Aghata, Eduarda e Cassiano.
- Hahaha eu disse que Angel of the nigth era igual o de força G! - Exclama Eduarda olhando para mim empolgada - Caramba você quebrou seu próprio record! Aquilo foi foda, tipo, muito foda mesmo - Afirma a jovem ao lado de Hugo.
- Mano sim! Eduarda eu tô sonhando? Não me acorde mãe, por favor, não me acorde! - Exclama Hugo recebendo um beliscão de Aghata que sorridente explica - AÍ! Aghata!
- Era só pra ver se você estava sonhando Hugo, te fiz um favor - Brinca Aghata beliscando Cassiano também.
- Aí desgraça! - Exclama o moreno indgnado com a jovem.
- Pelo visto Cassiano também não está sonhando hahaha - Brinca a morena se virando para Elizbeth a encarando com um sorriso perverso.
- Escuta aqui garota, cê não é nem doida de pensar em fazer isso comigo viu - Elizbeth a ameaça seriamente apontando para a mesma.
- Hahaha vocês são incríveis! Mas pra onde vamos agora? - Pergunta Arthur animado a espera de alguma resposta.
- Lá pra dentro, para receber o prêmio! - Exclama o antendente atravessando a rua - Quem diria que quem bateria o recorde do Angel of the nigth seria o próprio Angel of the nigth! Uma loucura haha! Parabéns - Brinca o jovem olhando para mim.
- Agradeço mas...eu acho que não quero as fichas - Explico um pouco nervoso.
- OI? Tá doido César?! - Exclama Elizabeth confusa - Como assim não quer? Estamos falando de um ano de fichas cara, vai simplesmente não acei---
- Liz senpai quem jogou foi ele, então ele tem o direito de decidir o que vai fazer com as fichas! - Exclama Joui pela primeira vez, descutindo com Elizabeth.
- Mas quem disse que recusar é uma escolha? - Pergunta Aghata olhando para mim - Fala sério gente, é ficha pra cacete. Não tem essa de não obrigado, cê tá zuando não é Cohen?
- Mas quem jogou foi ele gente, se ele não quer ele não quer. Simples - Explica Arthur acariciando meu ombro - Olha, se quiser passar para seu melhor amigo aqui eu aceito todas as fichas com muito prazer, sabe? - Explica o gaudério sem a menor noção na cabeça.
- Eu também quero ser amigo desse garoto aí! - Exclama Aghata olhando torto para Arthur - E fique sabendo que o lance sobre o sequestro, tava só zuando tá?
Dou alguns passos lara trás ao lembrar do olhar que a jovem fez ao explicar seu plano. Brincadeira ou não eu não quero arriscar ficar muito perto dela.
- Cesinha tu vai mesmo simplesmente jogar fora as fichas meu querido? Olha, foi um esforço você alcançar aquela pontuação, não foi? - Pergunta Thiago para mim, concordo com o moreno. - Então você merece isso! Fica com elas e use quando quiser.
- É César, aceita o prêmio bobado! - Exclama Elizabeth insistindo em aceitar um ano de fichas para todos os jogos.
Vou fazer o que com trezentos e sessenta e cinco fichas de cada máquina de jogos de um fliperama enorme como a loja Pac Man?
- Mas...eu nem sei se volto aqui novamente, olha só para a quantidade de pessoas - Aponto para os clientes da Pec Man que gritavam "Angel of the nigth" eufóricas, fico incrédulo ao ver uma jovem com um cartaz improvisado escrito sabe se lá o que, de onde raios ela tirou isso?
*Bizarro* Desvio o olhar desesperadamente.
- Vamos embora agora, não é? - Pergunto olhando para todos em volta da calçada.
- Ih ala, tem até fã clube agora - Comenta Eduarda tirando seu celular do bolso - Tira uma foto comigo? Tipo, só pra falar que eu te conheci mesmo.
- Sai fora Duda! Eu sou fã dele a mais tempo que você! Eu quero uma foto! - Exclama Hugo também pegando seu aparelho telefônico.
- O que vai fazer com as fichas? - Pergunta o atendente a mim novamente.
- Cê podia dar elas para adolescentes desocupados não é garoto? Não fazemos literalmente nada em casa, dá algumas ae para a gente cara - Comenta Cassiano estendendo sua mão para minha direção.
