Capítulo 51 - Deus Grego, Melhor, Coreano
O sorriso enorme estampado no seu rosto faz cada célula do meu corpo vibrar de felicidade e saber que uma única palavra minha o deixou tão empolgado me deixa ainda mais feliz.
— Ah Měilì, você vai adorar minha cidade, vou te levar... – e de novo minha cabeça entra em um estado alucinógeno que seu sorriso me causa deixando apenas com um sorriso idiota no rosto.
Sinto sua mão tocar a minha de leve me tirando do transe.
— Está tão calada Měilì, tem algo errado? – Seus olhos castanhos me analisam com cuidado.
— Não – sorri vendo a pequena ruga entre suas sobrancelhas sumir. —, é que não consigo parar de admirar sua empolgação. Deve estar com muita saudade da sua família.
Desvia o olhar do meu rosto observando minhas mãos enquanto seus dedos passam de leve sobre a minha pele quente.
— Claro, mas – hesita um pouco deixando seu rosto transparecer a vermelhidão que começa a tomar seu rosto — também estou ansioso para que os conheça.
Sinto a ansiedade subir e descer pelo meu corpo como um raio reluzente caindo do céu.
Tem tanta esperança em seus olhos, que fico com medo de qualquer coisa que saia da minha boca, então, apenas sorrio e falo que também estou ansiosa para conhecer sua família.
— Estou curiosa para conhecer a pessoa que criou um homem incrível como você.
Tento disfarçar meu nervosismo, e pela sua expressão parece estar funcionando.
— Eu? Incrível? – seu rosto fica ainda mais vermelho.
Tão lindo.
Como é possível sentir algo assim por alguém? Estar com ele completava tudo, deixa tudo em seu devido lugar. Nunca imaginei que fosse possível amar alguém com tamanha intensidade e profundidade, para mim isso sempre foi coisa de histórias, nunca imaginei que acontecia na vida real.
Agora aqui estou eu, completamente vidrada, derretida e sem saber como explicar para o homem mais lindo que já vi o quanto o acho não apenas lindo, mas compreensivo, inteligente, leal, com um beijo que me leva a lua e me traz de volta. Simplesmente, incrível.
— Claro que é – sorri virando sua mão na mesa fazendo carinho com meu dedo —, você me aguenta. – Dou uma risadinha.
Solta a minha mão e a leva até meu queixo segurando com carinho me fazendo o olhar nos olhos.
— Como se isso fosse difícil.
A forma como que olha e toca essa pequena parte do meu rosto inocentemente, me enlouquece de sentimentos que quase não sei identificar.
Na mesa do lado, um senhor pigarra deixando meu namorado ainda mais vermelho. Com um sorriso, afasta a mão de mim e passa os olhos no celular.
— Tenho que voltar ao trabalho, Měilì – faz um bico fofo.
Viro o pulso olhando o relógio marcar o horário limite do meu almoço.
— Também tenho. – Minha voz só sai desanimada assim para o trabalho quando estou com ele.
Zeus, no que me tornei?
Já tem algum tempo que venho reparando em como meu peito dói, quando tenho que me despedir do Jimin. Diversas vezes tive que me controlar muito para não pedir para que passasse a noite comigo.
Mas não para isso, sua mente pervertida. Apenas porque não o quero longe de mim, é uma vontade louca de passar cada minuto possível com ele.
Volto para a escola e agradeço ao meu eu do passado por ter planejado uma atividade que requer apenas que eu os vigie.
Depois do que parecia longas e intermináveis horas, a aula acaba, os pais veem buscar seus filhos. Tem apenas três crianças e uma delas é a linda da Mi-Chan, que parte meu coração pensar que em alguns meses ela vai estar indo para outro ano e não poderei ser sua professora mais.
O Senhor Koo Seung foi o ultimo a chegar, achei um pouco estranho, mas não disse nada.
Ele se desculpa pelo atraso e saio com os dois. Ainda é um pouco desconfortável ficar perto dele, mas nada que não pudesse simplesmente ignorar por alguns metros.
Quando saímos, ele se curva mais uma vez pedindo desculpa e me viro para seguir meu caminho, mas não antes de ver uma bela mulher coreana de longos cabelos pretos e vestido branco esperando por eles do lado de fora do carro.
Seus olhos castanhos encontram os meus por meio segundo antes que termine de me virar e seguir meu caminho.
Tudo bem que ser amiga da Belle e da Nina ao longo dos anos me rendeu alguns momentos estranhos, alguns perturbadores e inúmeros inesquecíveis, mas é a primeira vez que encontro homem (que por Zeus, só pode ser descrito como uma versão coreana dos deuses gregos, ou anjos, ou uma linda junção de tudo) desconhecido agachado em frente a Belle à abanando com um leque que tenho certeza ser feito de papel, passando a mão pelo seu cabelo.
Quando foi que homens lindos começaram a aparecer do nada nesse apartamento?
— Belle? – Arqueio a sobrancelha vendo minha amiga um pouco pálida levantar a cabeça e o homem-anjo-deus cair no chão.
— Oi Line – Minha amiga abre um sorriso amarelo.
O homem-anjo-deus quase pula do chão ajeitando a roupa fina fazendo uma reverência.
— Ah – a voz da minha amiga sai cansada —, esse é o No Seyoon, ele trabalha na revista também, essa é uma das amigas que te falei que mora comigo.
