Capítulo 1
- Como assim? - Meu pai me encarava com os olhos arregalados. - Você não pode fazer isso!
- Claro que eu posso. E vou ao clube, vou beber... - Gabriela surge na sala de reuniões.
- O que foi? - Ela me observa e mostra o celular, com o fone de ouvido. - O que o João fez?
- Apenas veja! - Antes de se retirar do escritório, meu pai me encarou em chateação repetindo que eu não iria. - E por favor, fique calma... Foi difícil controlar o seu irmão...
A cena que eu estava vendo não era comum, João estava bêbado com um copo de cerveja na mão. Eu, inicialmente, não achei nada errado, mas a situação em si iria mudar.
"Você falou que ia comer a filha do presidente..." Arregalei os olhos em choque.
"Ele virou o amigo gay dela." Outro murro em meu estômago.
"Eu vou comer ela, e vocês vão ver quem é o gay da historia." As lágrimas escorriam pesadas pelo meu rosto e tudo que conseguia fazer era respirar fundo.
- Amiga, ele é o meu irmão, mas eu não aceito isso! - Ela tentou me abraçar, mas eu a afastei. - Por favor, tenta ficar calma.
- Calma é o caralho! - Disse irritada. - Ele era meu amigo só pra transar comigo? - Esbravejei e as portas da sala de reunião foram fechadas por André, meu segurança particular.
- Catherine, calma! - André disse com seriedade. - É só você não falar mais com ele. E nós cuidamos do resto.
- André, responde-me uma coisa? - Ele me observou confuso. - Você faria isso?
- Isso o que, Catherine? - Me aproximei e estendi os fones para ele, sua expressão não mudou. - E então?
- Isso não é para ser feito com ninguém, muito menos com a filha do presidente. - Ele permaneceu sério e firme nas palavras.
- Cath, é só você mudar de faculdade... - Neguei. - Não?
- Não, eu vou para a festa e adivinha quem será o meu par? - André me observou em estranhamente com o que havia dito. - Por favor, faz isso pra mim...
- Não posso fazer isso, isso foge dos meus princípios. - E mais uma vez, respirei fundo.
- Eu te pago R$1000. - Ainda me observando, negou e quando iria proferir algo, meu irmão adentrou a sala.
- Você vai pagar R$1000 ao André para quê mesmo? - Erike perguntou e logo mostrou o vídeo de longe. - Seu amigo só queria te comer? André é meu amigo desde pequeno, ele sabe o que pode e não pode fazer...
- Quero que ele vá comigo para a festa no clube, ele vai trabalhar e ainda vai... - Meu irmão riu.
- Nosso pai vai tirar ele do grupo que cuida da gente, você é louca? - Ele disse rindo.
- Anjo, você fica com a Anna e eu nunca reclamei. - Anna piscou pra mim e eu ri. - Não que eu queira ficar com o brutamontes do André. - Ele me encarou fazendo careta. - 1,80 de altura, parece uma geladeira, tem essas tatuagens... - Prossegui falando. Nunca havia reparado nele, como um homem comum. Só percebi que estava ruborizada quando Anna me encarou nervosa e eu engoli a seco. - E tem...
- Já entendi... - André negou. - Sem beijo, sem bebida para as duas partes... - Ele olhou para o meu irmão. - Você tá pegando a sua segurança também?
- Como assim "também"? - André ficou vermelho. - Está pensando em ficar com a minha irmã?- Eu vou me arrumar. - Disse séria e olhei para ambos homens. - Erike você vai também, a Anna está de folga, mas não o impede pegar ela.
- Você não pode ficar com a minha irmã! - Ouvi Erike falar comigo. - E não, eu não esqueci o que você me falou sobre um dia ficar com a minha irmã.
- Eu tinha 15 anos e ela 13, você acha mesmo que eu vou querer ficar com a sua irmã e perder o meu emprego? - Ele riu. - Eu estou com 28 anos, ela com 26 anos, virgem e você acha mesmo que eu quero ser o primeiro a tirar a virgindade dela?
