•6
- Acorde.
Alguém chacoalha Myra, tentando fazer ela acordar, Myra está em sono profundo, e continua dormindo.
- Acorda garota.
- Mais cinco minuto - Myra murmura sonolenta.
- Ei, acorde logo.
Myra continua sendo chacoalhada de um lado para outro.
- Acorde - a pessoa de voz masculina grita.
Myra rapidamente acorda, e abre os olhos, vendo um rapaz lindo olhando para ela. Ele parece ter a mesma idade de Myra, é esguio, com cabelos castanhos.
- Você está bem ? - diz ele.
- Eu estou, tirando a parte que você grita e quase me mata.
- Desculpe, não foi intenção, mas você não acordava.
- Estava num sono profundo.
- Eu percebi.
Myra se levanta e fica sentada.
- Quem é você ? E o que faz aqui ?
- Me chamo Levin, eu estava passando por aqui e avistei você aqui, achei que estava morta ou perdida.
- A parte da morta, isso é verdade, eu quase morri.
- Como ?
- Eu me afoguei, mas uma sereia me ajudou, ela salvou minha vida.
- Que sorte, nem sempre tem sereia por perto pra salvar todo mundo.
- É eu tive sorte.
- E você como chama ?
- Myra.
- E esses ferimentos Myra, não está doendo ?
Myra nem tinha percebido os ferimentos, ela mal nem tinha sentido dor, um dos seus joelhos e o braço estava ralado.
- Não, eu bem tinha percebido na verdade.
- Temos que cuidar desses ferimentos, pode acabar infeccionando.
- Eu não tenho nada para cuidar desses ferimentos.
- Vamos até minha casa, eu tenho medicamentos para isso.
- Você mora longe daqui ?
- Um pouco. Teremos que andar alguns metros, mais quando menos imaginar, já chegaremos.
- Ok.
Myra começa a se levantar, para ficar de pé.
- Deixe-me ajudar você.
O garoto ajuda Myra a se levantar, e eles começam a caminhar floresta a dentro, Levin anda devagar para que Myra consiga acompanha-lo.
- E você mora por aqui ? - diz Levin tentando puxar assunto.
- Eu não sou daqui.
- Como assim ?
- O que estou querendo dizer é que não sou desse reino mágico, eu sou do mundo real.
- Como você conseguiu vir pra cá ?
- Eu segui um pássaro e ele me trouxe até uma porta no meio da floresta, e ele passou pela porta, e eu segui ele, e acabei chegando aqui.
- Que legal, e como você foi parar perto do mar.
- A Rainha Preto me prendeu no castelo e eu consegui fugir.
- Ah, sim, teve sorte, muitos não consegue.
- A sereia disse a mesma coisa pra mim.
- Pretende ficar aqui ? Ou voltar pro mundo real ?
- Eu estava perto de voltar pro mundo real, quando a Rainha me pegou, essas horas já era pra mim estar no mundo real.
- Que falta de sorte.
- É...
- Então você não tem a onde ficar ? Lugar pra dormir ?
- Não.
- Todo esse tempo você estava dormindo no chão ?
- Não exatamente.
- Não ?
- Eu estava numa casa de três bruxas, passei a noite lá, aí elas me deram um espelho para voltar pra casa, mas quando fui usar pra voltar, a Rainha me pegou, aí o resto da história você já sabe.
- Então faz somente dois dias que você está aqui ?
- Sim.
- Ainda tem muito coisa pra você ver nesse reino.
- O que mais tem de criaturas mágicas aqui ?
- Tudo que você imaginar possa ter aqui. Esse reino não é seguro para uma jovem moça que a poucos dias nem sabia que isso existia.
- Eu sei me virar sozinha.
- Sabe que quase se afogou, foi pega pela Rainha Preto... - Levin foi interrompido.
- Já chega. Então está sugerindo o que ?
- Estou sugerindo que já que eu moro sozinho, você pode ficar morando na minha casa enquanto não volta pra casa.
- Não posso aceitar.
- Porque não ?
- Primeiro nem te conheço direito, segundo não preciso de guarda costa me protegendo, sei me virar sozinha.
- E o terceiro ?
- Que ? - Myra para de andar, coloca a mão na cintura e encara Levin.
- Você falou a primeira e a segunda, agora falta o terceiro motivo.
- Vai se danar - diz Myra voltando andar e deixando Levin pra trás parado.
- Olha a educação menina.
- Não sou obrigada a ser educada com você.
- Ei me espera - diz Levin correndo tentando alcançar Myra.
- Já está chegando ?
- Já - diz Levin chegando ao lado de Myra.
Depois disso os dois ficaram em silêncio até o resto do caminho para casa de Levin.
Mais alguns metro a frente eles chegaram na casa de Levin, era uma casa simples, escondida entre as árvores e arbustos.
- Chegamos - diz Levin parando em frente a casa e observando sua moradia.
Myra parou e olhou para ele.
- Vai ficar aí parado ou vai abrir a porta e vamos entrar.
- Que pressa.