Enquanto cumprimento o homem lindo, Belle escora no sofá e nos dois nós aproximamos dela.
— O que você tem? – Quando me aproximo percebo que ela soa frio.
— Nada, apenas um pouco cansada.
Olho para o homem do meu lado que receoso olha para mim, parecendo decidir se falava ou não.
— Acho que ela não comeu nada hoje – Belle não demora a ter um olhar repreensivo. —, e quando estávamos indo embora ela desmaiou por alguns segundos, mas insistiu em vir pra casa.
Nem precisei de olhar para ela para lhe dar um belo de tapa na perna com ela dando um grito, bem exagerado por sinal.
Seyoon me olha um pouco assustado, mas nada que me incomode.
— Vou fazer algo para você comer.
— NÃO! – grita agarrando minha blusa me puxando.
Ela bate os cílios algumas vezes e tenho certeza que vê a raiva no meu rosto. Juro que se não estivesse mal estava lhe dando umas belas porradas.
— Quero dizer – sorriu sem graça para mim —, liguei para o Ji, ele deve estar chegando com algo para comer.
— Vou tentar não me sentir ofendida com seu grito de desespero, apenas porque está passando mal.
O homem-deus-anjo, quero dizer Seyoon, abre a boca para dizer algo quando é interrompido pelo som da porta sendo aberta.
Não demorou um segundo depois que o Ji passou pela porta para o clima ficar pesado. O inocente Seyoon, vulgo perfeição divina segura a mão da Belle e é recebido por um olhar que só pude agradecer por pensamentos não matarem.
— O que você tem, meu amor? – Ji faz questão de enfatizar o "meu amor".
— Estou bem – ela claramente não está, se acabou de ignorar a marcação de território do Ji —, apenas pulei algumas refeições. Só preciso dessa comida que trouxe – tenta abri um sorriso animado.
— Acho melhor eu ir indo, você está muito bem assistida agora – Seyoon abre um sorriso que agradeci que a atenção de todos estivesse na Belle, porque tive que me segura na poltrona para não cair.
— Claro que não – sua voz sai um pouco mais fraca —, você vai ficar para comer com a gente, é o mínimo que posso fazer.
Ji segura o braço dela tentando ajudá-la a se levantar ao mesmo tempo que tenta esconder seu desgosto pelo pedido da namorada, mas o corpo da minha amiga em vez de ir para cima vai para o lado caindo direto nos braços do bonitão.
— Belle! – falamos juntos, mas ela logo é levantada, o braço e Seyoon a coloca de volta no sofá.
— Estou bem, só vamos comer aqui mesmo. – Olha para o Ji que esquece completamente do homem lindo e da sua atenção total a namorada que está de volta aos seus braços.
Eu e Seyoon tínhamos acabado de arrumar a mesa de centro, quando a Nina, Cheol e Mathew chegam com o olhar curioso quando encontram o modelo gato (claro que seria modelo).
— Estamos colecionando homem bonito agora? – Nina brinca em português fazendo nós três rirmos, mas o riso logo some do seu rosto quando olha para a Belle.
Nina colocou a comida que trouxe junto com a do Ji enquanto Belle tenta convence-la que aquilo não é nada.
Diferente do que achei, Nina parece bem calma enquanto coloca arroz, acho que diferente do que todo mundo achou, porque até o Mathew a olha desconfiado.
— Você vai ao médico – disse por fim, mas irritantemente calma.
— Você também Nina? Não tem a menor necessidade disso – ela olha de lado para o Ji — Depois.
Ji resmunga algo, mas não passou daquilo. Obrigada por isso.
Do meu lado tenho certeza que Seyoon estava louco para ir embora dessa casa de doidos.
— Estranho... – Nina fala sem tirar os olhos do arroz.
Claramente uma armadilha.
— O que? – Belle cai que nem um patinho.
Ela realmente não está bem. Calmamente ela levanta os olhos encarando a amiga.
— Não me lembro de ter perguntando. – Diz com ironia pesada.
Ji da uma risada e não entendi bem porque aquilo parece ser tão engraçado para ele.
— Não vem com isso para cima de mim Nina – Belle parece ter recuperado um pouco da força depois de comer um pouco.
— Você tem duas opções Belle – Nina a olha séria —, ir no melhor dia para você, ou o dia que eu te arrastar até lá.
Cheol a olha um pouco assustado enquanto Ji parece vitorioso.
— Segunda atarde é melhor – resmunga fazendo uma careta.
— Ótimo, vou pedir para o Tae me cobri enquanto vou com você. – Abre um sorriso largo.
— Obrigado – Ji agradece no mesmo instante que Belle revira os olhos.
— Ela é igual como você descreveu – Seyoon da uma risadinha olhando para Belle.
— É, insuportável. – Arqueia a sobrancelha.
— Também te amo – Nina olha de lado para o Cheol e dá uma risadinha má — Então, ela falou mais o que de mim? – Fala em um tom provocador sem tirar os olhos do namorado.
— Que tal, que você tem namorado?! – Cheol faz um bico.
Nina segura seu rosto lhe dando um beijo na bochecha, adorando o ciúme dele.
Mesmo sem dizer, e ainda interagindo com as nossas conversas não muito normais, dá para perceber que Seyoon não está muito confortável com a gente, mas cá entre nós, no começo nenhum deles ficou.
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