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│22│orion


Vivemos cada dia contando com o seguinte. Tão confiantes e arrogantes com a certeza de que haverá um amanhã e que ele será como uma folha em branco, aguardando ser preenchido com aquilo que for da nossa vontade, não consideramos os imprevistos, o caos que o amanhã pode nos reservar.

São tantas as possibilidades e desgostos que podem ser trazidos neste singelo trocar de páginas, mas não pensamos tão além. Usamos o hoje como o molde para o que virá, no entanto, um dia nunca é igual ao outro. A certeza não existe e a verdade é que nunca sabemos quais são os dias felizes e o quanto prezamos por aqueles dias tidos como "normais" até que o caos nos invade, a incerteza e o temor de se encontrar encurralado e oprimido não por uma pessoa, mas pelas circunstâncias, aquelas sobre as quais somos impotentes.

O medo de não haver um amanhã.

Nesta mesma cama onde experienciei tantos momentos de paixão e alegria eu concluo que sinto falta dos dias monótonos e comuns, o meu último dia normal parece ter sido há eras, como se outra pessoa o tivesse vivido. Tenho a impressão de que sempre estive aqui, trancado neste quarto, observando as paredes me engolirem, sem saída. Apenas contemplando minha própria insignificância.

Eu quero dormir, quero me afogar na inconsciência, mas toda vez que fecho meus olhos estou de volta a aquele estacionamento, acertando o rosto daquele estranho com meu punho tão violentamente que o ruído de ossos se partindo e ligamentos se rompendo ecoam por meus ouvidos. O pior é saber que Harry me observa, não com temor ou horror e sim algo semelhante a orgulho, peguei de relance o brilho em seus olhos e pensei que era pura impressão, a chuva era densa, nada era certo, mas no fundo, eu sei. Ele me instigou a fazer aquilo.

E por falar nele, não o vejo desde então. Não tenho noção de quantos dias se passaram, a cama ao seu lado está arrumada, assim como estava na noite anterior e na noite antes dela. De repente, a porta é aberta, ao invés de encontrar a figura esguia de meu marido um certo indivíduo de quatro patas é quem entra, com uma bolinha de borracha na boca, ele corre até mim, esfregando o focinho em minha mão.

— Desculpe, Sonny, eu não tô legal.

Claro que ele não entende e persiste.

— Son- — Resolvo fazer o esforço de envolver a bolinha com meus dedos frouxos e lançar tão fracamente que ela acerta a porta entreaberta do closet. Sonny vai pegá-la, mas muda seu caminho, se esgueirando para dentro do armário.

Penso no estrago que seus dentes podem fazer nas roupas de grife de Harry e no quão possesso ele vai ficar.

— Sonny! Vem pra cá! — Grito ao mesmo tempo que ouço o estardalhaço de objetos caindo. Sonny sai assustado, abrindo ainda mais a porta e expondo sua belíssima bagunça, ele fez a proeza de se apoiar em uma prateleira e virá-la, entre o caos percebo a caixinha preta de metal, aberta e as fotos espalhadas. Oh, espere.

Afasto as cobertas e puxo meus pés para fora da cama, o primeiro contato com o piso frio faz com que um arrepio violento corte a minha espinha, mas tento meu melhor para prosseguir, no primeiro passo caio de joelhos. O som ecoando pela casa e meus olhos voam em direção a porta, Sonny torna a se aproximar, empurrando o focinho contra meu braço, em um claro "ei, cara, levante-se", porém, não consigo, então faço o meu melhor para impulsionar meu corpo sobre o piso, me arrastando até o meu destino final. É como subir o Himalaia, mas finalmente consigo alcançar a caixa, olho de relance as polaroides, como eu disse: parece que aquele é um casal desconhecido, aqueles me são objetos não familiares.

Puxo o fundo falso da caixa e o saquinho caí. Prometi a mim mesmo que jamais tornaria a fazer isso dentro de casa, mas a situação atual não me dá escolhas. Separo pequenas fileiras e inalo rapidamente cada uma delas, é a única coisa que pode me tirar deste estado de inércia.