- Se isso acontecer, eu não vou achar ruim, por que foi com você e não com qualquer um, mas o João vai se foder na minha mão. - Ele me encarou irritadiço. - Mas se meu pai souber que você pode ter toda essa proximidade com a Cath...
- Já disse, não farei nada com ela. - Sorri de canto. - Já com o João Victor eu tenho minhas duvidas. O que eu poderia fazer, quebrar a mão, cortar as pontas dos dedos?
- Isso não é demais, ele é irmão da Anna... - Ele se assustou com o que falei. - É irmão de consideração, mas porra cortar os dedos...
- Ele ia transar com a sua irmã, e foda-se! Tudo por causa de uma porra de aposta! Acorda! - Esbravejei sério e irritado.
- Faz o que você quiser e não me mete nisso. - Ele se retirou do quarto e assim troquei de roupa.
Como posso explicar tudo isso com a Cath? Eu a conheço desde pequena e fui treinado para ser o seu guarda costas, seu segurança desde que fiz meus 9 anos, sou amigo da família, assim como meu pai é amigo fiel do pai dele Erike. Porém, quando estávamos bebendo certa vez depois da escola, Cath e Anna estavam na piscina e um dos amigos de Erike disse que não se metia a besta, com a irmã do amigo, ele teria medo de me enfrentar, como o dia que tio Gullart nos disse "André, é o meu genro de ouro, quero que eles fiquem juntos." Tio Gullart é dono de uma empresa de segurança, junto a meu pai. Tio foi segurança particular de Olivia, que hoje é mãe dos dois, quando ele se candidatou a presidente do Brasil e ganhou, meu pai passou a tomar de conta da empresa de segurança. Mas o pedido que o meu tio fez foi, que eu cuidasse da vida e do bem estar de Cath, como também Anna cuidasse da vida de Erike. Anna foi mulher que mais teve capacidade de enfrentar alguns obstáculos, e foi designada a fazer isso. Cath está se formando em sua terceira faculdade...
Desci as escadas e dei de cara com a moto e os quatro me esperando. Tio me encarava com um sorriso nos lábios.
- O que foi? - Disse sério.
- Você vai namorar com a minha filha? - Arregalei os olhos. - Que bom, meu filho. Bem vindo a família...
- Cath? - Ela riu e o meu pai também.
- Brincadeira, mas ficaria feliz em ter você na família, já que a Anna é quase noiva de Erike. - Anna ficou sem graça.
- Não, papai isso nunca vai acontecer.- Ela riu e eu peguei o capacete. - Não tenho hora para voltar.
- Seu cuidem e se fizerem algo com aquele idiota, não me falem. - Dessa vez sorri, coloquei o capacete, e subi na moto.
- Pronta? - Falei e ela me encarou séria.
- Vamos acabar com isso de vez. - Ela disse de uma vez e uma energia maluca percorreu meu corpo. - André? - A encarei pelo retrovisor. - Obrigada!
- Ninguém mexe com você. - Acelerei a fazendo me segurar com firmeza.
Antes mesmo que imaginem algo, falo por mim. Já quis ficar com ela, porém ela é filho do meu tio, sobrinha do meu pai e irmã do meu melhor amigo, além do fato de que faço a guarda dela a dois anos...
- André? - Sua voz me despertou de meus pensamentos. - Não posso mesmo ficar com você?
- Você quer provar algo para alguém com outra mentira? - Ela negou. - Então não, faça isso com uma pessoa que você ama.
- Quem vai amar uma pessoa que vive presa dentro de casa e não saí sem um segurança? - Ri levemente, e ela me apertou. - Mesmo você sendo meu amigo também, e me conhecendo desde pequena, isso não legal, todo mundo tem medo de você.
- Como você falou, em poucas palavras, eu sou uma geladeira Brastemp. - Ambos rimos. - Mas você não precisa ter medo de mim, você mesma disse, te conheço desde pequena. - Ela ficou calada e me olhou pelo retrovisor.
- Eu sei, André... - Ela se calou depois disso. Só abriu a boca para falar com o João Victor.
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