Abaixo a mão de Cassiano vagarosamente e me viro para o atendente novamente.
- Hmmm Samuel...deixa as fichas aí para quem quiser usar então, sei lá, eu realmente não quero elas... - Explico tentando pensar em uma solução.
- César não joga as fichas fora cara, tá doidão? - Pergunta Thiago me encarando.
- Thiago sensei quem jogou foi ele! Ele pode sim jogar fora se quiser - Refuta Joui o comentário de Thiago.
- Pra que caralhos ele entrou na fila então? - Pergunta Aghata revoltada - Juro, vai ser uma puta sacanagem se você fizer César, eu te dei lugar na fila, lembra?
- Mas a vida é dele! - Exclama Joui segurando minha mão.
- Joui fica calmo. - Comenta Elizbeth acalmando o asiático.
- Eu sei que você quer defender o César mas não precisa ser grosso meu querido - Explica a jovem olhando para nós dois.
O asiático ainda emburrado resmunga: - Eu tô com fome...vamos sair logo daqui.
- Vamos para o Gasparzinho Lanches! Que tal? - Exclama Arthur animado.
- Já tá querendo um cacetinho do Letício Tutu? - Pergunta Thiago olhando o gaudério de forma maliciosa - Tá cedo ainda meu querido, calma lá haha.
- Achei que o do Dante já bastava pra você - Comenta Elizbeth calmamente, todos a encaram enquanto Arthur ria desesperadamente.
- LIZ! - Exclama Joui tentando conter sua risada - Não fale coisas inapropriadas, Liz senpai!
- Ela tá mentindo? Eu vi ele pegando meu irmão em plena luz do dia - Comenta Thiago em meio a risos.
- Eita babado forte - Cochicha Eduarda para Cassiano.
- Pode crê fortíssimo - Cochicha o jovem com Eduarda.
- NÃO FOI ASSIM! - Exclama Arthur desesperado - Eu não tava fazendo isso Thiago, pelo amor de Deus para de falar essas coisas!
- Hmmm sua cara diz ao contrário ein! - Comenta Aghata notando a vermelhidão no rosto do gaudério.
- GENTE! - Exclama Arthur extremamente envergonhado com toda a situação - Podem me zuar avontade mas perto da Agatha não cara, ela é fofoqueira demais.
- EU?! - Pergunta Aghata incrédula - Só porque disse isso eu vou postar essa notícia no twitter, quero só ver a reação do loiro extremamente popular - Reclama a jovem pegando seu celular.
- Haha você é tão engraçada Agh---SOLTA ESSE CELULAR GURIA! - Exclama Arthur correndo atrás da adolescente que corre rapidamente para dentro do fliperama novamente.
- Vamos então? - Pergunto me virando para Joui que afirma com a cabeça. - Também estou com fome Joui, agente pode pedir um---
- Ei! O que faço com as fichas? - Pergunta o atendente ainda a espera de alguma resposta.
- Já disse. Dá pra eles - Olho para os jogadores que ao ouvir minha resposta começam a comemorar eufóricos - Eles gostam de jogar tanto quanto eu, acho justo eles também terem fichas...
- Ok. - Comenta o atendente voltando para a loja - Obrigada e volte sempre que quiser Angel of the nigth! - Exclama o jovem acenando junto a várias pessoas do estabelecimento se despedindo, Hugo e sua turma também se despedem alegremente. Aceno de volta e me afastando aos poucos junto a minha equipe.
- Isso foi...tão estranho - Comento suspirando fundo, sinto Thiago passando seu braço por meu pescoço.
- O Cesinha agora é famoso ein rapaziada - Brinca o Fritiz bagunçando meus cabelos.
- O rei do Tetris merece essa fama! - Exclama Arthur me abraçando.
- Ainda não creio que isso aconteceu - Comenta Elizbeth surpresa - Que tarde maluca gente, e ainda é só segunda haha
A conversa continuou até chegarmos ao Gasparzinho Lanches, eu sempre questiono a mentalidade de Arthur e Thiago já que sempre que entramos aqui as piores piadas de quinto ano são ditas quando os jovens pegam o menu no menu, as vezes também questiono também a desse tal Letício que batiza o sanduíche como "Cacetinho do Letício".
Onde esse mundo vai parar?
- O que vão querer? - Pergunta a garçonete com um largo sorriso em seu rosto.