Rapidamente surte efeito e sou incapaz de me colocar de pé. Tomo um banho agitado e visto roupas pretas, nada do FBI, eu não quero saber disso. Deixo minha cabeça sob a torneira da pia, tentando colocar meus pensamentos em ordem, relembrar a onde estava antes de ter sido tão abruptamente encarcerado. Ergo o rosto, puxando o cabelo para trás, há gotas de água deslizando por meu rosto, mas não é o meu reflexo que me encara de volta e sim os velhos olhos de alce, toquei minha testa procurando pelos chifres de osso, não encontro nada, apenas o enxergo de volta como se aquela fosse a minha imagem.

Não há mais tempo para voltar atrás.

Não há ninguém em casa e não encontro meu celular. Felizmente meu carro está na garagem e passo em uma loja de conveniências para comprar um celular descartável e tento entrar em contato com Ashton, mas ele não atende. Pelo horário deve estar em aula, luto para puxar pela memória em qual universidade ele está, mas nada vem. Se não me engano tenho isso em algum lugar... Ah, sim, no trabalho, sim, um folheto. Dirijo até o escritório, entrando pelos fundos, sem fazer alarde, apenas entro na sala e saio sem chamar a atenção, mas é óbvio que Niall Horan estaria velando pela minha sala e me veria no mesmo instante em que empurrasse a porta.

— Chefe! Como está? Se sente melhor? Recebeu minhas flores? — O irlandês se jogou contra mim, literalmente me abraçando.

— Niall?

— O quê? — Ele me olha com os braços ainda ao meu redor.

— Menos, okay? — Me desvencilho dele, indo até minha mesa, revirando as gavetas. Estão vazias — Que porra! Quem mexeu nas minhas coisas?

— Hum, é, então... Foi o detetive Hemmings.

— Luke? Luke mexeu no meu escritório? Por que diabos ele fez isso?

Merda, não tem nada aqui. Procuro por minhas pastas, aquelas onde escrevi sobre Harry. Sumiram.

— Acho que ele estava procurando informações sobre o caso, ele tem estado bem... Envolvido em tudo isso.

— Envolvido como?

Niall me encara, hesitante.

— Vamos, fale. — Digo, dando a volta na mesa e ficando diante dele.

— Eu não sei ao certo, desde a morte do... do Michael ele parece outra pessoa, ele não fala, às vezes nos manda ir até lugares que não tem relação com a investigação e ele monopolizou todas as provas dos últimos de Andrômeda e o Grimshaw não diz nada, ninguém diz nada. Talvez se você falasse com o Nick, ele poderia reconsiderar colocá-lo de volta ao comando. — Niall sugere, todo esperançoso. Sinto minha cabeça a mil, eu literalmente estou de pé graças a umas boas carreiras de cocaína, não existe um universo onde eu esteja apto a exercer uma função de comando.

— Não. — Nego, dando um passo em falso e batendo com a mão nas persianas para reaver o equilíbrio — Eu só preciso pegar uma coisa com o Luke, só isso.

— Ele não veio hoje.

— Tudo bem, sei onde ele mora.

— Quer que eu vá com o senhor?

— Não precisa, vai ser rápido. — Garanto, lhe dando um sorriso e me afastando, na esperança de que ele não possa ver além do meu disfarce, que ele não perceba o quão fora de controle estou. Entro no elevador e pela primeira vez, desde que Zayn me apresentou as drogas, eu os vejo, vejo todos eles novamente.

Olá, meus velhos amigos.

xx

O apartamento que Luke alugou em Nova York ficava a poucas quadras da agência, um prédio muito semelhante ao que viveu naqueles seus primeiros anos como recruta. De alguma forma me faz pensar no quanto foi penoso chegar a onde chegamos e francamente, nada disso valeu a pena. Nossas vidas poderiam ter sido muito diferentes se tivéssemos nos contentado em sermos simples policiais, se eu tivesse seguido com meu sonho de ser delegado. Dado as costas a Quântico, narcóticos, homicídios, ao FBI por inteiro, isso não era pra mim, jamais poderia ser. O que eu sou jamais me permitiria ir tão longe e eu forcei todos os limites.

