Capítulo 9 - Passeando
Eu admito que eu tive um passado covarde
Eu vivia com medo, sem nem mesmo saber por quê
Atrás de mim, meu passado reflete
A realidade no presente
(Mitometeta okubyou na kako
Wakaranai mama ni
Kowagatteta ushiro no jibun ga genjitsu wo
Ima ni utsusu - Crossing Field)
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- Que fofos! - Levy e Cana exclamaram em conjunto ao abrirem a porta da enfermaria.
- Eu sei! Não acredito que desde ontem eles não mudaram a posição em que estavam! - Lisanna disse surpreendida.
Já era de manhã, e como Lisanna sabia que Lucy, Natsu e Happy dormiram na guilda na noite anterior, foi até a Fairy Tail bem cedo junto com Levy e Cana para saber como eles estavam.
- Vamos acordá-los? - Levy perguntou
- Acho melhor sim - Cana respondeu.
- Eu acordo o Natsu, Levy acorda a Lucy e a Cana o Happy - Lisanna disse.
E assim fizeram, e os três que estava dormindo acordaram logo depois.
- Bom dia, meninas - Lucy sussurrou acordando.
- Bom dia, Lucy! - as três cumprimentaram de volta a loira.
- Está bem, Lucy? - a morena indagou receosa.
- Sim - a loira bocejou. - Só estou com uma dor de cabeça.
- Está doendo muito? - Natsu perguntou com uma expressão de sono e de preocupação.
- Não muito. Acho que quero dar uma volta para ver se ela passa. - ela respondeu.
- Então nós vamos com você - a albina afirmou.
- Aye! - Happy concordou.
- Não é necessário - Lucy negou abanando as mãos. - Levy, será que podia me ajudar a me trocar?
- Claro. Tem certeza? - a azulada perguntou.
- Absoluta! Além do mais, preciso ficar um tempo sozinha - Lucy disse abrindo um sorriso.
- Se você quer assim - Natsu, Lisanna e Levy concordaram meio contrariados.
- Como se eu fosse deixar uma pessoa que desmaiou recentemente e está em processo de cura sair sozinha na rua - Cana interviu com um ar de deboche em sua fala. - Vocês só podem estar loucos de deixar ela ir.
- Ela só quer ficar um tempo sozinha - Levy disse entrando na discussão que Cana havia criado.
- E ela não pode ficar sozinha aqui na enfermaria onde se algo acontecer tem pessoas para cuidarem dela? - a morena indagou cruzando os braços.
- Eu também não gostei muito dessa ideia - Natsu confessou se levantando. - Mas temos que dar um voto de confiança. Afinal, você só vai andar aqui aos arredores da guilda, certo Luce? - ele redirecionou o seu olhar para a loira.
A maga celestial abriu um sorriso brilhante ao ver que o rosado confiava nela.
- Claro! - ela confirmou sorrindo ainda mais.
- Então tudo bem - a morena concordou meio relutante.
Levy levou Lucy ao banheiro, e ajudou-a a se trocar e depois que ela saiu de lá, se despediu daqueles que se encontravam na enfermaria:
- Volto daqui a pouco! - ela disse acenando às seis figuras que ainda estavam na sala.
- É melhor mesmo - Lisanna ameaçou acenando de volta.
E então Lucy começou a caminhar sozinha pelas ruas de Magnólia. Começou a pensar em maneiras de recuperar a sua memória, e acabou lembrando-se de Natsu. Ao lembrar do rosado, ela sorriu. Desde que havia chegado, Natsu foi um bom amigo, a guilda inteira também. A loira recordou de Sting e Rogue e percebeu que não sabia se eram integrantes da guilda ou não, ninguém havia explicado para ela. Perdida em seus pensamentos, a maga celestial nem percebeu que havia uma cafeteria um pouco logo a diante, então ao repará-la, decidiu entrar dentro do estabelecimento para ver o que tinha lá. Quando começou a andar em direção à ela, direcionou o seu olhar para uma menina, um pouco mais nova que ela, deveria ter aproximadamente uns nove anos, segurando nas mãos de seu pai e sua mãe. Então uma memória antes esquecida começou a passar rapidamente pela mente de Lucy: uma mulher loira deitada em uma cama como seus olhos cobertos por uma franja, tentava acalmar Lucy que aparentemente chorava desesperadamente. Não sabia o porquê, mas o medo a consumiu e uma dor ardente começou a subir pelo seu peito. A loira se encontrava olhando parada com os olhos arregalados para aquela família feliz que deixava o local. Seu corpo parecia que não conseguia se mover, suas pernas tremiam e começou a sentir suas bochechas a ficarem molhadas. Ela estava chorando. Colocou as mãos no rosto tentando fazer com que as lágrimas parassem de cair, não emitindo nenhum som.