Sorriso de quem apenas deseja incansavelmente ir para casa. A entendo perfeitamente, a diferença é que ela está realmente exausta de trabalhar, eu apenas sinto que minha bateria social se esgotou novamente.
Acho que não tenho muito motivos para reclamar. Pessoas de verdade tem problemas de verdade. Enquanto eu reclamo por ter ganhado uma promoção em máquinas de jogos.
Eu sou tão estranho.
Arthur e Thiago se entre olham dando várias gargalhadas, Elizabeth paciente como sempre acerta a cabeça de Thiago e Arthur já que ela se sentava no meio dos dois jovens.
- Cresçam logo caralho! - Exclama Elizbeth impaciente - Bom, queremos três cacetinho do Letício, por favor. - Explica a jovem mudando seu tom para um mais meigo e educado.
- Ok, três cacetinhos, e vocês? - A funcionária anota em seu bloco de noto e aponta a caneta para mim e Joui.
Dou de ombros e olho para asiático que encara o cardápio novamente, o mesmo me olho empolgado e pergunta:
- Divide um açaí comigo César-Kun?
- Claro, mas acha que isso vai matar sua fome? - Pergunto ao jovem que concorda com a cabeça com animação. - Ah ok então, um açaí de 500 ml moça, por favor.
- Ok! Pode ir até o caixa preencher o que quer que tenho em seu açaí por favor - Explica a jovem caminhando até o caixa, me levanto vou a acompanhando até o balcão.
Enquanto preencho os acompanhamentos para a sobremesa escuto vozes reconhecidas adentrando no local, não acredito que eles estão aqui, essas vozes me atormentaram a manhã inteira e agora preciso ouvi-las novamente? Eles só falam merda e nem preciso me virar para saber disso.
São eles...de novo...
Esse dia está sendo repleto de muitos altos e baixos...mais baixos do que altos.
Muito baixos, no núcleo da terra.
Viro minha cabeça para confirmar que era Gal e seus amigos babacas. Confirmado.
*Ah que ótimo, era disso mesmo que eu precisava universo. Obrigada*
__________
Saio de casa deixando meu furioso a gritar sozinho. Prefiro sair de cada do que participar de uma discussão que não vai levar em lugar algum. Afinal o erro já está feito e não preciso que ninguém aponte para ele. Eu sei bem o que fiz e não sinto arrependimento algum.
Como se eu fosse o grande vilão da história, se olhassem a minha volta veriam que eu não fui o único a errar. Mas sou o único que não merece o perdão...
É sempre assim, já não faz diferença quem cometeu o erro. A culpa sempre será minha.
*Lugar infernal...* Passo pela porta de minha casa caminhando para fora do condomínio, não faz diferença estar em casa ou não pra ele mesmo.
Ignoro o motorista que ao notar minha presença caminha até a porta do carro a abrindo a minha espera. Encaro o funcionário por alguns segundos tomando minha decisão. Além de não querer nenhum contratado de meu pai por perto eu não faço ideia para onde estou indo.
Apenas irei.
- Eu vou apé - Explico caminhando para a saída do grande condomínio.
Caminho por um tempo pelas ruas até perceber que estou caminhando sem rumo.
Sento em banco próximo a um mercado pensando no que fazer nessa tarde tão desagradável. Ela ainda pode piorar então não vou reclamar tão cedo.
Encaro o mercado por algum tempo pensando no que exatamente comprar no estabelecimento já que não tenho paz para me alimentar dentro da minha própria casa.
Ouço pela milésima vez uma notificação de algumas mensagens, pego meu celular teclando no aparelho impaciente.
*Que grupo irritante*
___________________________________
Grupo Escripitas
Tem como pararem de me marcar?
Antony
Não
Tá todo mundo preocupado contigo Gal
Bruno
O que aconteceu?
Henry
Teu pai tá putasso???
Toma conta da sua vida Henry
Curiosidade e preocupação são duas coisas totalmente diferentes.
Léo
Real
Mas eu tô é preocupado mesmo
Kish
Leonardo preocupado com o Gal
Que grande novidade.
Léo
O que quer dizer com isso ?
Kish
Que você e ele são baitolas
Amigos***
Caramba esse corretor é terrível
Erika
Kakakkaka
Corretor
Sei
Léo
Tô procurando a graça
Gal, é sério
Cê tá bem?