Esse era o preço da minha imprudência.

Surpreendentemente tenho passagem livre para o apartamento de Hemmings, as escadas íngremes levam até o quarto andar de onde desponta a porta entreaberta com uma música alta retumbando pelo corredor. Empurro a porta, a voz de Amy Winehouse ficando ainda mais alta.

Espero não estar atrapalhando, apenas preciso reaver minha pesquisa sobre Harry, apenas isso. Adentro mais, a sua procura, achando bastante reprovável que um detetive deixe sua porta aberta, ele se coloca desnecessariamente em uma posição de vulnerabilidade.

— Hemmings? — Chamo, mas o som se perde, sendo sobrepujado pela música que parece vir do quarto.

Assim como a da frente, a porta do quarto está escancarada, estou prestes a avançar quando noto a movimentação na cama. Luke está vivo, o que é bom, no entanto não podia ter vindo em pior hora. Ele está acompanhado. O que é estranho já que eu o imaginava se afundando em tristeza e autopiedade desde a morte de Clifford, mas ele não parece sofrer tanto assim, garrafas de vinho vazias rolam pelo carpete cinza, assim como sua calça, jaqueta e arma, empilhados desajeitadamente aos pés da poltrona onde roupas bem mais elegantes estão perfeitamente dobradas, os detalhes das fivelas da bota de couro lustrosa quase me cegam quando algo dispara em meu cérebro.

Os cabelos longos da pessoa abaixo de Hemmings cascateiam pelo box, não posso ver seu rosto, mas os gemidos são como lixa em meus ouvidos. Arranhando meus tímpanos até não sobrar nada.

Eles invertem as posições e tenho um vislumbre do corpo nu de Luke, fios loiros desgrenhados que rapidamente são envolvidos entre os dedos longos repletos de anéis. Malditos anéis. Maldita aliança que me encara, debochando de mim, a lâmina em minha bota geme querendo ter serventia. Agora ele está sentado em seu colo, e cavalgando como se sua vida dependesse disso, como se não houvesse maior deleite e então Luke tomba para trás, tornando a deitar, as mãos apertando a cintura tão conhecida por mim, coberta por um longo robe de seda rosé. Talvez estivesse numa das muitas faturas pelas quais paguei. É adorável ver que eu paguei por algo que agora diverte Luke Hemmings.

O tecido desliza por seu ombro leitoso e ele passa as mãos pelos cabelos, mordendo os lábios quando ergue o rosto e nossos olhos se encontram. Divertimento dançando por suas íris.

Agora eu sei como é, agora eu posso experimentar o sentimento de ser traído, de encontrar o amor da sua vida nos braços de outro e dói, dói como o inferno. É tão forte e dilacerante que mesmo depois de Luke seguir os olhos de Harry e não demonstrar nada além de deboche ao me encontrar ali.

— Agora estamos quites, seu merda. — Sibilou beijando o pescoço de Harry e sorrindo.

Não encontrei forças para reagir. Eu só quero sumir.

Dou as costas para os dois e saio apressado. Vozes demais na minha cabeça, falando sem parar, imagens disformes tomando meus olhos e me fazendo tropeçar e esbarrar em tudo o que surge no meu caminho. Meu coração dói como se tivesse uma faca alojada nele, espremendo com mais força a cada fraca pulsação. Quero chorar, mas não tenho lágrimas. Não tenho nada.

— Louis... — Ouço o chamado e o peso puxando meu braço e reajo mecanicamente agarrando a garganta de quem está as minhas costas, empurrando-o contra a parede. Harry resfolega com os olhos enormes, segurando meus pulsos.

