Bem, se você viesse pra casa
Você já sabe
Que eu estaria esperando
Porque eu tenho orado
Para que você fique perto
Sob a luz da lua cheia

(Well if you came home
You already know
That I would be waiting
Coz I have been praying
For you to stay close
Under the light of a full moon - Come Home)

*******

O clima estava um tanto frio, mas agradável para as pessoas daquela região, afinal, conviviam com isso todo dia. E como sempre, tudo estava calmo, tanto as ruas como as pessoas. Os sinos da porta tocaram. A mulher que antes escrevia algo em uma folha, olhou para cima para descobrir quem havia aberto a porta. Um enorme sorriso se formou em seus lábios. Um homem que havia entrado no recinto.

- Hayato-kun! - ela exclamou.

Ele rapidamente fechou a porta.

- O tempo dessa cidade é louco! De manhã estava fazendo calor, mas agora está tão frio que acho que até pode nevar. E ainda por cima me disseram que amanhã vai chover! Como você consegue conviver com isso?! - perguntou chocado.

Ela riu. Eles estavam em uma pousada localizada em uma rua na qual alguns magos haviam se hospedado nela e ido embora há algum tempo.

- Eu vivo aqui desde pequena. Apenas acostumei - a recepcionista disse simplesmente.

Ele sacudiu o corpo todo.

- Não dá para se acostumar!

A mulher dos cabelos cinzas ria mais ainda.

- Dá para perceber! Parece que você está vestindo milhões de roupas!

O moreno de olhos turquesas escuros bufou. Foi em direção à ela, apoiando seus cotovelos no balcão no qual ela estava atrás.

- Está rindo de mim só pra variar, né?

- Exatamente! - deu uma gargalhada. - E como vai a maravilhosa Kotora?

Hayato suspirou pesadamente.

- Como sempre. Outro dia começou a gritar com a Mia por um motivo bobo. A coitada começou a chorar desesperadamente por causa dos gritos mas mesmo assim, Kotora nem ligou.

A mulher deu um sorriso de lado consolador.

- Tenho certeza que a culpa não deve ser da Mia, apenas algo que aconteceu e está descontando nela.

- É. Pode ser.

Hayato olhou fundo nos olhos verdes dela, enquanto a via sorrir.

- E como vão Kyary e Hitoshi? - perguntou.

- Aqueles dois doidos? Só me dando confusão. A Kyary se infiltrou na guilda alvo sem mais nem menos para pegar a senhorita. Mas pelo menos Hitoshi toma conta dela e me disse que estará a supervisionando. Os dois tem muito talento mas não sabem como usá-lo. Se dependesse dessa maluca dos cabelos rosas, ela estaria dormindo agora, certeza.

Ela riu mais uma vez.

- Adoro eles. Dê um desconto para Kyary, sei que ela pode ser chata às vezes, mas você sabe muito bem pelo que ela já passou.

O moreno deu outro suspiro.

- Claro, claro. Sei. Mas então, fez o que eu te pedi?

- Fiz. Mas, Hayato-kun, como isso vai ajudar no seu plano? Quero dizer, uma cesta de doces e bolinhos não vai fazer muita coisa.

- Você irá ver, é apenas uma medida de prevenção. Mas você entregou mesmo? Tem certeza que foi para eles?

A recepcionista revirou os olhos com um sorriso no rosto.

- Quantas vezes terei que repetir? Sim, entreguei. Eles vieram aqui procurar pela senhorita, e eu os disse que uma amiga deles tinha esquecido aqui a cesta que tinha comprado. Feliz?

Ele deu a volta no balcão e abraçou a mulher, logo dando um beijo demorado em sua bochecha.

- Feliz - deu um sorriso bobo.

Ela olhou para ele, retribuindo o sorriso.

- Pronto. Já me deu o abraço, o beijo e viu que entreguei a cesta. Agora vá fazer o que tem que fazer, pois aposto que está atrasado.

Ele olhou para o relógio e fez uma expressão espantada.

- Tem razão! Já vou, tchau!

Assim, ele correu até a porta e saiu do local. A mulher apenas ficou onde estava. Percebeu que desde que entrou pela porta ele não havia dito nenhuma vez o seu nome. Suspirou.

- Adeus, Hayato-kun.

Olhou para baixo, voltando a fazer o que estava fazendo.

(...)

- Onde está a Cana? - Lucy perguntou.

Ela estava em uma mesa, junto com Levy e Lisanna, que estavam na Fairy Tail. A guilda continuava barulhenta, como sempre era, só que de alguma forma, conseguiram ficar mais do que eram antes. Aparentemente todos bebiam, ou comiam algo. E o motivo de toda animação era, obviamente, pela volta de um de seus membros e o aniversario da guilda. Toda hora alguém chegava perto da loira, a abraçando e dando-a boas vindas novamente.

- Ela não apareceu na guilda desde semana passada. Não sei onde se meteu - Lisanna lamentou.

- Ela não tinha ido em uma missão com o pai dela? - Levy pensou.

- Sério? Ela não me avisou nada.

A albina e a azulada ficaram discutindo onde provavelmente a morena estaria. A loira que se encontrava na frente das duas pegou o seu copo com uma batida de morango, tomando-a. Alguém se sentou no lugar vazio ao lado de Lucy.

