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Capítulo 60 - Fim?


  Respiro fundo, tentando conter o tremor do meu corpo que posso sentir indo para as minhas cordas vocais.

Do outro lado o telefone chama algumas vezes até que uma voz grosa e quase antiga atende.

— Senhor Choi? — Pergunto sem conseguir conter o tremor.

— Sim.

— Sou a Nina, amiga do seu filho Taeyang.

— Ah, sim. A estrangeira. — Nem disfarçou o desdém. — O que quer?

Respiro fundo mais uma vez.

— Avisar que seu filho faleceu a três dias. O corpo foi cremado e jogado no mar do Japão como foi pedido por ele.

Não ouve resposta do outro lado, apenas o som baixo da tv no fundo.

— Ele pediu para não contar a vocês, por causa, bem, o senhor sabe muito bem o porquê. — Esperei mais um pouco para ter algum tipo de resposta, mas nada — Os bens dele vão ser dissolvidos e doados para a ajudar adolescentes lgbtqia+ que são expulsos de casa. — Esperei mais um pouco e nada. — Sério que o senhor não vai falar nada?

— Não tenho que dizer nada para você. — Respondeu depois de uns segundos e desligando na minha cara logo em seguida.

Encarei o celular chocada.

— Desgraçado maldito! — Xinguem em português, recebendo uma cara fechada de uma das enfermeiras.

— Eu disse que não mudaria nada. — Sua voz sai um pouco arrastada enquanto se ajeita na poltrona com cuidado para não mexer com agulha e nós dois olhamos na mesma hora para o saquinho com os remédios da quimioterapia.

Me aproximei mais um pouco do meu amigo segurando sua mão gelada tentando amenizar a minha indignação.

— Me desculpa, Tae. — Senti meus olhos arderem, mas mantive as lágrimas travadas. — Não devi ter feito isso.

— Não precisa se preocupar, sei que ficou com raiva, e não é como se fosse fazer alguma diferença para eles. — Me deu um sorriso triste.

Aproximei meu corpo dando um beijinho na sua bochecha e comecei a tagarelar sobre qualquer outra coisa que veio à minha cabeça, mas a indignação ainda está sobre a minha pele.

Que tipo de pais, não, pessoa, fala que o filho está com câncer por gostar de pessoas do mesmo sexo e que espera que ele morra?!

Sei que o Tae aceitou a ignorância da família e seguiu em frente, e para saúde mental dele, talvez realmente tenha sido melhor. Mas... mas ele está doente, pode mesmo morrer, e eles simplesmente, não se importam.

Sei que liguei na hora da raiva depois do Tae me contar sobre a conversa com o pai na semana passada, mas só estou arrependida por ter chateado ele, não pelos pais.

Sou uma pessoa ruim?

Bem, acho que respondi essa pergunta para mim mesma na minha breve volta ao Brasil a alguns meses.

Terminou a sessão de hoje e o levei de volta para o apartamento dele, onde eu basicamente tenho vivido nos últimos dias.

Tae se enfiou no pijama que usava antes de sairmos, e deitou devagar na cama ligando a tv que tinha colocado no quarto dele.

Ajeitei a roupa que jogou no chão e organizei alguns remédios antes de entregar três para ele com um copo de água, e me sento ao seu lado da cama com meu notebook para trabalhar.

— Sabe que não precisa ficar aqui, né? — Fala sem tirar os olhos do catálogo da Netflix.

— Sabe que não te deixaria sozinho, né? — Ele dá uma risadinha — Mas infelizmente vou ter que te privar da minha por algumas horas mais tarde. Preciso pegar roupas limpas em casa.

— Graças a Deus, sabe o quanto você está fedendo? E sou eu quem vomita de hora em hora. — Apertou minha panturrilha de leve dando outra risada.

Dou um tapinha no seu ombro rindo junto.

— Você é um idiota.

— Que você ama.

— Claramente tenho um péssimo gosto.

Ele deu outra risada, mas dessa vez saí um pouco grogue, mas ele ainda estava acordado olhando para tv que agora está passando algum filme clichê água com açúcar.

Volto minha atenção para o notebook, mandando algumas instruções por email para a primeira coleção que teria meu nome no cantinho do rodapé.

Mal comecei quando alguém bateu na porta, e com uma leve irritação, deixei meu notebook de lado e me levantei com uma risadinha grogue do Tae tentando falar o que parecia: "Haha, vai ter que levantar!"

Encarei o olho mágico em uma altura que não alcanço e solto um suspiro, colocando a tranca antes de abrir apenas uma fresta para vê quem é.

Os olhos castanhos me encararam, com um sorriso tímido e as bochechas tomando uma leve vermelhidão que iam até suas orelhas.

— Ei

— Ei — Senti meu o sorriso esticando pelo meu rosto. — Espera um pouco. — Fechei novamente a porta, respirei fundo e a abri de novo, agora para que ele pudesse passar.

— Ei — Repeti sem graça.

— Ei. — Tirou o casaco e o tênis. — A quanto tempo.

— É. — Seus olhos ficaram nos meus, e meu peito acelerou ainda mais.

O ar ficou tenso entre nós, mas não desconfortável, mas com muitas palavras não ditas. — Tempo demais — As duas palavrinhas escaparam dos meus lábios, enquanto um pequeno sorriso de satisfação esticou no cantinho.