Tô
Por que não estaria?
Henry
Ah sla
Talvez porque seu pai disse : Não brigue com os coleguinhas Gal
Aí você falou : Tá bom papai
Aí você viu o César e jogou o Leonardo pra cima do menino
Léo
Jogou pra cima?
Nss.
Você disse isso como se eu fosse um cachorro Henry
Henry
Bom, o Gal disse pega ele e você falou au au então é isso msm
Léo
Não foi assim que aconteceu cara
Henry
Au au au
Léo
A vai se ferrar cara
Kish
Kakakka
Real
O Cohen tava na dele mano
Ele deve estar chorando até agr
Érika
Tá com pena dele Kish?
Kish
Não
Só tô comentando
Ninguém pediu seu comentário garoto
Kish
Hm
Foi mal ent
Antony
Deixa eu ver se entendi direito
Então ninguém tá encrencado?
Bruno
Fale só por vocês
Meus tios ficaram decepcionados comigo...
Henry
Decepcionados não é a msm coisa que bravos então tá ótimo Bruno
Poderia ser bem pior
Erika
Real
Eu nem contei para os meus
Nem vou contar
Kish
Nem eu
Slc ksksk
Henry
Os meus já sabem mas eu tô sussa, coloquei a culpa no Antony como sempre
Antony
Caralho Henry
Você é vacilão dms
Henry
Eles já te odeiam mesmo cara
Só tô alimentando isso
Kish
Que amizade linda a de vcs viu
Léo
Seus pais brigaram contigo pela confusão de hoje?
Léo
Ainda não
É questão de tempo até o Veríssimo contar a eles
Henry
Véio fofoqueiro
Antony
Então se todos estão relativamente bem, o rodízio hj ainda tá de pé, não é?
Me marcou pra isso?
Antony
Claro né
Quem vai pagar é você
Kish
Verdade ein
Você prometeu Gal
Érika
Pela a chegada do Léo ao grupo Gal
Ele merece cara
Henry
É!
Meu estômago também cara
Antony
Nossos estômagos
Kskskk
Léo
Não precisa disso gente
Henry
Precisa sim cara
Clbc o Gal que tá pagando mn
Nenhum pouco interesseiros, não é?
Antony
Nunca cara
Ksksk
Bruno
Onde mesmo?
Gasparzinho Lanches
A tarde. E não se atrasem.
Antony
AEEE!
Henry
Já tô lá ksksk
Kish
Tá tão animado assim oara comer um cacetinho cara?
Henry
KKKKK
cê não faz ideia do quanto cara
O Léo adora
Léo
Não começa de gracinha
Henry
Kskskkkk
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Desligo o celular encarando a árvore plantada ao meu lado próximo ao banco de onde estou sentado, assim como eu ela está apenas existindo. A vida dela parece ser mais tediosa, sempre sendo alvo de cachorro e repleta de lixos a sua volta. Como o ser humano é patético, nosso único recurso natural de vida é a terra e eles simplesmente não ligam, jogam lixo por toda parte e não cuidam do próprio planeta.
Espero que um dia o oxigênio seja algo comprado, assim todos que não merecem respirar morrerão de uma vez, talvez se eu tiver minha própria árvore eu possa cuidar dela, assim ela me tiraria dessa vida repetitiva...
*Talvez eu devesse ter plantas, ou um bichinho para cuidar...* Penso na hipótese por poucos segundos antes de descarta-lá rapidamente.
* Não, bichos são barulhentos e fazem sujeira, pra me dar trabalho eu já tenho a Aghata *
Pelo menos árvores não fazem barulho. *É, vou ter uma árvore...* Afirmo levemente com a cabeça, noto a presença de um homem se sentando ao meu. O encaro por alguns segundos até ouvir sua pergunta:
- Olá rapaz! Esperando o ônibus das treze e meia? - Pergunta o rapaz limpando sua testa repleta de suor, possívelmente o mesmo acabou de sair de seu turno no trabalho.
*Ônibus?* Olho para a placa ao lado da árvore informando o início de um ponto de ônibus. Não havia percebido que estava sentado em um lugar tão sujo e público como um ponto de ônibus.
Sem dizer nada ao homem me levanto saindo do ponto, não estou esperando ônibus algum. Queria paz e graças a esse homem e seu sorriso forçado não tenho mais.