Eu o reconheço, vejo em seus olhos que ele é meu Harry, mas eu não sou seu Louis e o solto. Sinto meu rosto molhado, estou chorando, assim como ele está aos meus pés, tentando me segurar quando me afasto.

— Lou, espera! Eu não queria, eu não sei.... — Bato a porta com força às minhas costas, correndo pelos degraus e indo para o carro sem olhar para trás, sem pensar nada.

Dirijo sem saber bem para onde estou indo. Então é isso? É resultado dessa possível doença? Ele vai mentir, trair, enganar e manipular e eu vou ter que lidar com isso? Vou ter que aceitar ou ter de ficar vinte e quatro horas por dia de olho nele? Eu não posso, não consigo lidar com isso. Sem um destino ligo uma dúzia de vezes para o Dr. Pendergast tentando convencê-lo de que Harry pode sim ter TDI, o que ele discorda completamente já que jamais encontrou indícios disso e ele integra o grupo de descrentes quanto ao transtorno.

Se nem um profissional vê cabimento nisso, o que eu posso fazer?

Em algum ponto do início da tarde Ashton retorna a minha ligação e pede para que nos encontremos em um clube no centro da cidade onde poderemos conversar com mais segurança. Faço como ele me pede e dirijo imediatamente até lá, sentando no bar e esperando por horas a fio, sem qualquer resposta dele.

Com o cair da noite o clube foi enchendo. Corpos se espremendo por toda a parte e a luz baixa com toques de neon por toda a parte, a música alta fazendo o teor com a minha cabeça latejante. Tive de dar inúmeros foras e recusar pedidos para pagarem minha bebida, quando meu copo tornou a ficar vazio pedi uma garrafa e alguém se prontificou em jogar o costumeiro:

— Essa é por minha conta.

Virei no banco com uma expressão enfezada, mas minha resposta caiu por terra quando encontrei Harry ao meu lado, os cotovelos apoiados sobre a bancada e um sorrisinho malicioso dançando em seus lábios vermelhos.

— O que você faz aqui? — Digo, mais fraco do que gostaria. Sinto meus olhos marejarem só de olhar para ele.

— Estamos juntos há doze anos e você nunca me trouxe em um lugar como esse. — Comenta casualmente, movendo o rosto para observar todo o lugar. Ele veste uma camisa de botões e manga curta com estampas de flamingos, é escura, assim como seu skinny jeans, há apenas o leve relevo de sua barriga e finalmente entendo o que Michael sobre tentarmos consertar as coisas tendo filhos. Eu concordo com ele. E sinto pela pobre Leslie.

— Não lamente, você poderia ter me drogado e me trazido como um boneco de pano, sei que não viu problema algum em fazer isso no casamento ou talvez bastasse chamar o Luke, ou seja lá com quem você anda transando. — Retruco, virando uma grande dose de vodka no meu copo. Harry volta a olhar para mim, não há afetação ou remorso, ele não poderia estar mais brando e amigável.

Quem é você?

— Você não devia se apegar tanto ao passado, se eu fosse pontuar tudo o que você fez- — Bato com o punho sobre a bancada e ele se cala.

— Eu sei o que eu fiz e sei o que você fez.

— Não, você não sabe de nada. — Ele nega, sorrindo — Se você tivesse a mais leve noção não estaríamos aqui. Vi que você acabou com o que restava do seu estoque de cocaína em casa, pensei que tinha tido que havia parado com isso.

— Bom, ainda bem que não parei, senão estaria vegetando no quarto até agora.

— Eu estava cuidando de você.

— Não, você estava me tirando do caminho. — Faço menção de pegar uma nova dose e ele age antes de mim, enchendo o meu copo e fazendo o mesmo com o seu — Vai beber?

— E você se importa? — Se inclina, tentando me beijar e eu viro o rosto, tomando uma longa respiração e pego meu copo, virando todo o líquido de uma vez. Ele faz o mesmo e levanta — Então, adeus!

