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Chapter 10

[Céu]

Os dois lutavam contra os infectados incansavelmente, já haviam ativado os dons e o usavam abusadamente, o que gerava consequências desastrosas em seus corpos. Tentavam a todo o custo salvar o máximo de almas que conseguiam, a casa de Alya e Nino havia se tornado um abrigo para os curados. Junto deles lutavam a princesa e o Tenente Nathaniel.

O plano, além de não ser akumatizado, era chegar ao castelo a fim de deter o pai do loiro a todo o custo, e para a felicidade deles estavam perto de fazê-lo.

- Adrien! Quanto falta até o castelo?! - Gritou cortando alguns anjos negros com a arma.

- Acho que uns 10 metros, estamos perto! - Empurrou Kyoko e destruiu outra borboleta - Cuidado aí princesinha - Riu - Parece que a esgrimista mais nobre do reino vai perder seu título.

- Não preciso que me proteja - Ela cortou uma borboleta com sua espada - Sei me cuidar muito bem Sr. Arrogante.

- Depois não quer que eu seja grosso com ela Mari - A azulada riu.

- Ótimo, daqui a pouco vou ficar de vela pro triângulo aqui - Os três coraram - Fiquem espertos, chegamos... - Ouviram alguns gritos e ruídos - Lá vem bomba....

- Não deixem nenhuma borboleta tocar em vocês! - Ela avisou logo partindo para cima dos soldados akumatizados.

- Tão idiota - Sorriu bobo logo seguindo a azulada.

- Tão mandona - Corou indo atrás do demônio.

- Tão trouxas... - Riu se juntando a eles.

- Ora, ora - A garota fez uma pose debochada na frente da entrada do palácio - Vejam só quem decidiu aparecer, ficou com saudades Adrienzinho.

- Vai se fuder sua puta - Se alterou.

- Só se for com você docinho - Piscou para o loiro.

- Então você é a cúmplice do Capitão da Guarda? - A morena riu.

- Cúmplice? É podemos deixar assim...

- Acha mesmo que vai conseguir se safar dessa? Vamos vencê-lo facilmente, por que não desisti logo dessa palhaçada Lila?!

- Quero ver vocês caírem, vão implorar por misericórdia quando isso acabar, mas não terão nada, quer dizer, você é uma exceção âme soeur - Jogou um beijo para Adrien que já estava prestes a pular no pescoço da garota.

- Francamente - Riu seca - Você não sabe mesmo qual o seu lugar não é? - Sorriu vitoriosa ao perceber o efeito que havia causado na morena.

- Cale-se! Já chega, cansei de conversar! - Ela abriu a mão revelando duas borboletas negras - Sabe, depois de um tempo você aprende a conviver com elas - As solta - São criaturas adoráveis e.... Muito obedientes - Com os dedos ela parecia controlar os insetos, que seguiam em direção a Mari e Adrien.

- Como ela pode - Não consegui terminar de falar, estava mais ocupada lutando contra os guardas e desviando do Akuma - Cuidado! Não baixem a guarda!

- Que divertido! Pena que não vou poder ficar mais - As duas borboletas desintegraram se tornando raios de luz assustadoramente rápidos, estavam prestes a tocar os dois.

- Só por cima do meu cadáver - Gritou o anjo protegendo a garota com o corpo, em questões de segundos foi atingida. O mesmo fez o ruivo. Respiravam descompassados tentando lutar contra a energia negativa - M-Mari - Segurou o rosto da azulada que segurava as lágrimas sem saber o que fazer - V-Vai ficar tudo bem - Sorriu antes de beijar a menor profundamente - Sempre quis fazer isso... - Sussurrou antes de cair no chão, o corpo se desintegrou aos poucos.

- Não vai vacilar idiota - Sorriu para o amigo que se encontrava no mesmo estado que a azulada - Diz pra loirinha que tirei umas férias - Aos poucos desapareceu.

- O-O que... O-O que... - Ela chorava enquanto se encolhia no chão onde a alguns segundos atrás estava sua amiga.

- E-Ei - Dizia tentando sair do transe - Q-Que porra foi essa?! - Se levantou cheio de ódio - O QUE FEZ DESGRAÇADA?!?! - Andou apressado até a morena que ria da situação.

- Acho que exagerei na dose, ainda bem que não atingiu você fofo - A cada palavra que ela soltava a ira do rapaz aumentava, suas mãos tremiam e o ar em volta dele havia se tonado negro - Pelo menos eles serviram para alguma coisa...

- TRAGA-OS DE VOLTA!!! - Correu para alcança-la, mas ela havia sumido.