Adentro no estacionamento do mercado mais próximo em busca de qualquer coisa para comer. Em meio as prateleiras em dúvidas entre alguns sabores de batatinhas ouço outra notificação em meu celular. Me tranquilizo ao notar que era só o estranho do Leonardo e não o grupo que criei a dias atrás e já me sinto profundamente arrependido de saber de sua existência.
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Léo
Ou
Gal
Cê tá bem msm?
Já falei que tô
Nss que foi agr?
Nada
Só queria confirmar
Vc parece estranho
O Antony disse que você saiu de casa dps de brigar com seu pai
Cê tá bem mesmo?
Ele falou o que?
Pq o Antony tá falando da minha vida por aí?
Ele mora na frente da sua casa
Disse que ouviu algumas brigas da sua casa e dps te viu saindo
Por isso tô te perguntando
Sla...
Você tá estranho
Estranho?
Estranho é ele de ficar observando seus vizinhos
Grt é insuportável e intrometido agr.
Cara não foi por mal
Ele só comentou
Não foi fofoca nem nada assim
A não?
Por qual outro motivo meu nome tava na boca dele então?
Gal acalma
Ele só falou pq eu perguntei
Quem citou vc na conversa fui eu
Ok?
Pq?
Pq oq?
Por que tava falando de mim?
Ué
Eu só perguntei como seu pai reagiu a td isso
Assim como eu perguntei a tds
Gal, eu não quero que vocês levem a culpa por algo que eu fiz
A culpa é de todo mundo Leonardo
Não precisa assumir nada completamente
Cara
Vc tá bem mesmo?
Eu não vou responder de novo
Onde vc tá?
Mercado
Não qr ninguém aqui
Vai cuidar da sua vida
Aaah véi
Não tô fazendo nada aqui
E você também não
Pq não fazemos nada juntos?
Pq você é grudento demais
Já vai me ver mais tarde no Gasparzinho, desapega ieuem
Nss
Blz
Ih
Vai chorar?
Já tô chorando cara
Essa doeu ...
Estranho ksksk
Mas é sério
Acho que preciso respirar um pouco, sozinho, entende?
Entendo
Esse primeiro dia de aula foi emocionante cara
Ser um escripitas é assim tds os dias?
É
Tipo isso
Inclusive, não te disse antes mas...
Bem vindo aos escripitas Leonardo Gomes
Vlw Gal
Te vejo mais tarde então?
Sim
Até
Até!
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Desligo o celular voltando a fazer minha pequena compra, caminho até o caixa pagando alguns pacotes de batatinhas e uma garrafa de água que acabei de comprar. Ouço um tumulto envolvendo carrinhos e alguns baderneiros no final do estacionamento, não sei o que exatamente aconteceu mas o gerente do mercado parece furioso com a situação.
Camimho até a saída do mercado sentindo minha sacolas caírem ao chão junto a outras compras de algum imbecil que não usa os olhos que tem.
* É um imbecil mesmo* Confirmo minhas dúvidas ao me virar observando Gaspar pegando suas coisas do chão.
Permaneço parado esperando o momento em que o jovem pegaria minhas coisas mas é claro que educação para isso ele não tem.
Me abaixo pegando minhas próprias coisas, encaro o loiro nos olhos me levantando calmamente. Confuso o jovem me encara seriamente perguntando com certo encômodo em me ver.
Não é como se eu estivesse contente em vê-lo também.
- O que está fazendo aqui Gal?
- Aqui onde? Na rua? Pessoas andam pela rua Gaspar, afinal ela é pública - Explico encarando as sacolas do loiro - Vai cozinhar Gaspar? - Pergunto surpreso já tendo a noção do quão ruim esse garoto é na cozinha.
- Isso realmente importa pra você? - Pergunta o loiro me encarando - E eu já disse que é Dante. - O mesmo se vira voltando a seguir seu caminho. Me viro com o objetivo de fazer o mesmo que o Gaspar e seguir meu caminho. Olho para o loiro perguntando para o mesmo o fazendo parar de caminhar.
- Está bravo com minha pessoa Gaspar? - Pergunto o encarando seriamente, apenas confirmando o que era visível em seu olhar.
Não entendo o porquê desses olhos de desgosto sobre mim. Eu deveria o encarar dessa forma, eu sim tenho motivos para isso.
