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Capítulo 21- Espero Que Suma


— Quero matar ele, Line! – bravejo com a mais pura raiva — Faz merda, e simplesmente me abandona aqui sozinha e gravida? Desgraçado! Espero que nunca mais volte.

Ando de uma lado para o outro jogando as almofadas da minha amiga com força repetidas vezes.

— Se ele voltar, vou esganar aquele pescoço grosso terrivelmente sexy!

Atrás de mim escuto minha amiga reprimir uma risada. Viro e a encaro com a mesma raiva que jogo as almofadas, e ela logo engole a risadinha.

— Amiga – se levanta cautelosa se aproximando de mim, e tira a almofada da minha mão —, você pediu para ele ir embora, concertar as coisas. Foi você também que não quis atender as ligações, e apagou toda a conversa com ele sem antes ler.

— Você está do lado dele? – tento reprimir a vontade de gritar, mas ainda sim minha voz saí alta.

Line respira fundo, segura meus dois braço com firmeza.

— Precisa ficar calma, mulher! – me sacode de leve — Sei que não queria que ele fosse embora de verdade, mas ele foi tentar corrigir um erro, e acabou sendo melhor. Imagina a Nina ter que ficar em um hospital público? E não é como se ele não fosse voltar. Então pelo amor de Deus, se acalma antes que você vá parar no hospital com a droga da pressão alta.

Faço um bico enorme, mas não admito que está certa, pelo menos não em voz alta.

Saio do seu aperto e sento no sofá, e é quando percebo os olhos arregalados do Jimin para mim.

— Amiga – sua voz agora é quase gentil —, foca no bebê, no bem estar dele e no seu. Você falou com a Nina, ela vai ficar bem, e tenho certeza que o Ji vai convencer ela a volta. Enquanto isso preciso que fique calma! – ela se sentou ao meu lado — O que acha de sairmos para almoçar e darmos uma volta depois? Comprar mais algumas coisas para o bebê, vi uma loja para gestante que tem umas roupas lindas. E antes de voltar, podemos comprar algumas coisas para chegada do Caleb. Ele vai chegar na semana que vem, não é?

Pelo canto do olho vi que o Jimin não gosta muito de ouvir que o ex-namorado da esposa ia aparecer por aqui.

— Você odeia fazer comprar, Line. – tento sorri.

— Mas amo passar tempo com você.

— Onw! – abraço minha amiga apertado — Obrigada!

Aish! Desde quando precisa agradecer por uma coisas dessas? – arquea a sobrancelha mas com um sorriso no rosto. — É só me pagar um café. – dá uma risadinha se levantando. — Vou pegar nossos casacos.

Passando pelo Jimin ela lhe dar um beijinho na testa enquanto ele beija a costas da sua mão antes que suma para o quarto.

— Seu irmão vai mesmo vim? – Jimin pergunta tentando disfarçar o desconforto.

— Vai, ele quer está aqui quando o bebê nascer.

— Humm... – cruza os braços fingindo prestar atenção no jornal.

— Sabe que não precisa ficar com ciúmes, não é? Meu irmão é bem cafajeste, mas nunca iria atrás de uma mulher casada.

Jimin abre um sorriso murcho.

— Mesmo se fosse, confio na Line, sei que ela colocaria ele no lugar. Só é apenas um pouco desconfortável, saber que alguém que ela namorou vai estar por perto.

— Desconfortável, é sinônimo de enciumado agora? – tento reprimir uma risada enquanto ele apenas revira os olhos fazendo um biquinho.

— Vamos? – Line joga meu casaco bem no meu rosto.

Tiro o casaco do rosto a tempo de ver os dois dando um beijinho antes da minha amiga me puxar para fora da casa dela.

A minha barriga enorme de sete meses não nós deixou andar por muito tempo, mas não me impede de comprar algumas roupinhas neutras, e um vestido maravilhoso para mim.

Mas logo já estou entrando no elevador para casa, desejando um banho quente e meus pés para cima, enquanto assisto algum dorama, enquanto finjo que o pai do meu filho não existe.