Harry some entre a multidão na pista de dança e permaneço no bar. Ashton não veio, ele não vai vir, Harry tirou dele a onde eu estaria. Será que Ash está bem? É melhor eu tentar ligar para ele.

Tiro o celular e sem mais o derrubo e não consigo pensar em uma forma de pegar. Simplesmente sou incapaz de associar o simples ato de abaixar e pegar o telefone. Ergo o rosto e a sensação é inconfundível, a forma como as luzes, cores e formas parecem se fundir e raciocinar parece fora de questão. Me arrasto pelo balcão até as portas do banheiro e agarro os lados da pia, aproximando bem o rosto do espelho e puta merda, minhas pupilas não deviam estar assim, a menos que...

Ele me drogou. De novo.

Enfurecido volto ao salão, todo aquele frenesi me deixa doente e ao mesmo tempo excitado. Empurro as pilhas de corpos sem rostos para fora do meu caminho, procurando por ele, mal consigo associar as imagens então me fixo na única coisa marcante. Flamingos. Isso, flamingos vermelhos em um fundo azul, ele deve ser o único usando uma camisa assim.

Com isso em mente, mantendo os olhos quase fechados porque a pista está girando, me assusto quando encontro as figuras que tanto mentalizei, puxo-o para mim e com ela vem um corpo forte que se choca contra meu peito.

— Oh, é você. — Harry suspira, segurando meu braço ao redor de sua cintura — Como se sente?

— Que merda você colocou na minha bebida? — Rosno em sua orelha, os cachos caindo em meu rosto quando ele balança a cabeça no ritmo da música — Harry!

Ele continua me ignorando e não só isso, mas começa a se apertar contra mim, dançando e rebolando como se não fosse uma víbora. Reviro os olhos, exausto de seus joguinhos, olho para cima, o mezanino. Já estive aqui antes, meses depois que o prendi, eu estava exatamente nesse lugar quando Luke gritou por mim e olhei para cima e o encontrei apoiado no peitoril, ele tinha tantos cachinhos e imensos olhos assustados. O que teria acontecido se eu não tivesse te chamado? Se não me oferecesse para pagar sua bebida? Se não tivesse dançado com você nesta mesma pista de dança? Onde nós dois estaríamos?

— Baby? O que foi? — Ele deita a cabeça no meu ombro, brincando com o decote da camisa.

— Eu preciso de ar. — O solto e me afasto, vagueando até encontrar a pesada porta de metal que dá para um beco aos fundos. Está frio, o presságio do inferno flutuando e o novo ranger da porta às minhas costas quando Harry chega.

— Por que não paramos com esse joguinho de gato e rato e vamos direto ao ponto?

De repente, sou tomado por um furor quase efervescente, que transborda dentro de mim e quando percebo já o tenho em meus braços, pressionando-o na parede de tijolos, suas pernas longas ao meu redor e minha boca sugando hematomas por seu pescoço e peito. Alguns botões caem no chão e sua camisa inteiramente aberta me leva a morder seu mamilo sem cerimônias, enquanto ele geme alto e sem pudor. Ele empurra os quadris para trás, arrastando a bunda por meu membro coberto, o equilíbrio com uma única mão e puxo minha calça o suficiente para alcançar meu pau, algumas bombeadas bastam para espalhar o pré-gozo e ele está gemendo e ronronando o tempo todo, ansioso e desesperado, arranhando minha nuca.

Paro a um instante de nos unir.

— Sugar? — Indago e ele me olha por debaixo das mechas que caem sobre seu rosto, uma expressão tão inegavelmente safada.

— Sim, baby? — Ofega, mordendo os lábios e firmando com mais força as pernas ao meu redor, acabando com qualquer possível distância entre nós — Vamos, amor, por favor, me coma, por favor, eu preciso tanto do seu pau, eu quero tanto sentir você me preenchendo.

Aproximo nossos rosto, roçando nossos lábios ao perguntar:

— Mais do que você quis o Luke?

