Capítulo 12 (Final)
Uma chuva de verão caía do lado de fora, Porschay estava sentado na janela, olhando para a rua. Via pessoas correndo, querendo se proteger da chuva, algumas crianças gritando, rindo e girando enquanto a água caía nelas, e, de vez em quando, um ou dois casais passavam, protegidos por um único guarda-chuva, os namorados se espremiam em um abraço debaixo do guarda-chuva para que, assim, não ficassem molhados.
Porschay sorria pequeno com a cena, mas logo voltava à ficar melancólico.
Havia se passado um mês desde que libertará Macau de seu encanto em King's Cross. Aquele mês foi doloroso, e não conseguiu falar para Honey e Porsche o porquê estava tão infeliz.
A única pessoa que conseguiu se abrir foi ninguém menos que Kim, que tinha enviado uma carta perguntando o que estava acontecendo. Porschay contou tudo o que havia feito aquele ano: tentou, em um ato desesperado, dar uma poção do amor para Kim, para que ele se apaixonasse por si, mas quem acabou bebendo foi Macau, e, ao longo de todos aqueles, continuou dando à ele doses e mais doses de Amortentia, para que ele ficasse cada vez mais e mais preso consigo.
Não inventou desculpas, não tentou se explicar, não havia explicação. Aquilo era horrível e não esperava que Kim entendesse e fizesse com que Macau conversasse consigo.
Mas Kim disse que iria explicar o que aconteceu para Macau, mas a resposta nunca veio. Aquilo não surpreendeu Porschay, mas o deixou mais triste, pois, lá no fundo, ainda tinha esperanças.
- Que droga. - Porschay xingou quando sentiu as lágrimas virem de novo, ele as limpou com raiva. - Por que você tá chorando, Porschay? Essas são as consequências dos seus atos: você não perdeu apenas um grande amigos, mas perdeu um grande amor também, tudo porquê você é um estúpido! Estúpido!
Porschay voltou à olhar pela janela, rindo quando viu uma criança cair numa poça grande de água e molhar ainda mais as outras crianças.
Porschay estava tão concentrado olhando para as crianças, que ao menos notou quando alguém cruzou a esquina. Era Macau.
O garoto estava perdido e molhado. Olhava para todos os lados freneticamente, como se procurasse algo.
Seus olhos foram até às crianças, que estavam à alguns metros dele. Macau foi até elas.
- Oi, meninos. - Macau cumprimentou, vendo as crianças o olharem. - Vocês sabem onde mora o Porschay Kittisawat?
As crianças assentiram e apontaram para uma casa. Macau olhou para onde elas apontaram e, na janela, avistou Porschay.
Porschay arregalou os olhos quando avistou Macau ali. Viu ele agradecer as crianças e vir em direção à sua casa.
Porschay queria fugir, não estava pronto para encarar Macau agora. Na verdade, não estaria pronto para encarar Macau nunca mais.
Ele estava se perguntando o que deveria fazer quando bateram na porta de sua casa.
Porschay pensou se deveria ignora-lo, subir para seu quarto e ficar lá até que Macau desistisse e fosse embora. Sim, ele era um tremendo covarde: ele havia fugido da estação, para que não precisasse encarar e explicar o que tinha feito para Macau, e agora queria fugir para que não precisasse ouvir umas poucas e boas que, sabia, ele merecia ouvir.
Macau continuou batendo à sua porta.
Porschay olhou para os lados, pensando no que deveria fazer, se existia alguma rota de fuga. Mas estava encurralado em sua própria casa, e não havia ninguém em casa, além dele - sua mãe e seu irmão tinham ido ao mercado.
Porschay suspirou, derrotado, indo até a porta e à abrindo. Deu de cara com um Macau ensopado, tentou sorrir mas acabou soltando um soluço, ele iria chorar de novo.
- Posso entrar? - Macau perguntou, sério. Porschay assentiu e deu espaço para que Macau entrasse.
Ele entrou, molhando todo o chão. Ambos não eram maiores de idade, então não podiam usar um feitiço para que Macau pudesse se secar. Então Porschay pegou uma toalha e entregou para Macau.