- Pare de me encarar dessa forma - Reclamo me aproximando do jovem - Se tem algum problema comigo fala agora pra gente resolver isso de uma vez. - O encaro seriamente esperando sua resposta. Ele não parece se sentir ameaçado com minha postura. Pelo ao contrário, o loiro me ancara da mesma forma não deixando ser entimidado. Ele parece mudado, mas ainda é fraco, se tivesse coragem falaria algo.
- Vai simplesmente dar as costas Gaspar? - Pergunto observando o loiro voltando a caminhar calmamente.
*Então esse é o Dante que tanto me falaram? Ele pude mudar o quanto quiser, mas algumas coisas nunca mudarão* Penso olhando para o jovem com desprezo.
Ele sempre será um covarde.
- Ficou surpreso em me ver na detenção mais cedo, não ficou? - Pergunto o provocando. - Pode admitir Gaspar, não vou contar aos seus novos amiguinhos.
- Sua tentativa de me ofender ainda é fraca Gal, tente o quanto quiser... - Ouço o loiro comentar parando de caminhar - E é Dante - O mesmo me corrige.
Como se fizesse alguma diferença.
- Sabe que não importa o que disser eu ainda vou te chamar do que bem entender, não sabe? - Explico sorrindo para o loiro - Ah Gaspar, você ainda é o mesmo de sem---
- Não vai não. Você não tem esse direito, entendeu Gal Sal? - Reclama Gaspar me interrompendo rispidamente.
*Que tom é esse?* Fecho os punhos encarando o loiro, foi exatamente o mesmo tom que o insolente do César Cohen tentou usar comigo, eu não tolero isso.
Não comigo.
Me aproximo loiro calmamente o encarnado seriamente, envolvo uma mecha de seu cabelo entre meus dedos brincando com seus cabelos, o mesmo permanece em silêncio me encarando seriamente.
- Digamos que eu não entendi, você vai me explicar Gaspar? - Pergunto soltando suas mechas - Eu acho melhor esclarecer algo de uma vez, o primeiro dia já passou mas ainda temos um ano inteiro pela frente na Nostradamus então que fique claro que nada mudou. Ao contrário de você eu não tenho motivos para fingir ser alguém que não sou. - Explico ao jovem o encarando seriamente - Eu ainda sou o mesmo você e seus amigos gostando ou não, se querem mesmo brincar de rebeldia junto ao Cohen eu estou disposto a tirar um pouco do meu tempo para vocês. Mas não quero olhares como o seu sobre mim, entendeu?
- Digamos que eu não entendi, você vai me explic--- O interrompo impaciente.
- Você vai entender na prática Gaspar, relaxa...
- Tá me ameaçando Gal? Não acha que já arrumou brigas o bastante? Me diz quando você vai crescer e tomar responsabilidade pelas suas ações? - Pergunta Gaspar suspirando impaciente.
- Por que acha que fui eu que comecei a briga? Eu não vou arcar com as responsabilidades de algo que não fiz. Seu irmão não é nada santo, sabia? Pelo ao contrário, esse Fritiz é um brutamonte - Reclamo já farto de acusações me cercando como se eu fosse o único culpado por tudo.
- Se não foi você quem foi? E por que estava com eles? - Pergunta Gaspar não esperando qualquer chance de alguma resposta minha - Se você estava a compactuar com aquele ato cruel você também tem uma carga de culpa, e você sabe disso então não se faça de ingênuo Gal.
- Carga de culpa? Me diz você então senhor perfeitinho, quanta carga de culpa você carrega? Porque não sei se sua memória é fraca mas já fomos amigos. Então você também tem "carga de culpa" - Explico o encarando com desprezo - Sabe, você era bem menos insuportável antes, o Gaspar que eu conhecia nunca me afrontaria, esse teatro já está indo longe demais, não acha?
- É isso que te encomoda, não é? Você quer alguém que concorde com os erros que você comete, e eu não vou mais fazer isso Gal, as pessoas mudam e você também deveria mudar...
- Mudar? Para agradar os outros? Haha não mesmo Gaspar - Comento rindo frouxo de seu comentário.
- Dante, eu me chamo Dante - O loiro me corrige novamente voltando a caminhar, fecho os punhos observando o loiro aos poucos sumir de minha vista.