Ele explode em uma risada.

— Luke Hemmings? Não me faça rir, eu nunca perderia meu tempo com um homenzinho ridículo como aquele, mas não se preocupe, amor. A vadiazinha será definitivamente punida.

— Então, não era você a tal "vadiazinha"?

— Claro que não. Eu nunca teria uma foda tão entediante. Agora, vamos deixar os dois imbecis para trás e aproveitar antes que alguém chegue, isso seria tão embaraçoso, não acha? — Suas mãos correm por meus cabelos, pincelo sua entrada vagarosamente o sentindo estremecer.

— Mesmo que não nos vejam, eles vão nos ouvir. — Sussurro, me afundando nele de uma só vez e é impossível que seu grito não tenha ecoado até o outro lado da cidade.

— Oh, mais, mais, mais...!

Eu devia estar muito fora de mim para não compreender o quão péssima era a ideia de transar com ele depois de tudo que vi, depois de tudo que passamos. Mas sou um fodido refém de seus encantos, então me entorpeço completamente nele, sentindo seu interior apertado me sufocando, em seus gemidos angustiados me instigam a estocar com mais força, no quão lindo ele fica sendo solavancado para cima e precisando se agarrar em mim, em como sou sua única âncora e como essa merda continua absurdamente incrível mesmo depois de doze anos.

E mesmo com um turbilhão de nuvens e pontos escuros pela minha mente continuei segurando suas coxas fartas e o acertando incessantemente naquele ponto que o fazia gritar e se apertar até não ser mais capaz de se segurar e vir de uma vez, sendo acompanhado por mim que me derramei em seu interior. Nos encontramos em um beijo desajeitado, com seus cabelos úmidos se embrenhando em meus dedos e nada foi dito, nós apenas demos as minhas mãos e ele me puxou até o carro, onde nos jogamos no banco de trás e fodemos mais uma vez.

Em algum ponto da noite conseguimos chegar em casa, minha única certeza é que eu não havia sido o motorista porque lembro de estar nos masturbando o caminho todo e quando entramos pela porta ele estava no meu colo e minha camisa caiu em algum lugar da sala, cambaleei sem destino até que caímos em seu ateliê. Era um lugar que eu raramente entrava, mas agora parecia incrível simplesmente empurrar todos aqueles pincéis e potes de tinta seca para fora da mesa manchada e trepar com ele ali mesmo e foi o que fizemos.

Mas quando me perdia em foder ele no ritmo constante de nossos quadris uma sombra surgiu na porta, os cabelos armados e a camisa com estampa de alguma banda de rock denunciavam a presença de Ashton mesmo no escuro. Ele gesticulou e soprou o que eu entendi como um: "que merda você está fazendo?" Do que ele está falando? Então ele tornou a gesticular, oito dedos levantados e apontando para Harry. Oito Harry 's?

— Lou, mais forte! — Gemeu apertando os mamilos e eu gesticulei para que Ashton desse o fora.

Amanhã tento entender o que ele estava querendo dizer com isso, essa noite nada faz sentido.

Xx

Acordo assustado e fico praticamente em pânico quando percebo que estou de volta aquele quarto, ao menos não estou na cama, o que minha coluna faz questão de denunciar depois de uma noite dolorosa sobre o carpete. Estou nu e cheio de marcas pelo peito e pescoço, há uma ardência em particular na minha nuca e quando toco sinto os resquícios de sangue. A memória da noite passada vem como um punho poderoso bem na minha cara.

Porra.

Está feito, sendo assim vou atrás de me recompor, escovando, tomando um banho e fazendo a barba porque tenho parecido um louco que fugiu do hospício. Assim que cruzo o corredor sinto o cheiro delicioso de café da manhã e meu estômago revira, café preto parece o único tolerável.

