ⒺFINALE Ⓒ Parte 4
n/a: Esse cap era para ter saído ontem, mas nem parei perto do note o dia todo :/
Por isso hoje é mais um capítulo duplo, sendo que amanhã sairá o epílogo! Então preparem os lencinhos e os corações pra essa despedida ♥
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Andries estava no interior do carro sentindo um nó nervoso no estômago. Por vários minutos, nada ele viu ou escutou, para além dos resmungos persistentes de Leona, que estava algemada à alça do teto do carro. Sua mente congeminava possibilidades para o que estava acontecendo no interior e quando escutou as sirenes da polícia se aproximarem, seu coração pulou na garganta e ele se apressou a sair do carro.
— Onde você vai? — Vossel questionou após Beckers abrir a porta. — Você não pode me deixar aqui sozinha.
— Eu preciso ver o que está acontecendo. — Andries hesitou em deixar a garota sozinha, não por preocupação, mas por medo dela conseguir escapar.
Então ele olhou para a frota de carros da polícia pararem perto do carro de Kyler e vários saindo do interior dos veículos e se reunirem em círculo para traçarem um plano. Entre os policiais, Andries viu um rosto conhecido e sua expressão preocupada se transformou numa de espanto.
— Danïel? — O seu tom de voz saiu alto o suficiente para os policiais perceberem a sua presença e, consequentemente, León.
O segurança saiu do círculo de homens e mulheres e caminhou na direção de Andries, que conseguiu ver com mais clareza a veste que ele trazia ao peito.
— Interpol? — Beckers piscou os olhos surpreso.
— Desculpe eu não ter falado a verdade sobre minha profissão. Estava sob disfarce e não podia falar para ninguém. — León parecia preocupado com a reação de Andries e quando tentou tocar em seu braço carinhosamente, o rapaz desviou.
— Você sabia quem tinha sumido com a minha irmã o tempo todo? — questionou ultrajado e magoado.
— Sim, mas eu não sabia onde ela estava, eu juro — tentou se explicar, mas o rapaz não parecia estar interessado em suas justificativas. — Andries, eu juro que o que há entre nós é real e eu prometo que trarei sua irmã sã e salva e daqui para a frente não haverá mais mentiras entre nós. Só me dê uma chance e me perdoe. — O Agente pediu segurando a mão de Beckers, que a princípio tentou se soltar sem muito sucesso, pois León o segurou com força.
— Agente León! — Um policial o chamou e o mesmo bufou irritado por ter de deixar aquela conversa.
— Eu preciso ir. Fique aqui fora para sua segurança — León pediu, acariciando o rosto de Beckers e se afastando lentamente de costas, mantendo o olhar preso no jovem rapaz.
A espera depois da partida de Danïel foi ainda mais angustiante que antes e por pouco ele não saiu correndo atrás dele quando escutou o som de sirenes de ambulâncias se aproximando. Um policial precisou segurá-lo no lugar enquanto as várias macas eram transportadas para o interior. Pesadas lágrimas caíram em fila no ritmo que o medo do que poderia ter acontecido de mal crescia consideravelmente.
Aos poucos várias jovens adolescentes foram saindo do interior acompanhadas de seguranças, bem como vários outros homens saíram algemados e enfiados dentro das várias carrinhas e carros da polícia.
Atrás, Danïel surgiu com o olhar vago e Andries pensou o pior. Foi quando a multidão começou dispersando que ele percebeu uma pequena figura de cabelos cor de avelã cacheados segurando firmemente a mão de León.
— ALETTA! — Beckers não conteve a emoção de ver sua menininha sã e salva e correu em sua direção.
A pequena fez o mesmo assim que Däniel a soltou e voou em direção ao abraço do irmão mais velho, que a acolheu com amor, saudade e susto pelo que podia ter acontecido de pior. Aos poucos Däniel se aproximou e encarou com alívio e felicidade o reencontro dos dois. Andries ergueu a pequena no seu colo e encarou León com gratidão e amor.
