Chapter 5
[Algum lugar do universo]
Adrien abriu os olhos devagar na tentativa de se acostumar com a claridade, ficou um pouco chocado, segundo as lendas depois que o corpo de um ser mítico fosse "morto" sua alma seria absorvida pelo cosmo, dando um fim a sua existência. Mas então por que ele parecia estar consciente? Aliás, por que conseguia abrir os olhos?!
Assim que sua visão se ajustou tratou de observar o lugar em que se encontrava. Ele não poderia nem dizer que era um lugar, o loiro literalmente se encontrava no nada! Apenas flutuando em um tipo de poeira vermelha e preta, olhou para seu corpo e ficou um pouco surpreso, o rapaz estava intacto! Nem parecia que havia acabado de apanhar de Nathaniel.
- E aí cara? Tudo tranquilo? - Ele direcionou sua atenção para a voz masculina, ele ficava cada vez mais confuso, o que uma criança fazia ali? Se não fossem pelas orelhas de gato e pelo rabo, o anjo poderia jurar que o menino era humano.
- O que está fazendo aqui? Onde estamos?
- Estamos no meu quarto - O garoto flutuou até o loiro - É bem maneiro né?
- Seu... Quarto?
- Sim! É claro que ainda não coloquei móveis nem nada, mas vai ficar irado quando eu terminar.
- E por que eu tô aqui?
- Não lembra que morreu?
- Essa parte sim mas.... Eu não deveria desaparecer?
- Normalmente sim, mas em tempos de crises os kwamis precisam agir!
- Kwamis?! Espera você conhece um kwami?! - A criança o olhou tediosamente.
- Ainda não deu pra perceber que eu sou um?
- QUÊ?! - Como aquela criança poderia ser um Deus? Fora as orelhas e a cauda, ele não possuía caracteres incomuns, os cabelos escuros combinavam perfeitamente com os felinos olhos verdes, e a pele peculiar do menino era um charme, mas nada disso provava que ele realmente era um Kwami.
- Aff, vocês são muito lerdos viu!
- Vocês?
- É, você e a outra.... Se bem que ela deu mais trabalho...
- Outra.... Quer dizer... MARINETTE?!?
- OE! Esse aqui é meu quarto! Mais respeito por favor, odeio barulho.
- Desculpe... Mas você é mesmo um Kwami?
- Claro!
- E a Marinette? Ela tá bem? Onde ela tá?
- Eita, calma apaixonadinho! Ela tá bem, a Tikki tá tomando conta dela em outro quarto.
- A-Apaixonado?
- Me poupe, já vi o fio vermelho e não preciso nem perguntar onde ele termina - Sorriu maliciosamente - Você mesmo se entregou - O loiro corou - Mas você sabe que isso é impossível pra vocês não é? É errado, ela é seu inferno astral.... Você deveria desistir.
- Não preciso dos seus concelhos - Falou ríspido - Mas e então? O que um Kwami quer comigo?
- Basicamente, que você mate seu pai. - O loiro arregalou os olhos.
- O QUÊ?!
- Brincadeirinha - Riu ao ver a cara de raiva do anjo - Caramba, só por que somos divindades não quer dizer que temos que ser chatos.
- Vai me dizer que porra que você quer comigo ou não moleque?!
- Mais respeito - Olhou para o rapaz friamente, o que o fez engolir a seco - Tenho mais de mil anos, o moleque aqui é você - Chegou mais perto do loiro - Se eu quisesse poderia desintegrar você agora mesmo.
- Então por que não faz? - Sorriu sarcasticamente.
- É por isso que fiquei com você e não com a garota! - Riu como uma criança - Você não tem a aura de um anjo nem de longe.
- Me diga o que eu ainda não sei.
- Ok, ok! Chega de enrolar, se eu demorar mais Tikki vai arrancar minhas linas orelhinhas! - Cruzou os braços e bocejou entediado - Vocês deveriam ter desaparecido, essa é a regra para todos os seres místicos que morrem, só que...
- Só que o que?
- A alguns meses atrás, Fu o mestre dos kwamis, detectou uma presença invasora no cosmo, algo que não deveria existir foi criado... - O rapaz pensou um pouco - Não sei se você sabe, mas pelo que o mestre disse, se chama Akuma.
- A-Akuma?
- Sim, pelo que eu sei esse negócio é muito perigoso e tem o poder de destruir todos os reinos... - O loiro estava um pouco chocado, ele não pensou que mais um dos experimentos de seu pai pudesse apagar o universo.
- E o que isso tem haver comigo?
- Observamos vocês por um tempinho e decidimos que serão os escolhidos.
- Escolhidos?
- É, resumindo.... Você e a sua namorada terão a missão de deter o responsável por isso, ou seja, vai dar uma surra no seu pai - O loiro sorriu com a ideia.
- Mas não preciso matá-lo certo?
- Se você conseguir o impedir de causar uma catástrofe, não, mas caso o contrário...
- O que eu ganho ganho se aceitar?
- Além de não desaparecer? Vocês vão ganhar um desejo.
- SÉRIO?!?! Tipo, qualquer coisa?!
- Qualquer coisa!
- Fechado!
- Ah é esqueci de falar - O moreno cruza as pernas e coloca a mão no queixo - Podem ter alguns efeitos colaterais.
- Como assim?
- Sabe, eu sou o Kwami da destruição.
- E daí?