Terminei de entrar com ele atrás de mim até a sala.

— Como ele está? — Perguntou olhando de relance para o quarto.

— Ele fala que está bem.

— Mas você claramente não acredita.

— Você me conhece tão bem — Abri um sorriso seco, mas com um pouco de diversão.

— Ele está acordado? — perguntou rindo baixinho.

— Mais ou menos — Virei mudando o caminho da sala para o quarto — Está meio grogue pelos remédios, então... não leva muito em consideração o que ele falar.

Os olhos do Tae picaram algumas vezes, antes de abri um sorriso jogando o controle na cama enquanto tenta se levantar.

— Cheol.

— Não se levanta. — Deu um passo maior cobrindo quase todo o quarto. — Só vim ver como está, e deixar isso para você. — Subiu uma sacola de pano azul que não tinha prestado muito atenção até a altura do seu rosto. — Fiz alguns dos seus favoritos, e chá de gengibre.

— Obrigada. Não estou aguento mais a comida da Nina! — Abre um sorrisinho.

— Ei! — Reclamo, mas só faz o Cheol começar a rir também. Reviro os olhos pegando a sacola da mão dele tomando cuidado para não toca-lo — Vou guardar isso, enquanto se juntam para falar mal da minha comida.

— Não é tudo — Cheol tenta me defender —, quando o assunto é comida brasileira, é ótima, mas coreana...

— É horrível! — Tae complementa.

Ignorando os dois apenas saio do quarto e coloco as tupperware na geladeira, e escoro na bancada encarando o casaco que dei de presente para o Cheol, no primeiro aniversário dele que passamos juntos.

Velhas, bolo, risadas... tudo passa como um pequeno filme na minha cabeça com Dancing With Your Ghost da Sasha Sloan, como trilha sonora.

Meu subconsciente adora me ver sofrendo.

Pego a manga do casaco com as pontas dos dedos, sentindo o tecido macio, e um novo curta-metragem começa dentro da minha cabeça com a mesma trilha sonora, mas essas são alguma das vezes que saímos quando ele a usava. Dos seus braços, e da vez que me enfiou dentro dela e me carregou no colo em uma noite fria.

Minhas mãos sobem pelo tecido e aproximo mais, agora sinto seu perfume, e meu peito doí, doí... pela saudade, pelo amor, pelas noites que passamos abraçados adormecidos no sofá, pelas noites quentes na cama que unia nossos corpos e almas.

Lágrimas quentes descem pelo meu rosto, quando pressiono o tecido com mais força para cheirar o máximo possível do seu perfume.

A porta do quarto bate um pouco alto e corro de volta para cozinha limpando o rosto, fingindo mexer em um dos armários.

— Ele dormiu. — Falou se aproximando da bancada.

— Bom. Ele está precisando descansar. — Respirei fundo deixando meus ombros relaxarem um pouco.

— Você também parece precisar de um descanso. — Suas sobrancelhas pressionaram fazendo uma covinha linda, que eu costumava apertar. Tive que me conter para não esticar meu braço até ele.

— Estou bem, nada que uma xícara de café não resolva — peguei uma caneca e estendi uma segunda perguntando se ele queria e apenas acenou um sim. — Então meu café não faz parte da minha péssima culinária. — Ri, servindo a caneca dele depois a minha.

— Sabe que estávamos brincando. — Escondeu os lábios atras da caneca verde.

— Claro, claro — Arqueei a sobrancelha para ele. — Ah! Obrigada por deixar a caixa no prédio para mim. Não queria ter te incomodado com aquilo.

— Não foi incomodo. Deu certo com alguma daquelas coisas?

— Não. — Bufei encarando o teto por dois segundos contemplando minha frustração. — Mas agora é tarde de qualquer forma. — Afastei a frustração quase com as mãos voltando a olha-lo — Sabe, tinha muita coisa naquela caixa que você podia ter só jogado fora.

— Eu sei. Mas fui deixando para depois, e depois. Sabe como é. — O tom da sua voz cria ainda mais caquinhos no meu peito.

— Sei... — Dobrei o corpo colocando meu rosto abaixo da palma da minha mão — Cheol, tinha até remédio vencido lá — Dei uma risadinha.

Arregalou os olhos dando uma risada logo depois, mas logo cobre a boca para não fazer muito barulho.

— Sério? Qual?

— A caixinha branca, meu anticoncepcional. Estava vencido a um ano — ri junto com ele. — Não fique juntando lixo das pessoas, Cheol.

O riso logo acabou e sua mão tocou a minha devagar, deixando meu corpo todo arrepiado e quente.

— Nina — Olho para seu olhar fixo nos meus —, você está bem?

— Claro que sim — Engoli seco tentando afastar do seu toque, mas ele segura minha mão.

— Nina...

Fiquei calada tentando conter tudo dentro de mim, mas Cheol me conhece bem. Bem até demais. É a pessoa que conhece cada cantinho da minha personalidade principal, e as das coadjuvantes.

Deu a volta na bancada e me abraçou apertado. Meus músculos relaxaram e minhas mãos abraçam sua cintura.

Meu peito dissolve e deixo uma respiração de alivio sair de mim. 

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