- A brincadeira ficou chata, vou dar o fora - Sua voz ecoava pelo lugar - Até mais tarde docinho.

- DROGA! - Socou a parede do castelo.

- N-Não.... N-Não pode ser - Atentou-se para a menor que continuava ajoelhada no chão frio - A-Adrien... P-Podemos trazê-los de volta... N-Não é? - Ela soluçou - Não é?! - Se aproximou da azulada e a abraçou fortemente acariciando seus cabelos bagunçados, segurando-se para não desmoronar junto a ela.

- Não se preocupe... - Segurou o rosto dela entre as mãos secando as lágrimas com o polegar - Daremos um jeito - Rapidamente seu rosto se iluminou com a ideia que acabara de ter - Lembra que temos um desejo? - Ela pareceu ter captado o que ele quis dizer - Precisamos deter meu pai e acabar com essa merda toda, juntos ok? - A moça assentiu recuperando um pouco do brilho que havia em seus olhos - Vamos - Se levantou junto da garota e adentrou o palácio, os corpos dos soldados no chão eram somente mais um incentivo a eles, definitivamente acabariam com aquele pesadelo.

- Filho? - O velho sorriu trêmulo com o barulho da porta sendo aberta - Que bom que chegou - Andou até os dois - Ah, que bom! Trouxe um presente para mim - Apontou para o demônio que o olhava horrorizada - Estou quase lá querido, só preciso - Foi interrompido por um soco na cara.

- O QUE PENSA QUE TÁ FAZENDO?! - Gritou - Ficou maluco velho?! Para de dar uma de louco e para com essa porra agora!!!

- Entendi - Segurou o rosto - Tem todo o direito de estar com raiva - Sorriu e olhou para o filho psicopatamente - M-Mas olha, Tudo tem um motivo! - Segurou os ombros do loiro fortemente, o que deixou a azulada em alerta - F-Falta muito pouco! S-Só preciso de mais - O soltou o rapaz se aproximando da jovem - S-Só mais um pouco - Estendeu o braço em direção a ela, entretanto quando estava prestes a tocá-la foi detido.

- Não ouse encontra um dedo sequer na minha âme soeur - Disse autoritário segurando o pulso do pai com tanta força que já estava perdendo a cor.

- Entendo - Se afastou - É ela não é? - Se aproximou rapidamente da mesa - Ela o amaldiçoou! - Abriu a gaveta revelando milhares de borboletas - Não se preocupe querido... Papai vai proteger você - Sorriu perversamente enquanto se deixava ser consumido pelos insetos.

- PARA!! - Ele tentou se aproximar as foi segurado pelas mãos pequenas da menor - ME SOLTA!!!

- P-Para Adrien! Vai ser pego também!!

- M-Me solta!!! É MEU PAI!!!

- P-Por favor - Implorou - Só tenho você - Ele se acalmou - Vamos curá-lo, prometo.

- Vamos querido, venha aqui com o papai - Os olhos dele se tornaram negros, suas asas já não existiam mais, somente tentáculos negro se faziam presentes em suas costas.

- Posso me juntar a brincadeira? - Uma sombra se revelou ao lado do velho.

- Só não mate o demônio, preciso dele.

- Só precisa do sangue, certo?

- Adrien... Cuide do seu pai...

- Nem precisa mandar...

- Já aturei minha rival por muito tempo - Avançou para cima da azulada que defendia com dificuldade seus golpes - Hora de eliminar a concorrência.

- Vou trazê-lo para o meu lado querido, por bem ou por mal - Distribuiu diversos golpes no rapaz que desviava de todos.

- Não acha que está muito velho pra brigar?

- Tem razão - Esticou um dos braços, a energia negativa se aglomerou formando um tipo de espada em chamas - Vamos ver se andou treinando sua esgrima.

- Sério? Essa é a quinta vez que atravessa esse brinquedinho idiota em mim - Riu - Não se cansa?

- N-Não entendo, por que não funciona?

- Talvez por que eu não tenha sido "possuída"? Já pensou que posso ser podre sem a ajudas desses insetos idiotas? Curar uma pessoa que não precisa é sem sentido não acha? - Sorriu com o espanto da garota - Ora vamos, acha que todos são bonzinhos? Que o mundo é colorido e florido?! - Irritou-se - Você nunca viveu de verdade - Chutou a menor que parou a uma distância irritante da morena - Não sei o que Adrien viu em você.... Mas o que quer que tenha sido, não vai durar por muito tempo - Ela se levantou.

- Ninguém é inteiramente mau.... Pelo menos era o que eu pensava - Enxugou o sangue que escorria de sua boca - Agora que conheci você, percebo que.... Isso é verdade - A morena pareceu surpresa - Sei que deve ter passado coisas extremamente horríveis para se tornar amarga desse jeito....