— Você cumpriu com o seu prometido. — Sorriu para o Agente e estendeu a mão em sua direção, num convite silencioso.
León se aproximou, ainda que hesitante, segurou a mão de Andries com força e se juntou ao abraço de família, que ficou completo com um beijo que Andries depositou nos lábios de León inesperadamente.
O beijo foi calma e carinhoso, mas cheio de amor envolvido. Dan segurou a nuca do seu menino e acariciou seus fios sentindo um amor que nunca antes ele experimentou. Aquele momento apenas lhe deu as certezas de que Andries era o homem da sua vida. Apesar de tudo o que quase ameaçou destruir suas chances, ele lutaria pelos dois até ao fim.
— Vocês são nojentos. — A voz da adolescente no carro se foi feita escutar após ela baixar o vidro e fazer careta enojada ao ver os dois homens se beijando, mas antes que Andries pudesse responder, o olhar da garota pairou em outro ponto e seu rosto adquiriu uma tonalidade vermelha. — NÃO! — Ela gritou furiosa, tentando se livrar da algema que a prendia.
O rapaz desviou o olhar para onde ela encarava e viu Clara sair de dentro dos armazéns abraçada com uma garota loira, que rapidamente Beckers supôs ser a verdadeira Brigitte. Leona continuou gritando enlouquecida, o que acabou chamando a atenção de Bree. A jovem encarou Leonore com espanto e então desviou o olhar para Clara, em interrogativa.
— Ela se fez passar por você esse tempo todo. Se eu tivesse escutado Kappel, talvez eu tivesse vindo te salvar desse inferno antes. Me perdoa minha filha! — Clara choramingou e soluçou e Bree tornou a olhar para Leona.
— A culpa não é sua, a culpa é dela. Leonnore sempre foi invejosa e maldosa, mas eu nunca pensei que ela chegasse a esse ponto. Ela parece... louca. — Seu coração apertava com pena da garota com quem conviveu durante os últimos anos. Por mais que tentasse sentir ódio, ela não conseguia.
No fundo ela não podia culpar Leona pelo seu destino, afinal fora ela mesma quem confiara e acreditara nas mentiras e manipulações de Schuller. Agora ele estava morto e ela não conseguia sentir mais ódio, pois esse sentimento tinha morrido com o homem que a incitara a senti-lo.
Clara escutou a mulher ruiva de mais cedo ser arrastada por um dos detetives para fora do armazém e a encarou com curiosidade. Quando a viu no Moulin Rouge, Clara percebeu que a ruiva tinha alguma autoridade sobre os funcionários pela maneira como dispensou o segurança. E agora ela estava ali chorando desalmadamente após escutar os tiros trocados entre Alf e Stoker e isso só podia indicar que ela era amante de um deles.
— Você não está em condições de estar aqui, Katherina. — O detetive insistiu puxando a mulher para fora, enquanto envolvia seu braço em torno dos ombros dela. Ele agia como se ela não fosse uma criminosa, como se a conhecesse.
— Eu só preciso ter a certeza, por favor, Kyler — insistiu entre fungos, se acalmando depois de chorar compulsivamente, e após os dois se olharem em silêncio por vários segundos ele assentiu.
Várias macas carregando sacos fechados com corpos de soldados e meninas, vítimas de Schuller, saíram do interior do armazém e um a um a ruiva verificou cada um dos sacos. Clara se manteve quieta observando, abraçada a Bree. Ambas esperavam saber se Stoker era um desses corpos e quando a ruiva abria os sacos, as duas espreitavam para verificar. Um dos últimos corpos a sair foi o de Schuller e Brigitte apertou a mão de sua mãe.
— Ele realmente está morto. — A adolescente comentou com alívio e então abraçou a cintura da mãe com força, chorando. Não lágrimas de tristeza, mas lágrimas de alívio, felicidade e dor por tudo o que passou nas mãos daquele monstro.