- Você está bem, Lucy? - alguém perguntou claramente preocupado.
A maga celestial levantou a cabeça, tirando as mãos do rosto e olhando a pessoa a sua frente. Era Gray. Quando percebeu que era ele, abraçou o moreno, ela precisava de algo para se apoiar antes que se desabasse no choro de vez.
- Sim - disse com a voz ainda meio chorosa.
- Por que está chorando? - ele indagou abraçando Lucy de volta apertado.
- Não é nada - ela disse secando as lágrimas de seu rosto, abrindo um sorriso forçado.
- Tem certeza? - Gray perguntou.
- Sim.
- Então tudo bem - ele disse quebrando o abraço e esboçando um sorriso de canto em seus lábios - Vamos!
- Aonde? - Lucy perguntou confusa.
- Para um lugar - o moreno falou em um tom misterioso.
- Que lugar? - a loira indagou ainda mais confusa.
- É surpresa. E você vai ter que fechar os olhos até chegar lá.
- Por que? - ela perguntou manhosa na esperança de que ele revelasse algo.
- Eu já disse! É surpresa!
- Tá bom - a maga celestial se deu por vencida.
- Ótimo! Vamos!
Assim, o moreno colocou uma de suas mãos no rosto da loira, tampando os olhos dela. Ela posicionou sua mão no ombro de Gray para que ele a conduzisse. Os dois caminharam por alguns segundo em silêncio até que pararam.
- Aqui.
Então ele destapou os olhos amarronzados da loira, fazendo com que ela pudesse ver novamente. Eles estavam em uma rua muito movimentada, pessoas andavam por lá carregando sacolas e alimentos.
- Por que estamos aqui? - ela perguntou claramente confusa.
- Não consegue ver? - ele indagou apontado para o longe.
Então ela se deu conta de onde exatamente eles estavam, era uma espécie de feira com varias tendas e barracas que vendiam diversas coisas.
- Uau - Lucy deixou escapar se sua boca com os olhos brilhando.
- Como acho que você nunca foi em uma dessas, quis trazer você pela primeira vez - ele disse entusiasmado.
- Obrigada, Gray! - ela agradeceu abraçando-o mais uma vez.
- De nada. - ele falou olhando constrangido para o lado, quebrando o abraço.
- Onde quer ir primeiro? - a loira perguntou.
- Onde você quer ir primeiro? - ele perguntou de volta.
- Não sei. Que tal tomarmos sorvete?
- Ótima ideia.
Mas antes que os dois dessem qualquer passo, o moreno colocou o braço na frente do corpo de Lucy, fazendo-a parar.
- O que foi? - indagou confusa.
- Aquilo - ele disse olhando algo.
Ela não havia entendido, continuava com uma expressão de confusão em seu rosto. Seguiu o olhar de Gray e percebeu pela primeira vez uma das barraquinhas, nela um moço vendia peças de jóias. O moreno então andou até ela.
- Posso ver essa pulseira? - perguntou apontando para uma pulseira específica ao chegar perto do atendente.
- Claro - o moço disse dando a Gray a pulseira. - Essa pulseira é especial, pois é uma pulseira de berloques, que é uma pulseira onde você coloca pingentes de memórias. Essa já está com alguns berloques mas se você quiser trocar pode.
- Posso escolher os berloques então?
- Sim.
O moreno apontava para certos locais na mesa onde a pulseira estava antes. A loira ainda estava no mesmo local onde fora deixada, claramente curiosa pelo que o moreno fazia lá. Depois de um tempo, Gray voltou para perto de Lucy, estendendo-lhe a pulseira juntos com alguns pingentes.
- É para você - disse com um sorriso gentil.
- Para mim? - ela indagou surpreendida.
- Sim.
- Obrigada! - a maga celestial abriu um sorriso imenso e pulou no moreno em um abraço.
Após quebrarem o abraço, Gray colocou a pulseira no pulso da loira. Ela então percebeu os pingentes que o mago do gelo havia escolhido especialmente para ela: uma boneca, uma chave, uma letra l maiúscula e um livro. Os seus lábios se abriram em uma sorriso singelo só em admirar o presente que havia ganhado. Assim, os dois se olharam e partiram em busca de sorvete.
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