- Valeu. - Macau agradeceu.
Porschay assentiu, juntando as mãos e brincando com os próprios dedos, sem coragem de encarar Macau.
- Macau, eu..
- Antes que você diga algo, eu preciso falar primeiro. - Macau o interrompeu, vendo Porschay assentir.
- Pode falar. - Porschay incentivou.
- Olha pra mim. - Macau pediu, e viu Porschay erguer os olhos minimamente, eles estavam cheios de lágrimas e o narizinho estava vermelho. Macau teve que se segurar para se manter firme.
Macau suspirou e começou à falar.
- Não sei se você nunca notou, ou se fez de tonto todos esses anos, mas.. Eu sempre fui apaixonado por você. Desde o primeiro ano. - Macau revelou, vendo Porschay assentir.
- Refletindo durante esse último mês, eu acabei percebendo. - Porschay comentou.
- Sim. Eu sempre fui apaixonado por você, mas você nunca olhou pra mim, ou me deu bola, não importava o que eu fizesse. - Macau continuou. - Eu sei que era irritante todas aquelas brincadeiras e piadinhas sem graça, mas era o que eu podia e sabia fazer para receber atenção sua. Mas nunca recebi nada além de caretas feias.
- E acredite, eu tentei te esquecer. Por isso comecei à namorar com Nop. Ele foi um namorado incrível pra mim, mas eu não consegui te esquecer, e ele percebeu, e terminou comigo. Disse que, embora gostasse muito de mim, ele não queria alguém pela metade. Eu concordei, ele merece alguém que goste inteiramente dele.
- No ano passado eu finalmente criei coragem para me declarar para você. Eu não esperava que você correspondesse, mas eu fiquei cansado de amar você e não ter nada de volta, então eu quis falar o que sentia, para finalmente por um fim nisso tudo e seguir em frente. - Macau suspirou pesadamente, estava quase chorando. E Porschay já derravama lágrimas e nem percebia.
- Mas aí eu tomei aquela poção. Eu passei mal e corri para o banheiro e Pete e Vegas me ajudaram. Vegas não percebeu, mas Pete, sim. Eu e ele percebemos que aquilo era uma poção do amor.
Porschay soltou uma exclamação junto de um soluço. Sua cabeça estava à mil. Eles tinham percebido? Então por quê Macau agia como enfeitiçado?
- Eu fiquei muito feliz quando descobri que aquilo era uma poção do amor. - Macau continuou, dando uma risada. - O idiota aqui, acreditou que você sentia algo por mim, e que tinha preparado essa poção pra mim. Nessa parte eu fui muito imbecil, mas eu preferi me enganar.
- Então eu comecei a agir como se estivesse encantado, para conseguir finalmente me declarar para você. Pete me ajudou, ele disse que não era certo, mas eu não quis ouvir ele. Mas você continuou me dando a poção, e eu passei à cuidar tudo o que você me oferecia. Eu queria demonstrar meu amor verdadeiro pra você, não um falso, criado por uma poção.
Porschay se sentou no sofá, surpreso com aquela confissão. Então todos aqueles meses Porschay estava namorando o verdadeiro Macau? Não o enfeitiçado?
- Eu sei que foi errado, eu quis te contar que sabia da Amortentia, mas eu estava tão feliz pelo nosso namoro, que acabei deixando para depois, para depois e para depois. Não queria que você ficasse chateado comigo por estar "fingindo" um sentimento.
- Mas aí você resolveu tirar o feitiço e ir embora, sem explicações. Eu achei, me enganando novamente, que você estava se sentindo culpado por me dar as poções, mas, qual não foi minha surpresa, quando descobri que, durante esse tempo todo, você só estava me usando para fazer ciúmes no Kim!
- O que?! - Porschay finalmente falou, chocado com aquela última parte. - Macau, eu nunca te dei a poção com esse propósito!
- Como não? Foi você mesmo que falou nas suas cartas para o Kim! - Macau acusou.
- Não, não! Eu não falei nada disso! - Porschay insistiu, se aproximando de Macau e segurando suas mãos. - Por favor, me deixa explicar.