Volto a caminhar sem rumo pensando na conversa desagradável que tive com Gaspar, ou Dante. Grande merda, é só um nome.
*Palhaçada* reviro os olhos tentando esquecer esse assunto, passo pelo fliperama Pec Man observando a movimentação.
Se o lugar não estivesse cheio de nerds eu até entraria para destrair a cabeça. Pude ver Aghata com alguns amigos lá dentro. Pelo menos ela está se divertindo...
*Por que diabos ela está atacando uma máquina de Tetris?* Forço minha visão tentando ver o que se passava lá dentro. *Que garota estranha* ignoro o túmulo do estabelecimento voltando a caminhar.
Aghata mora cerca de três anos comigo e meu pai. Não tivemos muita escolha, minha família teve que dar abrigo a ela que perdeu o pai e agora a mãe também. Uma órfã sem modos, me pergunto onde ela pretende chegar com seu comportamento estranho. As vezes penso que é um estranho bom, talvez ela apenas seja uma adolescente em uma fase gótica e rebelde.
E outras vezes eu penso que é um estranho muito ruim, tipo quando ela começa a surtar com um bando de pessoas jogando dados em um jogo de mesa, ou quando ela começa a ter um pique de cafeína e não para de cantar, ou quando ela começa a cozinhar e me força a provar suas receitas tóxicas, ou quando ela entra no meu quarto e simplesmente deita na minha cama me fazendo "companhia"
A companhia que ninguém pediu. Nossa, ela é estranha, um estranho muito ruim.
Insuportável é a palavra certa.
Chego até Gasparzinho Lanches mais cedo do que combinamos, me sento nas escadas do estabelecimento e começo a procurar qualquer coisa que matasse meu tédio em meu celular. Vejo uma postagem de minha banda favorita de metaleiros, Dragões metálicos irá fazer um show daqui a alguns meses em São Paulo.
Interessante, se pelo menos eu tivesse alguém para me acompanhar, aquele loiro metido a besta está fora de cogitação. Talvez eu chame outro loiro, um menos insuportável.
Ou mais? Ah sei lá. Acho que Leonardo Gomes não me acompanharia em um show de metal.
Minha doce Jasmim não pode ir...
Observo o céu sorrindo bobo pensando no que ela faria se estivesse aqui, sem dúvidas teríamos arrumado muita encrenca, quem sabe Gaspar até estaria conosco agora. Ela nunca deixaria nosso trio se separar...
*Agora tudo o que tenho são panacas* penso olhando minha galeria, várias fotos de alguns momentos de felicidade que tive, dentre elas o primeiro show que fui, eu, Gaspar e Jasmim. Três adolescentes sem juízo invadindo um show para adultos...
Que ideia brilhante a minha.
Teria sido uma boa história para contar se não tivéssemos sido pegos pelos seguranças do show.
Continuo a observar as fotos, consegui uma relíquia dessa noite no show dos Dragões Metálicos com os próprios da banda.
* Carga de culpa... talvez eu tenha a maior carga de culpa que um ser é capaz de carregar nesse mundo* Olho para o nada pensativo até notar a presença de um veículo conhecido estacionando no outro lado da rua, me levanto mudando minha expressão.
Se os bons momentos não voltam mais é hora de criar novos momentos com esses panacas, o ano está começando e ainda temos muito pela frente.
- Fala ae meu bom! - Exclama Henry descendo do assento de trás da moto de Antony - Acredita que o Antony sabe dá uns grau hahaha!
- Você tá rindo? Quase morremos naquela semáforo cara, mas tinha que ver Gal foi até que divertido - Comenta Antony descendo de seu veículo.
- Me lembrem de nunca te pedir uma carona - Comento seriamente.
Os dois riam de meu comentário sabe se lá por qual motivo. Eles sabem que falei sério, não sabem?
Panacas.
- Vamos? - Pergunto subindo as escadas da lanchonete Gasparzinho.
- Espera um pouco, falta o Brunão e o resto da rapaziada - Explica Henry olhando aos arredores. A distância vejo Bruno se aproximando.
- Desculpa o atraso, estão a muito tempo esperando? - Pergunta o rapaz recuperando o fôlego.
- Só alguns dias. Vambora - Exclama Henry parando na porta da lanchonete.
- Agora? Mas a Érika e o Kish não chegaram ainda - Comenta Bruno ligando para alguém - Esperem só um segundo, tô ligando para eles...
