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Capítulo 8

Cheguei em casa já passava das 22:00 horas. Entrei para dentro em silêncio para ninguém me ver.

Escutei minha mãe e Antony conversarem alto, na sala de estar. Mas eles não notaram minha presença.

Corro para meu quarto e fecho a porta. Me jogo na cama, e sorrio comigo mesma. Ainda estou  extasiada pelo culto de hoje.

Depois de um tempo me levanto, vou para o banheiro, faço minha higiene pessoal. Volto para meu closet, pego um pijama vermelho e me visto.

Sento em minha cama. Pego minha Bíblia que está dentro da bolsa e começo a ler.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

Leio até não aguentar mas de sono. Guardo minha Bíblia embaixo do meu travesseiro ao lado. Acabo pegando no sono rapidamente.
    
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Acordo e olho para o relógio na cabeceira da cama. Já é tarde. Me levanto ainda com sono.

Tomo um banho rápido, visto um vestido rodado azul, prendo meu cabelo em um coque bagunçado.

Desço para cozinha para comer alguma coisa. A casa está silenciosa. Olho em volta procurando alguém, mas não encontro. Pego um pacotinho de biscoito, e subo para meu quarto novamente.

Ligo a TV, enquanto como meu biscoito, deixo em um canal que está passando clipes gospel.

Pego minha Bíblia debaixo do travesseiro. Começo a ler de onde eu parei na noite passada.

De repente a porta do meu quarto se abre. Meu pai entra no quarto nada feliz.

- Celeste, quantas vezes eu já te avisei para não estourar o limite dos cartões? - Diz furioso.

Minha boca seca na hora. Tento esconder a bíblia, mas é em vão.

- O que é isso aí na tua mão? - Pergunta com grosseria.

- É... é... min... minha Bíblia. - Digo gaguejando.

Decido não mentir. Hoje ele vai saber que me converti.

- É o que? - Pergunta furioso. - Me dá isso aqui.

- Não pai. Por favor. - Digo já com lágrimas nos olhos.

- A quanto tempo você tem isso Celeste? - Pergunta e toma a Bíblia de minha mão.

Tento pegar novamente, mas ele me empurra para a cama com brutalidade.

- A quanto tempo Celeste? - Grita.

Com seus gritos minha mãe, e meu irmão entram correndo no quarto.

- O que está acontecendo aqui? - Pergunta minha mãe aflita.

- É a filha imprestável que você criou. - cospe essas palavras.

Meu irmão senta ao meu lado. Não consigo segurar as lágrimas, e choro.

- A quanto tempo Celeste? É a última vez que te faço essa pergunta.

Vejo irá no seu olhar.

- N... não tem mui... muito tempo. - Digo chorando.

- Por que você fez isso Celeste? - Meu irmão me pregunta, e passa a mão pelos meus cabelos embaraçados.

- Vocês não entenderiam. - Digo quase sussurrando.

- Você vai parar com essa bobeira de Bíblia. - Diz meu pai irado. - Ou fora de minha casa.

Joga a bíblia em cima de mim, e se vira para sair do meu quarto.

- Desculpe, mas eu não vou parar.

Sei que vai ter consequências a minha escolha. Mas eu não vou abandonar Deus novamente.

Ele para de andar, olha para mim. Seus olhos transmitem toda a raiva que ele está sentindo de mim no momento.

- Você disse o que? - Me pergunta com a voz ameaçadora.

- Eu... eu não vou abandonar a minha Fé por ninguém.

- Celeste, pense bem no que você está fazendo. - Patrick diz.

- Me perdoe. Eu amo você, mas não me peça para escolher entre você e Deus. Porque vai sempre ser Ele!

Sorrio fraco para ele. Sinto uma mão apertar meu braço.

- Ai! - Grito com a dor.

- Fora de minha casa sua imunda. - Meu pai me puxa pelos braços. Acabo tropeçando e caindo no chão.

Antony me levanta com brutalidade.

- Para pai! - grito.

Mas ele não me escuta, continua a me empurrar para fora de meu quarto.

- Mãe. - Olho para minha mãe pedindo ajuda. Ela desvia o olhar.

- Senhor. - Marry aparece chorando.

- Cala sua maldita boca, se não quiser ser expulsa também. - Diz meu pai gritando.

- Pai. - Patrick tenta conversar com ele.

- Fica fora disso. - Diz alto.

Meu braço está doendo pelo seu aperto. Tento me soltar mas é em vão.

Antony me joga na calçada da rua. Acabo caindo de mal jeito. Mas me levanto logo em seguida.

- Nunca mais coloque seus pés em minha casa!

- Pai....

Sinto meu rosto esquentar com a bofetada que levei, minha boca está com gosto de sangue.

- Não me chame de pai. Eu nunca tive uma filha, para mim ela morreu. - Diz trincando os dentes.

Cospe no chão ao meu lado. Me dá as costas, e sai de perto de mim como se eu fosse uma doença.

Minha mãe me dá uma última olhada e segue Antony, meu irmão faz o mesmo.

Me desmorono no chão frio. Lágrimas correm pelo meu rosto. Sinto uma dor imensa em meu rosto pelo tapa. Não sei o que dói mais, a dor física ou a sentimental.

Depois de não ter mais lágrimas para chorar, me levanto. Começo a andar sem rumo. Não sei para onde ir. Mas tenho a certeza que Deus está comigo. Com Ele, eu sei que jamais estarei desamparada.  

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Oi gente, tudo bem com vocês?

Espero que estejam gostando do livro 😉 Beijos e abraços.

Até o próximo capítulo!

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