- Ela está na missão com o pai dela, sim - disse.

Lisanna e Levy olharam para frente.

- E como você sabe disso, Gajeel? - a azulada perguntou.

O moreno deu um sorriso de canto.

- O velhote me contou. Ela é a responsável pelas bebidas da festa, como podem imaginar. E como eu sou o responsável pela verificação de tudo, ele disse que ela podia chegar um pouco atrasada, assim as bebidas também, por conta da missão.

- Previsão para a volta? - a albina indagou.

- Provavelmente amanhã, mas é incerto - ele se levantou. - Agora se me derem licença, irei organizar o grande show.

- Gajeel, quem vai organizar o show vai ser - antes que terminasse, ele já havia saído do campo de visão de Lisanna. - A Mira-nee.

Levy se virou para a amiga de cabelos brancos.

- Ele vai cantar não vai?

- Não tenha dúvidas -  a albina suspirou.

A maga celestial olhou para elas.

- Isso é ruim?

- Depende do seu ponto de vista - Lisanna riu com uma gota em sua cabeça. - Se você acha Shooby Doo Bop uma boa música, então é uma coisa ótima.

As três continuaram a conversar até que alguém chegou perto delas, colocando suas mãos sobre a mesa.

- Eai, meninas? O que eu perdi? - Cana perguntou com um sorriso.

Então, ela percebeu a presença da loira na outra parte da mesa, fazendo o seu sorriso desaparecer. Encarou Lucy por alguns segundos, logo depois voltou a concentrar seu olhar na albina e na azulada, retomando seu sorriso. Ela parecia estar tremendo.

- Se me derem licença, eu vou beber. É. Beber.

Assim, a morena saiu em disparada para o balcão de bebidas. A maga celestial olhava para o lugar onde a morena estava, sem nenhuma emoção em seu rosto.

- O que acabou de acontecer? - Levy indagou confusa.

(...)

O lugar era sombrio. Nenhuma cor era presente nele, além de vários tons de preto e branco. Uma garota andava pelo longo corredor com um pacote em seus braços. Usava uma jaqueta com um capuz que cobria sua cabeça e shorts, além de calçar sandálias rosas. Continuou a caminhar até encontrar uma porta à sua direita, virando em sua direção logo dando três batidas nela com sua mão.

- Pode entrar! - alguém disse alegremente.

A garota rapidamente pegou na maçaneta, girando-a e adentrando o cômodo e encontrando uma menina pequena quase de seu tamanho correndo em sua direção.

A menina um tanto quanto magra demais, dos cabelos brancos e olhos azuis expressava uma feição de felicidade em seu rosto.

- Asae-chan! - gritou.

A albina abraçou a garota de capuz.

- Ei, ei! Que felicidade! - ela riu.

Elas quebraram o abraço, dando espaço para a menina dar pequenos pulos e palminhas.

- Você trouxe? Trouxe? - perguntou animada.

Asae levantou sua mão à altura de sua cabeça e retirou, assim, o capuz.

A gorota de cabelos, orelhas e cauda rosas deu um sorriso de lado.

- Aqui está, Mia - disse entregando o pacote de suas mãos à albina.

Nos olhos da menina, pequenas estrelas palpitavam, enquanto um enorme sorriso se formava em seu rosto.

- Muito obrigada! - gritou mais um vez, agora correndo para o canto do cômodo, onde uma enorme mesa com vários materiais de pintura e escrita, além de inúmeros papéis espalhados pela sua extensão.

- Ela está aqui? - a rosada perguntou tirando seu casaco.

- Na sala dela - Mia respondeu.

Asae respirou fundo e encarou uma porta no fundo da sala, uma porta mais detalhada que as outras do local. Cerrou seus punhos com força e respirou fundo. Depois de alguns segundos começou a caminhar lentamente em sua direção.

(...)

- Muito obrigada mais uma vez, Kyary! Não sei o que aconteceria se essa mesa tivesse me acertado. - Yui agradecia mais uma vez.

A rosada e a pequena ainda estavam perto da entrada, enquanto toda a guilda estava comemorando à todo vapor.

- Já disse que não precisa agradecer, Yui-san. - ela disse.

Yui olhou mais atentamente à menina a sua frente.

Apesar de sua roupa meio estranha, parecia ser uma pessoa normal. Começou a encarar mais a menina, decidindo o que fazer. Candy sempre a alertou sobre falar com estranhos, mas como aquela menina estava dentro da Fairy Tail e a tinha salvado há alguns minutos, decidiu ignorar o advertimento da felina.

- Então pelo menos vamos beber alguma coisa! - a pequena exclamou.

Yui pegou no pulso na rosada, levando-a em direção ao balcão de bebidas do outro lado da enorme guilda. Kyary fez uma cara de desgosto e revirou os olhos.

- Que menina chata.

Mas assim que um estrondo chamou a atenção de todos, a guilda inteira parou de se movimentar e todos os olhares foram voltados à um buraco ao lado da enorme porta de entrada da onde supostamente o barulho tinha vindo. Alguém se encontrava bem na frente do buraco, com os braços abertos e um sorriso confiante no rosto.

- Adivinha quem voltou, macacada?