Domingo
Tarde de domingo e uma tempestade se aproxima do centro. Na rua do teatro Metrópole, espremidos na calçada torta, dois senhores: cabelos brancos, jornal espremido contra o paletô e chapéu para ambos.
Um amparado pelo braço do outro, caminham sem pressa em direção às nuvens escuras. Seus passos fazem barulho na vielinha vazia que já foi o epicentro dos mexericos da cidade, competindo aqui e acolá com algum gato vadio.
Quando chegam à esquina, um senhor vira para o outro e exclama: "Que dia, hein!". Ele balança a cabeça solenemente e tira um cigarro do bolso.
— Tem fogo, amigo?
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