Desisto de tudo isso, quando ao sair do elevador, e encontro o presidente Go tocando minha campainha ao lado do que imagino ser um segurança, ou seu motorista.

Penso em voltar para o elevador, mas ele me vê antes que consiga virar meu corpo roliço e lento.

— Senhorita Cibelle – me chama com sua voz grossa.

Droga!

Apenas me curvo. Melhor minha cabeça faz isso, e sem dizer uma palavra a mais, se aproxima pegando as coisas da minha mão dando passassem para que abrisse o apartamento.

Merda!

— Onde quer que deixe isso? – estende as sacolas depois de apenas de entrar.

— No sofá mesmo, depois guardo tudo. Obrigada. – seu olhar continua sério — Quer uma xícara de café? Ou chá?

— Apenas água está bom, senhorita.

— Ok! Pode ficar à vontade – aponto para o sofá, automático demais.

Meu corpo está tenso e sinto meu corpo virar igual ao de um robô indo para a cozinha.

Ai como queria poder beber agora!

Pego a jarra de água quente, com um copo, e levo junto uma garrafinha cheia de vitamina para mim.

Ele mesmo se serve com a água quente, enquanto me sento na poltrona de frente para o homem que ainda mantem o semblante sério.

Tudo que preciso agora é do pai do Ji.

— Sei que a senhorita quer saber o que estou fazendo aqui. – concordo com a garrafinha na boca. — Primeiro e o mais importante, é para saber como a senhorita e o bebê estão. Tem ido ao médico com frequência?

— Sim – respondo surpresa —, fui ao médico a dois dias. Está tudo bem com o bebê e comigo. Tomo as vitaminas, e até tenho feito uma caminhada leve pelo bairro, quando consigo acordar cedo.

— Isso é bom. – remexe no sofá deixando seu corpo ainda mais ereto, da mesma forma que o Ji faz. — Gostaria de deixar meu motorista, o senhor Park – aponta para o porta — com a senhorita. Ele vai leva-la aonde precisar.

— Não precisa presidente Go! Não tenho saído muito, e nada que um táxi não resolva – tento sorrir.

— Por favor, senhorita, apenas aceite! – fala incisivo, mas educado.

Seus olhos castanhos me encaram tensos, preocupados e sem perceber, me pego aceitando.

— Obrigado! Ele vai estar completamente ao seu dispor. – me entrega um celular novinho. — Aqui tem o número dele e o meu.

— Tenho celular, presidente, é só me passar seu número. – devolvo o aparelho enquanto dá apenas um sorriso tirando um cartão de visitas do bolso com o número dele e o do motorista a caneta.

— Tudo bem, mas gostaria de levar a senhorita um dia para comprar o que resta para o quarto do meu neto, e para poder tem entregar uma lista de candidatas que pessoalmente escolhi para te ajudar depois do nascimento. – abro a boca para retrucar mas ele se adianta — Isso é um presente meu para meu neto, senhorita.

Como posso negar um presente que nem é para mim? Ou isso é uma desculpa que estou usando para garantir ajuda?

— Minha falecida esposa, estaria completamente encantada se tivesse aqui. – seus olhos vão diretamente para a minha barriga. — Ela falava o quanto mimaria os netos, e estragaria ele para nossos filhos. – engole seco.

Um nó grande e grosso se formou na minha garganta que espremeu meu coração com força. A vida dentro de mim sente o mesmo que eu e começa a se mexer, mais. Ele está bem inquieto desde que ouviu a voz do homem a minha frente.

— Ele está mexendo – sinto meus olhos arderem com o brilho, e meu rosto estica em um sorriso. —, o senhor quer sentir?

Seus olhos arregalam e acho que negaria, mas algo em meu rosto o faz assentir e se aproximar de mim. Pego sua mão e coloco no ponto mais alto da barriga onde meu filho parece achar que é uma bola de futebol.

Assim que sente o primeiro chute forte, o homem sério com postura tensa se desfez em um sorriso enorme com lágrimas nos olhos.

— Ele é forte! – sorri ainda mais — vai ser um ótimo esportista.