- CALA A BOCA!!! - Tampou os ouvidos.

- Mas deixa eu te avisar que você não é a única - Disse irritada - Então para de dar uma de coitadinha, por que isso não te dá o direito de infernizar a vida de ninguém! - Jogou-a no chão e rapidamente a imobilizou - Se for preciso sujar minhas mãos pra deter você - A olhou friamente - Então é isso que farei.... - A morena arregalou os olhos, nunca pensou que a imprestável seria capaz de algo assim, mas pelo visto estava errada, já que sentiu uma lâmina atravessar seu interior- Me desculpe...

- O-O que você... - Ela desapareceu. A azulada encarou as mãos sujas de sangue, balançou a cabeça negativamente e observou o lugar onde se encontrava, como tinha parado no corredor? Ela tinha um chute forte.

Segurou o estômago sentindo alguns efeitos colaterais do abuso do poder, ignorou a sensação e tratou de correr até o loiro.

- Não quero lutar com você pai! Para de dar Piti e volta pra realidade!!! - Socou o tronco do homem que se afastou sorrindo.

- Você é persistente, a maldição deve mesmo ter sido forte.

- Que mané maldição o que velho - Tocou o chão fazendo com que uma fenda se abrisse, prendendo os pés do homem - Isso se chama amor, acho que já sentiu alguma vez, não é? - O viu se irritar com o comentário - O que mamãe pensaria se visse você?

- CALE-SE MULEQUE INGRATO! Tudo o que estou fazendo é por ela!!! - O rapaz não deu ouvidos, sorriu ao ver sua princesa entrar na sala rapidamente o cortando com o fio do Yiô-Yiô.

- Não se preocupe Adrien ele já vai - O velho riu.

- Acha que um pouco disso vai me curar?

- É só aumentar a dose - Sorriu, o cortou mais uma vez, duas, três, quatro, cinco... Logo o sangue escorreu pela boca da menor novamente.

- Mari! Calma! Não se force! - O que fazer?! Se ela continuasse morreria, e se ele a parasse teria de matar o pai.... O que fazer?!

- Está funcionando! Não vou parar! - Disse percebendo que a energia negativa se dissipava aos poucos - E-Espera...

- O que foi? Por que não continua? - Sorriu perverso.

- Adrien... A alma dele.... Se fundiu...

- O que quer dizer? - Falou trêmulo já imaginando o que ela diria a seguir.

- Se eu continuar... Não vai sobrar nada....

- Que trágico não acham?

- Pai... - Os olhos verdes dele logo encheram de lágrimas. Se aproximou e segurou o ombro da azulada.

- Tem certeza...? - Ele assentiu.

- E-Espere, v-vai continuar?! - Ele agitou o corpo tentando sair - N-Não! Pare!!

- Desculpe - Ela voltou a parti-lo ao meio diversas vezes seguidas. Seu corpo desgastava cada vez mais, entretanto não parou de purifica-lo, tinha esperança de salvar ao menos um pouco de sua alma, não viveria com a morte de mais uma pessoa em sua consciência.

- Não! Pare! PAREEE.... - Aos poucos o manto negro que o cobria se desfez, restando apenas uma sombra clara do corpo do homem. Mari caiu de joelhos no chão exausta, Adrien se abaixou preocupado examinando o corpo da menor.

- Não se preocupe, estou bem - Segurou a mão do rapaz sorrindo - Seu pai... Precisa de você.... - Beijou a testa da azulada e se aproximou do pai.

- Adrien.... Me perdoe.... - Esticou a mão transparente a fim de alcançar a do filho - Por favor, me perdoe...

- Vacilou feio dessa vez ein velho - Fungou em meio as lágrimas que escorriam pelo rosto. Segurou a mão do homem gentilmente - Por que...?

- Só queria.... Queria sua mãe de volta.... Pensei que eu conseguiria....

- Mas por que desse jeito?

- Quando estava na biblioteca, achei um livro que dizia como ressuscitar uma alma perdida... Então... - Sorriu - Só queria que fôssemos uma família de novo - A essa altura o loiro se encontrava segurando os soluços que teimavam em escapar e contendo o choro que persistia em sair - Adrien... - O corpo dele desintegrou - Eu te amo.... Meu filho.... - Abraçou os braços a fim de conter o vazio que havia ficado em seu coação.

- Velho idiota - Sentiu calorosos braços o envolver em um gentil abraço.

- Shhh - Ela enxugou suas lágrimas e afagou os fios de ouro do rapaz - Acabou, vai ficar tudo bem - Ele a agarrou fortemente - Estou aqui com você....

