Capítulo 09 - Noite Chuvosa
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— Ji, para de graça e volta para Seul. Não pode simplesmente deixar sua namorada gravida sozinha.
— Ela já deixou bem claro que não precisa de mim. – sua auto piedade está começando a me irritar.
— Olha Ji, sei que não foi fácil ouvi ela falando não, mas seja homem! Você não pediu nada ela, seu pai quer impor isso a uma pessoa que você sabe muito bem pelo o que passou. Então pare de agir como a droga de uma criança mimada. Volte para Seul e converse com a Belle, como o homem que ela pensa que você é.
— Acha mesmo que me ofendendo vai me fazer entrar em um avião e voltar?
— Não estou te ofendendo, estou falando a verdade. Se te ofende não é problema meu. Só estou cansado de ter que ficar vendo dramas, já basta ter que lhe dar com um Cheol quebrado, não vou ficar sendo bonzinho com uma situação que você está criando. De novo.
— Ótimo...
— Não começa! – o interrompo — Só volta logo. – desligo o celular antes que fale algo que me arrependa.
Respiro fundo algumas vezes tentando impedir o impulso de bater naquele idiota.
— Está tudo bem senhor Min? – sua voz doce acalma todo o meu corpo.
Me viro e seus olhos castanhos me olham com genuína preocupação.
— Está tudo bem sim, obrigado por pergunta senhorita Lim, é apenas um amigo cabeça dura. – sorri.
Porque diabos eu sorri?
— Pessoas teimosas são terríveis – dá um lindo sorriso de volta —, minha avó era terrivelmente teimosa, tinha dias que queria... – ela pausa colocando a mão sobre a boca — Desculpa, não quero dizer que seu amigo é uma pessoa terrível. Desculpa por dar palpite em algo que não é da minha conta.
Antes que posso falar algo, ela se curva duas vezes se vira e some para dentro da cozinha com o rosto corado.
Fico um segundo olhando para o caminho que fez até que uma risadinha me faz quase ter um ataque cardíaco.
— Já chamou ela para sair? – Line escora na bancada me olhando.
— Claro que não! – tento me recompor — Lim é minha colega de trabalho.
— Sim, e desde quando isso impede de chamar alguém para sair?
Meus ombros caem encarando seus olhos completamente maliciosos.
Não sei se percebeu o quanto mudou depois que casou, ficou bem mais parecida com as amigas de quando as conheci, e ironicamente elas ficaram um pouco mais como ela era. Mas bem pouco.
— Primeiro, ninguém aqui quer sair com ninguém. – continuo antes que ela consiga terminar de fala — Segundo, se não der certo, não quero procurar outro emprego, e tenho certeza que nem ela.
— Então pensou em chama-la para sair – me dá uma piscadinha.
— Claro que não. Não me ouviu falar que não quero sair com ninguém?
— Mas você se entregou quando pensou nas consequências meu amigo. – estica o corpo pela bancada apertando minha bochecha.
— Para! – tiro sua mão me afastando — Você só presta atenção no que quer ouvir.
— E você fingi não vê o que te tira da sua zona de conforto. – faz língua. — Mas indo para o assunto que interessa, o que vai ter de almoço? Estou faminta!
— Depois disso aqui – passo o dedo entre nós —, vamos de subway!
— O que? Isso não é justo, vim preparada para comer sua comida. – faz um bico.
— Perdeu com o comentário sobre a Lim. – sorri enquanto ela revira os olhos. Mas um segundo depois ela sorri.
— Lim Chin-sun! – fala empolgada para além de mim, onde está a mulher com um sorriso tímido cumprimentando minha amiga. — Estamos indo almoçar, quer ir com a gente?
Sinto meu rosto esquentar com um olhar que pode explodir a cabeça da Line.
Ela colocou na cabeça que vai juntar a gente, e parece que está realmente disposta a isso a qualquer custo. Alguém tem que contar para ela que seus dotes casamenteiros tem que ser mais sutis.
Melhor, parado de vez!
— Senhorita Line – faz uma reverência se aproximando —, adoraria, mas tenho que terminar de preparar os pré-cozidos para hoje, e já comi. Mas obrigada.
— Já te falei que pode me chamar apenas de Line, e vamos combinar um dia para irmos jantar juntos. Meu marido quer muito conhecer a ajudante que o Doyon tanto fala.
A mulher ao meu lado que já está vermelha fica igual a um tomate maduro e sei que estou do mesmo jeito.
— Falo que você tem um ótimo potencial para ter seu próprio restaurante um dia! – falo sem graça agradecendo por ter pensado rápido e olho para minha amiga com raiva.
— Claro, é isso mesmo que ele fala – dá uma risadinha.
— Muito obrigada senhor Min, esse elogio vindo do senhor é muito importante. – ela sorri me olhando diretamente e meus lábios copiam o movimento — Vou me esforçar ainda mais! – pega uma faca e tabua que estão perto de mim — Tenham um bom almoço – se curva de novo se despedindo e sai.
— Sério? – falo depois que não posso mais vê-la
— Muito sério! Agora vamos que estou faminta, e se vamos comer subway, você paga!
— Como está a vida de casada? – falo a primeira coisa que vem à cabeça, para não ter que voltar ao assunto: Lim.
— Está bem – dá uma mordida grande no sanduiche.
Conheço aquele tom e apenas arqueio a sobrancelha para ela que revira os olhos.
