Capítulo 28 - Déjà vu
Pensa em mim que eu tô chegando agora
Não precisa mais chorar
É que a saudade eu já deixei lá fora
Espera, eu não demoro a voltar - Meu Lugar
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Dias e meses se passaram, mais precisamente anos. Apesar o choque da perda, a guilda continuava a mesma: sempre alegre, barulhenta e qualquer coisa era motivo de comemoração. Após aquele dia, Natsu seguiu sua vida fazendo o que sempre fazia, sair procurando Igneel, mas agora também tinha outra pessoa que ele queria procurar. Nesses 10 anos que se passaram, novos membros se juntaram a Fairy Tail, fazendo a família crescer e as tristezas do passados serem parcialmente esquecidas.
A semana que se passava na guilda, era a semana que antecedia a da fundação, ou seja, o aniversário da Fairy Tail. Natsu andava calmamente na rua em direção a guilda ao lado de Happy, que estava praticamente explodindo de alegria. Eles chegaram a guilda abrindo a porta com tudo e encontraram a guilda sendo decorada como todo ano: balões de todas as cores espalhados pela construção, as mesas com comida e último e mais essencial, magos felizes.
- Peixes! - só foi possível ver um ponto azul passando mais rápido na velocidade da luz na guilda até uma mesa onde tinha vários peixes.
- Natsu! - alguém chamou pelo rosado.
Ele olhou pelos lados tentando procurar a voz que lhe havia chamado, dando de cara com uma albina, que tinha corrido em sua direção.
- O que foi, Lis? - perguntou curioso.
- Oi pra você também. A Erza está te procurando para experimentar alguns bolos e outras coisas que criou.
Natsu engoliu em seco. Ele lembrava do dia em que Erza teve a péssima ideia de tentar fazer bolos, naquele dia fez um lembrete mental de que bolo esponja não era feito com esponjas.
- Acho que já vou indo, lembrei agora que eu tenho um compromisso - ele disse, dando meia volta.
- Opa, você vai lá sim! Sabe que não se pode contrariar a grande Titania! - ela começou a puxá-lo pelo braço.
A dez anos atrás não foi tão diferente:
- Não quero! - o rosado tentava recuar.
- Quer sim! - a albina puxava-o pelo braço.
- Não quero!
- Quer sim!
- O que você não quer? - a loira perguntou em um tom curioso, enquanto aproximava-se dos dois amigos, que brincavam de cabo de guerra com as mãos.
- Erza está criando doces para a festa, mas o Natsu não quer experimentá-los! - a albina reclamou.
- Não quero mesmo! Nem morto faço isso! Aliás, se eu fizer isso, daqui a pouco eu vou ser alguém morto! - ele reclamou.
- Doces? Eu quero experimentá-los! - a loira estava entusiasmada.
Os dois que estavam brigando pararam no mesmo instante de se mexer. Então, se olharam e depois direcionaram sua atenção à loira já que não se conformaram com aquilo.
- Tem certeza? - os dois perguntaram.
- Absoluta!
Doces na maioria das vezes são doces e fontes de tentação e prazer. Na maioria das vezes.
- Eu não quero fazer isso! - Natsu reclamou.
- Quem disse que você pode escolher? - Lissana indagou, rindo debochada.
A albina arrastava Natsu até a cozinha onde se encontrava a garota dos cabelos escarlates.
- Natsu? Finalmente chegou! - Erza já tirava uma fornada do fogão.
Ele olhou ao redor da cozinha: na mesa onde se encontravam pratos, Cana e Gray estavam sentados em duas das cadeiras.
- Cana? - Natsu chamou a morena. - O que está fazendo aqui?
- Não perco nada fazendo isso.
- Já eu sim, minha vida - o rosado se sentou entre os dois.
- Para de ser dramático! - Lissana repreendeu-o, sentando ao lado de Cana.
- Aqui! - Erza colocou um bolo na mesa.
- Que a sorte esteja conosco. - Natsu tentou tomar coragem.
Todos que estavam na mesa suspiraram.
- Tem certeza de que tem certeza de que quer fazer isso? - a albina perguntou mais uma vez.
- Claro! Por que não? - a loira estava animada.
Os três se sentavam na mesa da cozinha que se encontrava na guilda.
- Prontos? - Erza perguntou.
- Sim! - a loira respondeu exaltada.
- Primeiros pratos! - ela colocou três pratos repletos de pequenos doces sobre a mesa.
A loira pegou um e com a maior vontade, praticamente enfiou-o na boca. Mas depois de um tempo, continuava com a cabeça abaixada.
- Está tudo bem? - a albina reparou na amiga.
- Tudo - Lucy levantou a cabeça, com seu rosto praticamente roxo.
- Tem certeza? - a ruiva estava preocupada.
- Ar - ela disse com muita dificuldade.
- Ela está engasgada! - Lisanna exclamou sem saber o que fazer.
O rosado não pensou duas vezes, abraçou a loira pelas costas e, com os punhos, pressionou o seu diafragma. Segundos depois, ela cuspiu uma uva mastigada.
- Obrigada - agradeceu baixo. - Mas a uva estava um pouco azeda.
- Que bom que está bem! - os três abraçaram a amiga.
- Que doce foi esse Erza?
- Um doce de leite em pó, com uma uva dentro. Achei que ficou uma delicia! - a garota de cabelos escaleres respondeu orgulhosa.
- Como se fosse - o rosado murmurou.
- O que disse? - a ruiva gritou.
Há essa hora, todos já tinham experimentado praticamente todos os ingredientes possíveis existentes no mundo da confeitaria juntos.
- Como ficou? - Erza perguntou com brilho nos olhos.
- Delicioso - todos responderam de boca cheia.
- Farei mais! - falou com determinação.
Ela foi em direção a bancada, mas percebeu que o saco de farinha havi aacabado.
- A farinha acabou - comentou triste.
- Por que não vai ver se tem mais no depósito? - Gray sugeriu.
- Boa ideia - disse já marchando para fora da cozinha.
No momento em que não se pode mais ouvir os passos da ruiva, todos correram em direção ao lixo e cuspiram o que haviam comido.
- Não sei por quanto tempo mais aguento - Lissana lamentou.
- Acho que se juntassem todas as bebidas existentes no mundo juntas, ainda assim ficaria melhor que isso - Cana torceu o nariz.
- Não tem nada de farinha lá - uma voz disse atrás deles.
Todos se viraram surpresos. Erza havia chegado na cozinha. Como ela poderia ser tão rápida?
- Então acho que é melhor deixar pra amanhã, já que está ficando tarde - Natsu coçou a nuca se sentindo sem graça.
- Acho que sim - disse com um pouco de tristeza na voz.
Todos saíram da cozinha. Quando chegaram ao andar principal da guilda, praticamente ninguém estava lá. Como os outros, foram indo embora.
- Graças a Mavis, acabou! - Gray falou baixo.
A albina, ainda continuando a andar, comentou ao amigo:
- Não sei porque, mas esse dia me deu um certo...
- Déjà vu? - o rosado perguntou rindo. - Também acho.
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