- Já está tarde, estou morrendo de fome e estou cansada. Espero que sabia cozinhar.
- Eu sou um ótimo cozinheiro, só pra avisar.
- Assim espero.
Eles continuam parado.
- Levin - grita Myra.
- Que foi ?, que me matar de susto garota.
- Abra a porta.
- Ah, é...
Levin vai até a porta, e abre, os dois entram na casa.
- Seja bem-vinda. Vou pegar uma toalha para você, porque está precisando de um banho. Enquanto você toma banho, eu vou fazendo a comida.
- Ok. E só pra constar você também precisa de um banho.
- Disso eu já sei.
Levin foi até uma estante e pegou um toalha, foi até Myra e entregou a toalha.
- Aqui está, o banheiro fica nesse corredor - Levin apontou com o indicador, indicando o caminho - na última porta.
- Ok.
- Tem uma camiseta que fica grande pra mim, usa ela como vestido. Amanhã sairemos para comprar roupas para você.
- Tabom.
Myra foi até o banheiro tomar seu banho, Levin foi até a cozinha e começou a cozinhar.
Depois de alguns minutos Myra saiu do banho, indo até a cozinha, ela estava com os cabelo molhados, ela havia lavado os cabelos.
- Já está pronto ?
- Acabei agora.
- O que você fez ?
- Olhe.
Myra abriu a panela, e encarou aquela gororoba.
- O que é isso ?
- Sopa de diversos.
- Sopa de diversos ?
- Sim, juntei tudo que tinha na geladeira e coloquei.
- Aff, eu mereço.
- Vamos comer ?
- Eu só vou comer isso porque estou morrendo de fome.
- Você que sabe.
Eles sentaram na mesa.
- Deixe-me servir você.
- Não precisa ser cavalheiro.
- Larga de ser chata garota e me deixe ser cavalheiro.
- Anda logo - disse Myra entregando o prato a Levin.
Levin pegou o prato de Myra e colocou a sopa, e entregou de volta para Myra.
- Obrigado.
Levin se serviu e os dois começaram a comer.
Após terem terminado de jantar, Myra arrumou a cozinha, deixando só a louça para lavar. Levin foi até o armário da dispensa e pegou uma caixa com medicamentos para o curativo.
- Vamos cuidar desses ferimentos.
Myra sentou no sofá e Levin se agachou, Myra colocou a perna ferida em cima da de Levin apoiando.
Levin pegou a caixa do seu lado e abriu, mostrando os medicamentos de diversos tipos.
- Deixe-me ver seu joelho.
Ele começou analisar o joelho de Myra, não estava tão ruim assim, tinha alguns arranhões, o sangue nem tinha direito, a maioria já tinha ido embora durante o banho.
Levin pegou na caixa uma pomada antibiótico e um tubo de gases.
- Você não vai utilizar magia para curar ?
- Eu não tenho magia. Nem todos nesse reino tem magia.
- Eu pensei que teria.
- Não, não tenho.
Levin passou a pomada no joelho e enrolou o gase no joelho de Myra.
- Agora seu joelho vai ficar bom. Deixe-me ver o braço.
Myra tirou sua perna de cima da de Levin, e mostrou o braço, Levin se levantou e sentou ao lado de Myra no sofá.
Seu cotovelo estava menos ralado do que o joelho. Levin fez a mesma coisa no cotovelo.
- Pronto.
- Obrigado.
- Disponha.
Levin foi pegar a caixa que estava no chão, e Myra teve a mesma idéia, os dois foram indo pegar a caixa, e suas mãos se tocaram, Myra rapidamente se afastou e Levin também.
- Desculpa eu ia pegar...
- Que isso...
Os dois se entre olharam, e ficaram em silêncio, Levin pegou a caixa e se levantou, tentando sair daquele clima estranho entre os dois, e guardou a caixa de volta no lugar.
Myra se levantou.
- Eu já vou dormir.
- Ah, tudo bem... Seu quarto fica uma porta antes da do banheiro.
- Ok - Myra começou a caminhar para o quarto.
- Boa noite Myra.
Myra parou automaticamente ao ouvir aquela voz, virou o rosto, encarando a de Levin e respondeu de volta.
- Boa noite.
Myra foi para o quarto, fechou a porta e se deitou numa cama macia de solteiro, e adormeceu, ela estava muito cansada.
Levin lavou a louça logo que Myra tinha ido pro quarto, após terminar ele foi para o banheiro e tomou seu banho. Ao sair do banheiro, com uma calça e sem camisa, e com a toalha no ombro, ele caminhou indo para seu quarto, mais ao passar em frente ao quarto de Myra, ele parou e ficou olhando a porta, ele colocou a mão na maçaneta e abriu devagar para que Myra não acordasse, ele ficou parado ali na porta, olhando ela dormir como um anjo durante alguns minutos, depois fechou a porta com cuidado e foi para seu quarto e fechou a porta.
Jogou a toalha em uma cadeira ao lado, e se deitou na cama, ficou olhando para o teto do quarto durante alguns minutos, e logo fecha os olhos e adormece, entrando em um sono profundo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro