Homem-metáfora
Sempre odiei metáforas e comparações – sempre fui preso a elas por pesados grilhões eternos.
Aí estão. Apresento a ti meus grilhões-metáfora. Estão entremeados em minha pele e agarrados a minhas artérias como heras venenosas.
Minha visão é permanentemente nublada, então coloco o instrumento ilusório de clareza à frente de meus olhos sem limpar suas lentes.
Minha carne é fraca, então me revisto de arrogância e prepotência materializadas em tecidos finos e bordados caros.
Minha preocupação com o alheio é nula, então me escondo atrás de livros grossos com títulos elaborados.
Minha vida é nula, então com frutos do materialismo compro a felicidade e sigo em frente.
Muito prazer, sou um Homem Bem Sucedido.
***
Acabou sendo adequado a certos acontecimentos recentes, não é mesmo?
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