- E daí que meus poderes são mais apropriados para um ser das trevas, como um demônio! Mesmo que você seja um ser horrendo, ainda continua sendo um anjo... E isso pode causar alguns danos na sua aura.
- Espera, quer dizer que vai me dar seus poderes?!
- Tá maluco? Quer explodir em pedacinhos? - O kwami observou o loiro resmungar - Vou te dar 15% dele.
- Pelo menos é alguma coisa.
- Agora que tudo já foi explicado, acho que posso te mandar de volta.
- Mais uma pergunta, o que acontece se eu morrer de novo?
- Bom - Ele levantou a mão criando um tipo de esfera negra - Ai não vou ter como fazer nada - Jogou-a em direção ao anjo - Se eu fosse você ficaria vivo - Adrien não pode responder, em questões de segundos ele se encontrava novamente no campo, Nathaniel lutava com Marinette?
- Adrien, ainda bem que chegou! - Ela passou uma rasteira no ruivo e o amarrou com o que parecia ser um Yiô - Yiô - Por que demorou?
- Mari? - Ele se aproximou da garota e a envolveu em um caloroso abraço - Graças a Kwami, que bom que está bem - Ela riu e retribuiu.
- Foi graças a eles mesmo - Se afastou - Já está a par de toda a situação?
- Já - Ele observou a "arma" que a azulada segurava - O que é isso?
- Você não disse que sabia de tudo?
- Parece que eu dei o azar de ficar com Plagg.
- Quem?
- Deixa pra lá, me explica o que é isso? - Antes que ela pudesse responder foi puxada para trás, o ruivo havia se soltado.
- Vão me ignorar de novo, sério? - Ele puxou a azulada para mais perto e depositou um soco em seu estômago, ela gritou mas logo em seguida se recuperou e pulou para trás afim de ficar em uma distância segura.
- Mari! - Se aproximou da garota - Você tá bem?
- Ótima - Ela tocou o ombro do rapaz - Essas coisa que você perguntou o que era são nossas armas sagradas, é através delas que recebemos os poderes dos Kwamis.
- Tá, mas como eu arrumo uma dessas?
- Precisa cortar o pulso e desenhar um círculo no braço, depois é só dizer "Cataclismo".
- Sério isso? Que merda hein, não acredito que vou ter que passar vergonha alheia todas as vezes que formos enfrentar um idiota desses - Apontou para o amigo.
- Vai Adrien! Para de reclamar! - A azulada avançou para cima do ruivo.
Adrien não tinha muita escolha. Fez exatamente o que sua âme soeur mandou, como não havia nada pontiagudo que ele pudesse usar por perto, mordeu o pulso sentindo o gosto salgado que seu sangue possuía e riscou o braço circularmente, em seguida gritou aquele nome ridículo. Segundos depois um tipo de bastão foi ganhando forma diante do loiro, ele o pegou e não pensou duas vezes em partir apara cima de Nathaniel.
A luta foi intensa, os dois já estavam no limite, entretanto o ruivo parecia que não cansava, quanto mais eles o derrubavam, mais ele levantava mostrando um sorriso que particularmente o loiro achava estupidamente irritante. Marinette decidiu não esperar mais e colocou o plano em ação, Tikki havia lhe explicado que ela poderia salvar o amigo usando o poder que lhe foi concedido, porém aquilo causaria danos fora do normal no corpo da azulada. Mesmo assim, estava disposta a correr o risco.
Explicou ao garoto sobre tudo rapidamente e o instruiu, ele foi rápido. Colocou a mão no chão e fechou os olhos e em questão de segundos o chão se partiu ao meio, prendendo as pernas do ruivo no buraco o impossibilitando. A moça fez sua parte, se aproximou do ruivo e selou os lábios dele, o que consequentemente deixou Adrien desconfortável, o rapaz não havia ficado nem um pouco contente com o que ela tinha lhe contado. Sempre que precisasse purificar alguém teria de fazer aquilo?! Isso o deixaria louco! Ele já era "ciumento", como Mari havia dito, se daquele jeito se tornaria um possessivo insuportável! Mas o que podia fazer? Ela disse que os kwamis que decidiam como os poderes eram aplicados.
" Quando eu encontrar essa tal de Tikki...."
Adrien estava tão perdido em seus pensamentos que esqueceu completamente do que acontecia a sua frente. Quando ele finalmente acordou, Nathaniel se encontrava sentado ao lado da azulada, ele a abraçava fortemente pedindo desculpas, seu corpo tremia e o rosto do rapaz estava molhado por lágrimas. Ficou aliviado ao ver que as asas dele haviam voltado ao normal. Ficou um tempo observando a cena até que se irritou e decidiu se aproximar.
- Ei cabeça de fósforo! - Puxou o ruivo de perto da jovem e lhe deu um cascudo na cabeça - Tá pensando que isso é a casa da mãe joana?! Sai fora! - Passou o braço em volta do pescoço branco do amigo.
- A-Adrien... E-Eu... M-Me desculpe!
- Ei cara, calma! - Soltou o garoto - Eu sei que não foi culpa tua, na verdade, tenho certeza que não.
- E u me lembro de ter sido chamado na sala de seu pai e...
-Calma, você vai explicar tudinho pra gente, não é mesmo, Mari? - Ela concordou - Mas acho que não é seguro voltarmos pro castelo...
- Onde vamos então?
- Pra casa de um certo alguém....
- Alya vai ficar furiosa....
- É exatamente por isso que vamos pra lá! - Sorriu perversamente.
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