— Ou ela – brinco vendo seus olhos brilharem ainda mais.

— Sim, e vai poder chutar alguns homens também – dá uma risada baixa, desconhecida e não resisto e rio junto.

Queria que meus pais estivessem aqui. Imaginar meu pais com essa mesma reação ao sentir o neto, mas meu peito bater dolorido com saudade deles.

— Senhorita Oliveira. – sua voz agora leva um tom quase triste. Estranho — Não sei bem o que meu filho fez para que vocês terminassem, e algo me diz que ele mereceu. Mas por favor, não tire o filho dele, da nossa família. Sei que fui duro quando exigi que casassem, mas agora, tudo que quero é que não tire isso dele. Criar meus filhos foi a melhor experiência de toda a minha vida. Sei que meu filho vai ser melhor nisso que eu, então por favor, não tire isso dele.

Então isso tudo é por causa disso.

— Presidente, não sei como vai ser o meu furto com o Ji, depois de tudo, mas nunca tiraria nosso filho dele. – com certeza ele não precisa saber do meu ligeiro surto de querer voltar para o Brasil no começo da gravidez.

Respira fundo algumas vezes antes de levantar o corpo que está agachado ao meu lado.

— Fico muito feliz em ouvir isso. E espero que vocês dois resolvam e possam dar a esse bebê um lar completo e com mais filhos.

Ai está o presidente que conheço.

— Evento para os próximos capítulos – tento levar o comentário da brincadeira.

— Obrigado por me receber senhorita Oliveira.

— Belle! – falo levantando desajeitada da poltrona — Sou a mãe do seu neto, não precisa me chamar de senhorita, presidente, Belle está ótimo.

Ele apenas sorri e vai em direção a porta sumindo.

Suspiro, pegando minha vitamina e vou para o banheiro tomar meu banho quente tentando não pensar muito no que aconteceu, mas não consigo parar de sorrir.

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

Desde que o folgado do meu irmão chegou com a desculpa de "me ajudar", ele tem basicamente dormido, comigo e usado o senhor Park, para passear por Seul. Claro que ele me carrega junto com a desculpa que é bom sair de casa um pouco, mas nas últimas duas vezes acabei dormindo dentro do carro.

Mas ter ele aqui tem suas vantagens

— Caleeeb! – grito da sala e escuto ele quase cair da pequena escada que ia para o quarto da Nina, onde tem dormido.

— O que foi? Tudo bem? Está se sentindo bem? – seu rosto está amassado e com uma marca de baba no rosto.

— Meu pé está doendo – faço um bico o levantando da mesinha.

— Fala sério Cibelle! Quase tive um infarto, de novo!

— Por favor – levanto o hidratante fazendo um bico. — Você prometeu para mãe que ia cuidar de mim. – faço um biquinho ainda maior.

Caleb resmunga alguns xingamento enquanto pega o hidratante da minha mão e começa a massagear meus pés inchados.

— Te amo!

— Vai a merda! – fala apertando meus pés enquanto comia pipoca sem sal vendo dorama.

Estou amando isso.

Acabo pegando no sono, mas o som da campainha me faz levantar quase em um pulo, se meu corpo deixasse.

Escuto o som do chuveiro, então zero possibilidade do meu irmão atender. Rolo pelo sofá até consegui levantar, com a ajuda da mesinha de centro e grito um "estou indo".

Prendo meu cabelo, se é que posso chamar essa palha seca assim, e quando abro a porta, todo o relaxamento some quando vejo o Ji com um sorriso tímido no rosto.

— O que está fazendo aqui? – cuspo as palavras com raiva fazendo seu sorriso murchar. — Falei para não aparecer aqui sem a Nina.

Antes que ele pudesse falar, um tufo de cabelo cacheado todo desgrenhado preso em um coque aparece ao seu lado.

— Que bom que ele me trouxe, então! – a voz da minha amiga soa antes que possa ver seu rosto.

— Ninaaa! – dou um gritinho jogando meu corpo contra o dela e nós duas paramos no chão. 

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