— Theodore... — Clara murmurou aliviada ao vê-lo sair do armazém em uma maca, vivo, ligado a máquinas. Por pouco ela não se afastou de sua filha e se aproximou, mas se travou quando a ruiva foi mais rápida e parou do lado da maca do homem e iniciou uma conversa com ele.
— Então quer dizer que você sempre foi uma agente infiltrada — Stoker comentou com a voz rouca e fraca.
— Eu lamento. — Ela baixou o olhar envergonhada e lutou para não tornar a chorar.
— Pelo quê? Por eu estar vivo? Por não ter me prendido mais cedo? Por ter mentido para mim? — Ele questionou com ironia e Kat desviou o olhar dele e deixou algumas lágrimas teimosas escorrerem. — Você realmente gostava de mim — constatou com pesar.
— Nunca foi essa a minha intenção. Acho que falhei no meu trabalho. — Ela comentou entre risadas e lágrimas, fungando.
— Não. Você foi muito boa no seu trabalho. Tanto que acabou acreditando no que seu personagem sentia por mim. — Ele falou com frieza e distância, como sempre ele fazia, e isso foi como um tapa no rosto dela.
— Talvez. — Ela respondeu, pronta a ir embora, mas Stoker segurou sua mão delicadamente e a parou.
— Obrigado por ter feito parte da minha vida e por ter melhorado ela um pouquinho mais. E perdão por todas as vezes que eu menosprezei você — Stoker pausou e Katherina arregalou de leve os olhos, surpresa com aquele pedido de desculpas. — Eu realmente te amo, mas nunca me permiti ou me achei digno de tal sentimento e você merece muito mais do que um criminoso como eu. Ainda mais agora que vai receber uma promoção. — Havia sinceridade pura e dura em suas palavras, ainda que ele tentasse camuflá-las com ironia e distanciamento.
— Däniel e sua boca grande. — Ela revirou os olhos, se juntando ao descaso de Stoker e percebendo que aquele seria o seu adeus definitivo. — Se cuida — pediu acariciando a mão dele, finalmente se soltando e se afastando, dando espaço para Bree e Clara se aproximarem.
— Você é mais linda do que eu imaginava que você seria quando crescesse — Stoker comentou em lamento e Bree franziu o cenho.
Havia tanta coisa que ela não sabia e que sua mãe precisaria contar, tal como o envolvimento do seu próprio pai na rede de tráfico e prostituição infantil, ou como sua mãe estava envolvida nisso e como eles se conheceram. Pela maneira como Clara falava, Brigitte supôs o pior. Ela supôs que sua mãe estivera ali antes e pensar que talvez tenha sido concebida ali, tal como Alf fizera consigo, a fazia ter sentimentos dúbios por Stoker. Contudo havia algo no olhar dele que era completamente o oposto do olhar frio, psicótico e maquiavélico de Schuller. Em Stoker havia bondade, arrependimento e dor, Ao contrário de Alf, Theodore tinha um coração e uma consciência.
— Obrigado — Theo agradeceu, encarando Clara ficar confusa. — Você me livrou do meu inferno. — Ele explicou e ela sorriu de leve.
— Obrigada. — Ela retribuiu e foi a vez dele de ficar confuso. — Por defender a nossa filha e acabar com aquele monstro. — Bree acenou positivamente com a cabeça e percebeu que o que houvera entre seus pais era completamente diferente do que ela sofrera com Schuller.
— Você tem uma promessa para cumprir — Bree falou e Stoker piscou os olhos lacrimejantes e sorriu, acariciando o rosto da garota enquanto assentia.
— Perdão por ter arruinado a vida de vocês. — Ele murmurou em despedida e então olhou o enfermeiro e o policial que aguardavam e deu o aval para que eles pudessem levá-lo.
As três mulheres ficaram para trás observando a partida de Stoker e naquele momento o homem sentiu que não estava mais sozinho no mundo e que mesmo que não merecesse, ele tinha por quem se manter vivo
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