Harry está andando de um lado para o outro, pondo a mesa. Suco, café, frutas, panquecas, bacon, ovos mexidos e torradas. A rosa vermelha está pendendo para a esquerda, solitário em seu vaso de cristal. Tento ajeitar seu caule, enquanto me sirvo de uma xícara de café, assim que me vê Harry larga a frigideira, o avental e vem até mim, seus braços cobertos pela manga do suéter são suaves ao redor de minha cintura e a bochecha se aperta justamente onde minhas costas reclamam pela noite mal dormida.

— Bom dia, moon. — Diz com uma voz meiga.

Dou um único gole no café, ele está amargo demais para o meu gosto, ou talvez eu seja o amargo aqui.

— Harold.

Ele me solta, me fazendo virar para ele.

— Harold? O que houve com o "sun"?

— Eu não vou usar mais nenhum apelido carinhoso com você, eu pensei bem e cheguei a resolução mais lógica para tudo isso. Quero o divórcio, então irei dar entrada em tudo ainda hoje, você pode ficar com tudo, casa, carro, é seu. Minha única exigência é ficar com as crianças e claro, Sonny, Mona e Shae.

— Quê? — Pisca confuso — Isso é alguma pegadinha? É primeiro de abril? — Ele checa o calendário na geladeira.

— É dezembro e eu quero o divórcio. Isso não funciona mais, é impossível e doentio, talvez você esteja doente e eu não posso te ajudar, te darei todo o apoio do mundo, mas esse relacionamento precisa de um ponto final. Eu vou providenciar as passagens, pensei em ficar um tempo em Minnesota na casa dos meus avós, tem ótimas escolas para os meninos, há uma firma de advocacia que está contratando e ficaremos bem.

— Minnesota? Que porra, Louis! — Grita, ficando alterado — Você não vai pra Minnesota, não vai levar os meninos para longe de mim.

Dou de ombros, indo até a sala e pegando minha chave.

— Sim, eu vou e espero que não tente me atrapalhar. — Digo decidido, observando as lágrimas deslizarem por seu rosto, um cacho escapando de seu coque. Não sinto o menor ímpeto de arrumar — E quando a Leslie nascer, eu também ficarei com a guarda dela. — Ele balança a cabeça, em negação, mas não tenta brigar ou reagir, somente cai sentado em um dos degraus da escada, a cabeça entre as mãos, chorando silenciosamente.

Sabemos que será melhor assim.

E se antes eu sofria pela memória de qual teria o meu último dia dito como normal, bem, agora eu sei qual é o dia exato em que meu mundo veio abaixo e ele teve ínicio no instante que pisei no escritório do FBI e centenas de repórteres e câmeras vieram direto em minha direção, microfones e perguntas gritadas e desesperadas. Populares com cartazes marchando ao redor do prédio, a pulso consegui chegar até o hall de entrada onde não podiam mais me importunar.

Foi apenas quando saí do elevador que entendi.

Agora eram agentes me cercando e falando um em cima do outro.

Luke surge, batendo palmas, altivo como sempre e sorridente.

— Como se sente agora que o mundo todo sabe que você é uma merda de detetive?

Não tenho paciência para suas gracinhas, tento passar por ele, mas ele passa o braço por meu ombro e me conduz em outra direção.

— Desta vez nós temos correntes, temos facas, muito DNA e até a porra de quadros cheio de sangue e pedaços diluídos das vitimas. Nós temos Andrômeda.

— Do que está falando?

Paramos diante da sala de interrogatório e ele aponta para a pessoa do outro lado do vidro que anda nervosamente de um lado para o outro, com as mãos algemadas e um olhar definitivamente assassino ao que me vê, exceto que:

— Isso não é hora para piadinhas. Tire-a daí. — Faço menção de chegar até a porta, mas uma pequena equipe da SWAT se interpõe entre ela.

— Não é piada, é a verdade. Nós temos nossa culpada, nossa assassina, a serial killer mais procurada de Nova York é nada mais, nada menos que a Srta. Gemma Styles.

Que abram as cortinas, está na hora do terceiro e último ato.

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