— Está bem, sério. É só a parte da adaptação que está sendo um pouco difícil, mas nada demais.
— O que aconteceu?
Respira fundo colocando a comida de volta na badeja.
— Eu o amo, muito – reforça mas parece que é mais para si mesma —, mas senhor, o homem parece nunca ter ouvido falar de cesto de roupa suja. Todo dia ele deixa a roupa suja no chão do banheiro. Tirar o lixo? Se eu não peço ele vai socando na lixeira até parecer compactado, e nem vou começar a falar da incapacidade de limpar a pia depois que escova os dentes.
Joga o corpo na cadeira deixando os ombros cair.
— Tentou falar com ele?
— Já, mas assim que falo roupa no chão, bem, uma coisa acaba levando a outra e...
— Não quero saber! – levanto a mão para que pare. — Limites, por favor.
Dá uma risadinha.
— Desculpa, sei que fica desconfortável quando falo disso, mas não é como se pudesse conversar com a Belle, Nina ou à Van. O que é meu probleminha do lixo comparado ao que está acontecendo?
— Aline – meu tom bravo a faz me olhar —, não menospreze seus problemas. Todo mundo tem os seus. Adaptar a morar com outra pessoa não é fácil, da mesma forma que não é fácil ter um namorado com a família do Ji, ou ter que ir embora.
"Pode conversar comigo sobre isso, tive que me acostumar com moveis manchados de tinta, e xicaras de chá deixadas pela casa. Mas se quer se abrir com suas amigas, faça. Tenho certeza que nenhuma delas vai menosprezar, ou tirar atenção do seu problema para lidar com o delas."
Um sorriso se alarga em seu rosto, enquanto sua mão toca a minha.
— Obrigada! Sei que tem razão, mas está tudo tão complicado, e isso parece tão bobo.
— Mas não é! O meu concelho é conversar com seu marido. Conversa resolve tudo, e sugiro que não comece pela roupa no chão.
Volta a ficar ereta na cadeira, mas dá uma risadinha pegando o sanduiche, voltando a ter um tom brincalhão.
— E quando você vai resolver as coisas com a Lim?
— Não tem nada para resolver. – sinto meu rosto arder. Que droga, porque ele sempre fica assim quando lembro dela?
— Doyon, como sua amiga, tenho que te avisar que você está doido com ela. Seu rosto sempre fica vermelho e um sorriso idiota cresce sempre que falo nela. Para de pensar: "e se as coisas derem errado", e dê uma chance para você mesmo saber o que pode ser.
"Ela é um amor do moça, e parece gostar de você também."
— Não tenho tempo para isso. Tenho que focar no trabalho, no meu objetivo de ter meu próprio restaurante.
— Isso para mim chama desculpa – sorri bebendo refrigerante —, e não é como se não desse para fazer os dois. – a encaro e ela apenas rir levantando uma das mãos — Não está mais aqui quem falou!
Mas o sorriso que repete cada palavra uma vez atrás da outra, não sai do seu rosto em nenhum momento.
Meus ossos doem, meus músculos doem. Tudo que quero depois dessa noite de trabalho, é um bom banho e minha cama nas próximas doze horas.
Todos já foram, termino de me vestir e pego o guarda-chuvas, para a tempestade que caí lá fora.
Saí fechando a porta, quando vejo Lim Chin-sun no canto da marquise se abraçando e remexendo para se esquentar do vento frio.
— Esperando o táxi? – pergunto me aproximando um pouco.
— Não – fala depois de um pequeno sobressalto —, apenas esperando a chuva parar mesmo. Não moro muito longe, seria desperdício gastar com táxi.
— Vem, te dou uma carona – me assusto com as minhas próprias palavras, e não sou o único. — Não posso deixar você aqui sozinha – tento explicar —, e estou com o carro do meu amigo, posso te deixar em casa.
— Não precisa se incomodar – fica vermelha fazendo remexendo as mãos.
— Não é incomodo – abro o guarda-chuva e estendo a mão para ela. Porque faço isso, não sei.
Visivelmente sem graça ela aceita, mas não pega na minha mão, apenas vem para o meu lado e fomos até o carro.
O caminho até seu apartamento não foi longo, mas pesadamente silencioso. Ela não parecia desconfortável, mas claramente com vergonha. Tenho que admitir que o sentimento aqui é mutuo. Não sei o que falar, além de estar sentindo um calor insuportável e meu peito bater que nem um louco.
— É aqui! – aponta uma decida de escadas com uma pequena casa no fundo. — Muito obrigada senhor Min – faz uma delicada referência.
— Te levo até a porta – vou para tirar o sinto, mas ela segura minha mão por meio segundo e tira.
— Desculpa, é que não precisa, o senhor já fez muito por mim. – dá um sorriso.
Estico meu corpo para o banco de trás e lhe entrego o guarda chuvas
— Leva, não quero que fique resfriada. – sorri da melhor forma que consigo.
— Obrigada – faz outra reverência e sai do carro.
A observo até que some do meu campo de visão e saio com o carro.
Minha boca parece o próprio deserto, meu peito parece que vai sair pulando a qualquer batida, e a costa da minha mão, onde recebeu seu toque de apenas alguns segundo, parece queimar minha pele, mas todo o meu corpo parece feliz e satisfeito com cada uma dessas torturas.
O que diabos está acontecendo comigo?
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