- Mari.... Obrigado.... - Ela sorriu para ele docemente.

- Vamos? Temos um desejo a fazer- Ela se levantou.

- Tem razão...

- Que pena que isso não vai acontecer!!!

- Essa voz....

- N-Não.... Não é possível!!!

- Esse cenário não está muito apropriado não é? O que acham de.... - Os dois foram transportados para outro local - Isso, perfeito! Um jardim com muitas flores.... Isso é perfeito não acham?

- E-Eu não entendo... E-Eu...

- Me matou? - Riu maldosamente - Me poupe, acha que eu morreria facilmente?

- Você a matou? - Olhou para a azulada surpreso.

- Pelo menos tentou, olhe só para mim agora! - Disse parecendo estressada. Uma gosma do tamanho de um anjo, com uma mistura de cores entre laranja e roxo, ganhou forma em frente aos dois - Nem um corpo tenho mais!!!

- Monstro...

- Assim me ofende fofo - Riu - Não se preocupem que antes de desaparecer vou deixar um pequeno presentinho a vocês dois... A MORTE!!! - Ela se desfez e infectou o corpo do anjo e do demônio.

- M-Mari! Você tá bem?!

- E-E você?

- Acho que sim... Ela devia estar blefan - Não terminou de falar, teve de defender o golpe forte que a azulada deu em si - M-Mari?

- Não consigo controlar meu corpo!!! - Ela defendeu o soco do rapaz.

- Que merda é essa?! - Atacou a moça novamente - MAS QUE PORRA!!! PARA COM ISSO!!!

- Adrien! - Amarrou as pernas do loiro - Não quero te machucar!! - Os olhos azuis dela começaram a lacrimejar.

- E-Eu sei! Não se preocupe.... Vai ficar tudo bem, ok?

- Não vai não! - Gritou.

- Marinette calma! - Viu uma de suas mãos pegando uma adaga em seu bolso - E-Espera! Fica longe!!! NÃO!!! - Antes que ele pudesse cortá-la, ela mesma enfiou o objeto no meio de seu peito, o sangue escorreu pelos lábios rosados da jovem e ela caiu, indo de encontro ao chão- MARINETTE!!!

- Não vou te machucar mais - Sorriu, entretanto quando percebeu que ainda estava com a faca na mão arregalou os olhos - A-Adrien! Se afasta!!! Saia de perto de mim!!!

Adrien: Não - Soltou-se da corda e a abraçou, dando de encontro com a lâmina que ela segurava - Não vou soltar você.... Nunca.... - A gosma saiu aos poucos do corpo dos dois, se juntou e explodiu, afastando-os um do outro.

Adrien sentia cada vez sua visão escurecer, ele lutava para não perder a consciência. Observou a azulada que parecia no mesmo estado.

- M-Mari - Arrastou o braço pela grama queimada, assim que encontrou a mão da garota a segurou fortemente - Me desculpa...

- E-Eu que veria pedir desculpas - Lágrimas escorreram pela bochecha da moça se misturando com o sangue - S-Se não tivesse me conhecido... F-Foi tudo culpa minha!

- Cala a boca idiota - Juntou o pouco de força que lhe restava e se aproximou do corpo dela, acariciou o rosto pálido da azulada e depositou um beijo na ponta do seu nariz - Eu faria tudo de novo - Sorriu em meio as lágrimas.

- Isso é tão injusto - Soluços começaram a se fazer presentes à medida que a intensidade do choro aumentava - Por que não podemos ficar juntos?

- Mari.... Eu te amo.... - Observou os olhos da garota, que antes possuíam um brilho encantador escurecerem, o que fez ele sentir um desagradável aperto no peito.

- Adrien... Você tá com uma cara horrível - Os dois riram fraco.

- É isso que tem pra me dizer?

- Eu te amo.... - Ele arregalou os olhos, as pálpebras dela haviam descido, sua âme soeur estava se desintegrando na sua frente, aquele foi de todos o pior momento da sua vida...

- Idiota.... - Seu rosto era cada vez mais molhado pelas lágrimas - Por que sempre morre primeiro? - Puxou-a com o pouco que lhe restava de força e selou os lábios dela, queria fazer aquilo por uma última vez.

Acidentalmente acessou as lembranças da moça, viu Nino, Alya, Chloe, Luka, Nathaniel, Kyoko... Porém eram somente memórias felizes, e na maioria delas... Ele estava presente...

- Droga... - Sentiu sua visão escurecer totalmente - Tudo o que eu queria era ficar com você... - Riu fraco - Queria ver você sorrindo mais uma vez....

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