- Eu vim aqui só para isso. - Macau respondeu, olhando com mágoa para Porschay.
- Olha.. Eu fiz a poção, mas nunca foi para você, o real destinatário era o Kim. Eu era apaixonado por ele e fiz a poção para ele beber, mas você pegou o copo da minha mão e tomou, foi por isso que você passou mal.
- E eu achando que tinha passado mal porquê você tinha errado alguma coisa no preparo da poção. - Macau murmurou, rindo sem humor. - Eu sou tão idiota.
- Me escuta Macau: eu nunca te dei a poção como um meio de fazer ciúmes para o Kim, eu nunca te usaria desse jeito. - Porschay insistiu, querendo que Macau acreditasse em si. - Eu até ajudei Kim à pedir Charles em namoro junto com você, lembra?
- Então por que você continuou me dando a poção?
- Porque eu me apaixonei por você! - Porschay disse. - Eu me apaixonei, de verdade, por você. Eu sei que é errado, mas eu continuei de dando a poção, porque não queria te perder, eu gostava do seu carinho, da sua atenção, e comecei à gostar de coisas que antes eu achava irritantes, e à descobrir novas coisas sobre você.
- Você tá falando sério? - Macau perguntou, com os olhos brilhando e apertando as mãos de Porschay com as suas.
- Eu tô. - Porschay assentiu. - Você bebeu a poção do amor, mas eu que fui enfeitiçado por você. E eu queria muito que você me perdoasse, para que a gente pudesse recomeçar, dessa vez, da maneira certa.
Macau não respondeu com palavras, mas soltou as mãos de Porschay e o puxou para um abraço. Porschay desabou no ombro de Macau, chorando e o abraçando fortemente.
- Eu te amo. - Macau confessou, ouvindo uma risada de Porschay.
- Eu também te amo. Eu te amo, eu te amo! - Porschay se declarou, se separando de Macau e enchendo o rosto do grifinorio de beijos.
Os dois se beijaram, ambos se apertavam com força, arrancando suspiros de cada um. Eles tiveram que se soltar quando a coisa ficou intensa demais.
Macau fez cara feia.
- Eu vou matar meus irmãos! - Macau declarou. - Eles me fizeram acreditar que você tinha me dado a poção para fazer ciúmes pro Kim!
- Como eles fizeram isso? - Porschay perguntou.
- Vegas e Venice estavam interceptando todas as cartas que estavam endereçadas à mim. Não queriam que eu tivesse nenhum contato com você. - Macau explicou, bufando. - Um dia uma carta do Kim chegou e, depois que Vegas leu, ele me contou essa história.
Porschay riu.
- Não fique bravo com eles. Eles estavam te protegendo: por minha causa, você quase morreu aquele dia. - Porschay disse. - Eu tenho certeza que, se Pete tivesse feito algo parecido com Vegas, você faria a mesma coisa. Ou estou errado?
Macau pensou por alguns instantes, então assentiu.
- É, faria. Somos bem protetores um com o outro. - Macau admitiu.
- Eu só espero ter uma boa relação com eles daqui em diante. - Porschay pediu, rindo nervosamente.
- Eles são difíceis de lidar, mas você vai conquista-los de novo. - Macau garantiu. - Você me empresta uma roupa seca?
- Claro. - Porschay respondeu, e viu Macau se virar em direção às escadas que davam para o andar de cima de sua casa, querendo ir para seu quarto. - Macau.
- Sim? - Macau se virou para Porschay.
- Quer namorar comigo?
Macau sorriu, se aproximando de Porschay e dando um selinho em seus lábios.
- Claro que quero. - Macau respondeu. - Mas meu pedido de namoro foi muito melhor.
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GENTE ACABOOOOOU FINALMENTE
os macauchay ficaram juntos e agora eles vão fazer os últimos dois anos em Hogwarts como namoradinhos fofos e boiolas e papais da Safira 🥺🥺
espero que vcs tenham gostado da fic, eu escrevi ela com muito carinho 😍🥰
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