- Falta o Léo também - Comenta Antony.
- Nossa senhora o povo que demora ein, olha eu já vou entrando e---puta merda - Henry para sua frase olhando para dentro do estacionamento.
- Que foi ? - Pergunta Antony olhando para mesma direção que seu amigo - Ah, tá zuando... - Reclama Antony se virando para mim - Gal cê chamou agente aqui pra uma revanche cara? Nossa pra quê isso, já deu de brigas...
- Por hoje já deu mesmo - Ouço Leonardo comentar se aproximando de nós - Foi mal o atraso, ah oi Gal, como você --- ih, o que eles estão fazendo ali dentro? - Pergunta o loiro olhando para o salão do Gasparzinho Lanches.
Olho para dentro do estabelecimento vendo o patético do César Cohen e seus amiguinhos insuportáveis.
A tão amada equipe E está aqui.
- A gente não vai procurar confusão, vai? - Pergunta Bruno preocupado.
- Não de estômago vazio! Exclama Henry adentrando no local - O garçom! Chega mais.
-
Quer mesmo entrar lá dentro Gal? Podemos ir para outro lugar, se quiser - Explica Leonardo próximo a mim.
- Por que eu deixaria de frequentar o lugar que eu quero por outras pessoas? - Pergunto encarando o loiro - Eu não vou sair daqui, se eles não se sentirem confortáveis a porta está logo ali - Explico adentrando no lugar junto a Henry, o resto do jovem me acompanham se sentando em uma mesa afastada do lugar.
Um tempo se passou e os jovens estavam imersos em seus diálogos, enquanto Kish e Érika fazem seus pedidos Leonardo comenta sobre o show dos Dragões Metálicos ansioso para o dia. Pelo menos bom gosto musical ele tem.
O pedido já estava feito e a maioria do grupo estava feliz por essa noite, não consigo evitar de notar o desconforto de Bruno com a presença de César no outro lado do cômodo.
César Cohen, tão estranho. Sua aparência, seu comportamento, até sua voz é estranha. Não um estranho como Aghata e Leonardo.
Um estranho que me encomoda profundamente. Ele é forçado, tenta ser normal e falha miseravelmente nisso, ele acha mesmo que andando com estranhos como Elizabeth Webber e Thiago Fritiz consegue ser menos estranho?
Se ele soubesse que com suas novas amizades só me dá mais motivos para odia-lo.
Pobre Cohen. Acha que pode ser menos estranho, acha que pode ter amigos.
- Como Bruno conseguiu ser amigo dele? - Pergunto olhando para o Cohen com repulsa - Fala sério ele é tão bizarro. Como suportava ele? - Me viro para Bruno interessado em sua resposta.
- Nossa ele é tão---espera oi? - Henry encara Bruno surpreso - Amigo de quem?
- Amigo do César Cohen? - Pergunta Leonardo confuso - Achei que ele era só o alvo do Gal, não sabia que era seu amigo cara.
- Ele não é meu amigo - Comenta Bruno seriamente.
- Era sim, eu sei. - Comento não deixando de encarar o jovem - Você é um escripita Bruno, ninguém vai te julgar por já ter sido amigo daquele garoto, eu só te fiz uma pergunta, entende?
- Como assim Bruno, conta isso aí. Cê conhece o Cohen e nunca falou? - Pergunta Kish curioso.
- Não via necessidade de contar, quero fizer, que diferença faz? - Comenta Bruno desconfortável com o assunto.
- Ah que isso Bruno, somos amigos, não somos? Conta pra eles o que você me disse, acho que faz total diferença eles saberem sobre isso. - Digo o encarando seriamente, ainda desconfortável o rapaz se pronuncia.
- Bom...
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Olá olá pessoa atraente! Você mesmo ai, sabe o que te deixa mais atraente? Seu dedinho ai na estrela! Haha isso mesmo, vote e comenta para eu saber se está gostando!
Haverá outro capítulo desenrolando essa situação, equipe E e Escripitas no mesmo ambiente. O que pode dar errado, não é?
Obrigada mesmo por estar lendo! Isso é mais importante do que pensa para mim!
Bebam água e arruma essa coluna ein!
Baey baey!
⚠️✒️Capítulo revisado mas pode conter erros na escrita!
Total de palavras: 12.728
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